⚔️ Sixty seven ⚔️
Boa leitura 💜 (se prepara que esse aqui é grande, da só uma olhadinha no número de páginas)
"A chave do meu coração liberta o paraíso dentro de ti, basta acreditar e eu entrego ela em suas mãos, só depende de você"
N A R R A D O R
A comemoração sul coreana é mais conhecida por ser denominada um feriado amoroso. Um dia para celebrar o amor entre as pessoas e passar com quem você mais ama. Muito diferente do que vemos em outros países asiáticos, a Coreia do Sul considera o Natal um feriado, ou seja, todos os trabalhadores e estudantes tiram uma folga para ficar com quem ama. E assim, tem que haver música e elas não se encaixam no nosso padrão de música "Jingle Bells", é mais para um "All I want for christmas is you". As igrejas geralmente são decoradas com luzes de néon chamativas e muitas têm uma cruz vermelha brilhante no topo. Pode soar muito estranho, mas o presente mais comum e que as pessoas mais gostam de ganhar no natal é dinheiro, muito dinheiro. Não é muito diferente, levando em conta que família e amigos são o destaque.
A programação dos dois consecutivos dias para a comemoração natalina da família Jeon e da família Kim seria a seguinte: Passar a noite com a família, após uma tarde de descanso e calmaria para alguns, levando em conta que certas pessoas preparariam a enorme ceia. Com músicas típicas da época, bebidas quentes, abraços quentes, declarações para pessoas que você ama e quem sabe um milagre de natal acontece e começa a nevar, certo? A ceia natalina às 00:00 como sempre foi para as duas famílias. E por mais brasileiro que isso soa, um discurso dos representantes da família. Trocas de presentes, ficar juntos até irem dormir e no próximo dia para finalizar a comemoração: um almoço familiar. Agora vamos dar início a esse incrível capítulo, que deixo um recado, é bem grande.
O dia estava frio, com temperatura abaixo de cinco graus. O sol estava lá como sempre, quente o suficiente para dar aquele clima gostoso de natal. Todas as casas ao redor da praia piscavam em cores natalinas e as ruas estavam decoradas, provavelmente pela prefeitura da cidade. A enorme casa de quatro andares estava um silêncio, com pouquíssimo movimento. Todos os pisca piscas da casa estavam ligados, a casa estava linda. A árvore estava recheada de presentes envolta e a única coisa que esqueceram era a madeira para a fogueira.
A senhora Kim acordara às seis da manhã para começar a preparar a ceia, aliás, havia muitas pessoas naquela casa e estariam morrendo de fome as 00:00. Ao contrário, a senhora Jeon preferiu por dormir por mais alguns minutos, mas logo estaria na cozinha ajudando a amiga a preparar tudo. Haviam decidido por preparar um café da manhã recheado lá pelas 11:00, assim todos estariam bem descansados. E quem sentisse fome no meio período, provavelmente prepararia alguma coisa rápida ou comeria aperitivos prontos.
- Bom dia e feliz véspera de natal!!! - Hwa Young saudou feliz, abraçando Choon Hee, que virou para a mulher e sorriu, retribuindo o abraço e a saudando. - Como estão as coisas? Precisa de alguma coisa?
- Preciso de ajuda - as duas riram e a senhora Jeon aprontou-se para ajudar. - Esquecemos a madeira, Hwa. - a mais velha jogou a mão na testa fortemente e balançou a cabeça em negação. - Vou pedir para Jungkook ir comprar... - A senhora Jeon apressou-se em parar a mulher quando a mesma virava-se para subir as escadas em direção ao alfa.
- Não podemos fazer isso! - Choon Hee se assustou e de cara percebeu que estava escondendo algo - Nenhuma loja ou banca fica aberta em véspera de natal, você sabe... - Choon Hee espremeu os olhos em direção a amiga, de forma desconfiada, sabia que Hwa Young escondia algo.
- O que está me escondendo, mulher? - cruzou os braços no peito e fez uma expressão séria para Hwa, que engoliu em seco e negou com a cabeça.
- Jeon teria que voltar a cidade e com Taehyung aqui... ele sentiria falta dele e provavelmente não cairia bem para uma manhã de natal - ela gaguejava e gesticulava com as mãos, nervosa. - Ainda mais com esse problema do Taehy.
- Você tem alguma coisa para me contar, Hwa Young? - franziu o cenho e ficou encarando a mulher por um longo período.
- Eu não, vou pedir para o meu marido ir comprar, eu.... eu já volto - saiu tropeçando da cozinha e correu escadas a cima, deixando Choon Hee sozinha no local.
A senhora Kim decidiu deixar aquilo para lá, por mais que o sentimento de desconfiança estivesse corroendo seus nervos. Voltou a preparar as comidas e rapidamente Hwa Young desceu com o marido em seu encalço, com roupas de sair e uma cara de sono. Atrás deles, Taehyung descia entorpecido de sono, com os cabelos desengonçados e os olhos quase se fechando novamente.
- Feliz véspera!
Por mais zonzo que estava de sono, Taehyung conseguiu fazer aquilo soar muito feliz e animado, deu um abraço no sogro e na sogra e algumas palavras bonitas.
- Omma!! - exclamou ao ver a mulher de costas, fazendo alguma coisa na bancada da cozinha, mas logo virou quando ouviu a voz doce de Taehyung.
- Meu filho - falou sorrindo, limpando as mãos molhadas no avental colorido que usava. Taehyung correu e abraçou a mulher, quase fazendo-a cair. - Feliz véspera, pequeno.
- Feliz véspera, omma! - O garoto apertava a mãe fortemente em seus braços, sorrindo incontrolavelmente. - Eu te amo muito, obrigada por tudo que você já fez por mim e espero que ainda vai fazer. Que o nosso ano seja recheado de coisas boas e novas. - a mulher tinha os olhos brilhando de alegria com o ato do filho.
- Eu também te amo muito, Taehy-ah. Meu trabalho como mãe é te manter seguro e fazer tudo que estiver ao meu encalce para te ver feliz - Taehyung se desvencilhou para olhar nos olhos da mulher e sorriu quadrado - Eu espero que esteja fazendo esse trabalho direito e obrigada por proporcionar esse momento para todos nós. - Taehyung beijou-lhe na bochecha.
Taehyung estava tão desligado que não prestara atenção quando Jeon descia as escadas sonolento, em direção ao menor, mas parou assim que viu a mãe.
Nunca passaram um natal juntos desde que o garoto mudara e se transformara em outro. Não sabia mesmo como agir naquela situação, não sabia se deveria abraçar a mãe ou só trocar algumas palavra. Mas não precisou pensar, a mulher o avistou e correu na direção do filho meio receosa, mas o abraçou fortemente. Jungkook não recuou, abraçou a mulher de volta.
- Feliz véspera de natal, Omma - Jungkook falou, tentando não soar meio desajeitado. - Nunca comemoramos um natal parecendo mesmo mãe e filho, mas eu 'to muito feliz por poder ter essa experiência e como seu sempre digo, me desculpe por tudo que eu já fiz você passar. - podia ouvir a mãe soluçar baixo - Espero que a gente aproveite muito esse dia, eu te amo muito.
- Jungkook, querido... - a mulher se desvencilhou e segurou o rosto do filho com as duas mãos - não precisa se desculpar, você está aqui, certo? Você sempre foi e sempre vai ser o garoto que eu criei para ser. E eu não podia estar mais feliz de estarmos todos juntos e felizes. - Jungkook sorriu - Eu te amo muito, meu amor e feliz véspera de natal.
Os dois foram de encontro a Taehyung e Choon Hee, que comiam biscoitos doces logo pela manhã. Taehyung avistou o namorado e pulou em seus braços. Jeon cambaleou por um momento, mas tomou equilíbrio e abraçou o menino. Passou os braços pela cintura fina e apertou forte, forte e forte. Taehyung dava gritinhos de felicidade enquanto apertava os braços ao redor do pescoço alheio e rodeava as pernas na cintura de Jungkook.
