40° Capítulo
Na manhã seguinte todos já estavam de pé, Naomi se despedindo de Chris dizendo que voltaria em breve e o mesmo dizendo que vai para Nova York nos visitar. Era engraçado ver aquilo, ambos estavam tão felizes e demonstravam um sentimento tão bonito, mas ainda tinham que manter as aparências na frente do Spencer. Reviro os olhos e não deixo de estampar um radiante sorriso no rosto.
Spencer aparece de bom humor e usando uma roupa elegante, nem muito social, nem muito simples. Ele caminha em minha direção e me beija na frente de todos ali, fico sem reação, mas logo retribuo. Assim como eu, Naomi e Chris ficaram perplexos, porém, Naomi logo começa a dar gritos e pulinhos de alegria.
-Oi? Como assim? Vocês dois? - Ela faz perguntas pela metade mas com facilidade de compreensão.
Olho Spencer com cara de espanto e ele dá uma piscadela para mim, um sorriso idiota sai dos meus lábios quando ele segura firmemente em minha cintura.
- Se for pra contar histórias perderemos o voo- Ele revira os olhos de uma maneira brincalhona.
- Spencer - Chris o chama, ele estava um pouco sério, conseguia disfarçar bem, mas eu sabia que algo não cheirava bem.
POV Spencer.
Não havia motivos para esconder o que eu sentia pela Rose, eu não conseguia controlar meus sentimentos quando ela estava perto. Não conseguia controlar a vontade de beijar aquela boca, sempre que ela sorria ou algo inteligente saia da mesma. Demorou um tempo para que eu pudesse aceitar que estava completamente apaixonado por ela, principalmente pelo fato de a única pessoa a entrar na minha vida ter sido o motivo pra que eu me fechasse tanto. Ela era aquela luz que existe no momento de trevas, ela me dava forças, não sei como. Aqueles olhos, de certa forma me davam a esperança de sentir novamente o amor. Chris me chama, consigo perceber que seu tom de voz é meio sério e já sei o que me espera.
Ele sempre foi meu braço direito, me apoiou muito depois do rompimento com Viollett e é o único que me sinto a vontade para compartilhar coisas da minha vida pessoal. Respiro fundo e vou até ele que caminha até um corredor um pouco afastado das meninas.
- Rose, termine de pegar suas coisas, já volto para te ajudar. -adentro o corredor onde vejo Christian andando de um lado para o outro.
- Que merda você tem na Cabeça, Spencer ? - Ele pergunta um tanto preocupado, se segurando ao máximo pra não gritar comigo. Ele passa as mãos pelos cabelos como se estivesse frustrado.-Você contou pra ela?
- Não sei o que está falando. - Dou de ombros.
- Droga, Spencer. O que você vai fazer quando ela descobrir o que você faz? Você vai cometer o mesmo erro com ela? Vai por ela em perigo por causa de um capricho seu?- Ele andava de um lado para o outro sem me encarar.
Parte de mim sabia que o Christian tinha razão, pensei sobre isso incontáveis vezes...mas droga, eu não consigo me afastar dela, ela é como um imã me puxando para a luz...eu lutei por tanto tempo para afastar esse sentimento de mim, não me permitindo ter relacionamentos duradouros ou afetivos...tudo girava em torno de sexo, só sexo. Mas com a Rose é diferente... ela me faz ser diferente...
- Ela não vai descobrir, tudo vai acontecer no momento certo, não estrague esse raro momento de felicidade que me invade. -Bufo e prossigo.- Eu sei, sei que a única pessoa que deixei entrar na minha vida me ferrou completamente, eu sei!! Mas eu juro, Chris, essa mulher me enlouquece, ela me faz feliz, ela é uma garota fascinante, que me surpreende dia após dia...eu nunca deixaria nada acontecer com ela- Um nó se forma em minha garganta ao pensar nesse assunto.
- Spencer, tome cuidado, sei que ela é realmente apaixonada por você, a Naomi me disse e é claro isso nos olhos dela quando ela olha pra você. Não a machuque e nem deixe que ela machuque você.- Ele segura em meus ombros e me da um leve aperto, olhando em meus olhos com compaixão. Surpreendentemente ele me abraça como se não houvesse o amanhã, atitude nada típica dele, mas sei que ele está preocupado e eu não consigo deixar de ficar também.
- Ok...você tem razão...Se isso for realmente necessário, assim que chegarmos em Nova York irei contar toda a verdade pra ela, vou dizer o que sou e o que faço...Eu... - Somos interrompidos.
-Meninosss, vamos - Naomi surge do nada nos chamando.
- Estamos indo. -Chris diz.
