1 semana depois...

P.o.v Noah

Já faz um pouco mais de uma semana que estamos aqui em Paris, já sai e explorei um pouco o lugar, tudo é tão lindo aqui. As pessoas por aqui tem um ótimo gosto para a moda.

Depois da minha última transa com Josh ele ficou um pouco mais frio comigo e eu me afastei um pouco dele, tenho medo de ele ter entendido o que falei no calor do momento na nossa última transa...

Ouço a porta ser aberta, logo Josh entra pela porta do quarto, não falamos nada um para o outro, apenas nos olhamos. Ele tira sua camisa e se deita ao meu lado na cama.

- Iremos embora daqui à dois dias - Josh fala e dá um longo suspiro após.

- Que bom - não falamos mais nada, um silêncio constrangedor tomou o local, até eu decidir quebrá-lo - Aconteceu alguma coisa?

- Como assim?

- É que depois daquela noite, você ficou mais... Frio comigo.

- Olha, ultimamente estou muito cansado e irritado, meu trabalho me estressa muito às vezes, e eu geralmente desconto essa raiva em bebida, cigarro ou em sexo, e como eu não quero beber e nem fumar, eu queria fazer sexo, mas já que sei que você não quer por agora, decidi que era melhor ficar mais fechado para não descontar a raiva em você. Por conta de tudo isso até pensei em contratar um garoto de programa por uma noite, mas não contratei, e te peço desculpas antecipadamente por isso.

Fico um tempo processando tudo o que ele falou, por que querendo ou não, ele falou bastante coisa.

- Você ia me trair? - pergunto incrédulo.

- Não, até por que tecnicamente não somos namorados, então não teria como eu te trair.

- Você iria me trair com um garoto de programa, Josh!

- Não, eu não iria te trair - ele fala seco

Fecho a boca e começo a pensar...

- Eu sou seu prostituto particular? - ele não responde - Então eu sou só seu prostituto particular... Bom saber.

Ele tem razão, no contrato falava que que era para ser só sexo, sobre sempre estar disposto para o sexo à qualquer hora. Se é isso que o contrato manda...

Tiro meu moletom e logo em seguida minha camisa, abro o zíper e o botão de minha calça e a tiro, assim ficando só de box, Josh me olha estranhando minha atitude.

- O que está fazendo?

- Se no contrato fala que é para eu estar disposto para o sexo à qualquer hora, bom, aqui estou, só vir pegar - Josh vem até mim, ele me deita na cama e sobe por cima de mim.

- Eu não vou te obrigar à fazer algo que não queira - ele sussurra em meu ouvido - Agora se vista - ele fala em um tom autoritário saindo de cima de mim.

Saio de cima da cama e vou até o closet, pego minha mala, a abro e pego qualquer muda de roupa e logo após vou para o banheiro.

Assim que entrei no banheiro tranquei a porta e fui direto para frente do box, tiro minha cueca box e entro de baixo do chuveiro, ligo o registro e deixo a água quente escorrer pelo meu corpo.

Me sento no chão em posição fetal e começo a pensar, e existe apenas uma frase em minha cabeça "apenas um prostituto particular". Começo a chorar pensando nessa frase, um choro silêncioso, apenas para mim ouvir.

Que merda! Então para ele eu sou apenas um prostituto particular? Pensei que fosse algo à mais para ele, mas não, eles apenas estava querendo sexo, mas já era de se esperar, eu conheci ele um aplicativo de relacionamento, o que mais eu poderia esperar? Um pedido de namoro com um buquê de flores? Eu sou tão idiota...

Quebra de tempo...

Depois de ter chorado mais um pouco, tomei meu banho e me vesti. Quando abro a porta do banheiro Josh está parado na frente dela, levo um susto e volto um passo para trás.

- Estava chorando? - ele pergunta olhando para meus olhos que provavelmente estão vermelhos por causa do recente choro.

- E isso te importa?

- É claro que me importa, Noah! - ele fala alto, bem alto.

