Mais alguns personagens pra vocês...

Ludmilla Oliveira

Juliana Britto

Mirian Gonçalves

Pov. Ludmilla

Acordei sentindo seu cheirinho de bebê, ela dormia apoiada em meu peito segurando minha cintura de forma possessiva, o que me tirou um sorriso, pois era sinal de que ela confiava em mim. Levantei da cama e fui tomar um banho, saí e fui numa loja que ficava próxima a minha casa para comprar roupas intimas pra ela, quando voltei ela já estava sentada na cama.

- Bom dia Bu. - disse e ela coçava os olhos como um bebê.

- Bom dia Lu. - disse ela sorrindo.

- Bom Bu, fica a vontade, separei uma escova de dentes, roupas intimas e toalhas pra você, a roupa você escolhe das minhas tá? Até porque vamos sair pra fazer algumas coisas hoje. - disse e ela assentiu ainda com sono.

- Você não vai trabalhar? Tipo, eu não quero atrapalhar. - ela perguntou.

- Não, esse é um privilegio de ser administradora da empresa. - disse rindo e ela sorriu.

- Vou tomar banho então. - ela disse entrando no banheiro.

Fiquei sentada pensando em como alguém poderia ser tão cruel ao ponto de deixar uma pessoa tão meiga e com uma criança inocente na barriga. Eu sinto que preciso e vou ajudar eles, não sei o que aconteceu comigo, mas quando vi a Brunna de cabeça baixa mesmo sem saber quem era, meu coração apenas me fez aproximar.

- Lu? - ela disse me tirando dos pensamentos.

- Ah... oi Bu. - respondi.

- É que eu queria pegar a roupa. - ela disse envergonhada por estar só de roupão.

- Claro, pode pegar a que quiser no guarda-roupa. - disse e ela assentiu.

Ela pegou uma calça jeans e uma camiseta preta de manga curta, escolheu um tênis branco que acredito que seja o mesmo tamanho. Ela voltou para o banheiro pra colocar a roupa e quando saiu estava simplesmente linda, apesar da minha roupa estar um pouco larga nela, mas estava linda com os cabelos soltos.

- E ai? Ficou legal? - ela perguntou sorrindo.

- Você está linda. - respondi e ela corou. - Você sempre cora com elogios?

- É... - ela corou ainda mais.

- Então, vamos senhorita? - disse e ela assentiu.

Descemos e eu peguei as chaves do meu carro e fomos em direção a ela. Abri a porta do carro e ela agradeceu e entrou. Entrei no carro e ela digitou o endereço da casa dos pais. Senti que ela ficou nervosa e segurei sua mão.

- Eu estou com você, não precisa ter medo de nada. - disse e ela assentiu.

- Obrigada pelo que você está fazendo por mim e pelo meu filho. - ela disse e eu sorri.

- Depois nós vamos comprar algumas coisas pra você e vamos ajeitar o quarto de hospedes pra você. - disse enquanto saia com o carro.

- Tudo bem, me desculpe por incomodar você. - ela disse baixinho.

- Não me peça desculpas por nada, pode contar comigo pra tudo. - disse e ela sorriu.

Chegamos no endereço que ela falou e era uma verdadeira mansão, descemos do carro e segurei a mão dela que novamente estava nervosa. Toquei a campainha e logo uma empregada veio abrir.

- Maria, meus pais estão? - ela perguntou.

- Estão sim Brunna, vou chama-los entrem. - ela respondeu e entramos na casa.

Percebi a chegada de dois senhores bem sérios e me pronunciei.

- Bom dia senhores, sou Ludmilla Oliveira. - disse estendendo a mão para eles.

- Bom dia senhora Oliveira, sou Jorge Gonçalves. - o homem alto disse.

- Bom dia, Mirian Gonçalves. - a mulher disse sorrindo. - O que desejam aqui? Pensou melhor Brunna?

- Não mama, vim pegar meus documentos. - Brunna disse e apertou minha mão.

- Entendi, pode pegar então, mas só os documentos, nada mais. - o homem falou serio e Brunna subiu as escadas.

Ficamos num silencio desconfortável até Mirian se pronunciar.

- De onde você conhece minha filha? - ela perguntou.

- Sou uma amiga dela, ela está morando comigo agora. - disse e ela sorriu maléfica.

- Ela já te contou que está gravida? - ela perguntou e eu assenti. - E mesmo assim você deixou ela morar na sua casa?

- Claro dona Mirian, jamais negaria ajuda a uma pessoa tão especial quanto ela, ainda mais com um bebê. Como os senhores fizeram isso com ela? - disse.

