Capítulo 5
Naruto acordou com o sentimento de estar sendo observado, aquilo não foi reconfortante, mas ao mesmo tempo, não foi desconfortável.
Sentia-se um pouco protegido, sua orelha não queimava tanto quanto no dia anterior e aquilo era bom.
De fato, não queria levantar-se, mas quem algum dia quis?
— Até quando você vai ficar ai me olhando?
Houve um momento de silêncio até Shikamaru suspirar, parado próximo à porta.
— Como você sabia que eu tava aqui? — o moreno tirou um cigarro ainda não aceso da boca.
— Me senti observado. — o loiro se virou na cama, encarando o amigo e observando o rosto dele corar. — E aí, como foi com seu pai?
Shikamaru deu de ombros e se sentou na cama ao lado de Naruto.
Normalmente eles conversavam sobre como havia sido o jantar de Shikamaru com o pai, assim como conversavam sobre quando ele saía com Temari.
— O mesmo de sempre. Continua ganhando de mim no xadrez.
O loiro sorriu para Shikamaru, se sentou na cama e apoiou a cabeça no ombro dele, com as costas do Nara para o seu peito.
— Ele deve ser a única pessoa no mundo que ganha de você nesse jogo.
O moreno permaneceu em silêncio por alguns instantes e em seguida se levantou rapidamente.
— O Asuma também ganha de mim. — ele disse em um tom desconcertado.
— Ok, duas pessoas ganham de você. Você por acaso é humano?
Shikamaru assumiu uma expressão confusa para Naruto, o loiro mal conseguia entender algumas coisas difíceis que o outro dizia.
— Sou mais do que você pensa. —ele sussurrou e foi para o banheiro.
O loiro ficou estático com a reação de Shikamaru, e Naruto começou a se perguntar o que havia dito ou feito de errado, quando ar quente soprou o vidro da janela formando a frase "Você é um idiota?"
Naruto sentiu um frio percorrer sua espinha, o anjo... ainda estava ali?
— Me diz que você não vai fazer aquela cena de friends onde o Joey manda um "Ui popou" né? — Gaara disse se sentando em frente ao loiro.
Ele estava na biblioteca há duas horas, desde que Shikamaru havia se trancado no banheiro e não saiu até que Naruto fosse para outro lugar.
A biblioteca era um ótimo lugar para se passar o tempo, quando não se estava desesperado como Naruto estava. Possuía paredes amplas de um tom amarelo queimado, carpete no chão e nas paredes, as intermináveis prateleiras de livros eram ficavam nas paredes e poucas no meio da sala, que continha mesas em abundância.
— Você ri porque não é você que tem que aprender isso. — ele resmungou passando as mãos entre os fios loiros e os bagunçando.
Aquilo era demais para seus neurônios fracos e desistentes assimilarem.
Mal havia terminado de aprender seu próprio idioma natural e agora teria que aprender francês!
— Cara, eu tenho japonês.
— Isso aí é culpa inteiramente sua, quem quer ir embora é você, eu não vou sair daqui tão cedo. — disse encarando as páginas de livros de ensino básico de francês com uma certa indignação.
Mas Gaara certamente não estava ali pelo apreço que tinha a companhia de Naruto, nem pelo francês e muito menos pelo japonês.
A atenção do ruivo estava certamente desviada para a mesa a frente, onde Rock Lee se encontrava debruçado sobre os livros.
— Vocês realmente não conversaram sobre aquela noite?
Em um dia de embriaguez, Gaara confessou seu amor por Lee e aquele sentimento se revelou recíproco, mas tudo o que havia acontecido ficou apenas na memória de Gaara e o ruivo ficava de coração partido toda vez que alguém tocava em um assunto que o lembrava daquilo.
— Não tem assunto pra tocar. —Gaara sussurrou em um tom entristecido e encarando suas mãos.
Naruto sorriu e se levantou, puxando o amigo enquanto caminhava na direção da mesa onde Lee se encontrava.
— O que você tá fazendo?! — o ruivo sibilou.
— Oi Lee! — cumprimentou-o. — Eu soube que você precisa de uma ajudinha com literatura e posso garantir que o Gaara é muito bom nesse assunto. — disse Naruto, estampando um sorriso enorme em seu rosto.
O rapaz de cabelos negros encarou Gaara e sorriu levemente envergonhado.
— Oi Gaara. — Lee disse sorrindo para o ruivo.
Naquele instante, Naruto podia jurar que se o amigo ficasse mais vermelho, iria acabar do mesmo tom de seu cabelo.
Ele os deixou sozinhos e retornou para a solidão de sua mesa. Mas antes que pudesse focar sua atenção nas palavras escritas nos livros, Shikamaru veio à sua mente.
A imagem do colega de quarto usando apenas uma toalha na cintura e de cabelos soltos era realmente algo difícil de se esquecer, como sequer poderia existir alguém assim?
O coração de Naruto se apertava todas as vezes que ele se lembrava de como Shikamaru e Temari eram próximos, podia ser inveja ou apenas ciúmes.
Naruto estava tão absorto em seus pensamentos que quando um rapaz de pele incrivelmente clara e de cabelos escuros parou à sua frente, ele não notou, mas quando o jovem puxou uma cadeira e sentou-se na mesma mesa, foi impossível de ignorar.
— No que você precisa de ajuda, humano?
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