Nunca mais
Um mês depois
Pov Brunna
- Não tia, isso faz cócegas. - Lore entrou correndo na sala.
- Eu vou te pegar seu pestinha. - Patty apareceu correndo atrás dele.
- Cuidado pra não caírem. - disse e segui para a cozinha.
- Dinda, você pode me levar pra tomar sorvete? - Miguel perguntou sentando olhando a parede.
- Claro meu amor, mas só a gente ou todo mundo? - perguntei parando na sua frente.
- Eu, você... E só. - ele disse e eu assenti.
- Nem o Lore? - perguntei e ele negou rapidamente.
- Ele roubou você de mim. - ele disse com carinha de choro.
- Claro que não meu amor, ele é mais um amigo pra você brincar, a dinda sempre vai ser sua. - disse acariciando seu rosto.
- Promete? - ele perguntou e levantei o mindinho.
- Prometo meu amor. - disse e ele enroscou o dedo no meu.
- Pode levar o Lore então. - ele disse e eu assenti sorrindo.
- Por que você não chama ele? - perguntei e ele sorriu.
- Lore... Lore. - ele saiu correndo para a sala gritando.
- Algum problema Bru? - Ju entrou na cozinha.
- Não Ju, só uma explicação para o meu afilhado. - disse e ela assentiu.
- Dinda, a gente já pode ir. - Miguel entrou na cozinha com Lorenzo.
- Pediu suas mães? - perguntei e ele negou.
- Pode ir mãe? - ele perguntou olhando para Ju.
- Pode, mas se comporta. - Ju disse e ele foi correndo para o quintal.
- A gente pode tomar açai? Eu gosto mais do que sorvete. - Lorenzo disse e eu assenti.
- A gente toma açai, o Miguel vai tomar sorvete. - disse e ele assentiu sorrindo.
- Ju, quem vai levar ele pra tomar sorvete? - Emilly entrou na cozinha ao lado do Miguel.
- Eu lindona. - disse e ela assentiu.
- Ele estava falando tudo embolado, quase não entendi. - Emilly disse e eu assenti.
- Desculpa mamãe. - Miguel disse olhando pra ela.
- Está tudo bem Filho. - ela disse e ele assentiu.
- Mama, posso jogar bola na rua dez? - Te perguntou e eu assenti.
- Mas só mais tarde. - disse e ele assentiu antes de sair da cozinha.
- Vamos dinda, eu quero tomar sorvete. - Miguel choramingou.
- Vamos meu amor. - disse e ele estendeu a mão.
Saí de casa com os dois super animados e conversando bastante, apesar do Miguel ser bem introspectivo, ele e Lorenzo se deram muito bem. Eu entendo demais porque meu anjinho cogitou a hipótese de Lore me roubar dele. Miguel e eu temos uma conexão muito forte, apesar dele não ter dificuldade para entender e acompanhar o ritmo de um garoto de sua idade, a sua maneira claro, há momentos que ele age como uma criança de três anos. Ele é um ser tão puro, tão doce e tão pequeno, sim, ele é baixinho como a Ju kkkk Assim que Lore conheceu Miguel, ele me perguntou por que ele era um pouquinho diferente e mais lento para falar, expliquei tudo e Lore simplesmente disse "Eu amo o Miguel do jeitinho que ele é mama, só queria saber para a gente poder brincar de tudo sem ele se machucar." Eu posso com duas fofuras dessa? Chegamos na sorveteria e os dois correram para escolher o sorvete, começaram uma conversa animada sobre a mistura de sabores e como a atendente já nos conhecia por vir aqui sempre, ela tinha toda paciência e carinho com eles.
- Flocos, chocolate e bomba de chocolate branco. - Miguel disse super concentrado.
- Qual calda? - a atendente perguntou sorrindo.
- Morango. - ele disse com um sorriso lindo.
- E você baixinho? - a atendente perguntou preparando o sorvete.
- Banana e chocolate. - Lore disse sorrindo. - Calda de chocolate.