- Feliz véspera, bebê - Jeon sibilou em seu ouvido, lhe beijando na têmpora, com um sorriso enorme e verdadeiro nos lábios, - Eu te amo muito. - dizia aquilo com pura sinceridade e intensidade.
- Feliz véspera, Jungkookie-ssi - Taehyung estava tão feliz, que por um momento Jeon viu as orbes escuras brilhando. O menor encheu o rosto do alfa de beijos, fazendo o mesmo rir. - Eu te amo muito, muito, muito. É nosso primeiro natal juntos - Taehyung estava muito animado, muito mesmo e os três estavam tão feliz em ver aquilo. - Eu tenho uma surpresa para você - falou e desceu do colo do alfa, segurando as mãos alheias.
Jeon fez uma cara de surpreso e realmente não podia conter toda a felicidade que tinha dentro dele. Por estar com quem ama e por ver seu pequeno daquele jeito. Taehyung pulava todo animado na frente dele, balançando seus braços junto.
- Ah é? - Taehyung assentiu freneticamente - pois fique sabendo que eu também tenho uma surpresa para você, seu sapeca - Jungkook tocou o nariz do Kim com a ponta do dedo.
- Eu tenho duas - Mostrou a língua para o maior e cruzou os braços, fazendo biquinho.
- Eu também tenho duas, senhor Kim Taehyung - Jeon falou em tom desafiador, cruzando os braços também - Você só vai ganhar a surpresa número um se chegar primeiro do que eu no quarto e não vale usar elevador - Jeon riu e saiu correndo pelas escadas, com Taehyung gritando e correndo em seu encalço.
- NÃO ACORDEM OS OUTROS, MENINOS - Hwa young gritou, rindo.
Quando chegavam perto do quarto, Jungkook desacelerou e deixou Taehyung lhe ultrapassar, vendo ele entrar com tudo no quarto, gritando de comemoração. Jungkook correu desesperado para Taehyung não acordar os outros e fechou a porta atrás de si.
- GANHEI! - Taehyung jogou os braços para cima, gritando. Se jogou entre os lençóis e edredons, cansado da corrida.
Jungkook se juntou a ele, puxando o menor para seu peito. Conseguia ouvir seu próprio batimento desacelerado e em meros segundos, seus batimentos se sincronizaram. Os dois se acalmaram depois de um tempo em silencio.
Jungkook se levantou e foi em direção a sua mala que estava dentro do closet, já vazio pelos presentes que estavam embaixo da árvore. Respirou fundo e tirou de dentro da mala uma caixa de vidro retangular e pequena. De cor branca pura e cintilante, onde não se podia ver o que estava dentro. Tinha uma fita vermelha a fechando. Enlaçada no formato de um laço no lado esquerdo e a fita seguia para o lado direito. A caixa tinha o fundo aveludado vermelho vivo.
Decidira dar esse presente separado dos outros, mas para não ficar mal, tinha comprado outro presente a Taehyung. Nem imaginava que o menor tinha feito o mesmo. Sabia que Taehyung ia surtar, mas queria fazer mesmo assim. Caminhou em direção ao menor, com a caixa em suas mãos. Taehyung levou um susto de imediato, arregalando os olhos e levando as mãos a boca.
- Jungkook, o que é... - Taehyung perguntou, gaguejando e com o corpo todo tremendo.
- Olha, eu sei que você vai achar muito cedo para isso - Sentou na frente do ômega, colocando a caixa em seu colo - mas eu não consigo imaginar acordar sem você do meu lado ou virar para o lado e ver você cozinhando, cuidar de você quando está doente ou te levar para escola todo dia e depois ir para faculdade. - Taehyung chorava, não de soluçar, mas as lágrimas escorriam pelo seu rosto junto com um sorriso largo - Eu desisti de todos os meus sonhos, mas é porque você se tornou meu novo sonho, Tae. O meu sonho está bem aqui na minha frente e eu quero começar uma nova fase com você, para valer. - Jeon limpou as lágrimas de seu namorado com os polegares, se segurando para não chorar junto. - Assim que eu começar a faculdade, vamos se ver muito pouco e eu não quero isso para mim e nem para você. A gente pode dar um jeito de fazer tudo isso dar certo, você pode levar Jimin e Yoongi para passarem uma noite na nossa própria casa, eles podem dormir lá ou estudar. - Taehyung assentiu com a cabeça e Jungkook não se segurou. Deixou as lágrimas rolarem - Eu te amo para caralho, bebê. Você se tornou minha vida no momento que eu te vi pela primeira vez e mesmo que eu não tinha me tocado naquele minuto, eu sabia que você seria algo muito maior. Você se tornou o homem da minha vida, meu porto seguro e a pessoa com quem eu tenho certeza que vou passar o resto da minha vida. A gente pode dar mais um passo e seguir um pouco mais adiante. A gente vai fazer planos todos os dias, eu vou ir te buscar na escola sempre que eu puder, a gente vai dividir as tarefas ou quem sabe fazer elas juntas e ah, eu vou poder andar só de cueca pelo apartamento - Jungkook riu e Taehyung o acompanhou. - Eu tenho meus defeitos, eu tenho meus erros, mas conhecer você não é um deles, pequeno. - Jeon acariciou a bochecha do menor, sorrindo - Eu estou abrindo uma nova porta para gente e é só você aceitar - Jungkook abriu a caixa e Taehyung apertou os olhos de felicidade. - Você quer morar comigo?
- Eu pensei que nunca iria pedir - Taehyung falou, enxugando as lágrimas e abraçou Jungkook, beijando-o profundamente - a gente vai poder fazer tudo que a gente quiser, hyung - Jungkook murmurou um "uhum" contra a pele quente do ômega. Sabia que um pedido de casamento era muito para processar, até porque ele estava entrando na faculdade e Taehyung terminaria o colegial ainda naquele ano. - É óbvio que eu aceito, Kookie - Taehyung se desvencilhou e se deixou olhar a caixa com cuidado.
A chave de dentro era de cor dourado puro, cintilando naquele tecido vermelho vivo. Taehyung lembrou de quando conversava com a sogra e a mesma comentou sobre eles morarem juntos e tudo fazia tanto sentido agora. Não podia estar mais feliz do que estava naquele momento, mesmo com todos os problemas. Guardou a chave de volta na caixa e a colocou no criado mudo ao lado.
- Eu te amo muito e obrigada por isso - Jungkook sorriu com a fala, segurou o rosto do menor nas mãos e beijou-lhe na testa. - Agora é a minha vez. Não é tão incrível quanto o seu, mas eu tenho certeza que significa muito - Taehyung se levantou e correu em direção a televisão, vasculhando as gavetas do móvel - Esse não é meu presente, mas eu estava com Jimin e Yoongi no shopping naquele dia e eles acharam que seria uma boa lembrança por tudo o caminho que a gente cruzou até aqui.
Taehyung tirou uma caixa quadrada aveludada de dentro da gaveta, passando a mão por cima do tecido escrito "kth+jjk". Não era um pedido igual de Jungkook, mas era uma porta que abrira e queria oficializar isso. Talvez não significasse o mundo ao redor deles, mas significava o mundinho que eles viviam todo dia e significava os segredos que nele continham, os sentimentos que carregavam todos os dias e tudo que enfrentaram nesse último ano para estarem onde estão. Taehyung nunca se sentira tão feliz e tão protegido quanto se sentia perto de Jeon e não queria perder isso nunca.
Jungkook olhava curioso para a caixinha que Taehyung carregava. Não fazia a menor ideia do que seria, mas ainda estava atordoado demais com o fato de que iriam morar juntos e por mais que viviam grudados, morar juntos já é outro patamar. Porém, não negava que queria que acontecesse logo.
