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Medo

Observo Faria no meio das crianças, dando algumas instruções conforme quica a bola. A aula de basquete começou. A molecada já está bufando depois do aquecimento e aqui estou eu, vendo tudo no banquinho de pedra do lado de fora da quadra, totalmente dolorida.

O tal "treino de força" me deixou quebrada. Estou com os braços doendo, as costas, as pernas, as coxas e até meus glúteos! Até os glúteos! Isso é sacanagem!

Fiquei repetindo o processo inúmeras vezes, fazendo a energia ir e vir conforme Faria ia me orientando, também fazendo o controle perto de mim. Ficamos a manhã e de tarde inteira fazendo isso, apenas paramos para almoçar no restaurante popular e para tomar um café. Quando fomos para lá, ela ficou rindo de mim igual uma maluca, somente porque eu mal conseguia ficar em pé.

Mesmo agora, sentada no banquinho de pedra e escorada na parede, estou toda dolorida. Céus, isso cansa demais! Ao menos as silhuetas pararam, a dor de cabeça também parou e, aparentemente, consigo controlar meu "dom". Que dia longo, aconteceu tanta coisa… Nem estou tentando entender tudo.

Faria foi na frente para o clube e vim depois de comer um pãozinho de queijo com café. Trouxe umas balas e aqui estou eu, assistindo o treino totalmente exausta. Porém, estranhamente forte. Meu corpo parece, sei lá, mais ativo? Sinto como se estivesse com os reflexos afiados, minha visão parece ter melhorado, audição também e estou conseguindo sentir a tal aura pelo meu corpo, além do "núcleo", perto do coração, pulsando a estranha energia pelas minhas veias.

Ela disse para chamar essa bolota de núcleo e sempre realizar o controle de força ao menos uma vez por dia. Falou que iria procurar saber sobre meu poder, sobre convencer aquela doida no escritório a me aceitar no grupo e também em uma forma de nos proteger do querido Ângelo. Espero que já tenham colocado alguns seguranças, apesar de duvidar que aquele louco vai aprontar algo tão perto da delegacia.

Ah, e segundo ela há vários tipos de dons, como super força, controlar o vento, a água, o gelo e trocentas outras coisas. Mas Faria nunca havia ouvido falar sobre alguém que consegue ver "silhuetas" do futuro e passado. Isso… Me preocupou, mas me deixou feliz.

Dou um sorrisinho, sentindo um pouquinho de orgulho pela minha, peculiaridade. Ela parou de encher minha paciência e fazer a minha cabeça doer, então posso...

–Oi –meus pensamentos são cortados. Estreito os olhos, voltando a atenção pro lado e encaro um garoto, usando um boné branco com uma espécie de camisa na mesma cor, camisa de basquete, olhando para mim um pouco preocupado. Ficando claramente sem graça pela força que estou encarando-o, desviando o olhar em seguida. –Você melhorou?

Fico quieta. Eu o conheço? Cabelo enrolado e coberto pelo boné, olhos castanhos e…

–Luan? –A surpresa domina o semblante dele, não esperando que eu fosse o reconhecer de primeira. Dou um sorriso, concordando com a cabeça. –Melhorei sim.

Ele sorri, aparentando estar aliviado e um pensamento cruza minha mente.

–E você não foi lá em casa tomar um café! –Exclamo, só então lembrando do convite.

–É, queria ter ido… Mas não te vi aqui, aí fiquei sem graça de ir lá do nada. –Faz sentido, eu também ficaria. Suspiro, achando a explicação plausível. –E, tu faz aula aqui?

–De basquete? Não, nunca fiz. –Respondo voltando os olhos para Faria, na quadra e de braços cruzados, observando seus alunos jogarem em silêncio. Queria jogar, apesar de ter quase dois anos desde do meu último treino. Devo estar enferrujada. Não, eu com certeza estou enferrujada.

–Mas, já jogou? –Ele pergunta e faço uma careta.

–Dois anos atrás. –Respondo. Ok, estou com nostalgia agora.