- Se ela é especial ou não, eu não quero descobrir. E você não é ninguém pra dizer se o que fizemos é certo ou errado, eu jamais deixaria ela sujar nosso nome, o que as pessoas iram falar? - Jorge disse.

- Eu sou alguém, sou a pessoa que vai cuidar e proteger a filha de vocês não merecem e o neto que se depender de mim, vocês nunca vão conhecer. E se vocês se importam mais com o sobrenome de vocês do que com o bem estar de um filho, só desejo que vocês nunca precisem de ninguém, porque o dinheiro acaba, mas o caráter não. - respondi me levantando.

- Eu não sou obrigada a ouvir uma menina medíocre falando como eu devo ou não agir. - Mirian disse e vi Brunna descendo as escadas.

- Vamos Lu. - Brunna disse se aproximando.

- Você vai se arrepender de ter esse bastardo Brunna. - Jorge disse com desdém.

- Eu me arrependo de nunca ter conhecido vocês de verdade. - Brunna disse e Jorge ia bater nela.

- Não ouse encostar um dedo nela. - disse tirando Brunna de perto dele. - A Brunna não está mais sozinha, espero que vocês entendam isso. Agora vamos Bu.

- Adeus. - Bu disse e abracei-a saindo daquela casa.

Entramos no carro e saí em direção à uma lanchonete que eu gostava muito, parei o carro e descemos.

-Vamos tomar café antes de irmos ao medico saber como está esse bebê. - disse e ela assentiu. - Depois nós vamos comprar algumas roupas pra você, amanhã eu compro os moveis para o quarto.

- Tudo bem Lu, mais uma vez muito obrigada por tudo. - ela disse e me deu um beijo no rosto e me abraçou.

(...)

Agora estamos aqui no hospital esperando chamarem a Brunna.

- Senhorita Brunna Gonçalves. - a recepcionista chamou e levantamos. - Consultorio 6, doutora Brito.

- Obrigada. - agradeci e seguimos para a sala.

- Ola, como estão? - Juliana disse.

- Estamos bem Ju, mas queremos saber desse bebê aqui. - disse colocando a mão na barriga dela.

- Sou Juliana, amiga dessa chata e a medica que vai cuidar dessa gestação. - Ju disse sorrindo.

- Prazer, sou Brunna. - Bu respondeu.

- Fiquem a vontade, vamos sentar. Então Brunna, já fez algum exame de sangue? - Ju respondeu.

- Ainda não, só o teste de farmácia mesmo. - Brunna disse.

- Então vou pedir um exame de sangue só para confirmar e a gente vê se o bebê está bem. - Ju disse.

- Tudo bem doutora. - Brunna respondeu.

- Ju, me chama de Ju, qualquer amiga da Lud é minha amiga também. Pode contar comigo. - Ju disse e eu sorri.

- Obrigada. - Brunna disse e uma lagrima caiu.

- Não chora princesa, a partir de agora você tem uma nova família e amigos. - disse e abracei-a.

- Muito obrigada Lu. - ela disse me abraçando.

- Aaaaaaa gente... você é muito fofa Bru. - Ju disse vindo nos abraçar. - Vocês formariam um lindo casal.

- Juliana. - disse a repreendendo e Brunna corou. - Vai deixar a Bu envergonhada.

- Já deixou. - Bu disse rindo.

- Bom, agora vamos fazer esse exame de sangue logo e saber como está meu mais novo sobrinho ou sobrinha. - Ju disse e saímos da sala.

Brunna fez o exame e ficamos aguardando o resultado que demoraria uma hora. Voltamos para o consultório de Ju para saber do bebê.

- Bom, você está gravida de cinco semanas e seus exames estão bons. Agora vamos ouvir esse coraçãozinho. - Ju disse. - Deita aí e levanta a blusa Bru. Naquela tela ali vai aparecer seu bebê, mas não dá pra ver ele, só um borrão.

- Tudo bem Ju. - Brunna disse e Ju passou um gel na barriga dela.

- Escutaram? Esse é o barulho do coraçãozinho dele. - Ju disse e Brunna chorou sorrindo. - Esse borrão é ele, mas ainda não dá pra ver muito bem.

- Ele é lindo. - Brunna disse.

- Se parecer com a mãe, ele vai ser lindo mesmo. - disse e ela corou.

Terminamos o exame, pegamos algumas recomendações com Ju. Ainda bem que minha amiga entendeu, expliquei tudo pelo telefone hoje mais cedo. Agora estamos a caminho das lojas de roupa para comprar roupas para Brunna.

