Capítulo 42 - 19 de Novembro a 20 de Novembro de 2005
Hoje é 2 de Maio. If you know, you know...
Dia 1591
19 de Novembro de 2005
Sábado
Draco acabara de sair da chave de portal com Murphy em seus braços, a pequena resmungava pela dor de barriga provocada pela viagem enquanto caminhavam brevemente pela área.
"Está tudo bem, amanhã estaremos em casa, certo?" Ele falou em tom dócil, tentando confortar a filha.
Ela continuou reclamando durante todo o percurso até o hospital de Anaheim. Na sala de espera, o loiro já previa os olhares que receberia, então lançou um feitiço rápido e prático para criar uma ilusão. Embora seu sobrenome chamasse atenção de qualquer forma, o hospital concordou em assinar um termo mágico de privacidade, garantindo que outros não soubessem seu nome ou que o histórico da visita vazasse.
"Sr. Malfoy?" Ouviu a voz de uma enfermeira, percebendo que o nome havia sido alterado devido ao feitiço de privacidade.
"Potter-Malfoy," corrigiu novamente, enquanto se levantava com Murphy. A enfermeira murmurou um pedido de desculpas e os conduziu até a sala onde o médico os aguardava.
A conversa foi longa e entediante para Murphy. Draco precisou assinar alguns documentos antes de permitir a análise mágica em sua filha. Ele aguardou ao lado dela enquanto o médico fazia seu trabalho, fazendo perguntas sobre o cotidiano da criança.
Por fim, ela recebeu uma azaração infantil para que pudessem conversar sem que ela entendesse.
"Bom, Sr. Potter-Malfoy. Sua filha está em plenas condições médicas e muito saudável. A única coisa fora do lugar seria seu núcleo mágico, mas nada para se preocupar. É comum que sua magia seja excepcional devido à sua linhagem, e irá se ajustar conforme ela for ficando mais velha. Mas, por outro lado, não há nada nela que a ligue a termos temporais."
Draco ficou em silêncio, encarando a mesa após ouvir as palavras do médico. Um pouco perdido, pois as coisas pareciam normais. Mas por que isso não o acalmava?
Ele agradeceu ao médico, terminando de assinar o termo básico do prontuário. Antes de tirar a azaração de Murphy e seguirem para fora.
Devido à pouca idade de Murphy, viagens demais poderiam fazer mal a ela. Então, para compensar as reclamações da pequena, Draco a levou para passear por alguns lugares da região, comprando sorvete no fim da tarde, antes de se recolherem em um quarto de hotel trouxa. Embora não fosse algo que Malfoy gostasse, ele sabia que seria a melhor forma de evitar a mídia bruxa e, ocasionalmente, manter a viagem em segredo do marido.
Dia 1592
20 de Novembro de 2005
Domingo
Por favor. Que esse profissional sobre viáveis prejudiciais no tempo tenha uma resposta. Era tudo que Draco mais desejava no momento enquanto aguardava na sala de espera, com Murphy distraída em seu colo segurando um brinquedo pequeno em mãos.
"Sr Potter-Malfoy?" A voz do homem soou do lado de dentro de uma sala. Draco se levantou imediatamente segurando Murphy melhor em seu colo.
Após uma rápida apresentação e uma análise na pequena. Draco se sentou de frente a mesa do especialista.
"Nada nela indica algo prejudicial. Isso, Sr Potter-Malfoy, é dado ao fato que a garota ainda não fez nenhuma viagem. Acredito que o senhor está buscando por algo que não aconteceu ainda."
Mais um longo suspiro veio do loiro, antes de colocar sua linha de raciocínio em mente.
"Eu tenho algumas perguntas."
"Terei prazer em respondê-las."
"Se ela viajar no tempo, está saudável para isso?"
"Sim, sem sombras de dúvidas. Prossiga."
"Existe a possibilidade dela ser afetada de alguma forma? Quero dizer, emocionalmente ou fisicamente?" Draco perguntou, sua expressão séria mostrando a preocupação que ele sentia.
O especialista ponderou por um momento antes de responder, ajustando os óculos sobre o nariz. "É difícil prever com certeza absoluta, pois cada caso é único. No entanto, se todas as precauções forem tomadas e a viagem for realizada de forma controlada, os riscos podem ser minimizados. Quanto aos efeitos emocionais, isso pode variar de acordo com a experiência da viagem e a capacidade da criança de lidar com mudanças temporais."
Draco assentiu, absorvendo as informações enquanto sua mente trabalhava para processar as possibilidades.
"Entendo. E quanto à segurança física durante a viagem?"
"Com os devidos encantamentos de proteção e um acompanhamento adequado, os riscos físicos podem ser reduzidos. No entanto, é crucial garantir que a criança esteja em plena saúde antes da viagem e que todos os protocolos de segurança sejam seguidos rigorosamente."
