⚔️ Thirty nine ⚔️
Boa leitura 💜
" Nada desculpa minha atitude, mas espero que meu arrependimento mostre como gostaria de poder mudar tudo que aconteceu "
Jungkook POV
- Parabéns, Jungkook! Você é um completo imbecil - sussurrei para mim mesmo, me debruçando na minha própria cama, tentando achar algum modo de me desculpar pelo o que falei na cara de Taehyung há alguns minutos atrás -
Era ódio próprio, arrependimento, culpa, dor, tristeza. Era tudo mesclado um ao outro que eu não sei definir um por um. Um completava o outro e o conjunto completo me definia por inteiro. Eu simplesmente joguei no ar, sem nem pensar nas consequências e tapas na cara que irei levar de milhares de pessoas. Obviamente não era verdade, eu apenas queria entender o que estava acontecendo e acabei me exaltando um pouco.
- Talvez eu realmente devesse morrer agora... - murmurei e peguei meu celular no bolos traseiro da calça, sentando na cama -
Não suporto mais o fato de não estar com ele. Não aguento mais não poder beijá-lo e ouvir sua risada sapeca. Eu simplesmente não aguento mais viver sem ele. Eu prendi meu choro todo os momentos em que ele estava por perto, porque eu sabia que ele iria chorar junto. Eu me segurei, para parecer firme e que estou aceitando a situação, tudo isso parece tão desnecessário, parece tão desnecessário guardar meus sentimentos apenas para mim. Mais o que importa? Eu já estraguei mais ainda, do que irá adiantar eu permanecer firme? Óbvio que ele irá pensar que eu simplesmente não ligo mais, tanto que é pelo contrário. Do que adianta eu segurar as lágrimas?
Deixei as lágrimas caírem, sem barulho, apenas dor e sofrimento. A cada gota que caia, meu coração se apertava e meu peito se contraia. Era uma angústia incomodante, minhas mãos se contorciam e minha barriga embrulhava. Eu podia jurar que não sentia mais meus olhos, de tão ardentes e vermelhos que se encontravam.
Eu posso até ser alfa, pode estar no meu sangue o meu jeito frio e rude, pode estar gravado na minha identidade, mas eu sempre, em todos os mundos, universos, séculos, em toda a minha vida e em qualquer outra vida: Kim Taehyung sempre será meu ponto fraco, aquele que me faz chorar e cair de joelhos, me faz pedir perdão e me arrepender de tal ato, aquele que me fez amar e a proteger, aquele que eu denomino como meu veneno e minha dose diária, aquele que eu considero o amor da minha vida, aquele que é a minha salvação e meu Porto-seguro, aquele que eu chamo de amor.
[...]
- Porque você falou isso para ele? - Seokjin deu um tapa nas minhas costas, enquanto brigava comigo pelo o que eu falei a Taehyung. Arqueei as costas, batendo minha barriga na borda da mesa do refeitório da escola -
- Não sei! - exclamei, dando de ombros - Acho que foi apenas a tensão do momento. Eu estou tão perdido sem ele, que fico dizendo coisas sem contexto nem lógica. Eu não sei o que está acontecendo comigo, parece que eu estou no espaço, sem tempo, vida. Eu não me sinto na Terra sem ele - suspirei, jogando minha cabeça contra os braços -
- Jungkook... - ele chamou e eu olhei de canto de olho para ele - tente entender que nem sempre você terá ele só para si, nem todos os momentos ele estará ao seu lado, nem sempre estará lá para de dar a mão e dizer que tudo ficará bem, que ele está ali e vai te salvar... Nem sempre ele conseguirá ser seu porto-seguro... Ele tem a própria vida dele, tem seus compromissos, algum dia que ele irá querer ficar sozinho e você tem que entender. Vocês podem estar casados por anos, mas nunca estaram sempre ali, nem sempre andaram lado a lado na rua. Assim como você, ele irá trabalhar e não poderá te acompanhar em tudo, você vai fazer viagens de negócios e talvez ele não consiga ir... Entende?
