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05. Vinícius em "O babá do irmão adolescente".

05. Vinícius em "O babá do irmão adolescente".

Dias atuais: 2014.

O irmão de Vinícius era o verdadeiro enviado de Deus. Enviado de Deus para fazer Vinícius pagar por todos seus pecados. Leonardo tinha quase 14 anos de idade e se comportava como uma criança de cinco. Pior: crianças de cinco anos não precisam ser levadas em carrinhos, já Leonardo precisava; crianças de cinco anos não falavam só sobre ETs e todos seus possíveis tipos de raça; crianças de cinco anos não insistiam que seus irmãos mais velhos os levassem para bairros pobres da cidade para assistirem os eventos culturais das outras escolas. "Espero que falem sobre ETs", dizia repetidamente o irmão de Vinícius. "Espero que encontrem um cura para o Autismo logo", pensava Vinícius.

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 Isadora, às vezes, não tinha paciência para ser irmã de Isaac. Porém quisera Deus, muito bem-humorado, que Isaac fosse justamente irmão gêmeo de Isadora – Isaac era seis minutos mais velho que a ruiva, o que para ela era um tempo considerável.

– Dora, pegue para mim a minha cueca azul da sorte. Acho que ela está no cesto de roupas limpas – exigiu Isaac. – Estou com preguiça de ir até lá e, como seu irmão sete minutos mais velho e homem da casa, preciso ser obedecido.

– Seis...foram seis minutos. Seis minutos e 38 segundos! A Raquel cronometrou e ela não iria mentir sobre isso – respondeu Isadora. – E você já é bem grandinho e pode organizar suas roupas sozinho. Não sou tua empregada e... ah, me passe logo meu vestido florido. Eu sei que foi você quem roubou.

 – Não fui eu. Foi o Juliano. 

– Não, Isaac, eu não uso vestidos floridos. Isso é coisa tua – defendeu-se Juliano.

– Que belo amigo eu tenho, viu? Não tem nem coragem de me proteger da ira da minha irmã... Você só precisava validar o meu álibi, Juliano... Só isso! – reclamou Isaac.

– Crianças, o papo está bom, mas vocês precisam se apressar. O cenário da apresentação de vocês não se montará sozinho – disse Tereza, colocando a cabeça na porta do quarto de Isaac. – A Raquel já chamou um táxi para vocês três.

– Sinceramente, não sei como a tia Tereza aguenta vocês dois – declarou Juliano, indo em direção ao táxi.

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Paulo Vítor teria orgulho de Juliano. Teria orgulho da discrição dele, do amigo que ele havia se tornado para Isaac e Isadora, do seu bom gosto musical. Para se ter uma ideia, Juliano gostava de bandas que não eram da sua geração: Legião Urbana, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii eram algumas delas. Sim. Paulo Vítor adorava essas bandas, talvez até mais do que o crucifixo de Jesus Cristo que decorava o seu quarto na adolescência.

– Eu não quero que a senhora sinta que eu não te amo – disse Juliano, quebrando o gelo. – Eu só acho essa música muito massa para não ser cantada.

– Eu sei que você me ama e também acho essa música muito massa. Só não quero que você crie expectativas irreais em relação a uma família que você não conhece. As chances de você se decepcionar são imensas... – respondeu Raquel. – Aliás, você terá que passar por muitas decepções na sua vida. Elas são o laço vermelho que você tem que cortar para chegar à fase adulta.

– Espero que esse laço seja cortado bem depressa... E que a tesoura seja afiada.

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Tereza e Raquel sabiam que Isadora, Isaac e Juliano haviam escolhido interpretar Pais e Filhos no Projeto Cultural Sagrado Coração de Jesus como uma forma de dizerem que sentiam a ausência de seus respectivos pais. No entanto, não era só isso que as deixavam apreensivas: a mensagem transmitida pela letra da música era muito forte. "É  uma música muito linda, mas tem uma origem triste. Por que eles não escolhem Monte Castelo? Também é do álbum As Quatro Estações", sugeriu Raquel. De fato, o clássico de Legião Urbana fora inspirado no suicídio de uma amiga de seu letrista e nem o próprio gostava de cantar aquela música mais de uma vez no mesmo show. Era óbvio para Isadora que a personagem principal da música crescera em um ambiente familiar degradante e era justamente isso que Isadora e os outros queriam evitar ao buscar pelos respectivos pais.

 – "Estátuas e cofres e paredes pintadas, ninguém sabe o que aconteceu..."  – cantou Isadora.

Isadora não era a melhor cantora teen do mundo ou muito menos pretendia seguir a profissão, mas mesmo assim sua voz saiu afinada na apresentação da escola. "Ninguém sabe o que aconteceu" era sua parte preferida da música Pais e Filhos. Mau agouro ou não, a letra parecia falar de algo que ela já viveu ou ainda teria olhos para ver.

– "Ela se jogou da janela do quinto andar, nada é fácil de entender..." – continuou Isaac.