- Não ia pedir açai filho? - perguntei e ele assentiu.
- Agora quero sorvete mama. - ela disse sorrindo.
Eles pegaram os sorvetes e foram sentar, pedi um de banana e fiquei aproveitando um pouquinho da tarde com eles, só o Miguel pra me fazer sair de uma casa cheia de gente, comida, piscina, pra tomar sorvete.
- Dinda, ontem eu consegui participar da aula de educação física toda. - Miguel disse e eu sorri orgulhosa.
- Que bom meu anjinho, você gostou? - perguntei e ele assentiu.
- A gente ficou jogando vôlei, foi muito legal. - ele disse sorrindo.
- Depois você me ensina a jogar? - Lore perguntou.
- Tá bom, eu vou falar pra minha mãe comprar a bola. - Miguel disse sorrindo.
- Mama, eu tô com sono. - Lore disse vindo para meu colo.
- Sei muito bem o motivo, alguém ficou jogando vídeo-game até tarde ontem. - disse e ele sorriu sapeca.
Ficamos conversando sobre diversos assuntos, Miguel e Lorenzo conversavam animados sobre brincar com a pista de carrinhos do Lore quando chegassem em casa. Saímos da sorveteria e fomos andando enquanto eles brincavam de futebol com uma tampinha de garrafa pela calçada.
- Desculpa moça. - Lore disse quando esbarrou em alguém.
- Brunna Coelho. - escutei aquela voz que me fez tanto mal.
- Mirian. - disse e ela deu um sorriso cínico.
- Aproveitando os últimos dias com esse garoto? - ela perguntou e pela primeira vez não tive medo.
- Não, aproveitando a vida com o meu filho, coisa que você nunca vai saber o que é. - disse e ela riu.
- Seu filho? Você não perde por esperar. - ela disse e eu neguei.
- Você achou mesmo que mandar aquele casal para adotá-lo iria adiantar? Ele é nosso filho, ah, caso você não saiba, a guarda definitiva dele é nossa. - disse e ela me olhou incrédula.
- Mas... - ela disse, mas interrompi.
- Pela primeira vez, eu não tenho medo de você Mia. Você nunca mais vai destruir minha vida, nunca mais vai ameaçar minha família nem qualquer pessoa que eu ame. Por muito tempo eu fui a menina medrosa, que você controlava no grito e nos socos, hoje eu sou uma mulher, com algumas sequelas de tanto mal que você fez, mas que nunca mais vai abaixar a cabeça pra alguém como você e nem pra ninguém. Então não ouse tentar qualquer coisa com minha família, você não me conhece mais. - disse e segui andando.
- Quem é ela mama? - Lore perguntou ainda brincando com Miguel.
- Uma desconhecida. - disse e ele deu de ombros.
- Eu amo você dinda. - Miguel disse e beijou meu rosto.
- Também te amo meu anjinho. - disse e ele sorriu largo.
Seguimos para casa entre muitas risadas, quando chegamos as crianças logo subiram para brincar com os carrinhos e eu segui para o quintal na parte de trás. Lud, Patty, Daiane, Te, Jasmine e Renato jogavam bola dentro da piscina. Fê, Ra, Ju, Emilly, Lari e Silvana estavam conversando próximo à piscina e me juntei a elas.
- Sumiu filha. - Silvana disse quando sentei ao lado dela.
- Fui levar o Miguel e o Lore pra tomar sorvete. - disse e ela assentiu.
- Dinda. - Miguel chamou vindo em minha direção.
- Oi meu anjo. - disse quando ele parou na minha frente.
- Eu quero jogar com eles. - Miguel disse triste.
- E por que não vai lá? - Perguntei e ele sentou no meu colo.
- Eu vou atrapalhar. - ele disse e escondeu o rosto no meu pescoço.
- Você nunca atrapalha meu amor. - disse acariciando suas costas. - Está de sunga?
- Uhum. - ele disse e me olhou.
- Então tira o short e a blusa. - disse e ele obedeceu.