- Acho que com tudo que a gente viveu esse ano, eu só tenho que te agradecer por cada coisinha. - se virou para o alfa com um sorriso ladino nos lábios - você libertou algo dentro de mim que mais ninguém conseguiu, você me amou, cuidou, protegeu e apoiou. - Jungkook assentiu com a cabeça, sentindo aquele negócio estranho no coração quando estamos perto de quem ama. - você libertou meu paraíso e eu libertei o seu e a gente está junto nele. Sempre e para sempre - se aproximou até estar sentado na frente do alfa - A chave do meu coração liberta o paraíso dentro de ti, basta acreditar e eu entrego ela em suas mãos, só depende de você. - Taehyung abriu a caixa e viu um sorriso gigante aparecer nos lábios de seu alfa.
Um conjunto. Uma corrente com uma pequena chave como pingente e um colar com um coração contendo o formato de uma chave. Os dois se encaixavam perfeitamente, brilhando em prata puro com enfeites de diamante. A pulseira só se abria com a chave do colar e o colar só se fechava com o coração ligado. Era lindo.
- É lindo. Obrigada - Jeon murmurou. Os olhos brilhando e um arrepio percorrendo todo seu corpo. - Eu acredito, Taehyungie - O ômega pegou a corrente e colocou no pescoço do alfa e pediu que o mesmo fechasse a pulseira. - Vem aqui.
Jungkook depositou uma mão na cintura do ômega e uma no seu pescoço, o trazendo perto o suficiente para selar seus lábios em um beijo simples, mas intenso. Acabaram de completar mais uma peça do quebra cabeça. Uma promessa. Um destino. Um final.
Colou sua testa na do seu pequeno e seu coração explodia em mil cores e mil emoções. Explodia de felicidade.
- Eu te amo muito, bebê - sussurrou e Taehyung abraçou seu corpo. - Feliz véspera.
- Feliz véspera, Jungkook-ah - sorriu e deixou um beijo na pele exposta do pescoço do maior - eu também te amo muito. Não é a melhor véspera de todas? - arrancou uma risada de Jeon, que concordou e acariciou os fios macios.
- A noite vai ser melhor e amanhã melhor ainda e quando nossos amigos chegarem, vai ser perfeito.
- Tirando o fato de que os hyungs vão ficar aqui com a gente no quarto e não poderemos ficar sozinhos - Taehyung sorriu sacana e Jeon revirou os olhos, brincando.
- Temos o banho juntos - sussurrou ao pé do ouvido do ômega, os lábios roçando na pele quente. Taehyung estremeceu. - Acho que isso merece um banho de banheira, com direito a espuma de morango.
- Isso! - Taehyung exclamou feliz, sendo carregada no colo até o banheiro - mas são seis horas da manhã ainda, Kookie - disse manhoso. Queria dormir, na verdade.
- Você quer voltar a dormir e mais tarde a gente toma um banho juntinho? - colocou o garoto na bancada, ficando entre as pernas dele.
- Quero, se não for te incomodar - Jungkook negou com a cabeça e Taehyung beijou sua bochecha.
- Só vou escovar os dentes e a gente volta para a cama - Taehyung assentiu e observou o namorado fazer sua higiene bucal. Jungkook se sentiu observado, mas não ligava, isso fazia-o se sentir o garoto mais especial do mundo.
Jeon terminou sua higiene bucal e os dois voltaram para cama. Ainda tinham longas horas para descansar, por mais que queriam ajudar as mães na preparação de tudo. Jungkook puxou Taehyung para seus braços e o mesmo depositou a cabeça na pele exposta do peito do alfa, abraçando-lhe a cintura. Se cobriram e se aconchegarão debaixo dos edredons com aquele frio.
- Ainda não acredito que iremos morar juntos, hyung- Taehyung falou e sentiu o coração de Jungkook acelerar.
- Nem eu - encostou a bochecha nos cabelos macios - vamos poder fazer tudo que quisermos, decorarmos como quisermos, se vestir como quisermos. - Taehyung riu fraco, assentindo.
- Posso admitir uma coisa?
- Claro que pode.
- Estou com medo, Jungkook-ssi - Taehyung admitiu e Jeon sentiu a voz do mais novo estremecer.
- Medo do que, Taehy? - a voz de Jungkook saiu calma e suave, tranquilizadora. - De vir morar comigo? - Taehyung mexeu a cabeça negativamente. - Do que então?
- Eu não sou bobo, Jungkook - Taehyung deu de ombros - eu sei o que vocês estavam conversando ontem, sobre eu não estar bem - Jungkook disse um "hm" - e me fizeram pensar profundamente se a gente não deveria ir embora logo depois de amanhã. Estou com medo de mim mesmo. - Jeon segurou um suspiro ao ouvir aquilo.
- Hey, ninguém vai embora depois de amanhã, ok? - Jeon se ergueu um pouco, o suficiente para olhar nos olhos do ômega. A cabeça do garoto estava deitada em seu braço e os rostos estavam a milímetros de distância. Jungkook sentia o medo se aflorando na pele de seu ômega - Você não deveria ter medo de você mesmo, meu amor. Você é perfeito - falou a palavra pausadamente - Todos temos traumas e medos mas eles nunca podem fazer a gente desistir. Jamais, ouviu? - as palavras de Jungkook fizeram o Kim se acalmar um pouco e assentiu com aquilo - Depois do ano novo a gente vai voltar e cuidar disso antes do retorno das aulas. Eu vou sempre te proteger de todo mal desse mundo, se eu puder eu vou absorver todas essas suas dores e guardar elas comigo em um lugar bem fundo do meu coração. Não precisa ter medo, você está seguro - dizia enquanto mexia nas mechas de cabelo na frente dos olhos do Kim.
- Mas não é assim, hyung - Taehyung deixou escapar um longo e doloroso suspiro. - Não é simples, eu queria que fosse.
- Como assim? - o alfa se encontrava confuso agora.
- Eu só queria poder socar alguma coisa várias vezes e com muita força, gritar e chorar. - O coração de Taehyung se estralava de dor e o de Jeon se quebrava em mil pedaços por ouvir aquilo.
- Não fala isso, Tae-ah - pediu, trazendo-o mais para perto.
- É verdade - disse simplista, desviando o olhar do alfa, que o olhava com um ar sério.
- Então faz isso em mim - sugeriu e Taehyung lhe olhou incrédulo - Não quero que faça em si mesmo, na parede ou em alguém. Faça em mim e eu poderei controlar caso algo de errado.
- Obviamente não, hyung. Você enlouqueceu? - Taehyung não se segurou e por fim deixou um sorrisinho pequeno sair de seus lábios.
- Estou falando sério, Taehyung.
- Eu não vou te socar - negou com a cabeça e desviou o olhar de mim. E de repente, uma ideia genial surgiu na mente de Jeon, um pouco arriscada, mas sabia que ajudaria.
- Você nem é forte assim, não vou me machucar - Taehyung rolou os olhos para Jeon com um ar desafiador e um pouco chocado que o mesmo dissera aquilo. Prensou sua língua na bochecha e cerrou os olhos.
Em um piscar de olhos, os dois brincavam de lutinha na cama grande. Tudo na brincadeira. Jungkook o jogava na cama, mas Taehyung era mais esperto e o jogava antes, ficando por cima. Os pés de Jeon enroscaram-se na cintura alheia e rodaram Taehyung, trocando às posições. E o que era para ser uma brincadeira, na visão de Taehyung, não se tornou uma. Jeon conseguira o que queria.
Queria mesmo que Taehyung fosse descontar em si. Não o queria machucando a si mesmo ou outro alguém. Mesmo que seria doloroso de ver, poderia cuidar do menor depois, o abraçar, beijar, fazê-lo dormir e o acalmar. Podia estar doido, mas nada superava o fato de que tinha que proteger Taehyung.
