Mudou de idéia, Camila?
Mais um capítulo para vocês, espero que gostem e comentem porque quero realmente saber o que vocês estão achando.
Boa leitura e comentem ❤
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Dia Seguinte
POV Lauren
Acordei com o barulho do despertador e me arrastei até o banheiro para fazer minha higiene enquanto já mandava mensagem para a minha amiga marcando um horário, precisava saber se estava tudo bem com a Camila e o bebê antes de voltar para a minha rotina. Saí do quarto enquanto pedia para minha secretária remarcar qualquer reunião para amanhã e fui andando até o quarto de hóspedes, hoje quero dar atenção total a Camila com tudo que precisar e até mesmo encontrar um lugar para ela ficar, caso não queira ficar aqui. Dei leves batidinhas na porta e vi Camila abrir a mesma depois de alguns segundos dando um leve sorriso ainda sonolento, mas pelo cabelo penteado e a roupa que usava dava para saber que ela estava acordada há algum tempinho.
-Bom dia, Camila.
-Bom dia, Lauren.
-Vim buscar você para irmos até sua casa, a gente toma café no caminho.
-Ah, claro. Eu não queria atrapalhar. _ Ela falou apressada desviando o olhar para o chão e levantei seu rosto com o indicador.
-Você não atrapalha, é que temos consulta em uma hora e meia.
-Consulta?
-É, precisamos saber como estão vocês dois.
-Você marcou uma consulta para mim?
-Eu falei que iria te ajudar. _ Senti seu corpo se chocar ao meu e a aconcheguei em meus braços. _ Nós só precisamos dos seus documentos.
-Obrigada por tudo, Lauren.
-Nada, pequena.
Descemos até a sala em silêncio e fui tirar o carro da garagem enquanto Camila esperava perto da calçada, manobrei o carro parando em frente à mesma e saí do carro recebendo um olhar confuso da minha mais nova hóspede antes que eu abrisse a porta do carona para que ela entrasse. Notei minha vizinha da frente sentada em sua varanda nos observando e acenei com a cabeça, ela passa o dia inteiro tomando conta da vida dos outros e fazendo fofoca, nem sei pra que coloquei câmera de proteção se temos ela aqui na rua.
-Eu fiz algo errado? Sua vizinha está me olhando de um jeito estranho.
-Oh, não! É que ela não a conhece para fazer a fofoca com todos os detalhes. _ Expliquei antes de dar partida no carro e ouvi sua risada. _ Que foi? É sério, ela adora uma fofoca.
-É que mesmo você falando que ela é fofoqueira, continua sendo educada. Fofo demais.
-Dona Clara corta a minha cabeça se eu for desrespeitosa com qualquer pessoa, mesmo que a senhora Nanci seja uma fofoqueira.
-E se for alguém que te faça mal?
-Aí é diferente. Ela não admite que eu desrespeite ninguém, mas jamais devo aceitar que me desrespeitem também. _ Pontuei observando a estrada vazia, pelo visto hoje não vou passar raiva no trânsito. _ Vai me indicando o endereço, Linda.
-Posso colocar no GPS?
-Claro, é longe daqui?
-Dez minutos.
-Ótimo, assim a gente pode tomar café sem pressa. Conseguiu descansar? Nem perguntei.
-Um pouco, mas os pensamentos estão a mil.
-Entendo. Daqui a pouco tudo se encaixa e você vai começar a pensar no seu bebê, Lucy foi assim quando engravidou da Ari.
-Lucy é uma amiga?
-Sim, nos tornamos amigas na adolescência e agora sou madrinha da Ariana.
-Nome bonito. _ Sorri levemente, Ari é uma princesinha adorável. _ Tem uma cantora com esse nome, Ariana Grande.
-A Lucy escolheu o nome por causa dessa cantora e como a Vero aceitou, elas colocaram.
-Vero é uma amiga também?
-É, ela e Lucy estão casadas desde a faculdade. Mas eu tenho outra afilhada, a Maite.