- Pensei que não, por quê para você eu apenas sou seu brinquedo sexual - dou um empurrão fraco no Josh para sair da frente da porta.

- Não me dê as costas enquanto estou falando com você - continuo andando seja lá para onde estou indo - Você me ouviu? - continuo - Noah! - Josh me puxa pela mão, me empurra na parede fazendo com que minhas costas batam na parede, me causando uma certa dor, ele prende minhas mãos acima de minha cabeça - Você me ouviu?

- Você não manda em mim - falo tentando me soltar de suas mãos.

- Aí, aí... - ele dá uma risada fraca - Se lembra que a partir do momento em que assinou o contrato você é obrigado a ser submisso à mim e a obedecer todas as minhas ordens? - não respondo nada.

- Me solta - falo tentando me soltar novamente, mas falho - Me solta, está me machucando - nada, nenhum movimento, seus olhos azuis frios estão me olhando, parece que ele julga não apenas eu, mas também minha alma - Me solta! - dou um empurrão no Josh fazendo o mesmo ir para trás, ele me olha com uma fúria no olhar que jamais tenha visto, Josh levanta uma de suas mãos, fecho meus olhos com medo, esperando o pior acontecer.

- Que merda Noah!  - Josh dá um soco na parede ao meu lado

- Ia me bater? - pergunto recuando máximo que dá dele, meus olhos começam a se encher de lágrimas.

Seu peitoral sobe e desce, como se estivesse arrasem corrido uma maratona. Nunca vi esse lado do Josh, e nunca pretendo ver novamente.

- MERDA! - Josh grita e sai do quarto, ouço um som de vidro sendo quebrado e logo ouço a porta sendo fechada com brutalidade.

Ele ia me bater? Ele iria mesmo me bater?

Saio do quarto quarto devagar e na ponta dos pés, ainda estou com medo. Vou até a cozinha e vejo um vazo de planta quebrado no chão, chego mais perto e começo a recolher os cacos de vidro. Enquanto juntava alguns dos cacos acabo cortando meu dedo indicador na vertical, abriu toda a lateral dele, termino de juntar os cacos e depois fui lavar a mão para tirar o sangue que ainda escorria por ali.

Logo após ter lavado meu dedo, me certifiquei que não havia nenhum vidro ali, e logo após disso me deitei na cama, me tapei e dormi.

Quebra de tempo...

Depois de ter acordado olhei em volta e procurei por Josh com meus olhos, ele já deveria estar em casa, já é quase uma da manhã. Ainda estou na cama pensando sobre nossa briga de mais cedo.

Ouço uma batida forte na porta, me levanto da cama e caminho até a porta, abro a mesma e me deparo com um Josh bêbado e talvez drogado.

- Noahzinho - Josh fala todo embolado, dou espaço para ele passar e ele entra cambaleando de um lado para o outro.

- Aonde você estava?

- Em um bar qualquer - ele fala embolado. Josh olha fixamente para meu rosto - Você tem um rosto de bebê - ele fala analisando meu rosto.

- Okay, você está bem bêbado.

- Quero café.

- Depois você toma café. Vamos tomar um banho para ver se o efeito do álcool passa um pouco.

Levo Josh até o banheiro, tiro sua roupa, menos a cueca box, ligo o registro de água e o coloco em baixo dela.

- Tá frio, eu quero sair - ele fala tentando sair do box.

- Não, fica aí.

- Mas-

- Sem mais nem menos, fica - falo e ele e ele abraça a si próprio com intuito de se aquecer. Depois de mais algum tempo desliguei o registro de água e dei uma toalha para Josh se secar, enquanto ele se seca vou até o closet, pego sua mala e pego qualquer roupa dali, volto para o banheiro e Josh já se secou.

- Toma - falo entregando a muda de roupa para ele - Tira sua cueca e coloca essa roupa.

- Eu não consigo tirar - ele coloca a roupa em cima da tampa do vaso e tenta tirar sua cueca, mas quase caí na tentativa - Viu?

