Passo pela fachada do Hospital com certa pressa, as pessoas me encaram com olhares curiosos, talvez seja pela roupa exagerada que o Spencer comprou ou pelo meu atual estado de pânico. Caminho até a recepção onde estavam algumas mulheres conversando.

- Com licença, poderiam me informar onde está o Senhor Williams? Jorge Williams.- Digo com um certo nervosismo na voz.

Pode-se perceber olhares debochados de uma das garotas, apenas a ignoro.

-Perdão senhorita, mas só damos informações para parentes do paciente.-Ela me olha de cima a baixo e faz uma cara de insatisfação.

-Oh! Perdão, sou Rose Williams, filha do paciente- Tento soar da maneira mais calma possível. A garota que me encarava a segundos atrás solta um sorrisinho debochado. Respiro fundo e encaro a que está me atendendo.

- Documentos, por favor.- Ela diz secamente enquanto me encara. Não sei o que está acontecendo com o dia de hoje, parece que nada tende a dar certo. Primeiro o Spencer me faz passar raiva o dia inteiro, meu pai fica hospitalizado, essa maldita enfermeira não tira esse sorriso debochado do rosto e pra completar, esqueci a Porra da minha bolsa na festa.

-Maldição!- Sussurro pra mim mesma e tento controlar meus nervos.- Senhorita, há alguns minutos atrás recebi a ligação da Doutora Torres informando que meu pai estava debilitado e requeria a minha presença aqui urgentemente, destarte, no momento de pânico, acabei esquecendo meus documentos, então faça-me o favor e facilite a minha visita.- tento soar o mais calma possível.

-Temos uma política bastante rígida acerca das visitas, somente pessoas com identificação podem ser autorizadas. Mantenha a calma, retorne para o lugar onde esqueceu os seus documentos e assim poderemos te liberar.- Ela mostra um sorriso amarelo e volta sua atenção para o computador. Respira Rose, respira...

-Eu acho que a senhorita não entendeu direito, eu preciso ver o meu pai AGORA, então trate de mexer nos papéis que forem necessários, pois eu vou vê-lo, você permitindo ou não.- A encaro com certa fúria e tenho que confessar, acho que soei um pouco arrogante.

Eu estava prestes a tirar aquela mulher a força da sua cadeira, mas uma voz masculina atrás de mim chamou a minha atenção. O dia não poderia piorar, agora eu teria que enfrentar mais um babaca nesse recinto.

- Está acontecendo algum problema aqui, senhora Wilson?- Sua voz sai calma e até mesmo elegante.

Viro-me para encara-lo, mas quando o vejo, solto a respiração que nem pensava que estava prendendo. Moreno, olhos claros, aproximadamente 1,85 de altura, um bom físico e um belo sorriso, todos os requisitos que arrancariam suspiros de qualquer mulher. O mesmo caminhou até onde eu estava e se apresentou.

- Sou o Dr. Parker - Ele estende a mão- Você deve ser a senhorita Williams, filha do Jorge.- O brilho do seu sorriso ofusca os meus olhos, me fazendo suspirar mais uma vez.

- Isso mesmo - Seguro em sua mão- Como meu pai está, Doutor?- Tento manter a calma que antes não tinha.

- Me acompanhe por favor- ele me dá passagem. Olho a tal senhora Wilson e sorrio com um certo desprezo, olho a outra mulher que me fuzilava com os olhos. Poxa o que eu fiz? Volto minha atenção para o médico e caminho ao seu lado.

- Como sabia que era eu? Digo, que eu era a filha do Jorge?- Nos direcionamos para o corredor, ele com a mão nas minhas costas, fazendo-me acompanhar o seu ritmo.

- Seu pai fez uma bela descrição de você, e pelo visto ele não exagerou quando disse que você era bonita.- Ele da um sorriso de lado e consigo perceber as belas covinhas que se formavam. Meu rosto sem dúvida alguma está parecendo um tomate, não consigo conter minha ruborização. Mas não posso negar, ele era a definição perfeita de um homem gostoso. Concentre-se, Rose, seu pai está doente, pare de pensar nesses absurdos!

- Atrapalho? - Um voz familiar surge atrás de nós, engulo em seco e me viro deparando com Spencer. Ele estava com um traje diferente de antes, seus cabelos estavam molhados e caiam um pouco pelo rosto. Provavelmente deve ter tomado uma ducha antes de vir.

-Ah? Ah! Não, claro que não, o Doutor está me levando até meu pai.- Não sei qual o poder que aquele homem tinha sobre mim, mas ele conseguia me deixar nervosa ao extremo. Vejo seu olhar se direcionar para a mão do médico e rapidamente dou um passo para o lado. Mas por qual motivo fiz isso?

- Posso presumir que seja o acompanhante da Senhorita Williams. Prazer, Doutor Parker! - Os dois se encaram e apertam as mãos com uma certa força. Espera, estou presenciando uma disputa de Testosterona?

-Spencer Bennett- Ele se apresenta e rapidamente retrai sua mão, pondo-a em minha cintura, trazendo-me para mais perto de si.

-Sigam-me.- Percebo um tom áspero vindo do doutor e dou de ombros, tentando me desculpar pela atitude do Spencer.

Reviro os olhos e me afasto dos braços de Spencer, acompanhado o médico. Viramos a direita e nos deparamos com um imenso corredor, onde consegui avistar a porta de um quarto aberta, e logo na frente, deitado em uma maca, meu pai. Corri até onde o mesmo estava, e o abracei como se tivesse passado anos sem vê-lo.

- Como você está ? Está se sentindo melhor? O que aconteceu ? - Começo a disparar várias perguntas, verificando cada milímetro do corpo dele, procurando algum possível dano que os médicos não encontraram.

- Calma baixinha, seu velho está bem, foi apenas um susto. Me desculpa filha...sei que não devia...- Ele engole em seco e algumas lágrimas brotam em seus olhos, mas logo sua expressão muda quando vê algo no canto da sala, ou melhor, alguém.- Quem é aquele?- Meu pai levanta uma sobrancelha com um tom interrogativo.

- Muito prazer senhor Williams, Sou Spencer, Spencer Bennett.- Ele se aproxima da maca onde meu pai se encontrava.

Seu humor já havia mudado, ele mantinha uma expressão neutra ao se apresentar, papai estende a mão e o mesmo a segura. Ver papai ali me deixa de coração partido, mas preciso ser forte por ele.

- Senhor Williams? - Uma enfermeira chama papai fazendo todos a olharem - Os papéis da transferência já estão prontos.

Espera, como assim transferência?