- Entendi, mas tudo parece tão difícil, tudo parece tão difícil sem ele ao meu lado, sem seu abraço que me tranquiliza, sem seu olhos cintilantes e sua voz, doce e suave que eu tanto amo... - choraminguei - Ele nunca vai me perdoar pelo o que eu falei, o que eu faço? - pedi socorro com o olhar e ele me entendeu -
- Eu não sei, Jungkook... O que você falou realmente não tem perdão. Olha o que você falou na frente dele, depois de dizer que o ama milhares de vezes, depois de se declarar quantas vezes for preciso para ele entender que você sempre dará de tudo a ele, todos os abraços e beijos e agora você age como se fosse o todo poderoso e fala isso na cara dele, sem pensar nas consequências e como ele irá agir com você - assenti, tentando pensar em alguma solução. Namjoon apareceu no meu campo de visão e ele logo estava sentado ao lado do seu omega, com o braço envolta da cintura dele - Só seja verdadeiro quando for pedir desculpas, diga o que sente, fale com o coração e não com a boca - ele sussurrou, enquanto dava atenção para Namjoon, que brincava com o nariz no pescoço do omega/alfa -
Apoiei o queixo na mesa, formando um pequeno bico nos lábios. Comecei a brincar com a pulseira em meu pulso, enquanto eu sorria travesso, feito uma criança. Precisava me distrair para não sair correndo pela escola atrás de Taehyung. Me senti observado, mas não liguei muito, deve ser uma daquelas líderes de torcida que sorriem maliciosamente para mim, enquanto me encaravam, tentando chamar a minha atenção. Pena que eu já sou de outro e esse outro está puto da vida comigo. Percorri o refeitório com os olhos e acabei achando o par de olhos cintilantes que me observavam.
Levantei correndo e sai do refeitório o mais rápido possível. Olhei para trás e Taehyung seguia meus passos com os olhos e quando ele foi levantar, Jimin segurou seu pulso, o fazendo sentar. Corri para a sala de aula, não querendo causar mais do que já causei tentando correr atrás dele e tentar pedir desculpas do jeito dramático, mas preciso: cair no chão de joelhos e me redimir, dizendo que era tudo a tensão do momento e que eu não queria dizer aquilo. Exatamente isso que amolece o coração resistente de Taehyung. Ele se torna um sorvetinho todo derretido quando me vê chorando, triste, magoado, cansado. E é por isso que eu não corro atrás dele do jeito que estou, por isso que fico forte ao lado dele agora, por isso que me mostro resistente e leal, mesmo ele não acreditando. Porque se eu me mostrar fraco e vulnerável a tudo, triste e magoado, ele vai ceder por piedade e amor também, mas eu não quero isso, quero que ele volte para mim porque acredita em mim, acredita que sou a vítima e que eu nunca faria nada. Quero que ele me aceite por aceitar, por confiar que sou leal e que o amo.
Me joguei na cadeira, e abafei o grito de desespero com a mochila. Segurei as lágrimas e bati na mesa várias vezes com o punho cerrado, até ficar vermelho e eu perder a força do corpo. Senti duas mãos pousarem nos meus ombros, um tanto receoso e eu me soltei do seu aperto, mexendo os ombros levemente.
- Sai daqui, Jin! - ordenei, sério e grosserio -
- Não é o Jin! - a voz fina e suave de Yoongi ecoou pelos meus ouvidos num tom ofensivo. Levantei meu rosto da mochila e olhei para o lado, onde o mesmo estava de braços cruzados e uma expressão inexpressiva -
- Yoon... - disse um tanto animado e um sorriso gengival tomou conta de seu rosto - O que está fazendo aqui?
- Te acolhendo num abraço - ele abriu os braços e eu, mesmo receoso, me levantei e abracei o corpo pequeno e frágil do omega, que apertou forte meu peito - mesmo eu estando muito bravo e sem entender nada, eu te devo isso... Você me acolheu tantas vezes num abraço quando estava sofrendo pelo Hoseok, porque não posso fazer o mesmo? - ele disse, enquanto afagava minhas costas -
- Eu não mereço... Você não deveria estar aqui comigo, Yoongi... - me afastei - irão pensar outra coisa de nós e Taehyung pode ficar bravo
- Fala sério, Jungkook! - ele me repreendeu - Eles conseguem sabe que tenho uma marca, não preciso ter medo... Somos amigos, não é?
