Capítulo 2: Ex's Namorados
A vida de Charlie nunca mais foi a mesma depois do encontro com o lobisomem gostoso. Ele não acredita em amor a primeira vista, ao menos, não pela segunda vez.
Perguntas como: "Será que ele já esteve com alguém?" ou "Será que ele já se apaixonou?" devem estar rondando a cabeça das pessoas. E sim, ele já foi idiota de se apaixonar.
Ele considera sentimentos e emoções uma perca de tempo, como a maioria das pessoas frias. Se não fosse pelo tão idolatrado amor humano, ele não estaria na situação atual. Claro que não é só por isso, mas são lembranças que até um masoquista teria medo de remexer.
Basicamente, ele já esteve em um relacionamento sério por um tempo. O nome dele era Benjamin Lockwood, um garoto de quase 16 anos, um sorriso lindo, cabelos perfeitamente alinhados, e óbvio, uma boa pegada.
Seus pais aprovavam seu relacionamento com ele, nesse quesito ele não tinha que reclamar deles, afinal, são totalmente tolerantes com qualquer coisa. Vivíam passeando, se pegando, assistindo filmes grudados, e se pegando de novo, a vida de um adolescente que se resume a sexo, devido aos hormônios em excesso.
Ben foi ou melhor, Charlie achava que fosse a melhor dádiva da sua vida, até certo dia. Ele estava mais estranho do que o comum, e ele suspeitou que seria pela lua cheia, coisas de lobisomens novos e etc., mas não era bem assim.
Ele falou que resolveria algo envolvendo o irmão dele e saiu às pressas. Charlie o seguiu e observou de longe, ele conversava com o reflexo da água.
- Senhor, sinto que todos eles confiam em mim agora. - Ben comenta. - O ataque pode ser iniciado depois do envio das coordenadas.
- Bom trabalho, garoto. Sabia que você seria a carta na manga que me daria vantagem sob eles. - o homem mais velho responde.
"Não... Não... Ele não pode trabalhar pro Duncan, o Ben não..." - Charlie pensa e sai de lá chorando.
Fica refletindo no que deveria fazer com Ben, mas nada seria ruim o suficiente. Arrumou as coisas e avisou os pais o que eu descobriu. Os mesmos se chatearam e pediram que Charlie os encontrasse em um dos nossos esconderijos secretos.
Ficando na varanda do chalé, olhando como as arvores dançavam graças à forte ventania. Charlie sente a presença de Ben se aproximando e fica irritado.
Caso estejam pensando que ele estava zangado a toa, se coloquem no seu lugar. O cara que ele amo, que ele se entregou, que prometeu o proteger, que ele confiei todos os meus segredos, mentiu pra ele e trabalha pro cara que o quer enjaulado. Não era a melhor noticia de se receber.
- Eae lindo. - Ben diz sorridente.
- Como foi as coisas com o Sebastian? - pergunto olhando pra ele.
- Foram tranquilas, ele se meteu em uma confusão com uma outra criança, só isso. - ele diz, numa tranquilidade inacreditável.
Sebastian era o irmão mais novo de Ben, Charlie era muito apegado a ele, mas esse apego não valia a vida dos seus pais, muito menos a sua, já que com minhas habilidades fundidas as do meu avô, genocídios de grande massa seriam entretenimentos matinais.
- Eu quero que você saiba que eu realmente gostei de você. - digo e a ventania aumenta.
Relâmpagos caem ao redor, Ben faz uma cara de confuso.
- Gostava? - Ben pergunta. - Você não me ama mais?
- É difícil amar alguém... - caminha até ele, ficando de frente para o mesmo, e num movimento rápido, arranca seu coração e corta sua garganta. - Que está morto.
Observa o corpo caindo sem vida no chão, e o sangue colorir a terra, como se fosse uma tela branca.
Limpa o sangue que respingou em meu rosto e recita um feitiço pro corpo começar a queimar.
- Não tô a fim do FBI atrás de mim. - Charlie pega as malas e se teletransporta pro esconderijo.
Isso aconteceu a três fudidos anos atrás, uma parte dele se sente culpada ainda. Sentimentos humanos infelizes.
Após essa retrospectiva que o desmotivou ainda mais de falar com o Derek, Charlie encarava o teto, esperando que alguma idéia apareça na cabeça.
- E... - Se levanta. - Se eu sair com ele?
Ele fica andando pelo quarto, em busca de contras a essa idéia.
- Bem, eu preciso sair pra comer, aproveito a coincidência e o convido pra jantar. - sorri e morde o lábio. - Preciso fazer um feitiço de localização sem traços de DNA, vai ser meio complexo, mas eu dou conta.
Se arruma rapidamente, e antes de sair de casa, se olha no espelho.
- Sou muito gato, socorro. - sorri e sai de casa, trancando tudo.
Recita o feitiço e uma seta dourada surge, o pedindo pra segui-la, pra chegar a Derek. Caminha pelas ruas desertas de Nova York até chegar a uma rua cheia de restaurantes.
- Onde o Derek está? - pergunta, a seta o guia por mais alguns metros.
Antes de chegar nele, viu o mesmo conversando com um cara e recebe um beijo dele. Confessa que fiquei sem chão depois disso. O tal cara, arrasta Derek, abraçando o braço do mesmo.
- Você só se ferra, Charlie. - encaro o céu por alguns instantes.
Já que ele estava perto de vários restaurantes, resolve comer em um deles e depois volta pra casa. Quase foi assaltado, digo quase porque ele fez seus olhos brilharem e mostra as presas, fazendo com que o bandido se mijasse nas calças, hilário.
