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Que cada cachorro lamba a sua...

É complicado.

Arqueio as sobrancelhas. É complicado? Jura? O novato passa a mão pelo próprio cabelo preto, levemente volumoso e permaneço encarando-o, claramente exigindo uma explicação melhor.

Ajeitando o próprio óculos cinza, Campos pensa um pouco e olha diretamente para mim. A barba quase completa do jovem de 16 anos me deixa levemente surpresa e, o castanho nos olhos dele reluzem, denunciando a ativação do dom.

–O "lobo" tem uma visão horrível e detecta tudo basicamente por audição e olfato. Então, quando entro na mente morta dele, além de precisar reativar os impulsos para "ver" as lembranças preciso entender o cheiro, não o que eu vejo. –Ele explica, dando uma pausa ao juntar as mãos e voltar a atenção para o enorme ser sobre a mesa de cirurgia dos Palmares. Apesar de estarmos aqui nenhum de nós é cirurgião ou algo assim. Eles abriram cadáver e estudaram basicamente tudo nele, porém não conseguiram reproduzir as memórias do bicho. Então, chamei esse cara esquisito que claramente possui potencial. –Pense em você vendo uma TV velha e rabiscada, porém com um som incrivel e, cheiros? Droga, analogia péssima. Mas deu para entender. 

–E então? –Pergunto, vendo Raissa andar em volta do corpo da criatura claramente curiosa. O cabelo ondulado está preso num rabo de cavalo e a pele deu uma escurecida. Sinceramente, em poucas horas essa garota ficou muito bonita. Se continuar assim, vou enfiar ela numa agência de modelos. 

–Consegui algumas informações. –A resposta trás uma leve sensação de satisfação. Nem especialistas no uso dos dons mentais conseguiram decifrar a mente comprometida, contudo esse novato sim. Meus instintos realmente não falham. Observamos a jovem usando um short preto e camisa cinza sem manga parar diante a criatura, tampada por um pano e noto o quão rápido foi seu crescimento. Cinco dias eu acho e, deixou de ser magra pra estar ganhando massa nesse nível? Eu devo ter muita sorte com novatos. –Quer ver ou prefere que eu diga?

–Diga, é melhor. –Apesar de eu conseguir impulsionar qualquer dom quando faço uma ligação de energia, não quero fazer isso com Campos. O processo é muito doloroso e, sinceramente, fico meio mal por fazer isso com ele. Somente meio. 

–Há mais deles, esse era um membro expulso e estava fugindo de algo. –Enfio as mãos no bolso da minha calça jeans preta, masculina porque as femininas ficam sem e olho-o de relance. Isso fugindo de algo? Desse tamanho? –Identificar pelo cheiro é difícil, mas fiz umas comparações.

Apontando para o lado, avisto dois cachorros dormindo no final do corredor e uma leve risada escapa dentre meus dentes. Trazer cachorros para a sala ultra secreta e limpa de cirurgia? Só esse idiota mesmo. 

–Um é um pinscher e o outro um dálmata. Quando entro na mente do menor, claramente o pinscher, sinto o cheiro do dálmata vindo feito uma nuvem de chuva, uma neblina muito forte ou… Água, água de cachoeira. –Ele delira nas analogias e apenas espero a continuação. –E, na mente daquele lobo, eu senti como se o Rio Amazonas inteiro estivesse caindo na minha cabeça.

–Você tem alguma ideia do quão grande o Amazonas é? –Questiono.

–Eu já fui lá. –E ainda sim insiste na analogia? Campos cerra os dentes, olhando diretamente para mim totalmente convicto. –Deixe eu te mostrar, não é mentira.

Esse doido está falando sério? Olho para Raissa, na mesma posição e penso se realmente deveria fazer isso. Cerro os punhos, reprimo ao máximo meu próprio dom é estico a mão fechada, sinalizando para iniciar a ligação sem tirar os olhos da criatura.

O toque acontece, nossas energias encostam e um choque atravessa meu corpo e o dele. Imediatamente imponho restrições para não quebrar as defesas mentais do jovem e assaltar todas as suas memórias, pensamentos, sensações e sanidade conforme ouço leves grunhidos de dor, deixando de ser apenas de Campos.