O loiro assentiu novamente, sentindo-se um pouco mais tranquilo com as respostas do especialista. No entanto, a preocupação ainda pairava em sua mente enquanto ele pensava no que fazer a seguir.
"Obrigado por esclarecer minhas dúvidas", disse Draco, levantando-se da cadeira com Murphy ainda nos braços. "Vou considerar todas essas informações com cuidado."
"Estou à disposição se precisar de mais alguma coisa", respondeu o especialista, oferecendo um sorriso reconfortante.
Com Murphy ainda em seus braços, Draco saiu da sala de consulta e voltou para a chave de portal mais próxima do local. A decisão de permitir ou não viagens no tempo para sua filha era algo que ele sabia que não poderia tomar de ânimo leve.
***
Pouco depois de dar banho em Murphy e a colocar para dormir após a viagem, Draco fez o mesmo, relaxando com a água quente descendo por seu corpo.
Ele desceu para a sala já com roupas confortáveis, dando atenção às suas crianças mais velhas que ficaram sob a guarda de Fleur naquele sábado e parte do domingo. Tinham o costume de fazerem biscoitos aos domingos, então lá estavam eles na cozinha, bagunçando o local com farinha enquanto o mais velho preparava o jantar.
Ouviram as vozes de Harry e Hermione na sala após o som da lareira, eles pareciam ter uma conversa animada.
"Ei, boa noite, crianças! Dray!" Harry cumprimentou eles ao entrar, se aproximando para deixar um beijo sutil no topo da cabeça das crianças e um nos lábios do marido.
Hermione abraçou Delphi seguido de Teddy, se escorando no balcão e olhando de relance para Malfoy como um cumprimento sutil.
"Murphy está dormindo?" Harry perguntou, beliscando as salamandras no potinho do balcão. Draco assentiu. "Oh, um pouco cedo para ela, deve ter brincado muito."
Draco segurou um suspiro. Esconder a viagem do marido não era a coisa certa a se fazer, mas evitaria uma briga pela teimosia dele, dada a situação em que ambos sentem medo de que algo aconteça.
"Bom, Hermione, se você não se importar, vou subir e tomar um banho rápido. Imagino que vá jantar conosco hoje, sim?" Ela assentiu com um sorriso presente nos lábios. "Volto logo!"
Quando o loiro se encostou próximo da grande vidraça da cozinha para olhar o jardim, iluminado apenas por suas luzes costumeiras penduradas nas árvores, Hermione se aproximou dele, ao ter certeza de que as crianças prestavam atenção em colocar salamandras na massa entre risadinhas e conversas juvenis.
"Então... alguma notícia?" ela perguntou em tom baixo, evitando lançar um encantamento abafador de som devido à proximidade com as crianças; seria notável.
"Foi mais um auxílio do que algo realmente útil para nos ajudar com essa situação. Eu trouxe as fichas médicas, se quiser verificar. Antes de ir, você pode pegar na minha bolsa lateral preta na sala, ao lado da porta."
"Tudo bem. Eu te mando uma carta caso ache algo que se encaixe."
"Certo."
Eles desviaram o olhar para Delphi e Teddy, que conversavam animadamente. O loiro aguardava o frango no forno ficar pronto. Foi quando ouviu passos apressados e viu Harry entrar na sala, carregando uma Murphy sonolenta. Sua expressão era irritada e ele encarou Draco seriamente.
"Por que você levou a Murphy para Lisboa e Anaheim sem me avisar?"
Houve um silêncio incômodo na cozinha, as crianças pararam o que faziam para observar a cena.
"Harry..."
"Harry nada. O que você foi fazer nesses lugares com a nossa filha, Draco?"
"Harry, se acalme e vamos conversa na sa-..."
"ME RESPONDE!"
"Me dá a Murphy, Harry." Hermione se aproximou, notando a expressão assustada da menina ao ouvir seu pai gritando com Draco.
"Não!" ele permaneceu encarando Draco. O loiro suspirou, tinha decidido não apagar a memória dela do dia, sabendo como isso a afetaria, optando por esperar até que ela acordasse para lhe explicar que "papai H" não podia saber da viagem, com a desculpa mais boba possível, em troca de sorvete.
Draco observou a expressão de Harry, notando a mistura de raiva e preocupação em seus olhos. Ele sabia que tinha cometido um erro ao não contar sobre a viagem, mas também estava ciente das consequências que isso poderia ter para a tranquilidade da família.
"Harry, por favor, podemos conversar sobre isso mais tarde? Não é o momento adequado para discutirmos." Draco tentou acalmar a situação, estendendo os braços para pegar Murphy, que se encolheu diante da tensão no ar.
"Não, eu quero uma resposta agora. Por que você escondeu isso de mim?" A voz de Harry estava carregada de frustração, e ele não parecia disposto a ceder tão facilmente.
Draco suspirou, sentindo o peso da situação sobre seus ombros. Ele sabia que precisava encontrar as palavras certas para explicar sua decisão, mesmo que isso significasse enfrentar a ira de Harry.