Sabe aquela sensação que seu mundo está completo pela primeira vez depois de tanto tempo e do nada ele desaba? Eu estava assim nesse momento. Não poderia machucar a pessoa que com toda certeza eu estou completamente apaixonado. Eu não poderia aceitar. Como ela iria reagir se eu contasse a verdade? Ela iria entender? Ela iria me deixar? Não, não, isso não.
-Spencer? - Uma voz tão doce surge em meus pensamentos e me faz sorrir involuntariamente. - Você está bem ?
- Estou melhor com você aqui. - A puxo para um abraço e inalo o seu perfume adocicado, me fazendo tranquilizar temporariamente.
A viagem foi tranquila, Naomi e Rose falavam sem parar das coisas que aconteceram na viagem e os lugares que elas queriam ir da próxima vez e escutei Rose dizer que se fosse fugir algum dia, com toda certeza iria pra Veneza, já Naomi dizia que iria pra tão amada França, riam bastante com tudo isso e eu apenas fiquei absorto em meus pensamentos, devaneando sobre a conversa que tive com o Chris horas atrás. Eu realmente preciso conversar com ela.
****
Assim que chegamos no aeroporto dois carros estavam nos esperando, um levou a Naomi de volta pra casa, coisa que demorou bastante já que ela insistia em não querer largar o pescoço da Rose. Entramos no que sobrara e eu assumi a direção, Rose sentou-se ao meu lado e entrelaçou seus dedos nos meus. Olhei para aquele ato e vi um brilho em seus olhos, foi inevitável não suspirar, ela era simplesmente encantadora. Uma mulher perfeita pra mim surge e eu vou deixa-la escapar por entre meus dedos...Merda Spencer.
O caminho até a casa dela não foi muito longo, mas tenho que admitir que o silêncio entre nós era ensurdecedor, aquilo estava definitivamente me matando por dentro.
Paro o carro em frente a pequena residência e saio para abrir a porta dela. Seguro em sua mão delicada e a encaminho para a entrada.
Todo o tempo eu permaneci com a cabeça baixa, sem ter a coragem de olhar nos olhos da mulher que amava tanto, eu não poderia conviver guardando isso dentro de mim... ela merecia saber.
-Rose, eu...- A porta da casa se abre e uma figura masculina barbuda aparece.
-Olha só quem está de volta!!!- Ele abre os braços e a Rose corre para abraça-lo. Droga, maldita hora, Jorge.
-Uhm... acho que já vou indo... Boa noite, Sr. Williams... Boa noite, Rose...- Me viro pra sair, mas sou interrompido por alguém puxando meu blazer.
-Já vai? Não quer entrar e ficar um pouco?... eu posso fazer um chá e podemos contar sobre a viagem ao papai...- Ela me olha com um olhar interrogativo e preocupado.
-Acho melhor deixarmos pra depois... a viagem foi cansativa e amanhã tenho que ir pra empresa logo cedo. A propósito, você não precisa ir amanhã se não quiser, tire o dia de folga para descansar da viagem.-Dou um sorriso fraco para disfarçar a minha tristeza.
-Você está bem?- Ela sussurra e tenta olhar em meus olhos.
-Estou...cansado apenas, nada para se preocupar. Tenham uma boa noite.- Me direciono para o carro e tento não olhar pra trás, tenho certeza que me arrependeria de ver o olhar de preocupação dela. Ligo o veículo e sumo pelas ruas escuras do bairro.
POV Rose.
O que será que aconteceu com ele? Aquele olhar...eu conheço muito bem...droga.
-Rose? Querida?- Balanço a cabeça acordando dos meus pensamentos ao ouvir a voz do papai.- Você está bem? Parece abatida.
-Estou bem, pai...só cansada da viagem.-Dou um sorriso e me direciono pra cozinha, pegando uma chaleira e enchendo-a de água.
-Como foi a viagem? Quero saber de tudo!!- Ele se senta na mesa enquanto eu o sigo com 2 xícaras colocando-as em cima da mesma.
Conto os detalhes dos acontecimentos, exceto as partes que envolviam minha aproximação com o Spencer...ele não precisava saber disso agora, não até eu entender o que houve logo mais cedo.
Após o término da conversa resolvo ir pra cama, realmente a exaustão bateu, mas antes tenho uma coisa para fazer.
Pego o celular e disco o número do Spencer. Uma, duas, três, quatro vezes, a ligação caia na caixa postal. Onde será que ele se meteu? Por qual motivo não me atende? Droga, Spencer, não faz isso comigo!!!
Tento mais uma vez e falho miseravelmente. Que se dane a folga de amanhã, eu preciso saber o que aconteceu.
Deito na cama e fecho os olhos, sem dúvida alguma meus sonhos seriam conturbados pela preocupação que exalava em mim. Amanhã será um novo dia.
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