- Não acredito que vou ter que fazer isso - me ajoelho em sua frente e tiro sua cueca molhada, olho para cima e Josh está com um olhar malicioso para mim, mesmo estando bêbado ele não perde sua essência - Pronto, agora se vista - falo e Josh se veste.

Saio do banheiro e vou até a cozinha, pego um copo, coloco um pouco de água nele e bebo, olho para trás e percebo Josh parado olhando para mim.

- Que foi? - pergunto colocando o copo na pia.

- Quero café.

- Ainda quer a droga do café?!

- Sim - ele fala cruzando os braços e fazendo um biquinho com sua boca imitando uma criança.

- Eu não vou fazer café, olha que horas são!

- Mas eu quero! - ele bate o pé não chão.

- Você bêbado é bem chato sabia?

- Se você não fizer café eu vou gritar.

- Você não tem coragem - estreito meus olhos e ficamos nos olhando, Josh abre sua boca e dá um berro bem alto, e não para.

- Tá bom! - grito para ele ouvir - Eu faço a droga do café - ele sorri com sua vitória - Chato! - ele mostra a língua e eu mostro de volto.

Esquento a água e faço um café bem quente para Josh, e entrego para o mesmo. Quando Josh toma o café faz uma careta.

- Não vou tomar, tá ruim.

- Vai tomar sim.

- Não! Você não é meu pai! - ele fala cruzando os braços.

- To-ma - Josh fica com medo de mim e pega a xícara de café e bebe.

Depois de ter bebido todo o café fomos para o quarto, deitei Josh na cama e o tapei.

- Acho que vou vomi- - Josh não consegue terminar e sai correndo para o banheiro. Ele me fez fazer a droga do café à toa? Sério mesmo? - Bem melhor - ele fala saindo do banheiro limpando sua boca com as costas da mão.

- Escove os dentes.

- Não.

- Tá bom então, não vai ser eu que vou perder meus dentes mesmo - falo e Josh volta ligeiramente para o banheiro, e logo sai de lá - Pronto para dormir? - ele assente.

Novamente deito Josh na cama e o tapo com o cobertor, saio da cama e vou em direção à porta.

- Aonde você vai?

- Dormir no sofá.

- Dorme comigo, por favor.

- Melhor não Josh, preciso pensar um pouco e também ficar um pouco sozinho.

- Por favor.

- Tá bom - vou até a cama e me deito ao seu lado, ficamos em silêncio. É estranho como uma pessoa pode mudar tanto de humor quando está bêbada.

- Eu sei que sou um tanto problemático às vezes, e também sei que posso te machucar, mas peço para não desistir de mim - Josh fala com uma tristeza em seu olhar - Sabe... Eu não sou perfeito, na verdade, tenho muito defeitos, mas sei que com você posso melhorar com o tempo - ele termina de falar e dá um sorriso simpático.

- Provavelmente você não vai se lembrar de tudo o que aconteceu está noite, mas não vou desistir de você tão fácil... Eu gosto de você, Joshua Beuachamp.

- Eu também gosto de você, Noah Urrea - sinto meu coração aquecer com essas palavras, mesmo que seja da boca para fora...

- Agora dorme, já está tarde - Josh fecha os olhos.

Fico meia hora deitado com Josh na cama, depois de me certificar que ele está dormindo pego um travesseiro, uma coberta no closet e vou para o sofá na sala.

Me deito no sofá e fico pensando em tudo o que aconteceu hoje, desde a briga ao Josh bêbado que parece uma criança birrenta. Mas o que mais está martelando minha cabeça é: "apenas um prostituto particular", quando menos percebo lágrimas já escorriam pelo meu rosto só de estar pensando naquilo, limpo as lágrimas de meu rosto e durmo.

Continua...

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- Desculpem se ficou chato esse cap e também desculpem a demora

- Espero que tenham gostado.

- Até o próximo cap S2.