A agonia pela ação de meu próprio dom é refletida em mim e sinalizo para ir logo, realmente não quero fazer com ele o que fiz com Keila. Então, deixando passar apenas a sensação importante, arregalo os olhos.

Uma nuvem parece me atingir. Meu dom processa a informação e a traduz visualmente. Uma espécie de neblina verde surge junto do cheiro de mato, limpo e estranhamente aromático. Sinto a energia entrar nas minhas narinas e, entro na visão da criatura, atravessando vários odores sem nem perceber eles conforme rugidos ecoam na sua mente.

Olhando para trás, a forma de um animal colossal rasga as árvores feito papéis, caindo com tanta força que facilmente esmagariam uma casa. As garras em preto e branco abalam o ambiente e o foco do lobo retorna a frente, saltando para dentro da floresta enquanto os passos ficam cada vez mais próximos.

Então, a fenda surge das trevas e engole-o. 

Solto a mão de Campos que é segurado por Raissa e balanço a cabeça, retirando o cheiro da floresta e energia das narinas. Ok, aquilo deve ter no mínimo dez metros de altura. Não faço a menor ideia da forma daquilo, maldita visão fraca.

–Está bem? –Raissa pergunta e ele concorda, pondo a mão no rosto conforme fica em pé. Arqueio as sobrancelhas, essa guria é maior que o novato? 

–Estou, obrigado. –Agradecendo e retomando a postura, confirmo minha hipótese. A garota é uns sete centímetros maior que o novato. Como não havia reparado nisso? Sou tão grande assim? –Entende? Aquilo deve ser do tamanho de um prédio! Os, os "monstros" da visão eram grandes?

–Dois ou três metros cada. –Digo calmamente. Então o comunicado do ataque de hoje já foi amplamente divulgado? Coisa boa. Nesse momento Palmares deve estar falando com aqueles cornos. O maldito não me deixou ir, espero que fiquem longe dele ou a cobra vai fumar. 

–Meu Deus. –Campos murmura, olhando pro lobo em seguida. –Mas, como? Como tantos vão vir ao mesmo tempo sendo que parecem serem, bestas?

–Olha, nem todos. –Voltamos a atenção para Raissa, juntando as mãos nas costas. A tensão toma conta do seu rosto, a pele escura cintila junto aos cabelos com a ativação involuntária da aura e sentimos seu nervosismo. –É… Bem. Aquela máquina que desceu na minha casa parecia bem, tecnológica. Um, um animal nunca conseguiria fazer algo daquele nível.

–Faz sentido. –Apesar disso, nenhum dos monstros na visão de Keila aparentava ser inteligente. Impulsionei aquele dom para cobrir toda a região e pontos específicos que conheço do país, tipo a área do sertão onde amassei aqueles idiotas da D, porém nenhuma daquelas criaturas aparentavam possuir o menor grau de inteligência. –Espera, aquilo parece ser muito tecnológico.

–Ein? –Raissa e Campos questionam juntos. Sorrio de canto a canto, lembrando das criaturas e, do círculo azul sobre todas. 

–O que criou isso vai enviar os monstros para cá. –Digo e olho para eles, com os olhos arregalados. –A aparição do lobo parece ter sido um acidente, mas a maquina não. Além disso, os outros pontos onde as "fendas" surgiram parecem ter sido aleatórios. Ou seja, a maioria foi por um acaso. Contudo, agora que sabem da existência dessa nova terra, vão dar uma de portugueses e vir para cá dominando tudo.

–Merda. –Raissa e Campos falam em uníssono. –Então vamos entrar em guerra contra outro inimigo?

–Basicamente. –Respondo, enfiando as mãos nos bolsos. –Além da D, estamos prestes a enfrentar alienígenas.

–Só melhora. –O novato murmura, olhando para a jovem que, ah, já pode ser chamada de novata também. –Isso porque eu só queria estudar…

Você estuda? –Ela questiona e a mais pura indignação o domina.

Como assim "você estuda"? Eu tenho cara de vagabundo!? –Campos dispara e balanço a cabeça, mudando a atenção para o corredor conforme a descrença domina a garota.