- Siim!!! Somos amigos - disse, sorrindo e o puxei de novo para um abraço -
- Enfim, eu não sei o que aconteceu exatamente com você e o Tae, não sei o que caralhos você fez de errado, mas não importa... Vocês se amam e, pode demorar dias, semanas, meses ou até anos... Mas tudo vai voltar a ser como antes, tudo bem? Eu posso ser amigo do Taehyung, mas eu também sou seu e você pode contar comigo, tabom?
- Nunca pensei que você seria tão sentimental assim, Yoongi... - brinquei e recebi um tapa no braço esquerdo - mas obrigada mesmo assim - sorri e ele fez uma pequena reverência - mas, emfim... O Taehyung iria vir atrás de mim se não fosse o Jimin? - ele assentiu, desviando o olhar do meu - porque?
- Ele não sente raiva, nem tristeza, muito menos ódio... - franzi o cenho com a fala do ômega -
- C-como assim? Ele deveria ficar pelo o que eu falei, mesmo sendo sem querer - gesticulei com as mãos, rolando os olhos pela sala inteira -
- Pois é, ele não sente... Ele só quer uma explicação para isso e ele queria vir falar com você, mas Jimin está com tanto ódio de você e do que aconteceu, que está quase sequestrando o Taehyung para ele não falar e nem ver você...
- Ele não pode fazer isso... - neguei com a cabeça -
- Exato! Ele não deixa o Jimin atrapalhar ele, você sabe, melhor que ninguém, que o Taehyung não liga para a opinião dos outros, ele segue o coração e o cérebro, nunca deixa ninguém atrapalhar sua opinião... Eu realmente preciso ir, disse para eles que iria no banheiro, senão Jimin não deixaria eu vir aqui... Mas fique calmo, Taehyung falará com você na hora da saída, ok?
- Tudo bem, vai lá! - sorri e ele saiu correndo de um jeito fofo. Ri baixo e voltei a me sentar na cadeira, encarando a lousa com várias fórmulas matemáticas, olhei para o meu caderno em branco na mesa. Alterei o olhar entre as fórmulas matemáticas e o caderno - estou sem nada para fazer mesmo e também preciso me distrair... - dei de ombros, pegando uma caneta azul e começando a passar as fórmulas e todas as anotações da lousa, enquanto resmungava uma música do Justin Bieber -
[...]
- Se distraindo? - desviei meu olhar do livro de história e olhei para a figura sorridente ao meu lado. Hoseok tinha um Sprite e um hambúrguer mas mãos -
- Sim, já copiei a lousa inteira, e agora estou fazendo a tarefa de história - apontei com o lápis para folha -
- Nossa, que estudioso... Pensei que estaria chorando ou dormindo e é muito pouco tempo para você copiar isso - ele olhou para a lousa e depois para o livro. Ri baixo - mas isso não vem ao caso. Jin me mandou te alimentar - ele estendeu o hambúrguer para mim. Peguei e mordi um pedaço, sentindo o gosto gorduroso da carne atingir meu paladar - Toma, bebe um pouco - ele puxou o lacre, deixando o gás sair e o barulho satisfatório do lacre deixando o metal ecoar pela sala vazia -
- Obrigada, hyung... - sorri e peguei a lata, virando uma boa parte na minha boca e o gás borbulhar da minha garganta até meu estômago -
- E aí, qual foi o conselho que o Yoongi deu? - ele se sentou na carteira ao meu lado. Mordi um pedaço do hambúrguer e olhei de relance para ele, arqueando uma sobrancelha - Fala sério, eu sei que ele esteve aqui com você ao invés de ter ido ao banheiro. Senti que ele estava feliz e presumi que estava abraçando você, já que quando voltou estava com um cheiro de alfa e o único alfa que ele abraçaria, a não ser eu, seria você... Então vai, desembucha! - ele ordenou -
- Ele disse que Taehyung quer falar comigo e que era para mim ficar calmo - disse, com a boca cheia -
- Ei! Olha o respeito. Sua mãe não te ensinou a comer assim! - ele me repreendeu, em tom brincalhão e eu engoli o que tinha na boca, levantando um dedo para mim -
- Se eu não falasse, você me bateria, quer que eu faça o que? - dei de ombros e ele gargalhou, deixando sua energia positiva e a felicidade me atingir -
- Como você está, afinal? Vi o jeito que você correu, olhou para trás e estava tentando se distrair com a pulseira - dei de ombros, bebericando um pouco do refrigerante -
- Como sempre estive... Derrotado - suspirei, colocando a lata na mesa e deixando os ombros caírem -