- Escolhe o que você quiser aí, e não se preocupa com o preço nem nada do tipo. Tem que ter roupa pra sair e pra casa também, aproveita e pega pra gestação também. - disse e ela assentiu.

- Obrigada Lu. - ela disse deixando um beijo em meu rosto.

- Agora eu vou numa loja que tem ali na frente e já volto tá? - disse e ela assentiu.

Sai da loja e entrei numa loja de bebê, peguei algumas roupinhas neutras e uma blusinha que mandei escrever "papa te ama". Voltei para a loja onde Brunna estava e fiquei por algumas horas ali, até Brunna terminar de escolher tudo. Saímos da loja, jantamos num restaurante e fomos para casa.

- Bu, usa essa parte para suas coisas. - disse mostrando metade do guarda-roupa vazio.

- Ta bom Lu. - ela disse e guardou as roupas.

Alguns minutos depois ela já tinha terminado de guarda tudo e sentou na cama.

- Bu, eu queria te pedir uma coisa. - disse.

- Pode pedir Lu, o que você quiser. - ela disse sorrindo.

- É... eu queria poder ser a papa do seu filho, sabe dar meu sobrenome e cuidar dele e de você também. - disse e ela me olhou surpresa.

- Você está falando sério? Não quero que se sinta obrigada a nada, você já está fazendo muito por nós dois. - ela disse.

- Eu quero, algo aqui dentro me diz que ele é meu filho também. Eu já amo essa criança sem ao menos conhecer, deixa eu ser a papa dele. - disse e ela sorriu.

- Claro Lu, agora sou sua papa. - disse e levantei sua blusa e dei um beijo em sua barriga, senti que ela ficou arrepiada com o gesto.

Fiz alguns carinhos na barriga dela e quando fui me levantar ela me deu um selinho. Seus lábios eram macios e senti meu corpo se arrepiar com apenas esse gesto.

- É... desculpe, eu não sei o que deu em mim. - ela disse nervosa e totalmente vermelha.

- Calma Bu, está tudo bem. - disse calma e ela assentiu.

- Vou tomar banho para descansar. - ela disse e foi para o banheiro.

Sentei na cama e suspirei só de saber que ela também está começando a sentir alguma coisa por mim. Ela saiu do banheiro e deitou na cama. Fui para o banheiro tomar um banho relaxante e deitei na cama ao lado dela.

- Posso te dar uma coisa que eu comprei? - perguntei e ela assentiu sentando na cama. Levantei e peguei a sacola da loja de bebês e entreguei.

- Que lindo Lu. - ela disse sorrindo olhando algumas roupinhas que comprei.

- Esse aqui é especial pra mim. - disse e entreguei a camisa escrito "papa te ama".

- Que lindo Lu. - ela disse me abraçando. - Viu filho, sua papa é muito babona por você.

- Não só por ele. - disse e ela corou.

Me aproximei devagar e fiz um carinho em seu rosto, nos aproximamos e nossos lábios se tocaram, iniciamos um beijo lento, apenas aproveitando as sensações que aquele beijo trazia. Ficamos assim até nos faltar ar.

- É... - ela corou novamente.

- Eu gosto de você Bu, deixa eu cuidar de você. - disse.

- Eu também gosto de você Lu. - ela disse e nos beijamos novamente. - Boa noite Lu.

- Boa noite Bu. - disse e deitamos na cama.

- Aqui é quentinho. - ela disse se aconchegando em meus braços.

- Sei, você está se aproveitando de mim. - disse e ela riu.

- Se bem que poderia mesmo, você tem um corpo bonito. - ela disse envergonhada.

- Você também Bu, é a mulher mais linda que já conheci. - disse e ela corou. - Você é muito tímida.

- É que você me deixa assim. - ela disse e abaixou a cabeça envergonhada.

- Você deveria estar acostumada, você é linda. - disse levantando o rosto dela.

- Você também é Lu. - ela disse e me deu um selinho antes de deitar em meu peito.

Fiquei aproveitando essa aproximação e fazendo um cafune nela. Não sei o que estou sentindo por ela exatamente, mas se essa sensação tão boa quando beijei ela for amor, não quero parar de sentir nunca. Senti sua respiração pesada e percebi que ela tinha dormido. Fiquei observando-a dormir e pensando no quanto minha vida mudou nesse dia e meio, o quanto me senti mais segura sobre minha condição. Em momento algum ela me julgou ou demonstrou nojo, pelo contrário, ela agiu como se fosse a coisa mais natural do mundo. E o carinho que senti no seu beijo, em seu abraço, em seu olhar, acho que estou apaixonada. Acho não, tenho certeza disso. Só espero que ela sinta o mesmo.

Até baby's❤