Ele está do nosso lado Brunna
Uma semana depois
Pov. Brunna
Estamos aqui no corredor esperando o Caio chegar para começar a audiência. Jasmine ficou em casa com a mãe da Lud, falando nela, ela está suando frio, mas tentando se mostrar confiante, eu já estou mais do que nervosa com tudo isso. Não em perder guarda, até porque nosso advogado disse que isso não aconteceria, mas em ele querer assumir ela, não sei o que ele pode fazer. Ele até agora não chegou, não sabemos o que pode acontecer, se ele vai mudar de idéia ou não.
- Lu, são que horas? – perguntei.
- Faltam dez minutos para a audiência - ela disse e eu assenti.
- Será que ele não vem? - perguntei nervosa.
- Não sei Bu, mas tomara que dê tudo certo. - ela disse me abraçando.
- Bom dia Brunna - escutei a voz de Caio. - Quanto tempo não?
- Olá Caio. - disse me levantando.
- Olá, sou Ludmilla Oliveira. - Lud disse cumprimentando ele.
- Prazer, então você é a mãe ou pai da criança? - ele perguntou.
- Sim, sou eu mesma – Ludmilla disse séria.
- Como anda a vida Brunna? - ele perguntou cínico.
- Bem, mas me diz se você realmente vai cumprir com o acordo - disse nervosa.
- Calma Linda, nem me convidou pra um jantar antes - ele disse sorrindo malicioso.
- Acho melhor você respeitar a minha esposa - Lud disse séria e segurou minha cintura.
- Calma aí Ludmilla, só estava quebrando o gelo. Mas me responde uma coisa, a criança gosta de você? - ele perguntou.
- Sim, mas por que a pergunta? - Lud perguntou.
- Só queria saber se você é uma boa pessoa, a Brunna eu sei que é. - ela perguntou e eu estranhei.
- Sim ela é. - Lud disse séria.
- O que elas estão fazendo aqui? - a voz de Mirian soou no corredor.
- O que eles estão fazendo aqui? - perguntei para Caio.
- Nada como um encontro de família né? - Caio disse rindo.
- Eu não sabia que elas estariam aqui - Mirian disse.
- Como você queria que eu desse entrada no pedido de guarda da criança sem a mãe dela? - Caio perguntou cínico.
- Você o que Caio? - perguntei nervosa.
- Você achou mesmo que ia ganhar em tudo? - Jorge perguntou prepotente.
- Você disse que iria deixar a gente em paz Caio. - disse nervosa.
- Ele está do nosso lado Brunna. - Mirian disse com um sorriso malicioso.
- Vamos entrar, está na hora Brunna. - Caio disse e entrou na sala.
- Lu - disse quase chorando e Lud me abraçou forte.
- Vai dar tudo certo, confia no que eu digo - Lud disse me abraçando.
- Eu confio Lu. - disse e ela beijou meus cabelos.
Entramos na sala, Jorge e Mirian não entraram, provavelmente iriam esperar pelo resultado. Entramos de mãos dadas, Lud tentava me passar confiança, mas eu já pensava em todas as possibilidades. O juiz iniciou a audiência e eu comecei o depoimento, falei e o nosso advogado disse todos os termos do contrato e o advogado dele também falou muitas coisas, todas essas coisas jurídicas, agora é a vez dele.
- O senhor realmente quer abrir mão da paternidade? Sabendo que isso não terá como reverter futuramente. - O juiz perguntou.
- Antes de responder a pergunta, eu quero dizer uma coisa, posso? - Caio disse.
- Sim, mas seja breve por favor - O juiz disse.
- Eu fiz outro modelo de contrato, com 90% das cláusulas que a Brunna pediu, na verdade eu só mudei uma cláusula. - Caio disse.
- Qual seria senhor Cabral? - o juiz perguntou.
- Eu não quero nenhum dólar, apenas quero que Brunna seja feliz com a família que ela escolheu e que a Jasmine, é Jasmine né? Ela cresça com uma mãe ou pai, não sei o que Ludmilla vai ser dela, mas que ame ela de verdade. Eu sei que não fui homem com você, sei que também não seria capaz de amar essa criança, então apenas sejam felizes juntas. - ele disse e as lágrimas começaram a cair do meu rosto. - Pode conferir o contrato se quiserem, já está assinado.
- Laur, a gente conseguiu - disse e Lud me abraçou forte.
- Conseguimos pequena - ela disse sorrindo.
- Pode assinar senhora Oliveira, está tudo correto - nosso advogado falou e eu assinei e Lud também.
- Sem mais, declaro a guarda definitiva de Jasmine Gonçalves Oliveira para Brunna Gonçalves Oliveira e Ludmilla Oliveira Gonçalves, está encerrada a sessão. - o juiz disse e saiu da sala.
