Depois do seu último encontro com Derek, Charlie disse a ele que faria qualquer coisa pra compensar pela ajuda naquele dia, e sim, ele esperava que fosse ser algo de teor sexual.

Sua consciência fazia o favor de o lembrar a todo momento de como foi trouxa, tão tipico. Mas, tinha diversos fatores pra não ter continuado aquilo, o primeiro: Seu último relacionamento foi muito conturbado, e terminou em morte, o segundo: ele é lobisomem, seus pais não querem que eu me envolva com outro ser sobrenatural, já que qualquer um pode ser corrompido pelo seu avô, terceiro: ele tem mais que o dobro da idade de Charlie, por mais que eu vá fazer 18 anos em menos de um ano, isso seria inadmissivel pelos seus pais, e por último, mas não menos importante: Derek pode não sentir nada por ele e Charlie esta se iludindo, não seria a primeira sacanagem universal contra ele.

Conversavam de vez em quando por mensagens, o que fazia seu coração se aquecer, ao receber um bom dia ou uma mensagem qualquer do grandão.

Charlie estava no intervalo da escola, quando recebe uma mensagem de Derek, que queria o pedir um favor. Perguntou sobre o que era e ele respondeu que era pra eu cuidar do filho dele, enquanto ele resolvia alguns assuntos pessoais. Ele tem um filho, sim, isso o chateou demais, principalmente porque deveria ser dele e daquele ex. Mas, como sou um homem de palavra, falou que cuidava da criança sim.

O dia letivo chegou ao fim e em poucos minutos, já estava na casa de Derek, após receber o endereço. Toca a campainha e esperou ser atendido.

— Chegou rápido. — Derek diz depois de abrir a porta, e sorri.

Charlie se atrapalha quando vai cumprimentar ele, e tenta disfarçar a vergonha.

— Sou mais que pontual. — sorri e pede licença pra entrar. — Tem alguma restrição que eu deva me preocupar?

— Nenhuma, só o básico, brincar, dar algo para ele se alimentar, e etc. — ele explica.

— Tá certo. — sorri fraco e analisa o interior do apartamento. — Gostei do lugar.

— Valeu, não sou muito bom com decorações, por isso não esta tão bonito. — ele comenta.

— Eu sou ótimo, se quiser uma ajuda depois. — Charlie diz, enquanto secava seu corpo.

— O que isso irá custar? — ele pergunta, com um sorriso descontraido no rosto.

— Nada, sou um garoto muito bom, senhor Hale. — sorri, Derek se aproxima dele.

— Até imagino o que se passa pela sua mente boazinha. — nossos corpos estavam bem próximos e ele travou, de novo.

— Você vai se atrasar. — comenta, Derek se separa.

— Você tem razão. — ele diz, meio sem graça. — Se algo acontecer, me ligue.

"Não posso satisfazer o seu fogo apenas, Derek. Não me sentiria bem só sendo mais uma foda." — Charlie pensa.

— Pode deixar. — sorri minimamente e vê ele saindo, caminho pelo apartamento, até chegar ao quarto de Elijah.

Charlie confessa que imaginava que iria odiar o garoto, mas foi o contrário, ele o conquistou em questão de segundos. Brincou com ele, trocou a fralda diversas vezes e o alimentou, até que não era difícil, com uma ajudinha mágica.

Ele estava assistindo TV, sentado no tapete, enquanto Charlie preparava sua mamadeira e colocava vinho em uma taça. Escuta a campainha tocando, assim que entrega a mamadeira para Elijah, quando abre a porta, se surpreende.

[...]

Alguns minutos antes...

Ben estava muito irritado e tentava pensar em algum jeito de conseguir Charlie de volta, até se lembrar de alguém que poderia ajudá-lo. Na noite do conflito entre ele, Charlie e Derek, ele observou Charlie desde que o mesmo iria se encontrar com o alfa. Lembrou-se que ele estava acompanhado por um cara, que parecia alguém próximo dele, então resolveu procurá-lo.

Com o seu faro e sua habilidade única de passar rapidamente entre a multidão, chegou até um edifício, perto da ponte de Manhattan. Ele esperou que o cara saísse, para então lhe fazer uma proposta.

Minutos depois, o tal cara saiu com um visual descontraído, como se fosse passear ou coisa do tipo. Ben cutucou ele, e o homem se virou.

— Pois não? — Ryan pergunta.

— Sou o Ben, muito prazer. — Bem o cumprimenta. — Você é o ex do Derek Hale, certo?

— Quem quer saber? — Ryan pergunta desconfiado.

— Eu. — Ben sorri.