–É… É que de onde eu venho, estudar é quase impossível. –Ela murmura murchando. O jovem arqueia as sobrancelhas, pensa um pouco e arregala os olhos, entendendo. –Não quis ofender, desculpa.

–Ata… –Campos sussurra extremamente sem graça e avisto algo no corredor, meu dom é ativado e giro o anel entre os dedos, estranhando algo. –Eu, eu também não deveria ter falado isso. Foi mal.

–Depois você estuda e eu enfio essa guria numa escola também. –Falo, a atenção dos dois retornam a mim e noto o quão quieto tudo está. Todos deveriam estar a mil por hora. Um ataque que vai destruir todo o continente vai acontecer em pouco tempo e, o que aconteceu? Vazaram? –Vocês, estão ouvindo algo?

Silêncio. Eles olham para o corredor, arqueando as sobrancelhas. Essa separação espacial deveria conectar todas as outras e, normalmente, o espaço é transmitido. Então, qual o motivo de tudo estar tão quieto? O amuleto funcionava assim, não? Em conjunto com os outros…

A menos que seja retirado.

–Ei. –Sorrio e, derretendo o anel, faço-o tomar a forma de uma adaga que prontamente a empunho. Os dois olham para mim e arrepiam, sentindo meu dom ressoar na aura e todo o local responder, virando domínio meu. –Alguém nos desconectou da rede.

–O QUE!? –Antes de qualquer resposta, o solo rompe e, rio.

Pelo visto estava certa!

Feito raios, disparos de energia azuis surgem da poeira abaixo de nós e vão contra eles. Num único movimento, corto-os e a lâmina dourada gira na minha mão, terminando de ser transformada na adaga dourada conforme o verdadeiro ataque chega por todas as direções.

Uma emboscada.

Sorrindo, a aura dentro de mim grita e me movo feito um furacão. Junto aos batimentos cardíacos de Raissa, corto o absoluto nada e começo a dividir os feixes de energia invisíveis em movimentos precisos das mãos, socando as forças e cortando elas que estão sendo camufladas por alguma coisa. 

Um segundo após a explosão, os pés deles saem do concreto rachado e, subindo e descendo as mãos, bloqueio e rasgo os ataques enquanto os olhos de Campos tentam me acompanhar e dou um tapa no ar, lançando o vermelho dentre eles.

A tonalidade explode no ar, barrando o estranho dom explosivo vindo daquela direção e outra vez giro a adaga, com os olhos vidrados no vazio.

Agora, o sorteado!

A cor de tudo desaparece, meus sensores de aura detectam absolutamente tudo ali e, parto o ar.

A sala de cirurgia é despedaçada e um grito ecoa nela.

Desço a lâmina e a imagem de um homem atinge o solo, tendo acabado de ser dividido em dois.

No instante seguinte, outros dois surgem atrás dele e três avançam por trás de mim. Campos e Raissa aterrisam na área que não foi rompida na minha esquerda e, meu dom age por si mesmo.

Lanças de energia surgem do ar e atravessa-os feito agulhas. Vejo o vermelho condensado atingir a parede e se espalhar mesmo sem olhar na direção dos assassinos, caindo mortos no chão.

Sinceramente? –Calmamente falo, vendo os três diante mim tremerem. Sinto a presença dos outros quinze homens na sala, suas auras vibram de medo e mostro os caninos, crescendo involuntariamente. Campos e Raissa aproximam e levanto a adaga dourada, olhando para os inimigos que acabam de chegar junto a, reforços. –Se queriam me matar, passaram bem longe.

–Vadia maldita! –O da minha esquerda ruge, invisível aos olhos. Mas, completamente visível ao sensor de aura. –Está se achando!? 

–Abaixa a bolinha, garota. –O da minha frente diz, ficando visível. O terno e calça brancas junto a máscara cinza em formato de V não deixam dúvidas de sua origem, é um membro de alto escalão da D. –Você está ferrada.

–Você está fudida! –O da esquerda grita, claramente alterado. Aqueles eram os amigos dele? Deveriam ser. –Quando acabarmos com sua raça vamos te fazer sofrer! Você vai ser fu…

–Não durariam cinco segundos. –Interrompo, olhando na direção de Campos. –Nem se fosse com o novato iriam durar muito.

