O outono chegou e como em várias outras escolas a U.A iria fazer uma celebração especial. Durante a aula o professor Aizawa comentou que nossa escola iria fazer um festival cultural, não entendi exatamente o que era aquilo, mas pela reação animada do restante da turma deveria ser algo bem legal.

{Hum... Parece ser uma simples festividade escolar, porém com toda essa loucura com os vilões esse ano será que deveríamos fazer festas agora?}

O professor Aizawa interrompeu meus pensamentos quando falou que nesse festival as outras turmas é que seriam as estrelas.

(Prof. Aizawa) Se o festival de esportes é a chance do curso de heróis brilhar, essa é a chance dos cursos de apoio, de estudos gerias e de negócios tomarem os holofotes.

Ele também falou que cada turma teria que fazer uma exibição e nós deveríamos usar o restante da aula para escolher o que iríamos fazer. Enquanto o professor tirava um cochilo o Lida e a Yaoyorozu foram para a frente decidir o que nós faríamos. Todos deram muitas sugestões, uma mais interessante que a outra, mas foram tantas que eu mal tive oportunidade de falar.

(Lida) Vamos lá! Dêem sugestões!

(Kirishima) Competição de braço de ferro!

(Tokoyami) Um jantar para os discípulos da noite.

(Sato) Barraca de crepe.

(Midorya) Um quiz de heróis!

(Mina) Concurso de dança!

(Jirou) E um stand-up comedy?

(Tsuyu) Podemos cantar o sapo não lava o pé.

(Koda) Que tal fazer um jardim zoológico?

(Samy) Ei! Que tal fazer um teatro músical? Algo sensível que toque o coração do público e faça a imaginação deles voar alto... Ou sei lá, vamos ficar com a ideia a Jirou.

(Kirishima) Você pode contar aquela piada Samy.

(Samy) Qual piada?

(Kirishima) Não lembra? Aquela que você me contou do elefante sucid...

(Samy) *tapando a boca do Kirishima* Não fale isso na sala! Por favor...

Depois de uns cinco minutos de falação o  Lida e a Yamomo anotaram todas as ideias no quadro e foram eliminando aquelas que eram inviáveis, não específicas e confusas. A turma então começou a planejar juntar algumas ideias em uma só, por exemplo: juntar todas as ideias de comida em uma só, mas não chegavam a um consenso. O sinal avisando que a aula tinha acabado interrompeu as conversas e o professor avisou que deveríamos bolar alguma coisa ou a nossa exibição seria uma mera aula normal aberta, se já é chato de participar imagina ficar assistindo por mais de quatro horas.

{Depois de a nossa turma em particular causar tanto burburinho pela mídia todos com certeza vão esperar muito de nós. Temos que pensar em algo incrível. }

Na hora do almoço fui me encontrar com o Yoroi que como sempre estava cheio de papéis na mesa. Me sentei próximo dele e puxei assunto falando do tal festival cultural, ele logo entrou na conversa todo feliz.

(Yoroi) A sua turma vai fazer alguma exibição?

(Samy) Ainda tamo planejando, são 21 cabeças pensando, então ideias é o que não falta. E você? O que vai fazer?

(Yoroi) O curso de apoio vai fazer uma exposição de tecnologia, vamos pode exibir nossas novas criações para o público. Eu sei que não vamos ter tanta pessoas dessa vez por causa das medidas de segurança, mas ainda assim... Vai ser show demais.

(Samy) *Comendo* Que bom que está animado, já escolheu o que você vai apresentar?

(Yoroi) Já! E você precisa ver isso!

(Samy) Certo, depois do almoço eu...

(Yoroi) Nada disso, vamos lá agora!

(Samy) Agora!? Mas eu não acabei de comer!

(Yoroi) Calma amigo, você sobrevive se não acabar seu almoço hoje.

Antes que eu pudesse terminar minha refeição Yoroi me puxou pelo braço em direção ao laboratório do curso de apoio. Ao chegar lá fui direto para o local onde vários clones dele estavam trabalhando. Eles estavam mexendo em vários computadores, com algumas soldas e outras coisas, mas tudo estava muito bem organizado e limpo. Olhei algumas plantas baixas abertas sobre a mesa e tinham desenhos semelhantes a robôs humanoides.

(Samy) Olha... Legal! Vai fazer um robô?

(Yoroi) Não, isso é algo muito... Óbvio. O que estou criando aqui é algo que pode mudar algo no mundo... Mudar de verdade.

Yoroi pegou um relógio e colocou no meu pulso, depois pegou uma chave inglesa e me olhou um pouco sério enquanto segurava meu braço com força

(Yoroi) Lembra daquela armadura que usei na nossa luta no festival de esportes?