- Você já me explicou essa história, mas eu nunca entendi. Porque você nunca o marcou se já passaram dois cios juntos? Como você se controla a ponto de não marcá-lo? Nenhum alfa é capaz disso, normalmente... - ele apoiou os cotovelos no joelho, juntando as mãos na altura da barriga -
- Eu iria marcá-lo já no primeiro, porque eu percebi que o amo, mas ele pediu para não marcá-lo, ele disse que confiava em mim e que eu era capaz de me controlar e apenas satisfazê-lo, com amor e carinho. Eu consegui, eu ajudei ele por três santos dias, sem marcá-lo, apenas dando amor e carinho... Ai no segundo, eu iria marcá-lo também, porque já estávamos juntos fazia três meses e nunca concretizamos isso fisicamente, apenas emocionalmente e eu tinha medo de perdê-lo, ou dele me esconder as coisas, quando precisa de mim, mas não quer causar problemas... Ele chegou a esconder a dor no segundo cio, mas eu senti o cheiro e fui atrás. Porém, ele não quis, novamente, disse que não estava pronto, que queria um tempo, tanto para a marca como um anel de compromisso. Eu respeitei, disse que estava tudo bem e que eu podia esperar, mas ainda tenho medo de alguma coisa acontecer para mim perdê-lo e aconteceu.... Eu perdi ele do jeito que eu nem seu como é, mas ele não quer me contar, então eu simplesmente estou tentando lidar com isso enquanto a minha solução não veem a cabeça, entende? Então eu não marquei porque ele não quis, não estava seguro e nem pronto... É isso que o amor faz comigo, ele me quebra ao meio quando algo ruim acontece, me amolece nos melhores momentos e me deixa submisso à ele, quando ele quer algo, eu não consigo negar... Quando ele precisa ser acolhido, eu estou lá, sempre, quando ele precisa de amor e carinho, eu dou, tudo que ele precisa. Tudo. E agora eu simplesmente penso que ele não me ama mais. Ou nunca amou - disse a última parte com a voz embargada pelo choro e Hoseok desfez o sorriso, colocando a mão no meu braço, apertando de leve -
- Vai dar tudo certo, Jungkook... Eu te prometo. Está destinado...
- Não, Hoseok! - disse, nervoso - se eu tivesse marcado ele, eu estaria com ele agora, estaria feliz e não chorando! Poderia ter ele só para mim! - disse, possessivo e Hoseok deixou o queixo cair, pasmo -
- OLHA O QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO, JEON JUNGKOOK! - ele me deu um empurrão no braço - você está virando possessivo de novo. Para com isso, cara! - coloquei os dedos nas têmporas, massageando-as e depois levei os polegares para o queixo, respirando fundo -
- Desculpa, Hoseok! Eu estou totalmente fora de mim e estou falando coisas sem lógica. - respirei fundo novamente e tirei as mãos do rosto, olhando na direção do alfa, sorrindo para conforta-lo -
- Para de dizer isso, para de tentar manipular o seu coração dizendo que você precisa tê-lo por bem ou por mal, que você deveria ter marcado ele mesmo ele não querendo. Esse Jungkook não é o mesmo de quando conheceu o Taehyung, esse Jungkook é quando não conhecia ele - ele apontou para mim, me fixando com seu olhar hipnotizador -
- É, Hoseok... Eu sei, mas parece que eu preciso ter ele para estar bem e no controle. Parece que eu preciso da voz dele, para me fazer parar e acreditar que nem sempre eu terei ele - suspirei, acabado -
- Verdade! Você nem sempre terá ele quando bem quiser, você tem que entender isso... Eu não sou o melhor em conselhos e você sabe disso, mas para! Para de ser como antes e deixa o novo Jeon Jungkook assumir, se funda a ele, jogue no lixo quem você era e se torne quem você realmente é - ele apontou para mim de novo, lançando um olhar desafiador -
- Tudo bem... - o sinal tocou e os alunos começaram a entrar na sala, conversando alto e rindo. Tampei os ouvidos e abaixei a cabeça, jogando-a contra a mesa. A voz deles chega a irritar às vezes, tudo bem que há 3 meses atrás era eu quem comandava esse bando de meninos, porém, esse eu de antes, morreu -
- Incomodado? - Hoseok se aproximou e falou no meu ouvido. Assenti com a cabeça - CALEM A BOCA, SEUS INÚTEIS! - ele gritou, sério e autoritário e logo, a sala se silenciou, sabendo que quem não obedecesse, apanharia e adivinha de quem? De mim mesmo - Agora eu vou lá dar tchau para meu bebê antes que o professor de história entre, ok? - ele se referiu a Yoongi, assenti, sorrindo e ele levantou e saiu correndo pela porta, indo atrás do ômega -
[...]