De acordo com minhas amigas, eu sou a madrinha que mais estraga crianças no mundo inteiro. Mas como poderia ser diferente? Eu sou a tia legal que ensina comer besteiras e faz todas as vontades, deixo a parte das broncas com elas. Minha mãe vive reclamando que eu não posso dar tudo porque elas podem ficar mimadas, mas é só as duas virem com aquelas carinhas fofas que eu esqueço tudo e acabo cedendo. Semana passada elas me fizeram ir fantasiada ao shopping porque teria um show das princesas, fomos de Frozen e eu como o esperado, fui de Olaf porque sou branca como a neve.
-Filha delas também?
-Não, a Maite é filha de outro casal de amigas, Dinah e Normani.
-Maite, nome lindo. _ Ela divagou levando a mão até a barriga e parei no sinal vermelho. _ Eu não faço idéia de que nome colocar.
-Acho que essas coisas só se decidem quando descobre o sexo do bebê, antes disso acho que só quem planeja mesmo a gravidez.
-Espero que eu não demore ou meu filho vai achar que o nome dele é Bebê. _ Ela brincou e eu ri negando com a cabeça. _ É sério, eu sou muito indecisa.
-Vou te ajudar, relaxa.
[...]
Entrei no condomínio de luxo indicado por Camila no GPS e estacionei em frente à mansão que ela indicou, desci do carro respondendo uma mensagem da Ally sobre ter adiantado o horário porque um paciente faltou e abri a porta para Camila, que mais parecia estar viajando em seus próprios pensamentos. Toquei levemente seu ombro e ela deu um pequeno pulinho assustada me fazendo olhar confusa, ela parecia estar com medo de ir falar com os pais, medo não, seus olhos transpareciam pavor. Sorri a tranquilizando e ela saiu do carro apertando sua bolsinha de lado enquanto me olhava, abri os braços e em questão de segundos ela já estava agarrada em mim feito um gatinho amedrontado.
-Eu estou aqui com você, hm?
-Obrigada.
-Não precisa ter medo, eu estou aqui para te proteger. _ Aninhei seu corpo em meus braços e ela suspirou baixinho. _ Nós só precisamos dos seus documentos, hm? Mais nada.
-Eles... Eles... Eles vão falar... Droga!
-Calma, fala devagar.
-Eles... Vão falar coisas horríveis.
-Eu não vou deixar ninguém te machucar, tá legal? Ninguém.
Ficamos por mais alguns minutos abraçadas até ela se acalmar e toquei a campainha enquanto observava o condomínio luxuoso que ela morava, com certeza os pais dela têm muitos zeros na conta bancária. Observei a porta abrir revelando uma senhorinha de uniforme e vi Camila sorrir abraçando a mesma que a analisava com uma mãe preocupada antes de me olhar um tanto séria, mas logo tranqüilizou ao ouvir algo da pequena.
-Lauren, essa é a governanta da casa e minha ex-babá. Nana, esse é o meu anjo da guarda.
-Prazer em conhecê-la, senhora.
-Prazer, sou Lourdes.
-Meus pais estão, Nana?
-No escritório, minha menina.
-Pode pegar todos os meus documentos, por favor? Todos.
-Sim, senhorita.
-Obrigada, Lourdes.
Entramos na enorme mansão e Camila me levou até o sofá onde ficamos aguardando por alguns minutos, Lourdes deveria estar reunindo toda a documentação. Observei um homem alto aparecer e identifiquei ser Alejandro Cabello, o empresário que a empresa do meu pai fez um projeto alguns anos atrás, seguia acompanhado de uma mulher na mesma faixa etária que ele e usava óculos. Levantei ajeitando a camisa para cumprimentá-los e vi Camila se levantar amedrontada e envolvi sua cintura com o meu braço.
-Bom dia, senhores. Sou Lauren Jauregui.