- Pronto dinda. - ele disse e sentou no meu colo novamente.
- Lu? - chamei e fiz um sinal para Lud vir. - Você vai jogar tá?
- Mesmo? - Miguel perguntou me olhando.
- Oi princesa. - Lud disse toda molhada.
- Deixa ele jogar com vocês. - disse e ela assentiu.
- Bora baixinho. - Lud disse pegando ele no colo. - Tampa o nariz tá?
- Tá bom tia. - Miguel disse e Lud saiu correndo pulando na piscina.
- Vou parar de vir aqui, o Miguel esquece que tem mãe. - Emilly disse fingindo de ofendida.
- É meu bebê. - disse e ela deu língua. - Nem a Ju reclama.
- Aqui ele é seu bebê, lá é só meu. - Ju disse despreocupada.
- E nada para a Emilly. - Emilly disse e Ju beijou seu rosto.
- Que ciumenta. - Ju disse rindo.
- Ainda bem que a May está na Inglaterra, ninguém vai roubá-la de mim. - Fê disse rindo.
- Eu nem falo nada porque perco minha filha pra branquela. - Lari disse e todas rimos.
- Ah mãe, a minha madrinha é muito legal. - Ra disse e eu ri.
- Ainda bem que não roubo ninguém. - Silvana disse e forcei uma tosse.
- Alguém rouba meus três filhos na maior cara dura. - disse e Silvana riu.
- Mama? - escutei Lore chamando baixinho.
- Oi bebê. - disse e ele veio para meu colo.
- Eu quero dormir. - ele disse e escondeu o rosto no meu pescoço.
- As vezes eu fico tentando lembrar se a gente perdeu alguma gravidez da Bru. - Fê disse e eu ri.
(...)
Pov Ludmilla
- Briga de galo vai. - Daiane disse subindo Miguel em seus ombros.
- Vem Jas. - Te disse fazendo o mesmo.
- Deixa eu ficar em cima. - disse e Patty negou.
- Nem em sonho você vai roçar esse pau no meu pescoço. - ela disse e eu ri.
- Sobe logo magrela. - disse e levantei-a.
- Eu passo, não aguento mais essas brincadeiras. - meu pai disse.
Passamos a tarde inteira brincando na piscina enquanto as "mulheres" estavam conversando, sim, elas chamam a gente de machinho kkkk Depois de quase duas horas, saímos da piscina e fui tentar ficar perto da minha latina.
- Bu, faz carinho. - pedi sentando entre suas pernas.
- Bebezão. - Patty disse e mostrei o dedo do meio.
- Deixa minha moreninha. - Bu disse e me abraçou por trás.
- Aaaaaa...Que moreninha fofa. - Patty disse debochada.
- Vai tomar no... - senti um arranhão no meu abdômen. - Ai Bu.
- Seu filho está brincando à dois metros de distância. - Bu disse e cruzei os braços com raiva.
- Tá bolada ela. - Patty disse e levou um tapa na cabeça. - Ai Lari.
- Cala a boca Patricia. - Lari disse e eu gargalhei.
- Você também Ludmilla. - Bu disse e bufei.
- Tá vendo mãe, ela não me ama. - choraminguei e Bu beijou meu pescoço.
- Toma vergonha Ludmilla. - minha mãe disse e olhei incrédula.
- Até minha mãe cara. - reclamei e senti uma mordida no meu pescoço.
- Amo você minha moreninha. - Bu disse alisando meu abdômen.
- Ainda bem que estou na minha. - Dai disse e todas rimos.
- Assim é melhor mesmo. - Fê disse fazendo um carinho em Daiane.
- Mãe, terça posso dormir aqui? - Ra perguntou no colo de Jasmine.
- Pode, espero que você cuide muito bem da minha filha morena menor. - Patty disse e Jas assentiu nervosa.
- Sim senhora Dinda, eu vou cuidar dela. - Jas disse e ela assentiu séria.
- Assim espero, se não eu corto seus dedos. - Patty disse e eu ri baixinho.