- JUNGKOOK! - Seokjin entrou correndo na sala, ofegante. Franzi o cenho, enquanto guardava o material na mala - Taehyung está parado na frente do portão, provavelmente esperando alguém - arregalei os olhos, deixando o livro cair no chão. Fiquei estático, com a boca aberta, os olhos duplicaram de tamanho e meu coração quase saiu pela boca -
- O-oque? - gaguejei, peguei o livro do chão e joguei na mala, a fechando -
- Taehyung está te esperando, cacete! - ele vociferou e fez sinal para mim me apressar antes de sair da sala -
Sai da sala em passos longos e rápidos. Tentando controlar o meu nervosismo e preocupação. Meus batimentos estavam rápidos até demais, fazendo com que meu peito subisse e descesse numa velocidade absurda. Sobe e desce atrás dele. Cheguei perto do portão e avistei de longe as madeixas morenas do ômega. Ele estava sentado no muro do lado de fora da escola, balançando os pés no ar, enquanto fitava o chão, mordendo os lábios. Me aproximei, ficando na frente do portão, em alguns metros de distância. Coloquei as mãos nos bolsos, recebendo a atenção do ômega, que levou um pequeno susto e voltou a fitar o chão e balançar os pés.
- Pensei que não iria querer mais me ver... - murmurei, enquanto me aproximava, me encostando no muro -
- Vai falar isso todas as vezes que nos vermos no final da aula? - ele falou, friamente e curto, obviamente não querendo conversar -
- Desculpa... - murmurei e ele desceu do muro, caminhando pela calçada. Apressei o passo para alcançá-lo, até ficar do lado dele, um tanto longe. Nem nossos braços chegavam a se encostar - por tudo... - completei, depois de alguns minutos de silêncio. Ele me olhou, com o cenho franzido, enquanto apertava as alças da mala com força -
- O-oque? - ele cemi cerrou os olhos na minha direção, totalmente confuso -
- Me desculpe por tudo... Me desculpa por ser esse idiota que eu sou, que fiz algo, mas nem sabe o que fez. Me Desculpe se eu te magoei e quebrei seu coraçãozinho em trilhões de pedaços, que talvez sejam incapazes de de juntar e formar apenas um novamente. Me desculpe por ser tão frágil e sensível quando o assunto é você. Me desculpe por nem sempre conseguir te proteger de tudo e todos. Me desculpe por não te dar o amor e carinho que você merece. Me desculpe por não ter amar na mesma intensidade que talvez você me ame e me desculpe por entrar na sua vida, apenas para te atrapalhar e te machucar - me lamentei, com a voz embargada pelo choro e as lágrimas escorrendo lentamente pelas minha bochechas, querendo me mostrar toda a dor e sofrimento que estou passando - Me desculpe se eu te magoei agora e por ter falado aquilo para você ontem... - balancei a cabeça, passando as mãos pelo rosto para tirar as lágrimas do rosto -
Olhei para ele de relance, penetrando meu olhar em seu rosto. Taehyung estava de cabeça baixa, os lábios pressionados e os olhos um tanto fechados, as mãos segurando a mala com força e os cabelos, cobrindo parte dos olhos. Ele andava numa linha reta, sem nem se importar se havia algo na frente. Estava de olhos fechados, deixando sua mente e seu coração o guiar. Ele respirava fundo e pesadamente, elevando e abaixando seus ombros.