–E vai voltar a jogar hoje? –Eu deveria? Não sei. Sinceramente, queria. Ah, ainda vou decidir isso depois.

–Talvez. –Digo cruzando os braços, tendo uma ideia muito maligna. E, e se por alguma hipótese, eu usar as visões durante o jogo? Dou um sorriso maldoso e Luan fica relativamente preocupado. Rio da cara dele e desfaço a cara de vilã. –E você? Tu joga?

–Eu tento, mas não sei se vou jogar hoje. –Sinto certo receio na sua voz, quase como se estivesse pensando em desistir e tombo a cabeça, aconteceu algo?

A energia no meu núcleo vibra e sinto um leve calor nos meus olhos, é meu dom. As silhuetas se formam na minha imaginação, tomando formas de várias pessoas e avisto uma caída, no meio das outras que riem feito loucas, zombando dela conforme ele levanta, todo ralado. É Luan, definitivamente.

Volto os olhos para frente, sentindo um gostinho amargo na boca. Há marcas de sujeira na sua roupa branca, sinal dele ter caído a pouco tempo. Ouço algumas pessoas ao longe junto a quicadas de bola e, antes de olhar na direção deles, vejo Luan arrepiar. De relance, observo o grupinho de pessoas conversando entre si, gesticulando e dando tapinhas um no outro.

Ah, os outros devem ter sido eles.

–Vai ficar em pé? –Pergunto a Luan voltando os olhos para a quadra, ignorando a existência deles. O garoto coça a cabeça, claramente com receio. Porém, sinto que não é por causa dos garotos, mas por minha causa. Estreito os olhos, é sério isso? Certo, então não precisa sentar. Levanto de uma vez e, esticando as mãos para trás, tombo a cabeça na direção dele. –Tudo bem. Ver o jogo deles está me entediando, vou ver minha cachorra na área dos bichos, quer ir?

Luan trava, pensando um pouco e arqueia as sobrancelhas.

–É, no campo de treino?

–Mesma coisa. –Respondo já indo na direção do local, passando pelo bloco das quadras e descendo para onde os campos ficam. Luan coça a cabeça e, vendo que eu não vou esperar uma decisão, vem atrás. Sigo e, quando sou alcançada, conseguimos ver o amontoado de cachorros no meio de um antigo campo de futebol, gramado e bem cuidado. Mesmo agora, depois de quase três meses, ainda não me acostumei com esse clube. É muito bem cuidado, além de ter ajudado muito a Brut…

–Um daqueles é seu? –Luan outra vez corta meus pensamentos. Concordo num joinha, controlando um suspiro instintivo, que denunciaria minha raiva.

–Minha cachorrinha tá lá. Maior parte dos comandos que ela aprendeu foi com a… –Luan acelera os passos, me acompanhando ao lado e cesso a fala, tentando lembrar o nome da mulher. –Julia? Não, Luara? Deve ser.

–Fernanda. –Ele diz sorrindo e sinto uma pontada de vergonha.

–Cheguei perto. –Murmuro descendo a escadinha de pedra, entrando no bloco do campo.

–Com certeza. –A ironia é tão clara que reviro os olhos, com certeza corando. Ele ri um pouquinho e aproximo da primeira grade, cercando todo o local e vou para a entrada, também na grade, mas que abre. –Qual é o nome da sua cachorra?

–Bruta. –Respondo enquanto passo, já tendo aberto e Luan fecha a grade, fazendo uma careta com o nome antes de me seguir para a segunda grade, onde os animais ficam. Tem duas para evitar deles fazerem bagunça no resto do clube, é justo. Olho para os cachorros correm pela grama, um pulando no outro enquanto alguns ficam deitados embaixo dos recém plantados pés de manga. O nome do lugar é mangueira, basicamente, o nome da árvore. Apesar da maioria ainda conhecer aqui como campinho.

–Sempre que venho aqui eles estão numa folia, como nunca acabam brigando? –Luan pergunta.