— Não tô afim de falar sobre isso. — Ryan volta a andar, mas Ben já contava com isso.

— Ele está seguindo em frente, sabia? — Ben diz e Ryan para de andar. — Com um novo cara, Charlie.

— Isso é mentira, ele não me esqueceria tão fácil. — Ryan diz, encarando Ben.

— Eu sei que é verdade, porque eu vi os dois juntos. A química que exalava dos dois chegava a ser repugnante. — Ben comenta.

— Não me leve a mal, mas o que você tem a ver com isso?

— Charlie é o meu ex. — Ben diz. — Eu quero reconquistá-lo, mas com o seu ex musculoso e selvagem, é meio difícil.

— Entendo seu ponto, mas o que podemos fazer pra separar os dois? — Ryan diz.

— Você precisa reconquistar o seu lobinho e manter afastado do meu. — Ben diz e Ryan se impressiona, por saber que ele conhece o segredo de Derek. — O que foi? Achou que eu não descobriria isso?

— Essa aliança me parece boa. — Ryan se aproxima e estende a mão. — A proposito, sou o Ryan.

— Muito prazer, Ryan. — Ben aperta a mão de Ryan. — Alguma idéia em mente?

— Uma. — ele sorri. — Visitarei o filho do Derek, e aproveitarei pra vê-lo.

— Fantástico. — Ben elogia. — Qualquer coisa, me ligue. — ele entrega um papel com seu número e some da vista de Ryan.

— Ele é estranho. — Ryan comenta e muda seu trajeto, rumo ao apartamento de Hale.

Ao chegar, toca a campainha e espera ser atendido. Quando a porta é aberta, ele vê um cara desconhecido, muito bonito e segurando uma taça de vinho.

— Oi, você é... — Charlie diz, fingindo não se recordar de Ryan.

— Ryan, um amigo do Derek... Um amigo intimo. — Ryan diz, desfazendo o sorriso de ironia do feiticeiro. — Ele está?

— Não, ele saiu pra resolver alguns problemas pessoais, mas eu aviso ele que você passou aqui. — Charlie diz, fechando a porta, mas a mesma é segurada pelo pé de Ryan.

— Na verdade, eu vim ver o meu filho. — Ryan mente e Charlie fica consternado.

— Pode entrar. — ele diz relutante, mas permite a entrada do rival amoroso.

— Obrigado. — Ryan caminha pelo apartamento, e ao chegar na sala, Elijah vem engatinhando até ele. — Oi garotão, quanto tempo. — ele o pega no colo.

“Nem me importo com esse feto, ele só atrapalhava as minhas transas com o Derek e fazia ele ter que dividir a atenção.” – Ryan pensa consigo.

— Bem, você quer algo pra beber? — Charlie pergunta, só por educação.

— Um copo de água. — Ryan responde, sem olhar Charlie.

O mesmo vai até a cozinha para pegar o copo de água e fica pensando consigo mesmo se teria algum problema em envenenar a água.

— Aqui está. — Charlie entrega a água, e Ryan coloca Elijah no sofá.

— Muito obrigado. — Ryan toma a água e põe o copo na mesa de centro. — Derek pediu pra você ficar de olho no Elijah? — ele pergunta e Charlie confirma. — Ele poderia ter me chamado.

— Até onde eu sei, vocês terminaram e ele não quis manter contato com você. — Charlie comenta direto e Ryan ri.

— Terminamos? Está mais para uma briga. — ele diz. — Vivemos tendo esse tipo de briga, onde dizemos várias besteiras e coisas do tipo, sabe como é né? — ele mente.

— Aham. — Charlie diz, evitando que o assunto se prolongue.

— Você tem namorada, ou namorado...?

— Charlie, me chamo Charlie, e não, não tenho namorado e nem namorada. — Charlie diz o encarando.

— Estranho... O Derek me falou que você estava se pegando com um cara, quando ele voltava do nosso encontro.

— Aquele era o meu ex. — Charlie comenta e pensa consigo mesmo sobre o porque de estar dando satisfação para aquele cara.

— Entendi, bem, vocês devem combinar. — Ryan sorri. — E se vocês voltarem, poderíamos sair num encontro duplo ou sei lá.

— Sem chance de voltarmos. — Charlie comenta decidido.

— Olha, sei que não nos conhecemos direito, mas se você sentiu algo quando beijou ele depois de vocês terminarem, deveria dar uma segunda chance pra ele. — Ryan aconselha. — Nem todos tem a sorte de achar o amor na vida.

— Não sei se o Ben merece uma segunda chance, ele me traiu, e foi uma traição imperdoável. — Charlie comenta.

— Acredito que nada seja imperdoável. — Ryan refuta.

