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Obrigada por voltar

Oiiii, desculpem a demora.
Ainda estou reorganizando minha rotina após a volta das minhas férias e está uma correria. Mas não vou abandonar nada não, tá? Só tenham um pouquinho de paciência.

Boa leitura e eu acho que nesse começam algumas movimentações não tão boas para oficializar a entrada do Matthew nessa segunda fase.

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Alguns Dias Depois

POV Lauren

Enlouquecendo.

Tem horas que eu esqueço realmente que ter assumido a presidência dessa empresa é uma responsabilidade enorme, acho que vendo de fora quando era meu pai, parecia mil vezes mais fácil. Mas ele precisava descansar, foram longos anos de trabalho e agora ele quer estragar os netos, viajar com minha mãe e curtir os frutos do seu trabalho.

-Olivia, hoje não quero ser interrompida. Preciso revisar a apresentação do senhor Collins.

-Pode deixar, chefinha. Vai querer um café? Já são três horas.

-Frapuccinno. _ Falei e ela assentiu anotando enquanto me acompanhava e vi alguns papeis em cima da minha mesa. _ O que é isso?

-O balanço trimestral da empresa, você pediu à Dinah.

-Droga! Esqueci disso.

-Eu vou buscar seu frapuccinno, chefinha.

-Pede a Dinah para subir, por favor.

Respirei fundo lembrando que hoje sequer consegui ir almoçar com os meus filhos ou ver Camila, preferi adiantar tudo porque as férias das crianças estão chegando e elas querem ir ao parque. Confesso que também estou ansiosa, eu adoro lugares assim e passar um tempo longe de tudo faz a mente relaxar para voltar com um pouco mais de ânimo. Ainda mais agora que a empresa expandiu, felizmente tenho uma equipe extremamente competente e leal.

-Fala, branquela.

-Posso te dar justa causa, sabia?

-Por quê? Você é azul por acaso? _ Levantei o dedo médio e Dinah gargalhou sentando na cadeira em frente minha mesa. _ Preciso de uma semana, Laur.

-Quando?

-Quando a Maite for viajar, quero ficar alguns dias lá.

-Sem problemas, só adianta o seu serviço e deixa o Gale por dentro de tudo.

-E é por isso que não peço demissão. _ Ela falou e agora quem riu fui eu, sou a chefe mais legal do mundo. _ Vamos começar?

-Vamos, DJ.

[▪▪▪]

-Lauren, uma pessoa veio te ver.

-Pede pra voltar amanha, Oli. Estou toda enrolada aqui.

-Essa eu acho que você quer receber. _ Olivia falou abrindo mais a porta e vi minha esposa entrar. _ Licença, senhoras.

-Oi, Lolo.

-Princesa! Tudo bem?

-Está. E-eu atrapalhei você?

-Você nunca atrapalha, Linda. _ Levantei me aproximando e Camz sorriu toda tímida, eu amo que ela tem o mesmo jeitinho do início. _ Veio me visitar?

-Senti saudades de você no almoço.

-Estou adiantando as coisas para a viagem com as crianças.

-Eu já comprei nossos ingressos. Quinze dias e com hotel incluso.

-Ótimo. _ Envolvi sua cintura ganhando alguns selinhos e ela ajeitou a minha sobrancelha. _ Eu vou comprar nossas passagens hoje à noite.

-Louis vai explodir de felicidade.

-Imagino. Ele é o que está mais empolgado.

-Bebê, a gente pode ir à cafeteria hoje? _ Ela pediu e assenti levemente antes de voltar para minha poltrona. _ Precisa de ajuda?

-Estou revisando essa apresentação, já estou acabando.

Continuei revisando a apresentação enquanto recebia as dicas da Camila, ela é extremamente crítica e criativa, sinto falta de quando ela me ajudava, mas fico orgulhosa de ver sua empresa indo tão bem. Saímos da empresa depois que terminei tudo e parei na cafeteria que minha esposa pediu, ela adora vir aqui para conversarmos e passarmos um tempo juntas. Hoje Camila foi para a consulta com a Alexa e sempre gosto de ouvir se ela está bem, como posso ajudar com as orientações que ela sempre dá.

-Então ela disse que você está bem?

-Sim, e eu me sinto assim também.