-Bom dia. É da Jauregui's Engenharia, não? Lembro de você.
-Sim, senhor Cabello.
-Essa é minha esposa, Sinuhe. _ Estendi a mão cumprimentando a mulher que não parava de olhar meu braço em volta da filha. _ Conhece a Camila de onde?
-Sou uma amiga, ela está morando na minha casa.
-Mudou de idéia, Camila?
-N-não.
-Ótimo, arque com as consequências. Apenas os documentos.
-Pense bem, Camila. Prefere perder todo o luxo que você vive por causa de um bastardo?
-Meu filho... Não é bastardo, mama.
-Vai lá, pequena. _ Falei beijando seus cabelos e ela subiu as escadas rumo ao quarto.
-Tem algo com a Camila?
-Não, senhora Sinuhe.
-Ela contou que está grávida?
-Sim.
-E mesmo assim a deixou morar com você?
-Óbvio, jamais a deixaria desamparada. É desumano.
-Não nos julgue, temos um sobrenome a zelar para essa menina estragar tudo com uma gravidez indesejada. _ Alejandro falou prepotente e ajeitei a gola da minha camisa. _ Você tem convívio no meio de grandes empresários, sabe como funciona.
-Não, eu não sei. O que estão fazendo com a Camila é imperdoável, são os pais dela e ainda que não estivessem felizes com a gravidez, deveriam apoiá-la.
-Não venha nos dá lição de moral na nossa própria casa. _ Sinuhe falou agressiva e vi Camila descer as escadas segurando uma pequena pasta.
-Eu já peguei tudo, Lauren.
-Então vamos embora, pequena. Adeus, senhores.
Passei novamente o braço em volta de sua cintura transmitindo segurança e a conduzi para o lado de fora da mansão, Camila parecia abalada em rever os pais e mais do que isso, conseguia ver pavor em seu olhar, era como se tivesse lembranças tão pavorosas que ela nunca contou para ninguém. Destravei o carro abrindo a porta para Camila que entrou nitidamente abalada e dei a volta fazendo o mesmo ignorando completamente a presença dos Cabello na calçada da mansão fazendo comentários do tipo: “você vai voltar rastejando”, “não admitiremos que suje o nosso sobrenome”. Mas entrei no carro dando partida rapidamente tentando evitar que Camila se machucasse com as palavras maldosas dos pais, eu finalmente tinha confirmado o quanto ela estava sendo sincera desde o momento que a vi na praça.
-Está tudo bem?
-Acho que sim... Eu não sei.
-Você não está sozinha, hm? _ Fiz um leve carinho em sua coxa coberta pela calça e ela sorriu deixando uma lágrima cair. _ Não chora, pequena.
-É difícil.
-Eu sei, mas vai ficar tudo bem.
Prometo.
Respeitei o seu momento de silêncio e estacionei o carro no hospital depois de alguns minutos na estrada, ainda faltavam quarenta minutos para a consulta e ela precisava se alimentar bem porque agora são duas pessoinhas. Desde ontem minha mente não para de pensar em tudo o que Camila me contou, de algum modo eu me preocupava e queria cuidar ao máximo dela, era como se algo dentro de mim tivesse se apegado a ela tão rapidamente que nem eu mesma consigo explicar. Abri a porta recebendo o seu olhar triste e abri os braços mais uma vez, agora compreendo o jeitinho chorão que ela tem ao falar as coisas, provavelmente foram anos de palavras cruéis vinda dos pais.
-Está melhor, Linda?
-Estou sim... Obrigada pelo que está fazendo.
-Nada, eu disse que vou cuidar de você e jamais falto com a minha palavra.
-Você tem sido incrível... Muito obrigada, Laur.
-Não me agradeça, pequena. Vamos tomar café?
-Vamos, mas eu pago.
-Não mesmo, senhorita.
-Por que não? Eu ainda tenho dinheiro pelo menos para um café.