(Samy) Claro, nunca vou esquecer aquilo. Foi bem difícil de quebrar.

(Yoroi) E se eu te disser que ela está agora neste relógio.

(Samy) Sério? Que show! Mas como colocou isso dentro de um negócio tão pequeno? Quer dizer, a sua outra armadura ficava naquelas pulseiras grandonas e pesadas.

(Yoroi) Eu sei e por isso decidi mudar o meu projeto totalmente. Lembre que eu trabalho com micro-sensores de movimento que... Ao menor sinal de perigo...

Ele levantou a chave inglesa e se preparou para bater em meu braço com ela, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa o relógio se abriu e foi se desfazendo até virar uma armadura de antebraço metálica com uma luva hightech na cor branco neon. Quando vi aquilo fiquei sem palavras, mexi meus dedos para ter certeza de que ainda era meu braço ali na minha frente.

(Yoroi) Eles se ativam e viram uma armadura.

(Samy) Uou... Incrível... Como fez isso?

(Yoroi) Como eu disse antes, micro-sensores com receptores de calor ultra sensíveis ligados a milhares de placas de fibra metálica com Kevlar e revestimento de titânio. Eu pensei em tungstênio, mas ficaria pesado demais, algo muito difícil de se usar tranquilamente. Esquece aquilo de nanotecnologia, é muito complicado e caro. Aquele seu colete que eu fiz? Puf... Esquece, pode até ser resistente, mas isso aí... Meu amigo... Isso aí é outro patamar.

(Samy) Essa sua invenção... Puxa... Nunca vi algo assim antes. Então todos aqueles papéis na sua mesa no almoço eram...

(Yoroi) Sim, era isso aqui... Eu só te mostrei uma parte dela. Espera só até ver o capacete, o colete e as botas! Cara, você vai pirar.

Mexi mais um pouco os dedos enquanto o Yoroi tocava em um botão na luva que fez a armadura e luva sumirem e voltarem a ser um simples relógio de pulso. Devolvi aquilo para um dos clones e observei enquanto os clones e ele e os outros continuavam o trabalho que parecia não acabar.

(Samy) Ah... Yoroi... Você vai apresentar isso no festival cultural não é?

(Yoroi) Eu... Vou sim. Essa é uma chance muito boa, os contratos que consegui no festival de esportes cortaram relações comigo quando abandonei os projetos de nanotecnologia... Talvez agora... Com essa nova armadura... Talvez eu consiga de novo.

Dei um tapinha no ombro dele como quem diz "Você consegue" e me virei para sair, afinal não queria atrapalhar a concentração dele. Mas antes que eu pudesse me afastar muito Yoroi me deu o tal presente que ele tinha falado.

(Yoroi) Espera aí, eu sei que o ano foi uma loucura e você nem teve muito tempo de relaxar. Ouvi dizer que seu avô era DJ e que você também manja um pouco do remix, então aqui o seu presente.

Ele me deu duas pequenas caixas de som em forma cilíndrica que quando abertas viravam um amplificador de 30 centímetros de altura, acho que ele não sabia só fazer armaduras com micro-sensores.

(Samy) Valeu cara, qualquer coisa que você precisa é só me chamar ok?

As aulas naquele dia tinham acabado, os outros residentes teriam que ficar na sala para recuperar todas as aulas que perderam enquanto estavam fora. Por já ter feito vários trabalhos extras e fichamentos das matérias o professor me liberou, então eu iria planejar nossa exibição junto da turma.

{Finalmente uma atividade normal de escola... E dessa vez eu vou me envolver de cabeça. Nada de ficar no canto apenas olhando, eles vão ter que me engolir, afinal nós estamos morando juntos}

De volta ao dormitório fomos planejar a nossa exibição, porém as discordâncias vieram da sala de aula para o nosso andar comunal, ainda não chegávamos a um denominador comum. Todoroki mostrou um vídeo na internet de uma balada e sugeriu que fizéssemos isso. Logo o pessoal se animou, afinal quem não gosta de boa música e dança? Pediram conselhos para a nossa musicista Jirou que no começo ficou um pouco tímida, mas logo foi se soltando. Ela então falou que poderíamos fazer um show de rock ou música eletrônica, ao ouvir isso logo me animei.

(Samy) Idéia incrível! Se quiser eu fico no remix e...

Não pude terminar a frase porque meus colegas se amontoaram na minha frente e foram me empurrando para trás, pois nós adolescentes sempre temos algo a acrescentar na conversa. Não consegui ouvir a conversa direito, só ouvi sobre alguém tocar bateria e que isso era alma da banda eu acho. Fui me espremendo entre o pessoal enquanto ouvia alguém tocando bateria super bem e para a minha surpresa era o Bakugou.

(Jirou) Ah... Foi perfeito...

(Mina) Temos um novo talento!

(Samy) Caraca! Nunca pensei que você fosse tocar um instrumento sem destruí-lo.

Todos da turma pediram para ele tocar conosco, mas ele não quis e nos deu um esporro pesado. Ele falou que estávamos querendo tirar o estresse da U.A, mas nós éramos o estresse deles, ele continuou falando que nós não tínhamos que fazer nada por ele e que deveríamos destruir todos com o nosso som. Não sei que tipo de esporro é esse, mas senti que ele se animou para participar e fez o mesmo com o resto do pessoal. Fui até o Bakugou e estendi a mão para ele, todos nos olharam um pouco confusos, afinal a um dia atrás estávamos nos matando na área de de treinamento.

(Samy) Pela primeira vez vou concordar com você cara. Agora que estamos na mesma banda eu queria me desculpar pela minha atitude infantil de ontem amigo, espero que possamos deixar isso de lado e seguir em frente.

(Bakugou) Tanto faz, só vamos começar logo o ensaio.

{Ah... Ele simplesmente cagou para meu melhor pedido de desculpas. Que frio! Mas admito que mereço isso}

Agora que já tínhamos a atração decidida fomos escolher a decoração. Sugeri colocar vários leds e luzes florescentes para chamar mais a atenção do público. Enquanto a gente estava trabalhando os alunos residentes chegaram da aula extra e foram nos ajudar. Então já tínhamos a atração decidida e o baterista, mas ainda faltava o vocal. Kirishima começou a cantar do nada se oferecendo, mas sinceramente ele é bem ruim. Pediram para a Jirou cantar, mas ela ficou toda tímida.

(Mineta) Tá bom, então eu canto.

Antes que o Mineta pudesse cantar tapei a boca e joguei o microfone para a Jirou enquanto falava:

(Samy) Salve a pátria por favor! Canta logo minha filha.

Ela respirou fundo e começou a cantar um música em inglês. Ao ouvir aquela doce voz eu soltei o Mineta e me sentei no carpe gelado apreciando cada nota que saia da boca da Jirou. Assim que ela acabou a turma foi a loucura, tínhamos achado nossa vocalista.

(Samy) *Chorando* Uau! Magnífico... Meus ouvidos foram abençoados essa noite.

A doçura infelizmente não durou muito tempo. Jirou logo falou que precisava de alguém nas guitarras, essa parte ficou com  o Kaminari e Tokoyami. O sintetizador ficaria com a Yaoyorozu e a Mina iria ficar responsável pelo grupo de dança. Todos pareciam estar muito bem organizados e eu acabaria sobrando como sempre, mas dessa vez não. Me sentei no chão, baixei um aplicativo de mixagem, conectei um cabo auxiliar nas caixas de som que o Yoroi tinham me dado e em menos de um minuto fiz um pequeno remix que ficou super legal.

(Samy) *Tossindo* Com licença, sem querer atrapalhar vocês mas... Esqueceram de uma coisa nesse show.

(Jirou) Como assim?

(Kaminari) É cara, o show já está praticamente organizado.

(Samy) Elementar meu caro Kaminari, vocês tem a banda, os dançarinos e a decoração... Mas ainda falta...

De repente joguei as caixas de som para o alto, logo o Midorya as pegou e elas se abriram ficando maiores, então eu continuei meu remix que tinha deixado pausado no celular. Tive que ser ágil e fazer os comandos com precisão, fiz algumas batidas legais e ficou um som muito irado.

https://youtu.be/MZGwowkHUc0

(Caso tenha curiosidade em ouvir o que a nossa turma da U.A ouviu só pule para o tempo 1:00 e ouça até o final.)

(Samy) Ainda falta o DJ minha gente, afinal não é um show se não tiver um som mixado.

Todos na sala ficaram boquiabertos após minha pequena apresentação, peguei as caixas de som da mão do Midorya e as guardei no bolso depois de voltarem ao tamanho normal.

(Samy) Obrigado Midorya. E então pessoal, vamos fazer um som ou não?

(Todos) Vamos!

Já eram quase duas e meia da manhã quando acabamos de decidir quem ficaria responsável pela música, dança e decoração. Eu ficaria com um pouco dos três, afinal teria que sincronizar a música com a dança e as coisas que usariam para decorar o palco. Após a nossa reunião acabar todos foram dormir, afinal nossos ensaios começariam logo de manhã cedo.

Continua...