–Sempre tive a mesma dúvida. –Digo, sem resposta. Chega a ser impressionante o quanto de cachorros tem aqui. E, mesmo assim, a quantidade de brigas é minima. Os caes rolando, rosnando e pulando um no outro é tudo brincadeira.

Há um protocolo para entrar ali também, por exemplo: Os cachorros só podem participar se forem novos, caso tenham um ano ou mais, já não podem entrar. Mas se seu cachorro entrou quando tinha seis meses, pode voltar lá até o último dia da vida dele caso faça os treinamentos obrigatórios que o próprio clube oferece, sem custo extra.

Ao menos vale a pena. Os cachorros novos são mais dóceis, ou ainda não passaram por adestramentos péssimos para deixá-los bravos e atacarem tudo vivo. Por isso, eles precisam passar por um adestramento mínimo. Tem algumas raças proibidas, mas é permitido rottweiler, vai entender.

–Qual é a sua? –Luan pergunta enquanto chegamos na beirada da grade de ferro, avistando vários cachorros à frente. Há uma descida depois dela para dificultar alguma tentativa de fuga deles. Alguns param para nos olhar, balançando seus enormes e pequenos rabos ao latir. Um pastor-alemão boca preta levanta suas orelhas, com sua enorme língua caída e fico simplesmente encantada, esse cachorro é maravilhoso.

–É uma branquinha e pequena. Falaram que era uma rottweiler, mas não sei se é, já passaram uns seis meses e ela nem cresceu direito. –Passo os olhos pelo local, vendo as duas adestradoras ao longe, cuidando do maior aglomerado de cachorros uma ao lado da outra. Um homem está podando a cerca do lado direito delas com alguns cachorros olhando-o, tentando entender o motivo dele estar cortando a árvore.

Mas, ignorando eles, onde ela está? Ponho as mãos nas grades e pressiono-as suavemente, Luan para diante a entrada e olha para mim, esperando eu apontar e sinto a energia dentro de mim vibrar, meus olhos queimam junto a cabeça e uma visão se forma.

–É aquela dali. –Aponto para o meio do campo, antes de onde as adestradoras estão, para um grupo de cachorrinhos pequenos, são só três, a Bruta está lá. Sua pelagem branca a destaca junto a cor preta com manchas claras do outro cachorro, um pouquinho maior que ela. Eles estão brincando e, apesar de seu tamanho, a espécie border collie está sendo derrubada a todo momento. O outro filhote assiste tudo sentado, balançando seu rabo marrom conforme os dois rolam pela grama, só assistindo a disputa.

–Aquela dali tem força. –Luan comenta surpreso e rio.

–Fala não, tu vai ver quando ela chegar aqui. –Ele arqueia as sobrancelhas, sem entender e puxo um pouco de ar, assobiando baixinho. Bruta para de brincar e olha na nossa direção, de alguma forma ouvindo e os outros dois seguem o olhar dela, nos vendo. –So veja.

O rabo em formato de meia-lua dela levanta e balança freneticamente. Suas orelhas torcidas levantam e, em um piscar de olhos, ela dispara a correr na nossa direção. Os outros dois seguem-na provavelmente por instinto, tentando acompanhá-la, mas Bruta os deixa para trás, correndo em uma velocidade surreal.

Luan arregala os olhos, vendo o borde collie e o red heeler ficarem cada vez mais distantes dela, atravessando o campo em poucos segundos até chegar perto de onde estamos, mais alto onde ela está. Não há como Bruta seguir correndo, porque o relevo depois da grade desce direto, então assim que ela se aproxima, minha cachorra pula direto.

O garoto do meu lado arregala os olhos e sorrio, retirando as mãos da grade enquanto vejo-a vir com tudo. Em um brusco movimento, seguro Bruta e giro, dissipando um pouco a velocidade dela antes de abraçá-la, sentindo seu coração bater a mil por hora.