-Porque eu a convidei, simples assim. _ Falei e vi Camila revirando os olhos antes de fazer um biquinho fofo. _ O que você gosta de comer?
-Croissant.
-Ótima escolha, mas ainda prefiro as clássicas panquecas.
-Faço ótimas panquecas, modéstia a parte.
-Então você está intimada a fazer panquecas para mim. _ Brinquei e ela sorriu com a língua entre os dentes. _ Vamos, princesa?
-Vamos.
Entramos na cafeteria ao lado do hospital e pedi uma mesa para nós duas deixando que Camila fizesse os nossos pedidos para o café da manhã, ela parecia ter esquecido ainda que um pouco o momento desagradável com os pais. Como eu ainda não sabia muito sobre ela e não queria alterá-la antes da consulta, preferi descobrir sobre os filmes que a Camila gostava de assistir, quero levá-la ao cinema para distrair um pouco. Sem falar que ela precisa de roupas, as minhas ficam enormes nela de tão magrinha que é e como ela vai trabalhar na empresa, precisa estar adequada para o cargo de assistente na recepção.
Saímos da cafeteria e entreguei a documentação da Camila avisando que Ally havia marcado a consulta, esperamos por alguns minutos até a recepcionista da clínica confirmar e pedir que Camila fizesse um exame simples de sangue, apenas para confirmar a gravidez. Segui com ela até o ambulatório e fiquei aguardando por mais alguns minutos a coleta antes de sentarmos na recepção esperando o resultado que sairia em uma hora. Ally mandou uma mensagem para avisar que tendo o exame seria melhor para atender Camila e como não temos pressa, iremos aguardar o resultado.
-Precisamos comprar um chip novo para o seu celular, suponho que o seu esteja vinculado aos seus pais e eles devem cancelar.
-Não vai adiantar.
-Por que não?
-Celular bloqueado. _ Ela mostrou o Iphone soltando um risinho frustrado e passei o braço em volta do seu corpo aconchegando ela em meu peito. _ Eu sei, meus pais são horríveis.
-Não vamos falar deles, vamos falar de coisas boas. O que você acha que vai ser esse bebê?
-Eu não faço idéia, mas quero que pareça comigo.
-Por quê? O cara lá é feio?
-Eu achava lindo, mas pensando agora era só arrumadinho. _ Ri negando com a cabeça e ela me deu um tapinha na coxa. _ Para! Eu era apaixonada.
-Não acredito que você chorou por um feio. Um feio, Camila!
-Não me orgulho disso. E você? Já chorou por um feio?
-Sou lésbica, Camila.
-Oh! Eu não sabia disso, perdão. Por uma feia então?
-Não tive essa humilhação, mas já fiquei com gente que não prestava.
-Estou ganhando então, feio e não presta. _ Tive que rir da sua fala e ela me acompanhou, sua risada era gostosa de ouvir. _ Namora?
-Não, ninguém teve o azar ainda.
-Por que azar? Você é linda e parece ser uma ótima pessoa.
-Minhas amigas dizem que eu sou uma velha num corpo novo, só porque eu não gosto muito de sair para beber com elas. Prefiro pegar um cinema, um boliche ou pedir um lanche no sábado à noite do que ir para um lugar barulhento que nem tem onde sentar.
-Elas têm razão, você é uma velha. _ Ela falou rindo e arqueei a sobrancelha incrédula. _ Mas eu compreendo, sou igual.
-Viu? O que tem de errado nisso?
-Sei lá, mas acho que não deveríamos chegar aos lugares procurando onde sentar. Acho que isso é coisa de velho, não?
-Mas é tão bom comer um monte de besteiras e ficar jogada no sofá.
-Eu sei, é ótimo não? Festa eu só gosto de criança.
-Deixa-me adivinhar o motivo. Tem um monte de comida legal e não aquelas frescuras de gente rica? Ah, e a gente ainda ganha saquinhos de doces?
-Isso! Alguém que me entende.
[...]