- Eu sou muito bom, acho que ele nunca mais deve voltar a roubar. - ri dele, vendo pra onde o cara fugiu.
- Continua engraçado como sempre, Charlie. - uma voz diz, ele procura o portador da mesma.
- Quem está aí? - mostra as garras, seus globos oculares ficam num amarelo intenso, por causa da magia. - E como sabe meu nome?
- Fico até chateado com você, por não se recordar da minha voz. - a pessoa diz vagando na escuridão.
- Vamos parar com o suspense. - Charlie se posiciona pra combate. - Pela última vez, como sabe meu nome?
- Eu sei tudo de você. - a voz diz com um tom tranquilo. - Seus medos, seus pontos fracos, conheço sua família, seus gostos, o que você detesta, e tudo mais.
- Olha, não sou muito bom com charadas, então se mostre logo antes que... - Ele é interrompido, quando a pessoa sai da escuridão.
- Você corte a minha garganta? - Ben pergunta.
-Ben... - me surpreendo e me desconcentro um pouco, fazendo com que meus olhos voltassem ao normal. - Não pode ser, você está morto, e fantasmas não existem.
- Sorte sua fantasmas não existirem, porque se não muitos te atormentariam. - ele comenta e sorri, caminhando até Charlie. - Eu estou vivo, mais vivo do que nunca, e você lindo, como sempre. - ele me acaricia, mas eu me afasto.
- Você não pode estar vivo... Eu... Eu te matei... Eu queimei o seu corpo, eu cortei a sua garganta, eu arranquei seu coração, e me assegurei que você estava morto...
- Olha, eu deveria estar muito chateado com você, mas não sou rancoroso e nem nada. - ele sorri. - Sabe como esse mundo é estranho né? Lobisomens, magia, vampiros, ressurreições, a lista é grande.
- O que você quer? - pergunta ainda se afastando, estava travado.
- O que eu quero? - ele morde o lábio e o pressiona contra a parede. - Você.
- Ben... Me solta, e vaze daqui antes que eu te mate de novo. - Charlie evita manter contato com os olhos dele.
- Você não teria coragem, eu sei que você não mata há tempos. - ele sorri. - O máximo é arrancar algum membro ou torturar, nada mais. - ele beija meu pescoço.
- Ben... Já falei pra parar. - fala, ele continua, segurando forte meus braços.
- Temos tanta coisa pra terminar. - ele sorri e me beija.
Minha idéia era não retribuir, mas aqueles lábios eram uma tremenda tentação. Quando volto a minha mesmo, me separo do beijo.
- Me deixe ir. - pede.
- Porque não usa sua magia comigo? - ele me segura pela cintura com um dos braços.
- Porque... - tenta omitir as lágrimas que continuavam a escorrer. - Só me deixa ir.
- E se eu não deixar? - Ben pergunta sério.
- Ele pediu pra você deixar ele ir. - Derek diz.
- Fica fora disso. - Ben diz, sem olhar pra ele.
Derek o puxa e ambos começam a brigar. Charlie se senta no chão, chorando freneticamente. O cara que ele amou e que matei, estava vivo na sua frente.
Derek estava levando a pior e Ben o espancava brutalmente.
-Já chega Ben, por favor. - Charlie pede, Ben continua espancando Derek, e o mesmo revida poucas vezes. - Para Ben. - fala entre o choro.
Ele continua sendo ignorado, então canaliza sua energia.
- JÁ CHEGA! - grita e dispersa a energia, jogando ambos pra lados diferentes.
Charlie corre até Derek e se teletransporta com ele pra sua casa.
- Vou cuidar de você. - Charlie diz pra ele, fazendo feitiços pra acelerar a regeneração.
- Você... Você tá legal? - ele pergunta, acordando do desmaio.
- Sim, e você foi um idiota de ter saído do seu encontro e me protegido. - diz, ele sorri.
- Primeiramente, eu não estava num encontro, eu apenas encontrei o meu ex, e como sou educado, aceitei o convite dele para um jantar, mas ele ficou tentando dar em cima de mim, e segundo, como sabia que eu estava saindo com alguém?
- Bem... - desvia o olhar, e penso em alguma coisa. - Esse não é o ponto, o ponto é que você poderia ter morrido.
- Pelo menos morreria sabendo que você estava seguro. - ele diz e o olha.
- Por essa eu não esperava. - sorri e faz um carinho em seu rosto. - Muito obrigado por hoje, grandão.
- Grandão? Um apelido mais bonito do que coroa. - ele diz e riram juntos.
- Como você está se sentindo? - pergunta.
- Melhor, muito obrigado. - ele se senta. - Eu só estou um pouco enferrujado, fiquei um tempo sem treinar minhas habilidades de combate e meus poderes.
- Entendi, então acho melhor voltar a treinar. - recomenda.
-Sim, tenho que manter a forma, mesmo nos 40. - ele comenta.
"Meu crush é muito mais velho do que eu, que ótimo." - Charlie pensa.
-Eu acho que você está numa ótima forma. - Charlie pensa em voz alta e mordo o lábio. - Quer dizer, pra sua idade. - tenta se explicar e ele ri.
- Obrigado. - ele responde e nos encaramos por alguns instantes.
O espaço ao redor deles foi diminuindo e que nossos rostos se aproximavam com o passar dos segundos. Derek toca seu rosto, e antes que nossos lábios entrem em contato, Charlie se separa.
- Você pode passar a noite aqui, se quiser. - diz, pra cortar o clima estranho que ficou.
- Acho que vou querer sim, se não for incomodo.
- Tudo bem. - responde.
Pouco tempo depois, estávam deitados, Charlie só conseguia pensar em como foi idiota em perder a chance de beijar aquela boca gostosa.
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