Realmente, apesar das brigas constantes entre os gêmeos, não era fácil de entender tudo aquilo: por que eles nem sequer sabiam o nome de seu pai?

– "Dorme agora, é só um vento lá fora..."  cantou Juliano.

O trecho da música mais parecia um conselho corriqueiro de Tereza e de Raquel, que agiam muitas vezes como se fossem capazes de livrar o trio das feridas do mundo.

– "Quero colo, vou fugir de casa. Posso dormir aqui com vocês?" – declamou Isaac.

Difícil achar que Renato não escreva aquilo pensando no próprio Isaac, garoto petulante e rebelde.

 "Estou com medo. Tive um pesadelo. Só vou voltar depois das três..."  – cantou Juliano.

– "Meu filho vai ter nome de santo. Quero o nome mais bonito... " – entoou Isadora, antes do refrão.

Era isso que Raquel repetia e Tereza confirmava: Raquel homenageou sua cidadezinha do interior ao escolher o nome de seu filho; já Tereza escolheu o par de nomes mais bonito que encontrou.

Enquanto as mães observavam orgulhosas, o trio prosseguiu interpretando aquela canção. No refrão, eles se uniam e cantavam juntos; já nas outras partes da música, eles se revezavam segundo gosto pessoal. Porém, Tereza e Raquel não estavam surpresas pela performance musical dos filhos e sim com a maneira que estavam vestidos:  em suas blusas estavam estampadas moléculas de DNA incompletas e borradas com tinta preta.

– Esses meninos são uns gênios! – opinou Tereza.

– Gênios da lâmpada, gênios da humanidade ou gênios do crime? – debochou Raquel em resposta.

– Na verdade, eles têm gênio forte... Agora, gênios do crime eles nunca serão. Nunca – interferiu Tereza. – Eles são crianças rebeldes, mas não são pessoas ruins. Deus nos livre disso.

Em paralelo a essa conversa entre as mães, os filhos continuavam sua apresentação musical.

– "Você me diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais..." – declamou Juliano, pela última vez.

– "Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo!" – cantou Isadora, refletindo sobre a frase ao mesmo tempo. 

  – "São crianças como você. O que você vai ser quando você crescer?" – finalizou Isaac.

"Como a gente vai saber?", pensou Isadora. "A gente não sabe nem sobre a outra metade nossa, do nosso outro 50% do DNA, como saber disso tão cedo?" O pensamento de Isadora foi interrompido pelos aplausos do público.

****

Vinícius se arrependera, em parte, de criticar seu irmão por querer ver o Projeto Cultural da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus. O menino tinha bom gosto. Ele havia gostado das apresentações, especificamente o da bela garota ruiva que estava cantando Pais e Filhos. Vinícius estava quase se formando em Administração e estava louquinho para conseguir um estágio na Rickelly ou na Descoladas. Aquela ruiva tinha o perfil da beleza. "Quem sabe com ela? Quem sabe com ela alcançarei o tão almejado sucesso?", pensou Vinícius. "O Universo está ao meu favor! Acabou de abrir as inscrições de roupas criativas da Descoladas e eu serei o descobridor da mais bela musa", concluiu consigo.

– Vamos parabenizar o grupo da ruiva, que cantou Pais e Filhos. Eles estão bem ali– disse Vinícius a Leonardo.

– Espero que eles sejam descendentes de ETs – respondeu Leonardo.

Vinícius aproximou-se e esperou duas senhoras se afastarem dos jovens. Uma delas era também ruiva, muito bonita e muito bem-vestida. Devia ser a irmã mais velha da ruiva que estava cantando Pais e Filhos. A outra senhora também era muito bonita, mas usava roupas mais discretas. "Elas saíram, ufa! Agora eu posso dar o bote."

– Oi, meu nome é Vinícius, e esse aqui é meu irmão, Leonardo. Eu sou agente de modelos, iniciante ainda – disfarçou o jovem de (quase) 21 anos. O aniversário do leonino seria dali a dois dias, no dia 08 de agosto. Talvez a ruiva fosse seu presente...

– Olá, Leonardo, que camisa massa! – disse o jovem de cabelos encaracolados, referindo-se à camisa de ET de Leonardo. – Oi, Vinícius. Sou Isaac.

– Vocês são híbridos? Filhos de ETs com humanos? – perguntou Leonardo.

– Não sabemos – respondeu calmamente o outro rapaz.

– Não, Leo, não somos – disse a ruiva. – Prazer, meu nome é Isadora, esse é Juliano, e o outro é meu gêmeo mal, o Isaac, que já se apresentou.

– Me perdoem, Isaac e Juliano, mas eu queria fazer uma pergunta específica para a Isadora.

– Não, o meu cabelo não é pintado – brincou a moça. – Tirando as brincadeiras, pode fazer sim.

– Você tem um empresário? Um empresário que te agencie como modelo? Eu ainda não tenho um emprego nesse ramo, mas sou administrador e gostaria de te colocar na melhor empresa de moda de BH, a Descoladas – confessou o ambicioso. – E aí, você topa, Isadora?

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