–Ihhh qual foi? –Ele grunhe, abrindo as mãos. A pele parda dele brilha, as palmas delas são tomados por uma camada escura e luvas surgem nelas. –Não gosto dessas coisas não, lá ele. 

–Ah, então esqueçam. –Falo, sentindo as estranhas criaturas andarem no teto sobre nossas cabeças. Morcegos gigantes? Pelo visto os experimentos avançaram. –E você Raissa? Quer experimentar com um grupo?

–Eu… Dispenso. –Ela murmura, meio chocada. Bem, essa garota não sabe lutar. Ao menos não apropriadamente. Porém Campos sabe, deve bastar. Os homens parecem ficar furiosos com o quão natural estamos lidando com a situação e dou de ombros, tentei fazer um acordo. 

Então, sem mais ou menos, eles atacam em conjunto.

***

A porta é arrombada.

Um homem é lançado para dentro da sala e atinge o chão, saindo rolando até colidir contra uma pilastra enquanto as pessoas em torno da enorme mesa voltam a atenção para a entrada, sem sequer levantarem.

Peço desculpa pela demora. Afinal, fui eu que chamei vocês. –A forte voz parece vir da escuridão daquele local, ecoando na sala junto dos poderosos passos.

O caído, com a máscara em formato de V quebrada e parte do rosto ensanguentado exposto, tenta levantar e a escuridão abaixo dele o agarra, batendo o seu corpo contra o chão ao engolir cada milímetro de sua roupa lentamente.

Ele abre a boca para gritar, mas as trevas nela também irrompem e o seguram, impedindo qualquer som de sair enquanto o consome totalmente.

Inventaram de tentar me matar.

–Poderiam ter conseguido. –Dos vinte e cinco membros ali, o mais velho fala e uma gargalhada é ouvida. 

–Você fala muita merda, José. –Com os dois pés sobre a mesa, o jovem e conhecido de Palmares encara o senhor de vestes militares cinzas extremamente entediado. –Uns idiotas desses matarem Palmares? Seria uma tragédia!

–Seria um alívio, Theo. –Uma mulher fala, estreitando os olhos na direção dele que dá de ombros.

Estando usando uma jaqueta jeans, camisa branca e curta, duas correntes de ouro e um boné preto virado, a visão dessa personalidade é um conforto para o homem que acaba de chegar.

–Não diga isso, Ana. Vaso ruim não quebra, vou durar muito ainda. –Pisando no que sobrou do assassino e o resto do corpo dele é transformado em pura escuridão. Em seguida, o convocador da reunião arruma o terno preto junto da gravata cinza, sorrindo conforme a pele preta para de brilhar em vermelho. –Mas direto ao ponto. Os Soberanos precisam cuidar dos seus estados, não?

–Fale logo antes de eu invadir sua mente. –A mulher de cabelo curto e preto ameaça, mostrando os dentes enquanto a pele branca cintila. 

–Mais uma palavra e você vai ser jogada no oceano. –Na ponta da mesa, a jovem mulher ameaça e Ana imediatamente cerra os dentes, abaixando a cabeça ao se calar.

Todos olham para a figura, na casa dos vinte e quatro anos, assim como Julia. Subindo o rosto, seus olhos tomam uma tonalidade amarela e a pele parda escurece, reagindo a seu estranho dom que, é sem dúvida, monstruoso.

–Vamos logo, Palmares. Todos sabemos que o Soberano da Costa jamais convocaria essa reunião à toa. 

–Agradeço a compreensão, Rala. –Pondo a mão no peito em um gesto de compreensão, ele fecha a cara e as trevas sibilam, absorvendo as memórias dos cinquenta assassinos mortos momentos antes. –Sendo direto, toda a região do Brasil vai ser devastada hoje.

Silêncio. 

Nem um dos vinte e cinco falam nada. Todos permanecem imóveis, raciocinando e trocam olhares, incrédulos.

–Virão mais monstros como os de alguns dias atrás. Porém, esses vão vir de forma organizada e matarão todos. –Completando, Palmares retira a mão do peito e suspira, odiando ver as cenas de tortura dos assassinos. –Bem, querem aliança ou preferem deixar cada cachorro lamber sua caceta?

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