- Não estou bravo com o que você falou... - ele sussurrou, quase numa súplica -
- Então me diz com o que é! Eu preciso entender, Taehyung - me pus em sua frente, fazendo ele parar bruscamente, como se soubesse, mesmo de olhos fechados, que havia algo, o impedindo de seguir em frente. Ele ainda estava de cabeça baixa e olhos fechados - Olha para mim, Tae... - pedi, desesperado. Aproximei nossos corpos, fazendo com que nossas pernas se tocassem e minha respiração, flutuava pelos ouvidos do ômega - Olha para mim, Taehyung... - pedi novamente, colocando a mão em seu queixo, levantando sua cabeça e assim, recebi o olhar cabisbaixo dele - por favor, fala comigo... - levei meu polegar até sua bochecha, fazendo um carinho preguiçoso ali -
- Para, Jungkook! Para com isso. - ele se soltou da minha mão, recuando um passo e olhando no fundo dos meus olhos - para de tentar melhorar as coisas, sendo foi você que fez a merda e continua fazendo... - vociferou, deixando sua voz se tornar rouca e aveludada, chegando a ser intimidadora -
- Parar com o que, porra? - joguei os braços para cima, deixando-os cair pesadamente contra minhas pernas. Suspirei, derrotado -
- Parar de tentar ser o príncipe encantado que eu tanto sonho... - pela primeira vez, em todos esses dias, sua voz saiu dolorosa e embargada pelo choro. Ele estava se segurando para não chorar - você foi... - ele murmurou, quase inaudível -
- Eu ainda posso ser se você deixar, pequeno... - tentei me aproximar, mas ele recuou novamente -
- Não, Jungkook! Você não pode e eu não quero. Eu cansei de correr atrás de você, cansei de me machucar e te perdoar como se fosse um cristal que se quebra, eu cansei de lutar por você... Então, por favor... Para de tentar me ter como quer e aproveite que me tem assim, até me perder de vez - Sua voz saiu quebrada e dolorosa, totalmente derrotada e estilhaçada, embargada pelo choro, com lágrimas nos olhos, que ele impedia de descer. Ele abaixou a cabeça e saiu andando rapidamente. Andei atrás dele, totalmente quebrado e machucado com o que ele disse -
Parecia que meu mundo havia parado e meu coração parasse de bater. Meus vazos sanguíneos, já não circulavam mais, as células, haviam paralisado no mesmo local. Minhas pernas recusavam de ir atrás, recusavam de correr atrás de novo, mas eu não. Meu coração, que é dele e está nele, ainda manda eu ir atrás, ainda pede para que eu tente e tente, até eu conseguir. Taehyung não é o tipo de pessoa que fala algo que seja verdade com a voz chorosa e a última fala, foi dolorosa, foi como uma metralhadora, como se ele fosse morrer e quisesse dizer suas últimas palavras à todos que ama. Uma parte de mim acredita em tudo que ele disse, outra nem está ligando e vai continuar assim, até ele decidir me explicar.
- Taehyung... - chamei, quase numa súplica. Ele parou de andar e ficou de costas para mim, respirando fundo -
- Jungkook... - ele avisou, com dor e tristeza na voz, deixando nitidamente visível que estava triste e magoado, quebrado por dentro e forte por fora -
- Eu te perdi, Taehyung... Porque ainda insiste em mim? - toquei em seu braço e ele, lentamente, se virou para mim -
- Você não me perdeu, hyung... - ele sorriu de canto, parecendo orgulhoso com a fala. Meu coração se aqueceu pelo modo que ele pronunciou o "Hyung" - apenas não temos mais um laço amoroso, mas você ainda é meu amigo... - Ele abaixou a cabeça, envergonhado - meu melhor amigo!
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