- Tia, depois me ensina a andar de patins? - Miguel perguntou sentando entre minhas pernas do nada kkk.
- A tia não é muito boa nisso baixinho. - disse e ele apoiou a cabeça em meu peito. - A tia Dai sabe.
- Me ensina tia? - ele perguntou.
- Ensino, no próximo sábado vai lá pra casa. - Daiane disse e ele sorriu.
- É sério isso? Perdi meu filho? - Emilly perguntou e eu ri.
- Está reclamando do que? Sua mulher roubou meu filho também. - disse vendo Te com a cabeça nas pernas da Ju.
Passamos o final da tarde e começo da noite conversando e comendo muito churrasco. Agora estou vendo televisão com minhas três crianças jogadas nos sofás fazendo maratona de filme.
- Os quatro direto para o quarto, amanhã não quero ninguém fazendo manha pra acordar. - Bu disse parada na escada.
- Depois mãe. - Te disse, grande erro.
- Se eu tiver que repetir, os quatro estão de castigo. - ela disse e subimos a escada.
- Boa noite mama. - eles disseram juntos dando um beijo antes de subir.
- Esse negócio de castigo é só com eles né? - perguntei e ela negou de braços cruzados.
- Eu quero dormir Lu. - ela disse igual um gatinho manhoso.
- Quanta manha pra uma pessoa só. - disse pegando ela no colo.
Subi até o quarto e coloquei-a na cama com cuidado, deitei ao seu lado e ela se aconchegou em meus braços com uma carinha de sono. Ela deitou a cabeça em meu peito e começou a arranhar meu abdômen devagar.
- Lu? - ela chamou e ajeitei uma mecha do seu cabelo.
- Pode falar princesa. - disse e ela me olhou.
- Eu vi a Mia. - ela disse e involuntariamente apertei sua cintura. - Ai Lu.
- Desculpa princesa, eu não queria te machucar. - disse e ela beijou meu pescoço.
- Ela veio falar pra eu aproveitar os dias com o Lore. - ela disse e eu assenti.
- O que ela não contava é que ainda investigamos cada passo dela. - disse e ela assentiu rindo. - Mas e você? Está bem?
- Eu falei sem gaguejar Lu, eu consegui. - ela disse e sorri orgulhosa.
- Que bom princesa, amanhã compro aquela barca de açai com sorvete pra comemorar. - disse e ela riu.
- Eu não sou mais criança Amor. - ela disse e beijei a ponta do seu nariz.
- Mas isso é incrível demais, temos que comemorar. Agora me conta, o que vocês conversaram? - perguntei acariciando seus cabelos.
- Ela tentou me deixar com medo, mas eu nunca mais vou deixar isso acontecer. - ela disse e eu assenti orgulhosa.
Ela subiu no meu colo sentando em cima do meu membro, ela me olhou toda vermelha e se inclinou deixando vários beijos pelo meu pescoço. Segurei sua cintura e ela começou a rebolar devagar me fazendo arfar. Inverti nossas posições fazendo ela soltar um gritinho surpresa e beijei seu pescoço vendo ela sorrir tímida.
- Eu adoro saber que você está enfrentando todos os seus medos, mas amo saber que você continua sendo minha princesinha tímida. - disse e beijei seus lábios.
O beijo era tão calmo, tão delicado, apesar de eu estar por cima deixei ela conduzir, suas mãos delicadas fazendo um leve carinho em meu rosto. Ela passeou sua língua por cada canto da minha boca me causando um misto de sensações, finalizamos o beijo com alguns selinhos e ela mordeu meu lábio inferior.
- Eu amo você Ludmilla. - ela disse acariciando meu rosto.
- Eu amo você Princesa. - disse e ela sorriu tímida.
Sempre seria assim, receberia o sorriso mais sincero e tímido. Dezessete anos e meu coração acelera como no primeiro dia, nada mudou aqui dentro, na verdade sim, mudou para a melhor. Brunna Gonçalves, esse é o nome que sempre vai fazer meu coração bater mais forte.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro