≡ shawn mendes ≡

— Nós estamos indo para a sua casa? — Aaliyah parou de caminhar e perguntou conturbada com a ideia.

—  Bom, sim... — disse inseguro com a sua possível reação.

— Não acho que seja uma boa ideia... Eu, hm... — começou a tirar e colocar o anel que tinha nos dedos, assim como eu faço.

— Você está com medo do pai, não é? — assente. — Nada vai te acontecer, eu prometo, vou sempre cuidar de você Aaliy. — beijo sua testa e ela me abraça.

— É bom estar com você de novo.

• • •

Faço sinal de silêncio e entramos na casa. Cenas daquela noite voltaram na minha mente quando vi algumas garrafas vazias e papéis rasgados no chão. Engoli seco e deixei Aaliyah atrás do meu corpo, eu estou com medo do que pode acontecer.

— Trouxe outra vadia para casa, Shawn? — fecho os olhos com força tentando acordar desse pesadelo, tudo estava se repetindo. — Quem é essa?! — aumenta o tom pelo meu silêncio e sinto Aaliyah me apertar contra ela em uma busca por proteção. Ela estava com medo, e eu também.

— Não é ninguém. — caminho para trás tentando chegar na porta do quarto. A garota acompanhava meus atos com as pernas bambas.

— Sai da minha frente, garoto. — segura a gola da minha camisa e me puxa para longe, revelando uma garotinha amedrontada.

— Olha só, a garotinha tem vergonha é? — ele se aproxima.

— Não chega perto dela! — tento intervir mas ele me empurra com força, caio no chão e sinto um caco de vidro cortar meu braço e bochecha.

Coloca o indicador no queixo dela e levanta seu rosto, afastando-se logo em seguida.

— O-Oque você está fazendo aqui? Você não podia estar aqui! — comprime o punho transparecendo raiva. — Sua mãe vai me odiar por isso, vai achar que eu roubei sua filhinha querida! — anda de um lado para o outro passando a mão pelos cabelos. — Você vai estragar tudo de novo! — grita e aponta o dedo para ela. Aaliyah se contrai mais tentando desaparecer daquele lugar.

— Ela só veio visitar uma amiga na cidade e acabou me encontrando, mamãe sabe que ela está aqui. — menti com medo dele saber. Levanto-me sentindo os machucados arderem.

— Isso não pode estar acontecendo. — pega outra cerveja e se senta no sofá, ele poderia explodir de raiva a qualquer momento.

Pego o braço de Aaliyah e puxo-a direto para o quarto, trancando a porta em seguida. Seus braços me rodeiam e sinto seu choro molhar minha camisa.

— Me perdoa, eu não te protegi como disse que iria.

— Não me protegeu? — se afasta secando as lágrimas. — Você foi ótimo, sinto muito por precisar aguentar algo assim todo dia. — diz sincera.

— Tudo bem, é triste dizer isso mas você se acostuma.

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