KARLA CAMILA CABELLO, CONSULTÓRIO 07.
Ouvimos o barulho do alto falante anunciar que Camila seria consultada por minha amiga e seguimos andando até a sala indicada, Ally me cumprimentou com um abraço apertado e deu o seu sorriso acolhedor para Camila. Sentamos diante da mesa da obstetra que continha pastas, um notebook, um portas-caneta, um mini calendário e uma prancheta. Observei minha amiga analisando o resultado do exame e senti Camila se remexer na cadeira ao lado, talvez por medo de algo estar errado com o bebê.
-Bom, eu pedi o exame apenas para a confirmação exata. Parabéns, você está com quatro semanas de gestação.
-E está tudo bem?
-Está, Laur. Aparentemente Camila está ótima, mas a partir de agora temos que acompanhar a gravidez para que tudo corra bem e o bebê nasça saudável. _ Ally falou e pude ver Camila soltar um suspiro aliviado ao meu lado. _ Camila, preciso analisar se o seu corpo tem algum nódulo e para as próximas consultas pedirei alguns exames.
-Tudo bem, Doutora.
-Só Ally, você é amiga da Laur.
-Ah, tudo bem então. Ally.
Elas seguiram para uma divisória da sala e fiquei aguardando enquanto olhava o resultado do exame, mas não entendia alguns termos médicos. Depois de alguns minutos as duas voltaram e vi Camila sentar ao meu lado com um tom mais avermelhado na pele, mas tranquila. Estendi a mão para ela que segurou antes de voltar sua atenção para Ally que anotava algumas coisas numa prancheta, mas com uma expressão serena.
-Tem sentido muito enjôo, Camila?
-Ainda não, mas tenho sentido muito sono.
-Isso é normal, mas nos próximos meses você terá um pouco de dificuldade para encontrar a posição ideal para dormir.
-Posso... Hm... Ter uma rotina normal?
-Claro, só fazer muito esforço e pegar peso que eu não aconselho. Faz alguma atividade física?
-Caminhada. _ Vi minha amiga anotar mais algumas coisas na prancheta alternando o olhar entre o papel e Camila. _ Eu não sou muito boa em esportes.
-Três vezes na semana de quinze a quarenta minutos de caminhada são o suficiente, nada de exageros principalmente até a décima segunda semana.
-Tudo bem.
-Procure tomar bastante água e sucos naturais, hm? No caso dos enjôos, uma limonada bem geladinha já ajuda bastante ou chá de gengibre, hortelã também é ótimo.
-Tudo bem.
-Tem alguma dúvida, Camila?
-O coraçãozinho, quando posso ouvir?
-Com cinco semanas já conseguimos ouvir, podem voltar aqui na próxima semana?
-Claro, nós voltamos o dia que você falar. _ Falei apressada e Ally soltou um risinho seguido de um olhar brincalhão. _ Você vai querer voltar, não é?
-Claro, eu quero muito ouvir o coraçãozinho dele.
-Pode marcar então, Ally.
-Tudo bem, na próxima terça eu quero vocês aqui.
-Mesmo horário?
-Sim. Agora vamos às proibições, mamãe.
[...]
Depois de todas as dúvidas tiradas por Ally no consultório, viemos para um shopping da cidade comprar algumas roupas para Camila que está até agora com um biquinho fofo nos lábios, ela diz que eu já fiz muito e não quer aceitar. Passei quase meia hora tentando convencê-la de que ela precisaria de roupas para passar o dia e até mesmo trabalhar, mas tudo que consegui foi um biquinho ainda maior e uma carinha de choro.
-Camila, você precisa de roupas.
-Eu não tenho como pagar isso tudo, Lauren.
-Sou eu quem vai pagar.
-Não!
-Não faça birra, minhas roupas mal cabem em você.
-Estou incomodando você, não é?
-Claro que não, de onde tirou isso? Eu só quero que você possa se vestir bem quando for sair e até mesmo trabalhar, se quiser pode me devolver o valor depois.