-Isso é incrível, Linda. _ Beijei sua mão enquanto observava seus olhos com um brilho lindo. _ Fico feliz de te ver tão bem.

-Ela disse que eu posso diminuir a frequência das sessões.

-E como vai ficar?

-Pedi para continuar uma vez por mês enquanto resolvemos esse assunto do Matthew e depois de três em três meses.

-Entendi. Você finalmente conseguiu, princesa.

-Consegui, Lolo. _ Vi seu sorriso largo e sorri também, foram tantos anos de terapia e ela avançou tanto. _ E-eu sei que talvez nunca receba alta... Mas... Mas eu consegui, Lolo.

-Ei? Todos precisamos de terapia. Eu vou duas vezes no ano, lembra?

-Eu sei.

-Então se orgulhe de tudo que você conseguiu. _ Ajeitei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e beijei sua testa. _ Porque eu tenho muito orgulho.

-Te amo, Lolo.

-Também te amo, minha princesa.

Selei os nossos lábios num longo selinho e ela escondeu o rosto na curva do meu pescoço envergonhada por estarmos numa cafeteria, Camila sempre foi muito tímida. Beijei sua mão novamente enquanto sentia sua respiração tranquila e vi nossos pedidos chegarem: waffle, torta de morango e suco. Camz adora esse ambiente mais tranquilo e como eu nunca gostei de lugares barulhentos ou cheios demais, é perfeito para nós.

-Amor, esqueci de falar. A turma da Sofia vai para um sítio na próxima quarta, eu autorizei que ela fosse.

-Tá bom. Tem que pagar alguma coisa antes ou só no dia?

-No dia, eles vão entre amigos para comemorar o fim do ano letivo.

-Espero que até lá a Sofia fale comigo. _ Murmurei voltando a comer e Camila fez o mesmo. _ Por que ela quer tanto ir nessa festa com esse garoto?

-Ela quer ir na festa porque ainda é do segundo, um garoto do quarto ano a chamou. Roteiro de filme adolescente, Lo.

-Aliás, eu quero muito saber desse Zayn.

-Zyan, Lo. Zyan.

-O que ela tem com esse garoto?

-Nada. Ela acha bonitinho, mas ainda não tem nada.

-Bonitinho é o meu chinelo.

-Lauren!

-Desculpa. É modo de dizer, perdão.

Vi Camila voltar a comer em silêncio e me culpei mentalmente por falar que daria uma chinelada na Sofia ainda que brincando. Camila, por razões óbvias, tem pavor disso e nem brincando aceita que eu ou qualquer pessoa fale que vai tocar em um deles. Quando tivemos nossa primeira conversa sobre Sofia estar começando a fazer pirraça, por volta de um aninho, Camila pediu que eu jamais tocasse na nossa filha ou em qualquer outro que tivéssemos.

Obviamente eu não faria isso, meus pais não me criaram assim. Mas entendi o que aquilo trazia para sua mente, a lembrança do pai à torturando com um caco de vidro, da mãe batendo até se ela respirasse diferente. E nem no meu pior pesadelo quero que meus filhos passem por isso, não consigo imaginar quanto um ser humano tem que ser cruel para fazer o que fizeram com ela.

-Ei? Me desculpa ter falado aquilo.

-Tudo bem, Lolo. _ Beijei seu ombro e ela deu um sorrisinho de lado. _ Pode não falar mais isso?

-Claro. Vou me policiar de brincar assim.

-Obrigada. Quer waffle, anjo?

-Quero.

-Te amo, Lolo.

-Também, minha linda.

[▪▪▪]

Dia Seguinte

POV Sofia

Noite do baile de formatura.

Fiquei a semana inteira em greve de silêncio achando que a mamãe fosse de alguma forma ceder, mas não adiantou e ontem desisti. Eu tinha acabado de mandar mensagem para o Zyan avisando que não poderia ir porque minhas mães não deixaram e ele sugeriu que eu desse uma fugida. Nunca fiz isso de enganar as minhas mães, então de cara neguei, mas ele disse que me trazia até antes da meia noite se eu quisesse.

-O que você está fazendo, So?

-Porra! Que susto, Louis. _ Reclamei vendo meu irmão entrar no meu closet e continuei escolhendo um salto. _ O que você quer?

-Vim te chamar para comer pizza, a mamãe comprou.

-Eu já desço.

-Vai sair?

