01. O nome dela é Isadora.
01. O nome dela é Isadora.
Lembranças de 2004.
Não era a primeira vez que Isadora sonhava com aquilo. Na verdade, ela acreditava piamente que seus sonhos eram lembranças ou mensagens do inconsciente. Três crianças jogavam pedras no asfalto na noite de Réveillon. Tinham, cada uma, apenas cinco anos.
Dora era um pontinho vermelho em frente aos carros. Esperta, viu uma empresária influente se aproximar do estacionamento ao lado de uma moça que parecia ter uns 15 anos. Aquela senhora não era tão desconhecida assim: Dora havia visto sua mãe guardando folhetos da loja de roupas daquela mulher. Sua mãe, Tereza, era modelo e Isadora tinha herdado os cabelos ruivos dela. Será que aquela senhora conhecia sua mãe? Melhor ainda: aquela mulher conhecia seu pai?
Sem pensar duas vezes, Isadora correu em direção àquele carro prateado, escapando por pouco de um acidente. A senhora, que de perto aparentava ter uns 50 anos, saiu furiosa do carro. Juliano e Isaac, seu irmão gêmeo, sentiram sua falta e foram reparar o que estava acontecendo. A garota, ansiosa, não excitou e fez a seguinte pergunta:
– A senhora poderia me ajudar a conhecer meu pai?
A mulher, exaltada, respondeu:
– Eu nem sei quem é você... como eu poderia conhecer teu pai?
Dora, desiludida, abaixou a cabeça e começou a chorar. A moça, que estava dentro do carro, olhou para Isadora como se quisesse lhe dizer: "Eu posso te ajudar a conhecer seu pai, querida!"
A empresária entrou no carro e foi embora, deixando a garota lá, sendo consolada pelos outros dois. Será que aquela mulher realmente não conhecia o pai de Isadora? Então, por que a mãe de Isadora guardava, debaixo de sete chaves, as fotos da família daquela mulher?
As crianças voltaram para a festa, Isadora abraçada com seu irmão Isaac, como se ele fosse a única pessoa no mundo que ela não pudesse perder.
Isadora, já prestes a completar 15 anos, acordou assustada. Levantou-se de sua cama, deu uma olhada no seu quarto muito rosa e prometeu a si mesma de frente ao espelho:
– Eu vou te encontrar, pai. Eu juro!
Para conhecermos o pai de Isadora precisamos voltar ao fim dos anos 90, quando Tereza, a mãe, saía de São Juliano para Belo Horizonte e conheceria o cara mais controverso de sua vida.
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