— Se o Derek te traísse, você perdoaria fácil? — Charlie pergunta e Ryan trava.

— Claro, eu amo ele. — Ryan responde de imediato, fazendo Charlie refletir.

Por mais que Charlie não tenha tirado Derek da cabeça, Ben foi seu primeiro amor, e se for o destino dando realmente uma segunda chance?

— Você sabe que o Derek é...

— Um lobisomem alfa? Sim. — Ryan responde tranquilamente. — Me apaixonei por aqueles olhos vermelhos, desde que os vi pela primeira vez.

— E você não se importa pelo fato dele ser lobisomem e possivelmente, ter matado várias pessoas? — Charlie pergunta curioso.

— Não ligo, e se ele matou alguém, provavelmente foi em legitima defesa. Ele não machucaria ninguém a toa.

— Entendi. — Charlie responde e o assunto morre.

— Bem, agora eu vou nessa, se puder avisar o Derek que eu passei aqui, eu agradeço. — Ryan sorri e Charlie o acompanha até a porta.

— Aviso sim, e obrigado pelos conselhos. — ele sorri fraco e Ryan responde com um aceno.

Charlie fica ainda indeciso sobre o assunto, e teria entrado na mente de Ryan, se não gastasse tanta energia. Ele preferiu confiar no cara, imaginando que não teria porque ele mentir, mas chateado porque Derek havia mentido.

[...]

Charlie estava meditando, enquanto Elijah cochilava e Derek finalmente chega, adentrando o apartamento e indo até o quarto de Elijah, onde ele estava.

— Tudo certo por aqui? — ele pergunta e eu paro de flutuar.

— Tudo sim, fiz tudo que você pediu e ele agarrou no sono agora pouco. — sorri fraco.

— Valeu, eu não sei nem o que dizer pra agradecer o enorme favor que você me fez. — Derek sorri e caminha até mim.

— Conseguiu resolver seus problemas?

— Mais ou menos, uma parte deles até que consegui.

— Que bom. Agora eu vou nessa. — caminha pra fora do quarto, Derek o segura pelo braço.

— Já?

— Sim. — responde sem manter contato visual.

— Aconteceu alguma coisa?

— Pergunte ao Ryan. — encara ele.

— Essa não, ele veio aqui?

— Veio pra visitar o Elijah, e pra conversar com você. Avisei que você havia ido resolver alguns problemas e ele não entendeu porque você não chamou ele pra cuidar do bebê.

— Não teria porque eu chamar ele. —  Derek diz.

— Porque não? Vocês estão juntos e o Elijah é filho dos dois.

— Como é?

— Não tenho paciência pra suas lerdezas, Hale, vou nessa. — se vira, Derek o segura.

— Espera, deixa eu me explicar. — Derek fala.

— Porquê? E porque é tão importante assim você se explicar pra mim? Eu sou só um conhecido, nada mais.

— Você sabe que isso é mentira. — ele me prende na parede, quando vê que eu estava me soltando.

— Sem brincadeiras, Derek, ou eu te jogo pela janela. E prometo a você que cair do décimo andar, mesmo sendo um lobisomem, vai ser doloroso. — diz irritado, ele é calado por um beijo.

Como era de se esperar, ficando surpreso, mas retribui. Envolvendo suas pernas em sua cintura e deixando sua língua explorar a sua boca. Depois ele começa a beijar seu pescoço e morde sua orelha.

— Primeiro, eu não estou com o Ryan, ele mentiu. — ele sussurra em meu ouvido. — Segundo, ele não gosta do Elijah, e detestou a idéia de eu ter adotado ele. O Elijah é meu filho apenas, ele deve ter vindo aqui apenas para te provocar ou tentar me reconquistar.

— E porquê eu deveria acreditar nisso?

— Porque eu sei que você é inteligente... — ele morde a ponta do meu queixo e me encara. — E porque eu gosto de você.

— Derek, não tô afim de brincadeiras, principalmente quando envolve amor. — vira o rosto antes que seja beijado.

— Porque acha que eu estou brincando? — ele diz sério.

— Porque você é um palhaço, simples.

— Alguns amigos antigos diriam que você esta cometendo um grande equívoco. — ele diz e sorri fraco.

— Não caio em pegadinhas desse tipo, Derek, deveria saber. — diz irritado e caminha até a porta.

— Charlie... — antes que ele continuasse com a brincadeira sem graça, se teletransporta para casa.

Viu que a mesma estava uma bagunça e fez um feitiço para arrumá-la, enquanto se jog pensando no beijo que Derek havia lhe dado e no beijo forçado de Ben, homens malditos que estão presos na sua cabeça.