-Não, estou vendo os sapatos que vou colocar para doação.

-Esse é muito bonito e está novinho. _ Ele falou pegando um dos que já tinha separado e colocou no lugar. _ Não demora, a pizza está quentinha.

-Tá bom, desço em dois minutos.

Desci para a sala tentando pensar em como sair sem que elas percebam e vi minhas mães sentadas em volta da mesinha de centro cortando a pizza. Louis voltava com os copos e refrigerante enquanto falava sobre alguma série nova de comédia que ele encontrou. Me senti culpada por estar mentindo para as duas pela primeira vez e sentei para comer enquanto respondia o Zyan que eu sairia de casa assim que desse e ele poderia me buscar.

Felizmente o porteiro da noite, senhor Gordon, não liga para horário que os moradores entram ou saem, só não permite entrada de visitantes depois das onze por questões de segurança. Sem falar que de manhã quando saímos já é o tio Tom, ele sim falaria com minhas mães se me visse saindo sozinha num carro diferente à noite, mas como vou voltar antes da meia noite acho que não tem problemas.

-Toma, só com maionese.

-Obrigada, mamãe. _ Peguei o pratinho e ela sorriu, a mamãe conhece todos os meus gostos. _ A gente vai assistir série?

-Só se vocês quiserem muito, hoje estou quebrada.

-Está com muita coisa na empresa?

-Estou adiantando tudo para a nossa viagem.

-A mami falou que comprou os ingressos. _ Louis comentou antes de morder um pedaço da pizza. _ Vamos ficar naquele hotel do parque.

-Sério? Parece ser o melhor.

-Vocês merecem, o ano de vocês foi impecável. _ Mami falou e me senti uma idiota por estar mentindo para as duas. _ Conseguiu as passagens, Amor?

-Consegui, viajamos sexta que vem.

[▪▪▪]

Notei que as luzes da casa já estavam apagadas e corri para o banheiro para me arrumar enquanto respondia o Zyan que poderia vir me buscar, já tinha feito o cabelo hoje cedo no salão com a minha mami. Terminei de me vestir e peguei o sapato na mão para não fazer barulho enquanto eu descia até me lembrar do portão. Ele sempre faz um barulhinho na hora de destravar, só a chave que deixa abrir sem qualquer barulho.

Voltei na sala para pegar a chave pendurada e saí de casa notando o deserto do condomínio depois de uma certa hora. Passei pelo porteiro que mal olhou para minha cara desejando "boa noite" e vi o carro do Zyan parado do outro lado da rua. Atravessei ouvindo ele rir com mais dois amigos e uma líder de torcida e me aproximei, notei Zyan apontar para o banco do carona e entrei no carro recebendo seu olhar.

-Está perfeita, Sofia.

-Obrigada.

-Bora, Zyan. Deixa pra se comerem depois. _ Um dos amigos dele falou e vi os outros dois rirem. _ Bora, caralho!

-Idiota.

Zyan deu partida no carro e tentou ainda puxar assunto, mas eu já estava um pouco puta por ele simplesmente não ter falado nada, o amigo é dele, é ele quem tem que cortar isso. Chegamos depois de quase dez minutos e vi que o local do baile já estava cheio de alunos enquanto um barulho ecoava, eles mudaram o lugar para não ter presença dos funcionários, pela hora a festa já tinha começado faz tempo. Aliás, até eles já estavam na festa e voltaram para me buscar.

-Não vai falar comigo direito, gatinha? _ Vi Zyan se aproximar quando saímos do carro e virei o rosto ganhando um beijo na bochecha. _ Que foi?

-Seu amigo foi totalmente babaca.

-Eu sei, o Tyler é assim mesmo. Depois eu falo com ele.

-Promete?

-Prometo. Agora me dá um beijo. _ Senti seu braço em volta da minha cintura e selei nossos lábios. _ Vamos entrar?

-Vamos.

-Vai querer beber alguma coisa?

-Refrigerante.

-Sério, Sofia? Isso aqui não é festa de criança.

Ele falou rindo enquanto me levava para dentro do salão e já vi Levi com o seu par enquanto conversava com algumas pessoas. Me aproximei enquanto o Zyan ia buscar alguma bebida e vi meu amigo me olhar surpreso, não avisei que viria hoje na festa. Fiquei com receio de não conseguir vir e ter marcado com ele e a Meg, que por sinal nem está aqui perto.

-A princesinha saiu da torre!

-Idiota.

-Como você convenceu a tia Laur de vir? _ Ele perguntou me puxando para um lado afastado do pessoal que estava com ele. _ Conta.

-Eu fugi.

-QUE?

-Fala baixo, Levi.

-Vamos voltar agora para a sua casa. _ Ele me puxou pela mão e neguei com a cabeça _ Anda, eu peço um carro e vou com você.

-O Zyan me trouxe.

-E ele sabe que você fugiu?

-Sabe, foi ele quem deu a idéia.

-O que ele tem de bonito tem de babaca. Vamos embora agora.

-Levi, eu não sou mais uma criança.

-Você nunca fez esse tipo de coisa. _ Ele começou com o sermão e revirei os olhos entediada. _ E não adianta fazer essa cara pra mim. Vai mudar porque beijou um idiota?

-Você não pensava isso dele.

-Porque não achei que ele fosse assim. Trazer você escondido é literalmente um atestado do quanto ele é babaca. E suas mães? Você pensou?

-Eu volto antes da meia noite.

-São onze horas, Sofia. Acha mesmo que ele vai voltar com você?

-Vem, Linda. Vamos para um lugar menos barulhento. _ Zyan apareceu com dois copos e me levou para outro lado. _ Seu amigo não gosta muito de mim. Toma.

-Eu não bebo, Zyan.

-Bebe, é gostoso.

-Não, sério.

-Argh! Que careta. _ Ele reclamou bebendo e me puxou para dançar. _ Você dança pelo menos?

-Idiota.

Começamos a dançar com os amigos dele e algumas meninas e notei Levi de cara fechada nos olhando, senti Zyan me abraçar por trás enquanto dançava no ritmo da música até um garoto do time de basquete aparecer com droga oferecendo como se fosse um doce. Notei Zyan pegar um pacotinho também e guardar no bolso quando ameacei reclamar, isso é tão nojento e cruel com a própria pessoa.

-Só vou guardar para o Tyler, relaxa. Vamos dançar.

[▪▪▪]

Notei passar da uma da manhã e atravessei a rua esperando Zyan manobrar o carro para irmos embora, não foi nada do que eu pensei. Levi passou quase a festa inteira me seguindo para que eu não bebesse e brigou porque eu não quis ir embora com ele. Meg tinha há tempos sumido pelos corredores com o namorado, desde cedo, nem a vi direito ou se ela ainda estava aqui. Mas imaginei que fosse tão diferente esse baile, parece mais um festa em boca de fumo, metade dos alunos estavam usando drogas e bêbados.

Pelo que entendi, o baile pós-formatura que é o baile realmente como os de filmes adolescentes e esse é só uma festa liberada para os alunos organizada pelos próprios alunos. Entrei no carro recebendo um olhar do Zayn que selou nossos lábios e toquei seu rosto tentando perceber se ele ainda estava sóbrio o suficiente para dirigir. Acho que nem era pra eu estar aqui, ele não é um por cento do que imaginei ser e está parecendo um idiota.

-Zyan, não... _ Afastei sua mão que desceu para minha coxa e ele continuou beijando o meu pescoço. _ Zyan, eu não quero.

-Eu não trouxe você pra ficar de mãozinhas dadas.

-Zyan, eu falei que não.

-Vai ser bom, eu prometo.

-Eu não quero! _ Saí do carro vendo ele fazer o mesmo e se aproximar. _ Eu já falei que não.

-Tá. A gente pode ficar só no beijo então.

-Também não quero. Só... Me leva pra casa.

-Ainda está cedo, gatinha. Vamos aproveitar um pouco.

-Zyan, eu quero ir embora.

-Para de se fazer de difícil, porra! _ Ele falou num tom mais alto e senti um arrepio percorrer meu corpo. _ Por que você está chorando? FALA!

-Sai de perto da minha filha.

-Mas o que...

-SAI DE PERTO DA MINHA FILHA!

Abri os olhos vendo a minha mãe jogar Zyan no chão dando alguns socos e jogá-lo no gramado da praça enquanto o xingava, palavrões que jamais ouvi dela. Vi Levi parado ao lado do carro dela e mesmo que eu soubesse que iria ficar de castigo por muito tempo, agradecia por ela estar aqui. Corri para os braços dela quando a vi perto e senti as lágrimas caindo por meu rosto, como eu queria ter ouvido que não era pra vir nessa maldita festa.

-Ele fez alguma coisa?

-N-não.

-Olha pra mim. _ Levantei o rosto e ela começou a me analisar inteira. _ Tem certeza? Ele fez alguma coisa? Fala a verdade.

-N-não, mamãe.

-Calma, eu estou aqui.

-O-obrigada.

-Vem, vamos para o carro. _ Ela falou me levando até o carro e vi Zyan ainda no chão, estava tão bêbado que nem conseguiu levantar. _ Vamos, Levi?

-Claro, tia.

-Obrigada por voltar, Le.

-Amigos cuidam um do outro, lembra?

Vi pelo retrovisor minha mãe me olhando e senti meu corpo estremecer, ela nunca me olhou tão séria assim na vida. Senti mais algumas lágrimas caírem e Levi foi me abraçando até chegarmos em sua casa, o que demorou menos de vinte minutos e seguimos para a nossa. Eu sequer tentei falar com minha mãe, sabia que não era o momento e que nem tinha para onde correr, eu só queria que tudo fosse um pesadelo e quando eu acordasse ainda estivesse na manhã de hoje.

-Vai direto para o seu quarto e toma um banho.

-Sim, senhora.

-E não faz barulho, sua mãe e seu irmão estão dormindo.

[▪▪▪]

Saí do banheiro vendo minha mãe sentada na minha cama e me aproximei de pijama imaginando que era hora da minha bronca, mas aliviada de saber que eu estava segura. O que teria acontecido se o Levi não tivesse ligado pra minha mãe, se ele não tivesse sido meu amigo de verdade? Senti mais uma lágrima cair e sentei na cama ao seu lado olhando para o chão, eu não tinha coragem de encará-la depois da merda que fiz.

-Vou perguntar mais uma vez. Ele fez alguma coisa com você?

-Não, eu juro... Vocês chegaram antes.

-O que deu em você, Sofia?

-E-eu só queria ir na festa, ser uma adulta.

-Adultos não saem feito fugitivos, isso é coisa de vagabundo. _ Ela falou num tom seco e senti mais uma lágrima cair. _ Você tem noção de que se o Levi não me ligasse ele teria abusado de você ou te agredido? Consegue ter a dimensão do trauma que causaria em você e em nós?

-Eu sei.

-Não, você não sabe. Aquele lugar estava fedendo a drogas e bebidas, Sofia. Adolescentes drogados e querendo sexo sem pensar que podem pegar uma doença, uma gravidez indesejada ou usando drogas como se fossem de ferro e não pudessem ter uma overdose. Você diz que quer ser uma adulta, mas você pensou em alguma dessas coisas? Pensou, Sofia?

-N-não.

-Não pensou porque você tem quinze anos, Sofia. Quinze. O nariz daquele garoto estava todo fodido de cocaína e você nem percebeu, ele fedia a vodka e pelo visto você não estava ligando.

-E-eu pedi pra vir embora.

-Não era pra ter ido, isso que você não entende. E se acontecesse algo, como eu e sua mãe saberíamos? A gente dormiu pensando que você estava aqui, em segurança. Você enganou a gente, Sofia.

-Desculpa.

-Amanhã você vai contar a sua mãe tudo que aconteceu, entendeu?

-Tá bom.

-Agora vai dormir, está tarde. Amanhã a gente termina essa conversa, ainda estou de cabeça quente e não quero fazer nada que eu me arrependa.

Deitei na cama sentindo meus olhos marejarem e a mamãe ajeitou a coberta em meu corpo antes de deitar ao meu lado me puxando para um abraço. Eu estava tão envergonhada, tão chateada comigo por ter sido uma idiota com as minhas mães, com o Levi que passou a noite inteira tentando me fazer vir embora, em perceber que eles queriam o meu bem e eu ignorei. Ignorei por achar que eu era adulta quando na verdade só fui uma adolescente mimada que não aguentou ouvir um "não" das mães.

-Boa noite, filha.

-Obrigada por me salvar, mamãe.

[▪▪▪]

POV Camila

"Fui ao baile ontem à noite."

Depois de ouvir tudo que Sofia tinha para me contar, eu só conseguia pensar no perigo que ela se meteu saindo de casa sem comunicar ninguém, com um garoto que sequer conhecemos e que usa drogas, num lugar onde não tinha um adulto cuidando deles e uma hora da manhã. Lauren desde que acordou não quis sequer falar sobre o assunto, disse que estava muito chateada por Sofia ter mentido dessa maneira e que não queria falar coisas que pudessem machucá-la.

Eu já tinha comunicado Sofia que o sítio com os amigos estava cortado e que a viagem só iria acontecer porque o Louis não tem nada a ver com isso, mas que pelos próximos dois meses ela não pisaria fora de casa sem uma de nós duas em seu encalço. O celular está comigo e qualquer aparelho eletrônico que ela pudesse arrumar para se comunicar com aquele garoto ou qualquer outro delinquente que ela estivesse andando, está confiscado.

-Desculpa, mami.

-Você já está desculpada, filha. Mas você vai arcar com as consequências dos seus atos independente de qualquer coisa.

-Eu sei. _ Vi seu rosto banhado em lágrimas e abri os braços a puxando para um abraço. _ Eu tô me sentindo mal.

-Por que?

-Porque eu enganei vocês. Eu não deveria ter feito isso.

-Isso é um bom sinal. Nós nunca mentimos para você e queremos que você faça o mesmo. Você bebeu lá?

-Só refrigerante, eu não quis outras bebidas.

-E o Levi? Você pediu desculpas?

-Só ontem, mas eu vou falar com ele de... Droga! Não tem mais escola.

-Depois eu te levo lá. _ Avisei vendo seu aceno em entendimento e vi Sofia chorando de novo. _ Ele é seu amigo de verdade, filha. Não esqueça disso.

-Eu não sei o que teria feito se o Levi não tivesse vindo buscar a mamãe.

-Mas ele veio e eu sou grata por ver que ele é seu amigo mesmo. A irmã dele também estava na festa?

-Não, ela foi ao aniversário de uma amiga. Só a Meg que foi com o namorado.

-Entendi. Os pais dela sabiam dessa festa?

-A mãe da Meg não liga se ela vai em festas assim e o pai dela está viajando.

-E os pais do Levi?

-O pai dele deixou porque ele iria com uma menina. Acho que ele não gosta muito que o Levi seja gay e que talvez se encontrar uma menina bonita, vai virar hétero.

-Entendi. _ Murmurei tocando o seu rosto e vi mais uma lágrima cair de seus olhos. _ Eu te amo. Nunca esqueça disso, meu anjinho.

-Também te amo, mami.

-Vamos tomar café? Você não comeu nada até agora.

-Estou sem fome.

-Está fugindo da sua mãe ou é impressão minha?

-A mamãe está muito chateada, não vai querer falar comigo.

-Independente de tudo, você é nossa filha.

-É.

-Vamos?

-Tá bom.

Descemos depois que ela lavou o rosto mais uma vez e vi Lauren sentada no balcão enquanto conversava com Louis sobre a viagem, ele está louco para conhecer os parques da Universal e já sabe que temos ingresso para a próxima semana. Cumprimentei os dois com um beijo no rosto e Sofia fez o mesmo, mas quase fugindo ao falar com Lauren, que também parecia incomodada. As duas sempre foram muito agarradas e dividiram todos os segredos, então já imaginava que a Lauren fosse ficar mais quietinha, pelo menos até ela processar tudo que aconteceu ontem.

-Vai sair, Amor?

-Vou ao mercado comprar algumas coisas para amanhã.

-Vai cozinhar pra nós? _ Perguntei em expectativa e ela assentiu, geralmente eu preparo com uma maior frequência que ela. _ Hmmm.

-Camarão gratinado.

-Eu amo comer camarão gratinado.

-Pode comer com fritas? _ Louis perguntou da mesa e arqueei a sobrancelha, ele passa a vida comendo batata frita se eu não ficar em cima. _ Deixa, mami. Por favorzinho.

-Você é demais, Louis.

-Pode ser frango a parmegiana pra você, filha? _ Lauren perguntou e Sofia assentiu, ela não gosta muito de peixes, frutos do mar. _ A sobremesa vai ser comprada mesmo, não sou boa com doces.

-A Sofia faz a sobremesa de amanhã, não se preocupe.

-Eu?

-É, esse domingo é todo seu.

-E o que eu faço?

-Pode ser frutas com creme de leite em pó ou de baunilha. Aquele que você faz no copo em camadinhas. _ Lauren sugeriu e Sofi assentiu voltando a comer. _ Depois faz a lista pra eu trazer.

-Tá bom. Eu acho que só não tem mais morango.

-Eu compro.

[▪▪▪]

Noite de jantar com a família.

Fazia um pouco mais de meia hora que tínhamos chegado à casa dos meus sogros e as crianças estavam na varanda conversando com os primos. Devon e Elena, filhos do Vicent, primo da Lauren. Eles vieram passar as férias aqui nos Estados Unidos e aproveitamos para as crianças se conhecerem melhor, já que eles só se viram algumas vezes na vida por eles morarem na Austrália. Aliás, já recebemos uma intimação de estar lá no aniversário da Gracie, a tia da Lauren, que faz aniversário daqui um mês.

-E esse é um amigo meu da Austrália, Joseph. Ele veio comigo para conhecer Miami e as maravilhosas praias.

-Oi, Camila.

-Prazer em conhecê-lo. _ Estendi a mão para o homem à minha frente e senti o seu olhar nada discreto percorrer meu corpo. _ É... Viram a Lauren?

-Acho que foi pegar bebida, Mila. Vou procurá-la.

-Não, deixa que eu vou.

Me apressei em sair de perto do amigo do Vicent e entrei na cozinha onde o meu sogro conversava animado com a irmã, ele adora quando ela vem para o país. Gracie por sua vez, esbanja simpatia e afeto por cada um de nós ainda que por mensagens no celular, Sofia ama ir à Austrália e adora a tia avó, sem falar que ganhou o coração dos tios babões dela. Vicent e Nicolas desde que a conheceram a mimam demais, quando fomos na casa deles achei até que ganharia um canguru em troca deles roubarem minha filha.

Louis também amou o lugar, mas foi apenas três vezes, sendo duas ainda um bebê e a do último ano nas férias. Meu bebê não é muito fã de aviões, então as viagens muito longas são planejadas com um pouquinho mais de cuidado, até mesmo nas curtas ele precisa de remédio para dormir. Ele ama conhecer lugares novos, mas essa parte da viagem de avião é uma verdadeira tortura, mas que precisamos enfrentar quando acaba sendo longo demais para irmos de carro.

-Tudo bem, Linda?

-Tudo, Lo. _ Falei ganhando um beijo na testa e vi minha esposa segurando um copo com bebida. _ Tem álcool?

-Tem, mas eu coloquei pouca vodka. Não quero ficar bêbada.

-Eu vou dirigindo, tá?

-Sim, senhora. Mas fala o que houve, suas bochechas estão coradas.

-O amigo do seu primo estava me secando. Foi desconfortável.

-O Joseph? Eu vou lá falar com ele.

-Não. Só... Só fica aqui pertinho de mim. _ Pedi escondendo o rosto na curva do seu pescoço e ela me abraçou. _ E nada de discussões.

-Não garanto nada.

-Por mim, Lolo.

-Tá.

-Mãe, eles podem ir lá em casa nessas férias? _ Louis perguntou animado e dei um leve aceno concordando. _ Isso!

-Cadê a Sofia?

-Acho que entrou, ela e a Elena estavam conversando sobre maquiagem.

-Lo?

-Hm.

-Você mal falou com ela hoje, está tudo bem? Eu sei que você está chateada pela mentira, mas não sei se silêncio resolve.

-Só não quero falar nada que a machuque.

-Não conseguiria isso nem se tentasse, você é extremamente gentil.

-Eu só preciso de um tempo.

-Tudo bem. _ Beijei seu rosto ganhando um sorriso e notei a minha sogra nos chamar. _ Sua mãe, Lolo.

Voltamos para perto de onde todos estavam e vi de longe Sofia sentada com a prima na cozinha, as duas mexiam em um pote de sorvete que em minutos estaria vazio se dependesse da minha formiguinha. Sofia pegou os mesmos costumes da Lauren, adora doces e diz que comer sorvete direto do pote faz o gosto ficar melhor. Eu nem tento entender essas loucuras das duas e Louis faz o mesmo que eu, finge que isso é totalmente lógico.

-A Sofia está bem, Camila?

-Problemas no paraíso, sogrinha. _ Ganhei um abraço de lado e continuei a observar minha filha. _ Sofia aprontou uma grande e a Lolo está chateada.

-Aprontar é coisa da idade, daqui a pouco essa fase passa.

-Você acha?

-Tenho certeza. Lauren aprontou algumas vezes quando adolescente, foi aí que eu percebi que ela precisava se sentir segura de novo.

-Como assim?

-Foi na época que ela começou a gostar de meninas. Ela até fazia terapia, só que não era o suficiente sem a gente segurando sua mão e fazendo com que ela entendesse que era perfeita do jeitinho que era. Era insegurança.

-Acho que o problema da So não é amoroso.

-O pai dela apareceu, querida. Eu sei que talvez por ela ter demonstrado um lado mais maduro ao saber disso, vocês possam ter interpretado errado. Mas não acho que ela esteja processando tudo direito.

-Nós conversamos muito sobre ele. _ Contei e ela assentiu me levando para um lado mais vazio. _ Eu deixei que ela perguntasse o que quisesse.

-Você perguntou se ela queria conviver com ele?

-Perguntei. Ela disse que não.

-E a Lauren? Elas também conversaram? A Lauren explicou mais uma vez que não importa se o Matthew apareceu, que ela continua sendo filha?

-Eu não sei exatamente.

-A So nunca mais falou com a gente que fez algo sozinha com a Lauren e elas sempre fizeram coisas juntas. Já pensou que isso pode ser insegurança? Não que ela esteja fazendo birra para chamar atenção, mas às vezes quando não estamos bem temos atitudes diferentes do que normalmente teríamos.

-Eu vou falar com as duas.

-Qualquer coisa eu estou aqui, tá bom?

-Obrigada, Clara. _ Abracei minha sogra mais uma vez e vi Lauren pulando na piscina com o primo. _ Tem roupa dela aqui?

-Acho que tem algumas peças.

-A Lauren fica bêbada num piscar de olhos.

[▪▪▪]

Dia Seguinte

POV Sofia

Domingo.

Terminei de preparar a sobremesa enquanto observava minha mãe terminar de preparar o almoço e guardei tudo na geladeira antes de sair, a mami tinha ido com Louis comprar protetor solar, então preferi subir. A mamãe ainda só está falando o básico comigo e tenho medo de tentar falar alguma coisa, mas ela pensar que é na intenção de sair do castigo. E eu realmente entendo que fiz merda, mas estou com saudades de ficar deitada na grama conversando, a gente já não faz isso tem meses.

-Desculpa, é que estou com um pouquinho de dor de cabeça. _ Ouvi a voz da minha mãe e me aproximei da porta notando ela no celular. _ Isso... Quem sabe, seria ótimo... Onze anos... Não... É isso mesmo... Pode ser... Tá bom... Isso, eu só tenho um filho.

Um filho? Só um?

Fechei a porta sentindo meus olhos marejarem e deitei na cama agarrada no meu leãozinho de pelúcia. Será que eu fiz tão mal em ir nessa festa que nem minha mãe mais ela quer ser? Fechei os olhos lembrando de quando ela me prometeu que seria minha mãe para sempre e senti as lágrimas caírem.

***

-Não vai ser mais minha mamãe? Só do Lou?

-Nada vai mudar, filha. A sua mami e eu só queríamos que você soubesse de toda a verdade, hm? Mas eu sempre serei a sua mamãe, sempre.

-É só um pouquinho de sangue, não é?

-Isso aí, um pouquinho de sangue. _ Deitei a cabeça em seu peito enquanto brincava com sua mão e ganhei um beijo na testa. _ Você é minha filha para sempre, Sofia. Para sempre. Eu prometo.

-Você também é minha mamãe para sempre, mamãe.

-Eu te amo muito, bonequinha.

***

-Eu só queria ser sua bonequinha de novo.

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O QUE ACHARAM? 😍😍😍

Sim, ela foi ao baile.🤦🏽‍♀️🤦🏽‍♀️🤦🏽‍♀️🤡

Tenham amigos como o Levi, apenas tenham amigos assim.🤞

Aquela bronca da Lauren. 🤨🤨🤨

Clara é um bolinho nessa fic.🤗❤
Acho que pra compensar o estresse que dei à vocês em Write on me.😂

Essa ligação. 🤐🤐🤐👀

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