"O amor é como um jogo,  se vacilar é game over"

O tempo na empresa passou voando, haviam muitos documentos e papéis para assinar, sem falar dos que eram criptografados porquê Spencer achava mais seguro.
Assim que terminei percebi que já era noite, caminhei até a varanda daquela enorme sala e vi como a grande Nova York era totalmente maravilhosa. Embora a noite estivesse fria, seu brilho encantador pairava , respirei o ar gélido e olhei ao longe. Spencer já devia ter chegado, mas até agora nada.

POV Spencer

Depois do ocorrido com as mercadorias que haviam sido trocadas na hora do desembarque, Pietro e Kauã conseguiram resolver o "mal entendido".

Olhei meu relógio de pulso e vi que já havia passado da hora de buscar Rose na empresa.
Assim que entro no carro o celular toca.

- Já disse mil vezes para não me ligar nesse número- Respondo assim que atendo a ligação.

- Perdão, Senhor. - Reconheço imediatamente a voz do outro lado. - Estamos com o cara, o prazo já está se esgotando e até agora não houve sinal de pagamento.- Sua voz grave deixa claro o que vem em seguida.- Tenho permissão para persuadi-lo?- Ele dá uma risada sarcástica que me faz revirar os olhos.

- Faça o que tem que ser feito.-Dou uma pausa e o frequência da minha voz muda instantaneamente.- E mais uma coisa...-O alerto.- Não ligue mais da porra desse número. Leve ele para o lugar de sempre, estarei aí em poucas horas.- Digo irritado.

Desligo o celular jogando o mesmo no banco do passageiro. Novamente um impedimento de conversar com Rose. Passo as mãos no cabelo em forma de frustração. Não importa! Eu preciso contar a verdade e vai ser hoje.

POV Rose.

Já estava no hall de entrada me preparando para ir embora quando vejo Spencer entrar. Seu olhar está distante e assim que me vê da um sorriso de lado.

- Perdão pelo atraso, o imprevisto durou mais que o esperado. - Ele beija minha testa.

- Pensei que não viesse mais, quase todos já foram embora.- Respondi mostrando o lugar.

- É claro que viria te buscar, quando quebrei uma promessa ? - ele segura minha mão até o carro.

- Até agora nunca - sorrio.

Spencer da partida no carro e em poucos minutos chegamos . É incrível a energia que esse lugar me trás, é como se eu estivesse protegida.

- Rose - Spencer me chama.

- Sim? - olho pra ele.

- Pode ir até a sala de jantar, vou em meu escritório e em cinco minutos encontro você.- Ele segura minha cintura e me beija.- Temos muito para aproveitar e conversar hoje.

- Como queira, Senhor Bennett. -O provoco. - Estarei esperando.

O vejo subir as escadas e vou até a sala de jantar . Ali, naquele lugar, vejo como minha vida deu uma volta magnífica, tudo como eu sempre desejei, pra falar a verdade, até melhor.
Quem diria que um babaca fura fila iria virar o grande amor da minha vida. Solto uma risada interna e sento-me no balcão americano.

Pulo do assento quando escuto alguns gritos que logo são abafados. Rapidamente vou até a sala para ver o que estava acontecendo, procuro o Spencer pelo cômodo e não o encontro. A "conversa" vem do segundo andar onde ele supostamente está. Preocupada, subo bem devagar, receosa de atrapalhar algo importante e pessoal do Spencer. Assim que chego ao corredor posso escutar sua voz, ele aparentava estar completamente contrariado e sua raiva extrapolava qualquer coisa que eu já tinha presenciado. Seu tom de voz e as palavras pronunciadas por ele me faziam ter calafrios na espinha.

Caminho bem devagar até encontrar uma porta entreaberta. Observo bem e vejo que é a porta que sempre está trancada.

Por curiosidade a abro, e na mesma hora meu coração dispara. Parece inacreditável, mesmo com pouca luz consigo ver o brilho metálico das armas.

- "Senhor, mas eles ainda estão em débito com você, como eu ia saber quem eram eles?"

Escuto uma voz angustiada que me parecia familiar. Meu consciente não queria acreditar no que eu estava imaginando... Não podia ser.
Com os olhos já embaçados pelas lágrimas que insistiam em cair, caminho lentamente até onde eles estão.