Tudo o que o Kim sentia naquele momento se despertou. Sua tristeza, seu luto, sua raiva, a culpa que botava em si mesmo e a saudade que sentia de sua halmoni. Jungkook o segurava com uma certa força, basicamente o forçando a liberar tudo aquilo.
- Não, kookie - sussurrou, com os olhos pidões. Sabia o que o alfa estava fazendo e sabia que iria fazer bem, mas não queria.
- Vamos, Taehy, eu vou estar aqui o tempo todo, vou cuidar de você - assegurou e aquilo foi tudo para o ômega liberar as lágrimas.
Taehyung se libertou, como um pássaro. As lágrimas corriam pesadamente e excessivamente pelo seu rosto, soluçando e por mais aliviante e libertador que fosse, doía. Seu peito doía, seu coração doía, seu corpo todo doía.
Tanto como doía no Kim, doía em Jungkook em precisar ver aquela cena e principalmente por sentir tudo que seu ômega estava sentindo. Era horrível, queria que aquilo acabasse logo, mas esperaria o quanto Taehyung precisasse. Um lado de seu coração dizia para fazê-lo parar e o outro lado dizia para deixar ele se aliviar. Todo seu corpo enfraquecia e ele só queria acalmar o garoto, mas sabia que não era isso que ele precisava. Seus olhos ardiam e não conseguia se mover.
Taehyung se debatia debaixo do alfa, chorando, gritando e soluçando. Batia no alfa e não parou para pensar que talvez estivesse machucando o mesmo, não podia e não conseguia, então só continuou.
Jeon ainda tinha os olhos vidrados no garoto abaixo de si e então, para tentar se acalmar e suportar os socos que levava, por mais que não eram doloridos, pensou no porque fazia aquilo e porque o amava. Porque estava ali, porque estavam ali e porque se uniram para sempre. Quando se viram pela primeira vez, quando foi o primeiro beijo, como foi a primeira briga. O alfa tentava se lembrar dos mínimos e mais sigilosos detalhes da história deles. Fazia aquilo porque o amava e o amava por Taehyung ser como ele é. Por ser a pessoa mais linda e carinhosa que já pode conhecer. Por ser delicado e dedicado em tudo. Por se entregar de corpo e alma naquilo que tem fé. Por ter dado uma chance para o mesmo e por o amar. Estava ali porque fizera uma promessa e não pretendia a descumprir. Estavam ali porque estavam construindo uma vida e uma história de amor. Estavam ali porque se encontravam na escuridão e na luz um do outro.
As palavras vinham a sua mente e por um único segundo conseguiu esquecer o garoto abaixo de si, mesmo não querendo. Precisava. Os gritos, o choro e os socos iam ficando mais lentos e mais fracos. O rosto do ômega se encontrava inchado e molhado. Seus punhos estavam levemente avermelhados e cerrados com força. E após um tempo, Taehyung não tinha mais forças.
- Não dói tanto - A voz do ômega saiu tão baixa e tão fraca que Jeon quase não ouviu. O menor apontou para o peito e Jeon seguiu com o olhar. - me abraça
- está tudo bem, bebê - tirou os cabelos do rosto e deixou um beijo molhado na bochecha, sentindo o gosto salgado das lágrimas.
Jungkook se sentou ao lado dele e o puxou para si, embalando-o nos braços como um bebê. Uma mão passava pela cintura e a outra pelos ombros. A cabeça de Taehyung recostava suavemente em seu peito e as mãos alheias apertavam fortemente a cintura do alfa. A pele quente e macia de Jungkook acalmou Taehyung e todo seu corpo parou. Estava seguro.
- obrigada, Kookie-ah - sussurrou e se esforçou para dar um sorriso para o namorado, que o balançava lentamente para frente e para trás.
- Eu sempre cuidarei de você, meu pequeno - beijou a pontinha de seu nariz e viu Taehyung franzi-lo em um ato fofo - eu já disse que até chorando você fica lindo? - Taehyung assentiu. - Vamos, descanse um pouco, estarei aqui quando você acordar.
- Canta - pediu em uma súplica, com seus olhos fechados. - Canta, Kookie, canta...
Jungkook atendeu o pedido e em segundos, estava cantando "all of me". Cantava enquanto olhava o Kim, que resmungava a letra da música deles.
Cause all of me (porque tudo de mim)
Loves all of you (ama tudo de você)
Love your curves and all your edges(todas suas curvas e seus contornos)
All your perfect imperfections (todas as suas imperfeições perfeitas)
Give your all to me (me de tudo de você)
I'll give my all to you (Eu darei tudo de mim para você)
You're my end and my beginning (você é meu fim e meu começo)
Even when I lose I'm winning (mesmo quando eu perco estou ganhando)
'Cause I give you all of me (porque eu te dou tudo de mim)
And you give me all of you (e você me da tudo de você)
Taehyung pegou no sono, mas Jeon continuou cantando a música que os representava, olhando-o com os olhos brilhantes. Tinha cumprido sua promessa.
Passou-se duas longas e calmas horas e mesmo assim Jungkook não conseguia tirar os olhos de Taehyung. Queria se certificar de que o garoto estava bem, dormindo tranquilamente em seus braços, quente e aconchegante. Tinha certeza que a casa estava um silêncio e provavelmente as únicas pessoas acordadas eram os dois, a senhora Kim, a senhora Jeon e o senhor Jeon, que havia ido buscar madeira para a lareira, então não se preocupou com o horário.
Seu celular começou a vibrar na mesinha ao lado e o alfa esticou a mão lentamente, para não acordar o garoto, e alcançou o aparelho. SeokJin, Namjoon e Hoseok o ligavam por vídeo, provavelmente querendo deseja um feliz natal e papear um pouco. Resistiu um pouco para atender, mas depois cedeu, deixando a ligação um pouco baixa e sussurrando.
- Hey - saudou, erguendo o celular a sua frente para mostrar o rosto - Feliz véspera, gente - sorriu, falando baixo.
- Feliz véspera, Kookie - SeokJin praticamente gritou e Jeon fez sinal de silêncio. O Kim franziu o cenho, mas atendeu ao pedido.
- Feliz véspera para você e Taehyung, para toda a sua família e a dele também - Hoseok, com o sorriso insanamente contagiante falou, contente. - Onde está Taehyung? Quero falar com ele. - Jeon rolou os olhos para baixo, mas pareceram não notar.
- Feliz véspera, meninos - Namjoon acenou com a mão e deixou suas lindas covinhas aparecerem em um sorriso ladino.
- Obrigada - movimentou a cabeça em um aceno respeitoso.
- Porque está sussurrando? - SeokJin perguntou e Jungkook mirou a câmera no pequeno garoto que dormia em seus braços, abraçado em seu tronco.
- Por isso. - os três reagiram de uma forma fofa, arrancando risadas de Jeon. - Eu não sei se ele está muito bem, quer dizer... ele não está - apoiou o celular em um travesseiro de modo direcionado a ele. Ajeitou Taehyung em seus braços e suspirou leve.
- Porque, Jungkook? - os três falaram em uníssono, claramente preocupados.
- Vocês sabem que a halmoni dele faleceu uns meses atrás e ele parece estar.... traumatizado - disse, com um sorriso um pouco triste e deu de ombros. - eu pedi a ele que descontasse tudo em mim
- Como assim? - Hoseok ergueu um pouco a voz, mas nada ameaçador, só preocupado. Namjoon pareceu entender, mas ficou quieto.
- Descontar gritar? - SeokJin franziu o cenho e Jeon assentiu. - Deixou ele te bater, né? Estou vendo seu peito avermelhado ainda - Jeon sorriu inocente, mas assentiu.
- Não machucou, hyung...
- Jungkook está dizendo que pediu a Taehyung que descontasse em si para cuidar dele depois, como está fazendo agora - Namjoon disse simplista, mas ainda esbravejava esperteza. Chegava a dar inveja.
- Sim... - desviou o olhar dos três e mirou Taehyung.
O garoto se remexeu no colo de Jeon e resmungou, apoiando a mão no peito nu. Seus olhinhos, ainda inchados e vermelhos se abriram lentamente e sua boca rosada abriu um sorriso ao ver a figura de Jeon acima de si. Jungkook sorriu largo, arrastando os dedos gelados pela pele da cintura do ômega.
- Bom dia, Tae Tae - disse e lhe beijou rapidamente, ignorando os olhares apaixonados dos amigos.
- Bom dia, hyung.
- Bom dia, Taehy-ah - SeokJin disse com felicidade e ânimo, chamando a atenção do pequeno.
- Jin hyung! - disse feliz, se sentando ao lado de Jeon e puxando o celular para si. - Namjoon hyung! Hoseok hyung! - exclamou e exibiu um sorriso quadrado lindo. - Feliz véspera- disse e os outros três devolveram-no.
- Como você está, Tae? - Hoseok perguntou, aparentemente deitado em sua cama debaixo das cobertas.
- Estou indo - descansou a cabeça no ombro de Jeon, que o acolheu com os braços envolta do pescoço. Os três mais velhos pareceram não acreditar, mas deixaram quieto. - Vocês podiam vir para cá dia vinte e seis já, porque só dia vinte e nove? - disse manhoso, fazendo os quatro presentes rirem.
- Porque temos que passar um tempo com a nossa família também, Taehy-ah - Namjoon respondeu, fofo. Jungkook se derretia de amores pelo jeito que seus hyungs o tratavam e graças a Deus não sentia ciúmes. - mas podemos tentar ir dia vinte e sete bem de madrugada ou vinte e oito bem cedinho.
- Vinte e sete bem de madrugada não parece tão ruim - Jeon concordou e já viu Taehyung se animando com o fato. - Coloque Jimin e Yoongi na chamada, pequeno - sugeriu e Taehyung logo o fez, recebendo os amigos sonolentos com um "feliz véspera" animado.
- Gente, são nove da manhã, nem isso - Yoongi resmungou, fechando os olhos.
- Vocês vão vir dia vinte e sete de madrugada, gente - Taehyung praticamente avisou, sem perguntar se podiam, mas nenhum deles protestou.
- Não era dia vinte e nove? - Jimin se sentou na cama, esfregando os olhos.
- Era, mas Taehyung quer que cheguem logo aqui - Jungkook falou e riu, sendo acompanhado pelos outros.
Passaram um tempo ainda conversando até que desligaram para ficar com a família. Jungkook olhou o relógio e já eram quase dez horas da manhã. Taehyung deitou a cabeça no seu colo e abraçou a coxa dele.
- Está tudo bem? - perguntou, levando a mão aos fios um pouco bagunçados do Kim.
- Sim.
- Você está se sentindo melhor?
- Sim.
- Taehy...
- Sim?
- Converse comigo - insistiu, pousando a mão no ombro alheio.
- Eu te machuquei, não foi? - perguntou com uma leve culpa na voz e Jungkook franziu os lábios. - Me desculpe.
- Taehyungie - chamou choroso - você não me machucou e pare de pedir desculpas por essas coisas. Eu fiz você se libertar, não se culpe por isso, pequeno. - as palavras relaxaram o garoto. - Você está se sentimento melhor de verdade? - o ômega assentiu freneticamente. - Então é isso que importa - sorriu e soube que Taehyung sorria também.
Taehyung mexeu a cabeça sob a mão de Jeon, pedindo por carinho enquanto ronronava como um gatinho. Estava tão fofo na visão de Jungkook. O mais velho atendeu a seu pedido. Conversaram um pouco em como ia ser o dia deles, em que roupa usariam e Taehyung começou a se alegrar novamente. Seu humor e seus sentimentos estavam oscilando demais.
[...]
Era uma noite extremamente calma e quieta. A casa cheia estava silenciosa e quase sem movimento, chegava a ser estranho. As crianças brincavam na brinquedoteca, os adolescentes/adultos dormiam ainda e os mais velhos ou estavam pensando em como iriam se arrumar para noite ou estavam ajudando na ceia.
Taehyung e Jungkook se encontravam na sala principal, sentados no sofá. Ao lado deles, Jong Hyun e Byeol viam alguma série no notebook. Yun estava no celular deitada no divã no canto da sala e os gêmeos disputavam uma partida de xadrez. O alfa passava os canais entediado enquanto Taehyung cantarolava alguma música. O ômega começou a observar a árvore alta e brilhante, mas faltava algo, sentia isso.
Se levantou quando viu algo dourado brilhante escondido entre os presentes. Correu até lá e teve quase que mergulhar dentro, já que o objeto estava muito no fundo.
- Tae, o que está fazendo? - Jungkook perguntou, rindo um pouco da situação um tanto quanto desastrosa do namorado.
- Achei! - exclamou, levantando o objeto dourado no alto - A estrela, Kookie, a estrela - disse animado, balançando ela na frente do rosto de Jungkook.
- Esquecemos da estrela? - disse, fingindo estar chocado para alegrar Taehyung.
- Isso é um crime, não podemos esquecer dela - aproximou-a de seu próprio rosto e depois olhou para a árvore - vamos, me ajude.
Jungkook lhe encarou como se falasse "isso é sério?". Não tinha ideia como ia alcançar o topo daquela árvore e muito menos Taehyung, que era menor. Olhou para Taehyung e levantou rapidamente percebendo que era sério. Jogou a cabeça para trás, seguindo o olho pela altura da árvore e suspirou.
Jeon logo virou as costas para Taehyung, lhe dando permissão para subir e assim se fez. Jungkook lhe segurou pelas pernas, pedindo que o mesmo enlaçasse as mesmas em sua cintura. Ainda não era alto o suficiente. Jungkook riu e ouviu Taehyung o acompanhar.
- Ok, suba no meu pescoço - Taehyung arregalou os olhos com a fala. - Suba, Tae.
- Não, vou te machucar - negou com a cabeça, mas quando viu, Jungkook se curvava para o mesmo ir para frente, até estar em cima de seus ombros. - Aish, você é muito teimoso - resmungou e recebeu uma leve cócegas na sola do pé, o que o fez se mexer em cima de Jeon.
- Tae!! - exclamou quando o mesmo se inclinava sem equilíbrio. Jungkook e todos os outros não puderam deixar de rir e pedir para ele tomar cuidado. O alfa tinha os braços meio abertos, tentando se manter estável. - Segure minha cabeça, criancinha
Taehyung obedeceu e afundou os dedos nas madeixas macias de Jeon, sentindo o aroma de pêssego mesclado com maçã invadir suas narinas. Adorava aquele cheiro. E pareceu acorda-lo e assim se equilibrou.
- Vou aproximar da árvore, mas não se incline ou vamos estragar tudo - Taehyung assentiu mesmo que Jungkook não pudesse vê-lo. As mãos do maior seguraram-lhe os tornozelos firmes.
Os outros riam dos dois garotos, mas olhavam eles com olhares apaixonados. Era uma relação e uma química incrível. Taehyung conseguiu posicionar a estrela dourada no topo e gritou em comemoração, sendo girado por Jungkook.
- Taaeee!! - Jungkook gritou quando o menor se desequilibrou e caiu de seus ombros, indo para o lado. Por sorte, Jeon foi rápido e o pegou antes que caísse - Seu doido - riu e Taehyung fez beiço, mas passou os braços pelo pescoço do maior, se gabando por estar sendo carregado igual uma princesa. Jeon selou seus lábios e logo ouvir um "click".
- Consegui! - Yun comemorava deitada no divã, o que dava uma visão perfeita deles na frente daquela árvore. O casal revirou os olhos, mas gostaram. Iriam guardar a foto.