-Mesmo?
-Não, mas se quiser pensar assim.
-Lauren! _ Vi uma lágrima cair por seu rosto e a puxei para um abraço. _ Eu quero devolver, isso... Isso... Droga! Não é justo.
-Tá bom, você pode me devolver em parcelas depois. Agora vai lá escolher as roupas, tanto para usar em casa quanto para sair, hm? E algumas sociais porque na empresa é todo mundo padrãozinho.
-Tá bom, mas eu quero a nota fiscal para devolver tudo.
-Ok. _ Levantei as mão em rendição e ela escondeu o rosto na curva do meu pescoço. _ Vamos escolher as roupas, princesa?
-Depois. Preciso parar de chorar primeiro ou vão achar que brigamos.
-Vão pensar é que eu tenho uma torneirinha comigo. _ Brinquei e ela soltou um risinho me fazendo arrepiar. _ Vai desidratar assim.
-Para! Eu só estou sensível.
-Sei bem, senhorita torneirinha.
-Lauren!
-Ah, não! Não faz biquinho que fica mais fofa.
-Lauren! Para com isso.
-Tá bom, tomatinho lindo. _ Provoquei e ela se encolheu mais ainda em meus braços com as bochechas coradas, mas rindo. _ Vamos escolher as suas roupas?
-Vamos.
[...]
Exausta.
Depois de um dia cheio, conseguimos resolver toda a questão das roupas e principalmente saber que o bebê está bem, que era o que mais me preocupava por medo de que o frio de ontem tivesse comprometido sua saúde e prejudicasse o pequeno. Tem quase uma hora que a deixei no quarto de hóspedes ajeitando as roupas no guarda-roupa e desci para assistir um filme, assim ela organiza tudo do jeito que achar melhor e eu consigo descansar um pouco, já que amanhã é dia de visitar um dos prédios que estão em construção. Observei Camila descer com uma calça pijama rosa claro, um casaco de moletom que ela havia pegado ontem no meu closet e os cabelos presos num coque deixando algumas mechas soltas.
-Desculpa não ter devolvido ainda, é que ele é tão confortável. _ Ela falou toda vermelha ao notar meu olhar em seu corpo. _ Quer que eu tire?
-Não! Fica melhor em você. Está linda.
-Obrigada.
-Só disse a verdade. Quer pedir o jantar?
-Eu cozinho para nós duas se você quiser.
-Sério?
-Claro, posso mexer na sua cozinha?
-É toda sua, qualquer coisa é só avisar que eu busco no Wallmart.
-O que você quer comer?
-Macarrão com queijo, eu amo.
-Ok. Eu já volto então.
[...]
Depois de um jantar entre comentários sobre o filme que vimos hoje àtarde, resolvemos subir para dormir que amanhã volto a rotina e ela ainda deve querer ajeitar o quarto de hóspedes do jeito dela, já que combinei dela usar essa semana para se organizar com tudo. Na segunda ela começa o teste na empresa como assistente na recepção e se ela for boa posso deixá-la na minha sala como assistente pessoal, já que em outro setor eu não poderia vê-la e ter certeza de que ela está bem. Até agora não entendi o que ela tem para eu me importar tanto ou se eu faria isso por qualquer outra pessoa na mesma situação, Vero diz que não, mas nem eu mesma sei explicar o que está acontecendo.
-Lauren?
-Oi, pequena.
-Obrigada por ser você, boa noite. _ Senti um beijo estalado em minha bochecha e Camila seguiu na direção do quarto de hóspedes.
-Boa noite, Linda.
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O QUE ACHARAM???
Quem nunca teve vizinha fofoqueira? 😂
Calma, a Lauren está com você. 😍😍😍
Indignada. Sofrendo por um feio, Camila?
Você é perfeita, mulher!!!😂🤦♀️😍
Lauren: a
Camila: 😭😭😭😂🤦♀️
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