Abracei Ludmilla forte e as lágrimas caíam pelo meu rosto, agora de felicidade. Percebi Caio saindo da sala e segurei seu braço.
- Oi Brunna - ele disse virando e me olhando.
- Obrigada - disse tímida e ele me abraçou.
- Aceite isso como um pedido de desculpas de alguém que só te fez mal. Seja feliz Brunna. - ele disse e deixou um beijo no meu rosto.
- Muito obrigada cara - Lud disse abraçando ele.
- Cuida delas tá? Brunna merece ser feliz e essa criança merece algum... Pai? Ah, sei lá. Enfim, elas merecem ser felizes - ele disse e ia sair.
- Por que não aceitou o dinheiro? Você precisava - Lud perguntou.
- Porque não seria justo com vocês, na empresa depois eu dou um jeito. - ele disse. - Até qualquer dia então.
Minhas lágrimas ainda caíam, agora de felicidade. Lud também estava emocionada, saímos os três da sala encontrando os Gonçalves sentados.
- E aí? Vamos para o banco? - Mirian disse sarcástica.
- Vocês eu não sei, mas eu vou pra casa. - Caio disse.
- Como assim? - Jorge perguntou prepotente.
- Eu jamais usaria uma criança pra fazer chantagem, e ainda mais pra ajudar vocês, que sempre me odiaram. - Caio disse e foi embora.
- Eu não acredito que aquele idiota ajudou vocês - Mirian disse bufando de raiva.
- Eu não acredito na capacidade de crueldade de vocês, e você Jorge, só não encho de porrada agora porque estamos numa vara de infância, mas toma cuidado pra gente não se esbarrar por aí, porque eu não vou ter nenhuma compaixão - Lud disse séria e saímos para o estacionamento.
- Deu tudo certo - disse e Lud me pegou no colo.
- A gente conseguiu pequena - ela disse me girando no ar.
- Conseguimos - disse e nos beijamos.
- Agora nós vamos para um studio de tatuagem, porque eu quero eternizar vocês na minha pele também, porque no coração já estão. - Lud disse sorrindo.
- Sério? - perguntei animada.
- Sério, e depois vamos buscar nossa pequena porque vamos sair pra comemorar - ela disse e eu assenti.
- Te amo Lu. - disse e nos beijamos mais uma vez.
- Também te amo pequena - ela disse e abriu a porta do carro para mim.
Entramos no carro e seguimos para um studio de tatuagem, era um bem conceituado. Fomos cantando durante todo o percurso, a felicidade estava nítida em nós. Saímos do carro e entramos no studio, um rapaz todo tatuado estava num balcão.
- Bom dia quase tarde, tudo bem? Sou Mac - o rapaz disse.
- Boa tarde, tudo sim. Brunna e Ludmilla - disse e ele sorriu.
- Boa tarde, queremos fazer uma tatuagem - Lud disse.
- Já tem o modelo? - ele perguntou.
- Tenho, quero essa aqui na cintura, mas na parte de trás - Lud disse mostrando um papel com o pé da Jasmine.
- Jasmine, nome bonito. - ele disse.
- Obrigada - falamos juntas.
- E essas duas, eu vou fazer o leme e ela a âncora no pulso. - disse e ele assentiu.
- Vamos começar pelas pequenas, depois fazemos o pezinho da Jasmine Gonçalves Oliveira. - ele disse e assentimos.
Seguimos para uma sala, fizemos a tatuagem e saímos para a casa dos pais de Ludmilla. Explicamos tudo que aconteceu e eles ficaram super felizes, seguimos para casa pra tomar banho e agora estamos no Shopping.
Pov. Ludmilla
Jasmine Gonçalves Oliveira, oficialmente ela é minha filha e ninguém mais pode mudar isso. Estamos aqui na praça de alimentação, enquanto Brunna decide o que vai querer comer e minha filha está em meus braços dormindo. Minha filha. Fiquei com muito medo quando vi os Gonalves lá, não medo de Brunna perder a guarda, até porque Caio não conseguiria por falta de motivos, mas ele poderia assumir a paternidade e ter direito de conviver com a filha, fazer visitas, e se ele estivesse aliado aos Gonçalves poderia acontecer qualquer coisa com Jasmine. Mas agradeço aos céus por ele ter sido homem pelo menos uma vez na vida.
- Lu? - Bu me chamou.
- Oi Bu – disse.
- Eu vou querer um woopper - ela disse e eu assenti.
- Tá bom, vou lá comprar. - disse e ela pegou Jasmine no colo.
Segui para o Burger King, comprei nossos lanches e voltei para a mesa, Jasmine já tinha acordado e estava rindo e segurando uma mecha do cabelo dela.
- Minha princesinha acordou - disse e Jas abriu um sorriso pra mim e se agitou nos braços de Brunna. - Calma filha, papa já pega você.
- Agora vai me trocar Jasmine? - Bu perguntou e Jasmine deu uma gargalhada.
- A papa é mais legal né filha? - disse pegando Jasmine no colo e ela deu um gritinho.
- Vai se achando mesmo, quero ver na hora de colocar ela pra dormir. - Bu disse rindo porque sabe que Jasmine só dorme com ela.
- Isso é jogar sujo, mas logo vou conseguir colocar ela pra dormir também - disse e comecei a comer batata frita.
- Poderia começar hoje né? - ela disse rindo e começou o hambúrguer.
- Você é tão debochada Brunna. - disse e ela me mandou um beijo no ar.
- Te amo Lu. - ela disse rindo.
- Tá vendo né filha? Depois puxa o cabelo dela - disse e Jasmine deu um gritinho.
- Nem pense nisso Jasmine - Brunna disse e Jas riu.
- Tá com medo? - perguntei rindo e senti meu cabelo sendo puxado. – Ei.
- Bem feito Oliveira. - Bu disse rindo.
- Assim não dá Jas, de que lado você está hein? - perguntei e Jasmine deu um gritinho seguido de um sorriso lindo.
Passamos a tarde e o começo da noite no Shopping, assistimos um filme antes de virmos embora e agora Brunna está no banho enquanto eu estou com Jasmine na cama brincando.
- Você é tão linda sabia? É a cara da sua mãe - disse e Jasmine me olhava sorrindo. - Eu tenho muita sorte por ter vocês duas, logo vamos poder fazer tantas coisas juntas, vamos pra Disney, pra praia, vamos ao zoológico, quando você ficar maior, vou te levar pra escola e ir em todas suas apresentações, quando sua mãe brigar vou fazer carinha triste com você pra ela se acalmar. Vamos fazer bagunça e jogar bola se você gostar, comer muita besteira, fazer milhares de coisas juntas - disse e ela sorriu e encostou no meu rosto com suas mãozinhas gordas.
- Então quer dizer que você vai fazer carinha triste pra eu não brigar Oliveira? - Bu perguntou se aproximando.
- Eu? - perguntei e ela riu.
- Você, e eu nessa história? Não vou participar? - ela perguntou fazendo biquinho.
- Claro pequena, só jogar bola que eu acho que você não vai querer - disse rindo.
- Isso nem se eu quisesse, sou muito desastrada - ela disse rindo. - Lu, deixa eu ver a tatuagem. Eu não esqueci que você não deixou eu ver.
- Tá bom Amor - disse e tirei a blusa.
- Isso ficou lindo, olha esse pezinho que fofo - ela disse dedilhando em volta da tatuagem.
- Tomara que cicatrize logo - disse e ela assentiu.
- A nossa deve cicatrizar mais rápido, quando ela crescer ela vai amar saber que você fez uma tatuagem pra ela. - ela disse e Jas deu um gritinho puxando meu cabelo.
- Poxa princesa, assim vou ficar careca - disse e Jasmine abriu um sorriso.
- Lu, você vai querer jantar? - ela perguntou e eu neguei.
- Tô muito cheia - disse e ela assentiu deitando na cama.
- Também, tô cansada - ela disse.
- Também, por que ela não puxa o seu? - perguntei assim que vi Jasmine segurando uma mecha de seu cabelo.
- Eu não sei Lu, mas eu amo isso - Bu disse percebendo que os olhinhos de Jas estavam ficando cansados.
- Tenho umas vinte fotos só de vocês assim - disse e ela riu.
- Eu tenho várias de vocês brincando - ela disse sorrindo.
- Temos que começar a fazer um álbum pra ela - disse e ela assentiu.
- As fotos estão todas no notebook, depois a gente revela - ela disse. - Falando em foto, tem uma sua na casa da sua mãe, que tá muito linda.
- Qual? – perguntei.
- Uma que você está só de fralda chupando o dedo - ela disse.
- Ah, eu fui um bebê bonito – disse.
- E continua sendo, só que agora é minha bebê grande - ela disse acariciando meu rosto.
- Te amo princesa - disse e ela sorriu.
- Também te amo meu anjo - ela disse.
- Ela dormiu - disse e Bu assentiu. - Já sei qual é seu segredo pra ela dormir.
- Qual? - ela perguntou.
- Ela dorme mexendo no seu cabelo - disse e ela assentiu.
- Acertou - ela disse pegando Jas no colo.
- Por isso que ela não dorme comigo, o meu cabelo ela só sabe puxar - disse e ela riu.
- Vou levar ela pro quarto - ela disse e eu assenti.
Fiquei esperando Brunna voltar e deitar na cama, trocamos alguns beijos e ela pegou no sono, dei um beijo em seu pescoço e abracei-a por trás sentindo seu cheirinho de bebê.
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