Colocou Taehyung no chão e o puxou pela cintura da perto, colando seus quadris, peitos e suas testas. A respiração se misturava em um cheiro doce com cítrico, o melhor de todos. Sues lábios se unirem e ouviram outro click.
- Já chega, Yun - Taehyung disse lhe encarando e a menina deu de ombros, o encarando.
- Vocês são fofos, deem um crédito a ela, aliás, é uma recordação para vocês - Jong Hyun protegeu a menina, olhando para os dois que reviraram os olhos.
- Chega, crianças - Choon Hee gritou da sala - já são quase dez da noite. Vão se arrumar, tomar banho, se trocar e sei lá mais o que.
- Não somos crianças! - Jungkook e Byeol reclamaram juntos, fazendo os outros quatro rirem.
- São sim - Yun disse e se levantou, indo para o quarto se arrumar. Os gêmeo, Jong Hyun e Byeol a seguiram, restando Taehyung e Jungkook na sala.
- Tae e Jungkook, podem ajudar eu e Hwa a arrumar as coisas antes de irem se arrumar? - os garotos aceitaram e foram em direção a cozinha.
- Então... temos algo a contar para vocês - Taehyung disse e Jungkook concordou, olhando para as duas mulheres e os pais que estavam na cozinha.
- Lá vem coisa, o que é? - Kim Young Soo revirou os olhos.
- Nós... vamos morar juntos - Jungkook pegou a mão de seu pequeno e disse com firmeza enquanto sorria. Os quatro a olharam um pouco surpresos, menos Hwa Young, que tinha um belo sorriso no rosto.
- Nenhuma novidade por aqui - A mãe de Jeon se aproximou e os abraçou, mas percebeu o olhar um tanto de insatisfação dos dois homens. - Parabéns, meninos. - os garotos sorriram e agradeceram.
- Bem... não direi que não estou surpresa, mas tem a minha benção - Choon Hee se aproximou e depositou um beijo na testa de cada um - Parabéns. - seus olhos se encheram de lágrimas - Conversaremos depois, Tae.
- Appa? - Jeon se pronunciou com os olhos cheios de esperança na direção do pai, esperando o mesmo o parabenizar ou algo do tipo, mas o homem apenas lhe encarava sem nenhuma expressão.
- Papai? - Taehyung olhou para seu pai, sentindo que o mesmo não aprovava aquilo. O Kim mais velho não disse nada e Taehyung ficou aflito por aquilo.
As duas mulheres olhavam os maridos um pouco confusos, aliás, os quatro já tinham conversado sobre aquilo e entraram em um consenso de que lhe dariam a benção para aquilo, mas os homens não pareciam satisfeitos. Talvez não esperassem que aquilo fosse mesmo acontecer.
- Falem algo, por favor - Jungkook se remexeu, inquieto e um pouco nervoso. Os homens fizeram um gesto para que os dois deixassem a cozinha e por respeito aos pais, os dois saíram, aflitos e de mãos dadas.
- Tinham mesmo que fazer isso? - Choon Hee disse decepcionada, suspirando logo em seguida. - Poxa, são seus filhos construindo uma vida. Na noite de natal!
- Podiam ao menos parabenizar - Hwa continuou, com um tom mais decepcionado do que da amiga.
Os dois ouviram a pequena conversa, que deve ter continuado, antes de subiram as escadas, em silêncio. Não esperavam exatamente aquela reação dos pais, aliás, os dois sempre apoiaram o relacionamento e deram tudo de si para que os rapazes ficassem juntos. Talvez fosse um passo um pouco precipitado?
- O que foi aquilo, hyung? - Taehyung disse ao fechar a porta do quarto. Sua voz estava um pouco trêmula, mas parecia calmo. Parecia.
- Não importa agora, pequeno - segurou seu rosto nas mãos e disse tranquilizador, apenas de seu interior estar agitado - É véspera de natal. Vamos comemorar e depois resolvemos isso. - Taehyung assentiu. - Preciso fazer uma ligação, eu já volto.
Saiu do quarto e foi para um lugar onde Taehyung não o ouvisse. Pegou o celular no bolso e procurou Namjoon nos contatos e ligou, esperando o mesmo atender.
- Jungkook?
- Você já pegou o presente de aniversário dele?
- Não - disse um pouco lento, receoso - eu esqueci, Jeon.
- Hyung... - disse, alertando. - Disse ao homem que você buscaria dia vinte e quatro.
- Eu fui, mas talvez fui muito tarde. - Jeon revirou os olhos - Eu vou dia vinte e sete antes de irmos para aí, ok?
- Ok, obrigada. Ele vai amar, não vai? - disse esperançoso.
- Vai sim, Jungkook - riu e desligaram a ligação.
Jungkook voltou para o quarto e encontrou Taehyung enchendo a banheira com água e decidindo qual essência e espuma iriam usar. O Kim usava uma blusa branca larga demais, os cabelos escuros bagunçados caídos na frente dos olhos e a expressão de confuso o deixava extremamente excitante e fofo. Tomaram um longo banho relaxante e depois de quarenta minutos saíram. Escovaram os dentes e os dois foram em direção ao closet.
- Temos duas opções - Taehyung alcançou dois pares de suéteres. - Esse - os dois eram listrados vermelho e branco - Ou esse - levantou o outro par. Dois suéteres vermelho vivo com uma linda árvore de natal no centro.
- Acho que o listrado vai ficar melhor - Taehyung comentou e jogou o outro par no chão, fazendo Jungkook rir.
- Hyung, você me ajuda a passar maquiagem depois? - perguntou, quando tirou o roupão do corpo e jogou na cama.
- Você não precisa de maquiagem, pequeno. É lindo do jeito que é.
- Por favor.
- Tudo bem, vamos nos trocar primeiro. - Taehyung assentiu.
Após uns 15 minutos, os dois estavam trocados. Jeon usava o suéter dele, com uma calça jeans preta justa, realçando os músculos de sua coxa. Calçava um coturno vermelho e um cachecol fino preto no pescoço. Estava com a corrente que Taehyung lhe deu e mais algumas prateadas e douradas. No pulso, usava um bracelete de prata da Pandora. E usava suas argolas com umas correntes prateadas penduradas. Taehyung usava o suéter, com uma calça preta justa também, mas não muito. Calçava uma bota azul marinho e um gorro branco. A pulseira que junto formava o par com Jeon e a outra que Jungkook lhe dera e a corrente de ouro. Estava usando um brinco que ia do topo da orelha até a ponta, traçadas com linhas finas e delicadas de diamante em uma das orelhas. Tinham que concordar que estavam combinando muito.
- Você está lindo, Jungkook-ah - Taehyung disse o olhando de cima a baixo.
- Você também está muito lindo, Tae - o alfa se aproximou com um sorriso pequeno nos lábios, o abraçando pela cintura, depositando um beijo no pescoço alheio.
- Me ajuda a passar maquiagem?
- Mesmo não concordando, eu posso te ajudar - revirou os olhos e foram para o banheiro.
Jungkook ajudou Taehyung a passar uma camada finíssima de base, pó compacto por cima, uma sombra marrom claro envolta dos olhos e para finalizar, passou um liptint claro no interior dos lábios, deixando ele vermelhinho. Jungkook sentiu vontade de morder, mas se segurou. O ômega estava mais lindo ainda.
- Já são quase onze e meia, vamos. - Jungkook viu olhando o celular - Passe o perfume.
Taehyung se banhou com sua colônia doce e Jungkook, completamente ao contrário, com sua colônia cítrica. Pegaram os celulares e desceram. A maioria das pessoas se encontravam no primeiro andar, tirando foto, conversando ou só esperando. Os dois avistaram os pais no quintal da casa, na beirada da piscina, pareciam estar conversando seriamente.
- Devemos ir lá? - Jungkook assentiu e os dois saíram no frio da noite. - Podemos conversar? - perguntou, recebendo a atenção dos homens.
- Agora não, meninos - Jeon Hyun Shik disse um pouco rude, desviando o olhar dos dois meninos. - Vamos deixar para outro dia.
- Não! - Taehyung exclamou um pouco alto - Desculpe, mas agora. Por favor. Não conseguiremos aproveitar a noite sem ter a benção de vocês.
- Pois vocês não tem, meu filho - Kim Young Soo feriu os sentimentos do filho e do genro com aquelas palavras e logo se arrependeu - Você vai entrar no último ano do colegial e Jungkook vai entrar agora na faculdade, vocês não tem maturidade para isso. E nem responsabilidade.
- São muitos novos. - Jeon Hyun Shik tocou no ombro do filho, mas o mesmo logo recuou brusco - Jungkook... - suspirou.
- Porque você sempre tem que ir contra o que eu quero? - a voz do alfa mais novo saiu raivosa e dolorosa. O pai de Taehyung logo puxou o filho para outro canto do quintal, indo conversar com ele. Taehyung não queria ter saído dali, mas achou melhor quando pressentiu uma discussão séria entre os dois.
- Não estou indo contra o que você quer, Jeon. Estou fazendo o que é melhor para você - O Jeon mais velho estava pacífico, ao contrário de Jungkook.
- Isso não é o melhor para mim e você sabe. Omma sabe. - gesticulou com as mãos, apontando para o rosto do pai.
- Acha que o que? Um ano de relacionamento com o menino já te da o direito de morar com ele? - Jungkook olhava o pai com tristeza. - Ele é muito novo, Jungkook. Não está pronto para sair da casa dele, vai sentir a falta dos pais.
- Ele passa milhares de noites lá em casa e nunca reclamou de sentir falta da presença dos pais. Pare de inventar coisas - cruzou os braços no peito, sentindo o vento bater contra si.
- Sua mãe te deu a benção, sua sogra também. Mas seu pai e seu sogro não estamos. Fim da discussão! - a voz do Jeon mais velho soou mais alta, fazendo Jungkook se encolher um pouco. Não estava mais acostumado com aquilo, mas lutaria por Taehyung.
- Não, Appa. - tentou acalmar a voz - Não quero discutir, mas iremos morar juntos vocês querendo ou não.
- Não, Jeon! - seu pai começava a se irritar, mas Jungkook não ligava. Segurou seu braço assim que o garoto deu as costas para si. - Você não vai morar com Taehyung! Porque quer tanto isso?
- Porque eu amo ele, ele tem a minha marca, ele tem meu coração todo. - disse, vendo os olhos do pai desviarem dos seus - Porque ele é o homem da minha vida e porque você não consegue enxergar isso? - se encolheu quando mais uma onda de vento frio os atingiu - Eu sei que não foi fácil para você quando começamos, até porque não é com uma menina, mas eu amo ele, Appa. E por uma vez na minha vida toda, eu me sinto completo e pronto para começar a minha vida.
- Jeon...
- Eu esperei desde adolescente por esse menino. Por uma pessoa que me faria rir como ninguém, me faria feliz e me faria sentir a pessoa mais especial e importante do mundo. - O pai do garoto assentiu, relaxando um pouco a postura rígida que tinha. - Eu já tenho tudo o que eu quero e não quero mais esperar para começar um novo capítulo.
- Mas...
- Você deveria entender. Você e mamãe começaram a morar juntos quando ela começou o primeiro ano da faculdade.
- Eu já tinha um emprego.
- Não importa!
- Claro que importa! - Jungkook não abaixou a cabeça mesmo com o tom alto do pai. - Você não tem emprego, ele não tem emprego e eu não estou dizendo que não sustentarei você, porque irei. É nosso dever e nós prometemos ajudar até você se estabilizar com sua nova vida.
- Isso não é questão de ter dinheiro para me sustentar, isso é questão de querer ter ele todo dia em casa depois de um dia exaustivo na faculdade. - Jungkook bateu os pés no chão, passando as mãos nos cabelos. - Eu não vou poder ver ele na mesma frequência, talvez não todo dia. Mas vou poder ver ele em casa. Eu vou fazer isso! - disse decidido. - Nós vamos fazer isso! Você não vai me impedir - cuspiu as palavras na frente do pai, que o encarou forte.
- Ok, Jeon. Você tem a minha benção. - disse simplista.
- Que?
- Você ouviu, tem a minha benção, não irei repetir - deu de ombros, cruzando os braços.
- Eu ouvi, mas como? - franziu o cenho e se inclinou na direção do pai.
- Não aprovo totalmente, mas vejo sua luta para que de certo e como você o ama. Não impedirei, estou tentando aceitar, mas ainda vamos voltar a conversar sobre isso. Me avise se eu puder fazer algo para ajudar.
- Obrigada, Appa - Jeon sorriu alegremente e envolveu o corpo do pai em um abraço apertado.
Enquanto os dois discutiam, Taehyung e Young Soo andavam pelo jardim, em silêncio. O Kim mais novo sentia a desaprovação do pai só pelo jeito que o mesmo agia. Era natal e o pai não estava animado. Isso já era óbvio.
- Quer mesmo isso, Tae? - Kim Young Soo falou depois de tempos em silêncio, parando em frente a Taehyung.
- Eu quero, Appa.
- Não acha que é muito novo para isso? Ainda esta no seu último ano do colegial - disse um pouco incerto, calmo.
- Eu sei que sou novo, mas eu quero tentar coisas novas, viver coisas novas, ao lado dele, Appa. - disse, com um brilho nos olhos, sorrindo fraco para o pai.
- Mas e eu e sua mãe, Taehy-ah? - deu de ombros, encarando a figura sorridente de seu filho a sua frente. - Não está pensando em nós?
- Óbvio que estou - franziu as sobrancelhas - irei visitar vocês todo final de semana, ainda poderei passar umas noites lá, vamos fazer programações, nos divertir muito. - se animou, dando pequenos pulos de felicidade.
- Ama mesmo, Jungkook? - fez sinal com a cabeça para continuarem andando e de relance, viu Jungkook e Hyun Shik gritando e discutindo.
- Amo mais que eu possa explicar - seu coração se esquentou ao lembrar do alfa - Por favor, Appa. Não poderei fazer isso sem a sua benção.
- Ok, então, se é o que te faz feliz - se esforçou para sorrir mesmo que minimamente - Você tem minha benção.
[...]
Acaba de bater 00:00 e todos na sala se abraçavam, choravam, diziam palavras lindas, desejavam um feliz natal, cheio de coisas boas. Típico. Todos tinham um enorme sorriso no rosto e não podia estar mais gratos por estar passando o Natal daquele jeito e com todas aquelas pessoas e tudo isso graças Jungkook e Taehyung. Eles claramente foram os que mais receberam palavras lindas, foram agradecidos, aplaudidos e abraçados. Aliás, eles abriram essa porta, abrindo a porta para o amor, para amizades, para conhecimentos novos, gente nova. Para tudo que as duas famílias estavam vivendo. Claramente era tudo culpa deles. Mas era uma culpa boa. Muito boa.
Todos se dirigiram a enorme, linda e recheada mesa de jantar à luz de velas. A família Jeon de um lado e a família Kim de outro. Se preparando para grande ceia. Aquela noite iria ser longa. Taehyung e Jungkook estavam sentados um de frente para o outro. Jeon Hyun Shik se encontravam em uma das pontas da mesa e Kim Young Soo na outra. Todos aguardavam o grande discurso deles, ou só algumas palavras.
- Atenção, por favor - O senhor Kim foi o primeiro a se levantar. Com uma taça na mão e um garfo, deu leves e tilintadas na vidraria, com a intenção de chamar a atenção de todos. Todos os olhares se dirigiram a ele. - Primeiramente eu queria desejar um feliz natal para todos, muita alegria e se Deus quiser muitos anos que essas duas famílias comemoraram os feriados juntos - todos sorriram para o homem - E em segundo, eu queria agradecer por tudo, por vocês serem quem são, por poderem proporcionar tudo isso para nós. A família Jeon, que disponibilizou essa linda casa. A minha família por estarem aqui conosco. A minha esposa, que eu amo demais e veio para Busan comigo. Ao meu mais novo amigo e chefe, que foi uma das melhores pessoas que apareceram na minha vida. A senhora Jeon, que se tornou uma companheira incrível para toda a minha família - direcionou seu olhar para Taehyung, com os olhos marejados e um sorriso enorme nos lábios - Ao meu filho, que evoluiu, cresceu e está prestes a sair da nossa casa para começar uma nova jornada ao lado da pessoa que ele ama - olhou de relance para Jeon, que sentiu um calafrio na espinha - Tae, nunca perca essa sua magia. Ela é única. Eu te amo com todas as minhas forças e sempre estarei com você - Taehyung lhe mandou um beijo no ar - E por último - olhou para Jungkook seriamente, que engoliu em seco - Só tenho que te agradecer por cuidar tão bem do meu filho e espero que continue cuidando. Você é especial para todos nessa mesa, inclusive para mim - soltou uma risada nasalada - Obrigada, Jungkook - o mais novo se reverenciou inúmeras vezes, agradecendo - Um feliz natal para todos vocês! - se sentou e a sala explodiu em palmas e assobios, felizes e amimados.
- Ainda não acabou, olhem para mim - Senhor Jeon se levantou, tendo a atenção de todos. - Não sou bom em discurso, mas eu espero muito que todos vocês estejam tendo um natal incrível e cheio de surpresas - olhou rapidamente para Jungkook e Taehyung - Sou um homem novo, graças a todos vocês nessa mesa. E não tenho palavras para agradecer - foi passando de pessoa em pessoa, depositando um beijo suave e casto na cabeça de cada um - Jungkook e Taehyung me enlouqueceram hoje, mas é graças a eles e somente a eles que estamos reunidos aqui. Com todas essas pessoas, com esse enorme banquete e com esse incrível feriado. - voltou para seu lugar - Uma feliz véspera! - se sentou e novamente a sala explodiu em palmas e assobios.
As duas famílias fizeram uma rápida e um pouco desajeitada prece. Jungkook fez as honras e cortou o prato principal, com um pouco de dificuldade. Aliás, nunca havia feito isso. Todos começaram a se servir entre conversas e risadas. Os pratos iam e vinham entre as pessoas e quando todos se posicionaram, começaram a comer.
Kim Hwa Young se levantou subitamente e correu para a cozinha, pegando um champanhe de última linha, mesmo tendo aberto outra, queria fazer um brinde especial. Todos a olharam e quando ela estendeu a garrafa a Jungkook, o mesmo recuou. Fazia meses que não colocava álcool na boca e não o queria, ou não deveria.
- Vamos, Jungkook. É a sua hora. - estendeu novamente, mas o garoto não segurou a enorme garrafa a sua frente. Jeon olhou para Taehyung a sua frente e quando o mesmo, receoso, assentiu, ele agarrou-a. - O que quer brindar? - a mulher voltou a se sentar e só Jeon estava de pé.
- Primeiro que achei que o brinde fosse seu - riu leve e olhou a garrafa em suas mãos - Mas que assim seja.
Pensou por alguns segundos o que queria brindar e percebeu que queria brindar por tudo. Tudo que aconteceu na sua vida foi incrível, foi tudo que ele imaginou e por mais que aquela fase ainda não terminara, não queria que acontecesse. Queria continuar ali entre aquelas pessoas e nunca mais voltar a ser aquele garoto estupido de antes. Estava onde queria e deveria estar. Estava feliz.
- Quero brindar pela felicidade. - estourou o champanhe e todos o aplaudiram. Olhou para Taehyung e sussurrou um "obrigado".
- Vamos, tem que tomar o champanhe - sua mãe disse e o garoto recuou.
- Não posso. - disse simplista, olhando a espuma borbulhando e o cheiro de álcool invadir sua narinas.
- Pode sim, Jungkook-ah - Taehyung disse com uma voz calma. - Tá tudo bem, pode tomar. Você não é mais aquele garoto, é o meu Jungkook.
- Toma! Toma! - Byeol começou a cantarolar, fazendo todos rirem. Jungkook cedeu e virou a garrafa na boca. O álcool desceu pela garganta, a queimando até a boca do estômago.
- Não lembrava como isso era forte - disse e fechou os olhos fortemente, virando novamente.
O resto da noite/madrugada de resumiu em eles comendo muito, trocas de presentes, dança, discursos fofos e adultos bêbados. As crianças já estavam dormindo e na sala, com a música em um volume razoável, a maioria dançava. Era uma música lenta e relaxante. Taehyung e Jungkook se mexiam totalmente fora de ritmo, colados um ao outro. O alfa estava levemente sob o efeito de álcool e por mais que Taehyung odiava ver aquilo, estava engraçado.
Eram quase cinco da manhã e só quando se deram conta, foram para seus quartos. Taehyung pegou a mão do alfa para ajudá-lo a subir as escadas, mas Jungkook o puxou de volta, o abraçando. O ômega riu nasalado e envolveu as costas do maior em um abraço quente e aconchegante. Sem perceber, os dois se moviam de um lado para o outro sem música. Sem ritmo. Só sentindo o momento. Sentindo a mesma frequência do batimento cardíaco. Sentindo a energia eletrizante que eles passavam um para o outro.
[...]
Por volta das 13:00, Yun e Jong Hyun entraram no quarto de Taehyung e Jungkook. Os dois dormiam abraçados feito anjos, até cogitaram não acordar o ômega. Devagar, Jong Hyun se aproximou e cutucou o primo.
- Tae... - sussurrou, mexendo ele levemente para não acordar Jeon. O ômega resmungou e abriu os olhos, se incomodando com a claridade - Eu e Yun vamos preparar o almoço, quer vir?
- Me de cinco minutos - murmurou com a voz rouca. - Pega meu moletom e uma calça lá no armário, vai - pedia a Yun que estava parada na porta. A garota assentiu e foi correndo.
Taehyung se levantou, se vestiu e desceu com os dois primos para a cozinha. O dia estava frio, ensolarado, agitado, mas a casa estava um silêncio. A bagunça que encontraram na sala, na cozinha e na sala de jantar era gigante. Os três pararam na frente da escada ao verem aquilo.
- To fora, gente. - Yun disse e fez menção de subir novamente, mas Taehyung a puxou novamente, forçando a mesma a ficar onde estava - Olha isso. Olha a bagunça. - apontou incrédula para o local.
- Calculando, temos em torno de uma a duas horas para limpar tudo e cozinhar, senão todos vão acordar e enlouquecer - Jong Hyun disse e eles começaram a limpar tudo.
Foi difícil, mas não impossível. Com três pessoas, em uma hora estava tudo limpo e organizado. O lixo recolhido, a louça lavada, a cozinha, a sala e a sala de jantar arrumadas. Estava uma beleza, mas estavam cansados.
- Estou com fome, vamos cozinhar logo - Taehyung disse e levantou do sofá, puxando os dois consigo. - Vamos, me traga os ingredientes - arregaçou as mangas do moletom.
Rapidamente, fizeram porções de bibimbap, bulgogi, ttteokbokki, kimpab, japchae e kimchi, como haviam combinado para o almoço de natal. Colocaram a mesa e foram chamar todos os outros, correndo pela casa gritando e batendo palmas dizendo que o almoço estava pronto.
Quando todos se encontravam na mesa, comendo, o dia começava, por mais que fosse 15:00. O restante do dia foi tranquilo e calmo. Era natal.
Demorei? Demorei, mas aqui está um capítulo com exatas 10.000 palavras, com um total de 67 páginas para vocês. Espero que gostem ❤️ surpresas estão chegando, apenas aguardem ansiosos, beijos
⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️
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