Capítulo único
Eu tenho a luz do sol num dia nublado
Quando está frio lá fora
Para mim é mês de maio
Eu acho que você diria
O que pode me fazer sentir desse jeito?
Minha garota (minha garota, minha garota)
Falando sobre minha garota (minha garota)
Eu tenho tanto mel
Que as abelhas me invejam
Eu tenho uma canção mais doce
Do que os pássaros na árvores
Bom, eu suponho que você diria
O que pode me fazer sentir desse jeito?
Minha garota (minha garota, minha garota)
Falando sobre minha garota (minha garota)
Ooooh, hooooo
Hey, hey, hey
Hey, hey, hey
Ooooooooo yeah
Boruto observava Sarada deslizar pelo salão com Shikadai, ao som de Lady Gaga. Quase todos os convidados faziam o mesmo, menos ele, que permanecia com os olhos fixos na garota mais linda daquele lugar. Ela mesma, sua melhor amiga e primeiro amor.
Por que não conseguia dizer o que sentia pela Sarada? Deveria ser fácil, não deveria? Só que não era. Boruto tremia só de pensar em declarar seus sentimentos à amiga. Principalmente, sabendo como era sua personalidade, acaso não retribuísse, ele estaria em maus lençóis. Porque, obviamente, Sarada riria dele até a sua quinta geração, assim que confessasse o que sentia. Era no que Boruto acreditava.
Tanto que, o tempo passava e ele continuava guardando o que sentia apenas para si. Mesmo com Naruto afirmando todos os dias que o filho deveria expressar seus sentimentos, ele insistia no silêncio. Inclusive, sabia que o pai tinha sido extremamente lerdo e demorou um bocado para se declarar para a própria mãe. No entanto, pelo que parecia, Boruto seguiria pelo mesmo caminho.
Era covarde demais, até para tirar Sarada pra dançar. Por isso mesmo, Shikadai chegou na frente e monopolizou a atenção da garota, que demonstrava estar se divertindo horrores. Enquanto Boruto se corroía de ciúmes por dentro.
— Ei, Boruto. - era Mitsuki. - Vai deixar Shikadai dançar a noite toda com a sua garota?
— Do que está falando. - retrucou com as bochechas vermelhas.
— Você não me engana, sei que gosta da Sarada e não é de hoje. - devolveu convicto.
— Não vai dizer nada, vai? - Boruto gelou.
— Não, mas você deveria. - Mitsuki apontou para os dois que continuavam dançando sem parar.
Sarada sorria, enquanto Shikadai a rodava pelo salão.
— Tenho medo de ela me zoar, você a conhece. - suspirou. - Sarada riria de mim eternamente, se soubesse dos meus sentimentos.
— Tem certeza? - indagou. - Está criando suposições antes de saber se ela não gosta de você de volta.
— Será, Mitsuki? - o coração de Boruto se encheu de esperança.
— Eu acho que está na hora de descobrir, como seu amigo. Não aguento mais te ver choramingando pelos cantos. - Mitsuki o alfinetou.
— Eu não fico choramingando! - Boruto se defendeu.
— Mas ficará em breve se não agir, dá só uma olhada.
Naquele momento, o coração de Boruto deu um solavanco. Shikadai estava muito próximo de Sarada, graças a um movimento de dança, que levou Sarada para bem pertinho de si.
— Ah, não! - ele exclamou e suas pernas ganharam vida própria, indo em direção aos dois rapidamente.
Contudo, Sakura, que conversava animadamente com Hinata e Ino, percebeu que o garoto estava tendo dificuldades para aproximar-se de sua filha. Mas já tinha percebido os sentimentos de Boruto para com Sarada e também sabia que era recíproco, pois a filha já lhe tinha confidenciado. E, como fazia muito gosto de que eles namorassem, tanto por Boruto ser um menino gentil e doce, quanto por sua grande amizade com os pais dele, resolveu intervir. Indo até o DJ e pedindo para tocar a música que já os tinha visto ouvirem juntos.
Sakura até gostava de Shikadai, que era um bom garoto também. Entretanto, conhecia os sentimentos de Boruto e Sarada, não seria justo que se iludisse, apenas porque a filha estava usando-o para causar ciumes no amigo, que era tão lerdo quanto o pai, no quesito garotas. Assim sendo, antes que Boruto chegasse de fato em Sarada, os primeiros acordes de My Girl começou a tocar no salão e ela sorriu consigo mesma. A sorte estava lançada.
Instintivamente, quando a música começou a tocar, Boruto e Sarada entreolharam-se e ela afastou-se um pouco de Shikadai. Que ostentava uma expressão resignada no rosto.
— Sarada, você quer... - Boruto iniciou receoso.
— Dançar? - Sarada completou, lhe estendendo a mão. - Achei que não fosse me convidar.
— Bom, então eu vou indo. - Shikadai informou e virou as costas.
Shikadai suspeitava que Sarada gostava de Boruto e que era correspondida. Não queria atrapalhar, apesar de ter uma quedinha pela morena lá no amâgo de seu ser... A dança tinha sido boa, afinal.
— Valeu, Shikadai. - Boruto disse, querendo manter a cordialidade.
Mas, por dentro, estava vibrando de alegria por ter atrapalhado a dança alheia.
— Pensei que nunca iria me tirar para dançar. - Sarada quebrou o silêncio que se formara.
— Achei que você fosse recusar, se eu chamasse. - Boruto respondeu, um tanto quanto surpreso.
— Bom, estávamos ambos equivocados. - ela sorriu, fitando-o com seus olhos gigantes e escuros, parecidos com duas bolas de gude.
Boruto amava àqueles olhos.
— Sarada... - ele a chamou, depois clareou a garganta para continuar. - Tem algo que eu quero te confessar.
O que seria? O coração de Sarada já saltava no peito, em expectativa pelo que viria seguir.
Enquanto isso, seguiam dançando, bem pertinho um do outro, ao som de The Temptations. Era como se só estivessem os dois naquele salão, ninguém mais importava ou fazia sentido. Boruto só enxergava Sarada naquele lugar, só pensava em como era linda e na vontade hercúlea de beijá-la, até todo aquele anseio passar e ele sentir-se acolhido nos braços dela. Boruto segurava firme na cintura da amiga e Sarada, consequentemente, rodeava seu pescoço, mantendo a mão direita na nuca de Boruto. Inclusive, ele sentia leves arrepios pelo corpo, apenas pelo simples contato em si.
— Eu não quero mais ser apenas seu amigo... - despejou, como se tais palavras queimassem sua garganta.
— Que coincidência, Boruto. - Sarada sorriu grande. - Porque eu cansei de ser apenas sua amiga. - dito disso, ela aproximou-se dele sorrateiramente, roubando-lhe um beijo em seguida.
Durante o beijo que trocavam no meio do salão, em frente a todos os convidados do casal mais velho; Naruto, que também espiava o avanço do filho juntamente com a esposa, vibrava de orgulho. Em contrapartida, Sasuke só faltava espumar de raiva, estava prestes a intervir, quando Sakura o brecou, segurando-o pela mão, antes de dizer:
— Deixe-os, eles se gostam e Boruto é um menino adorável.
— Se Boruto pisar fora da risca, acabo com ele. - Sasuke ponderou, após respirar fundo umas três vezes.
— Sua filha está crescendo, você precisa aceitar. - Sakura retrucou, alegre em ver que Sarada e Boruto finalmente haviam se acertado.
Já os pombinhos no meio do salão, permaneciam alheios a tudo, e focavam somente um no outro e em dançarem juntinhos àquela música que tanto gostavam, por sinal. Boruto, apreciando o momento, afundou a cabeça no pescoço descoberto da amiga e, antes que a música terminasse, cantarolou às últimas estrofes no ouvido de Sarada:
— Falando sobre minha garota...
Eu tenho o brilho do sol num dia nublado com minha garota.
Fim.
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