"Eu... eu sei que deveria ter te contado, Harry. Mas eu estava preocupado com a segurança de Murphy e pensei que seria melhor não te envolver até ter certeza de que tudo estava bem. Foi um erro meu, e eu sinto muito por não ter te consultado antes."
Harry olhou para ele por um momento, seus olhos buscando alguma indicação de sinceridade nas palavras de Draco. Por fim, ele pareceu ceder um pouco, embora a tensão ainda estivesse presente em sua postura.
"Tudo bem, Draco. Mas não esconda nada assim de mim novamente, entendeu?" Ele falou com firmeza, mas havia uma suavidade em sua voz que não passou despercebida por Draco.
"Entendi. Eu prometo que vamos conversar sobre qualquer coisa relacionada à nossa família no futuro." Draco respondeu sinceramente, sentindo um peso sendo retirado de seus ombros.
Com um suspiro de alívio, Harry finalmente entregou Murphy para Draco, que a envolveu em seus braços com carinho. As crianças observavam a cena em silêncio, e Hermione lançou um olhar de aprovação para Draco antes de voltar sua atenção para as crianças na cozinha.
À medida que a tensão na sala diminuía, Draco sentiu um senso de gratidão pela compreensão de Harry e pelo apoio silencioso de Hermione. E, com a promessa de uma conversa franca no futuro, ele esperava que pudessem superar esse obstáculo juntos e fortalecer ainda mais os laços da família Potter-Malfoy.
***
"Harry, não grite na frente das crianças, por favor", pediu o loiro assim que entraram no quarto.
O moreno soltou um som estranho, como se concordasse com o que ele disse, ao mesmo tempo frustrado consigo mesmo por sua imprudência costumeira.
"Sou um pai terrível", murmurou Harry, tirando o moletom e sentando-se na cama.
"O que? Não! Não, jamais diga isso, Harry. Você é um pai excepcional, aquelas crianças te adoram e não viveriam sem você", rebateu Draco, firme em suas palavras.
O moreno lançou-lhe um olhar cansado, não afetado pelas palavras de Draco, pelo contrário. Harry sentia-se um idiota.
"Está falando de você, Draco", acrescentou Harry, sua voz carregada de autorrecriminação.
"Harry James Potter-Malfoy. Você não vai repetir isso nunca mais porque você não tem noção do quanto eles amam você. Sabe a falta que tem feito para eles esses últimos tempos? Murphy sempre perguntando de você, Teddy sempre frustrado de não poder jogar bola com você, Delphi assistindo sozinha ao programa favorito de vocês dois. Por Merlin, você não vê como elas se importam com você? Delphi chorou com medo de te perder aquele dia, tem noção do que está falando?"
O moreno baixou a cabeça culpado, compreendendo as palavras do marido. Ele fungou, e foi nesse momento que Draco se sentou ao lado dele, passando o braço ao seu redor.
"Me desculpe, eu não suporto a ideia de perder Murphy. Eu... eu me sinto tão culpado pelas coisas que aconteceram", desabafou Harry, com a voz embargada pela emoção.
"Eu sei, amor. E eu já lhe disse mil vezes que não foi sua culpa. Sou uma pessoa rancorosa, você saberia se eu te culpasse por qualquer que fosse a situação. Deveria conhecer seu esplêndido marido", respondeu Draco, tentando trazer um pouco de leveza à conversa. Sua última frase saiu em tom humorado, na esperança de arrancar um sorriso do moreno, o que deu certo, pois ele soltou uma risada entre o choro silencioso.
"Sinto muito ter gritado, vou me controlar mais...", prometeu Harry, olhando nos olhos do marido.
"Evita na frente deles, por favor...", pediu Draco, com um tom suave e compreensivo.
"Sim...", concordou Harry, assentindo com a cabeça em concordância.
"Desculpe não ter contado da viagem", disse Draco, mudando o rumo da conversa.
"Pode me explicar do que se tratou? Eu reconheço esses nomes, por isso fiquei tão possesso.", questionou Harry, curioso para entender os motivos por trás da viagem.
"Eu queria ter certeza se ela não tinha nenhuma ligação temporal nela, os únicos especialistas estavam nesses lugares", explicou Draco, buscando tranquilizar o marido.
"E tem...?", indagou Harry, ansioso pela resposta.
"Não", respondeu Draco, aliviando o peso que estava sobre os ombros de Harry.
Harry suspirou aliviado, antes de se aconchegar nos braços de Draco, buscando conforto em seu abraço.
"Vamos dormir, você está exausto", sugeriu Draco, demonstrando sua preocupação com o bem-estar do marido.
Eles se acomodaram na cama abraçados, entre carícias sutis e murmúrios amorosos, encontrando paz e conforto um no outro.
•
PERGUNTA DO CAPÍTULO:
Vocês se lembram desses lugares que Draco levou a Murphy? Como estão suas teorias?
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