–Ei garotona! Está pulando mais alto em! –Digo e ela lambe minha bochecha, balançando o rabo feito louca e Luan olha para mim totalmente incrédulo. –Eu sei, deveria ser impossível. Nem os adultos ali fazem isso, mas essa daqui faz. Acho que vão aumentar o tamanho disso por causa dela.

–Essa cachorra não é normal. –Ele murmura e Bruta volta os olhos na direção dele, tombando a cabeça. Seus batimentos desaceleram e seu rabo para no ar, ela cheira o ar e volta os olhos para mim, voltando a tentar me lamber. Dou uma risada, surpresa por sua reação. Normalmente teria ficado encarando a pessoa e depois fechado a cara, tipo como fez com Faria.

–Definitivamente. –Concordo com ele, que se aproxima de nós e chama a atenção de Bruta. Os dois se olham, sinto um pequeno medo dela rosnar mas para a minha surpresa, ela abre a boca para respirar e fica totalmente amigável. –Ue, normalmente essa doida só fica assim com cachorros.

–Tenho cheiro de cachorro. –Engulo a risada, tampando a boca em seguida ao fechar os olhos, conseguindo imaginar a cara de bunda dele na escuridão. –É sério! Eu convivo com muitos cachorros onde eu moro.

–Ah, diz os da rua? –Pergunto entre risadas.

–Sim, dou ração pra eles. Tem na sua também? –Concordo, tombando a cabeça em seguida, ele tem dinheiro para comprar ração para tanto cachorro? Quase todas as pessoas do clube são muito ricas, menos as com cota antiga, quando esse lugar ainda era pequeno. Meu tio comprou a cota já vai fazer uns vinte anos, então não estou na primeira opção. Uso parte da mesada e do incentivo do governo para comprar a ração, ainda bem que ganhei isso. –Eles estão aparecendo mais ultimamente, estou ficando sem condições de manter a ração, porém não quero cortar.

–Eu também tive essa impressão, estão soltando na rua com mais frequência agora? –Pergunto e Luan levanta os ombros, sem saber. Suspiro, é quase impossível saber. Bruta mexe no meu braço, querendo descer e a ponho no chão.

No mesmo momento, ela caminha na direção de Luan e sinto um calafrio. É capaz dela acabar mordendo ele. Mas, não sinto medo nele, aparentemente muito calmo. Bruta cheira o tênis falsificado dele, subindo até sua perna com muito cabelo e em seguida gira em torno do garoto, quase como se estivesse analisando-o e senta na sua frente.

Ficamos quietos, esperando mais alguma ação e ela levanta a patinha, pedindo para Luan dar a mão. Arregalo os olhos, querendo saber que droga derem a minha cachorra e ele ajoelha, deixando-a por a patinha na palma da mão dele e quase explodo de emoção. Essa cachorra nunca fez isso antes! Normalmente sempre evita qualquer pessoa e, do nada, foi com a cara de alguém!?

–Está bem, isso foi fofo. –Luan diz acariciando Bruta, que incrivelmente deixa. –E agora? Vai deixar ela voltar ou pretende alguma coisa?

–Calma, ainda estou me recuperando do choque. –Digo sorrindo de canto a canto abrindo a mão, arrancando uma risada dele. Ouvimos alguém aproximar e, olhando para o lado, vejo a moça que vigia os cachorros me olhar furiosa.

–Eu já disse para não puxar sua cachorra pela grade! –Ela braveja e estreito os olhos. Lá vem a Rafa-Chata. A mulher aproxima-se e Bruta rupeia toda, vendo o olhar dela sobre mim e dá um passinho na minha direção, mostrando os dentes. A espécie de porteira para, notando a posição da cachorra e não sei se fico feliz ou preocupada sob seu olhar. –Se for levar ela que leve passando por mim! Você sabe que eu preciso checar todos os cachorros que entram e saem!

–Eu sei, desculpa. –Murmuro, assobiando. Bruta treme e, entendendo o sinal, relaxa. Seus pelos caem e sua antiga carinha tranquila retorna, mas ainda mantendo distância da Rafa. –So queria ver ela. Vou embora depois da aula de basquete, então deixe-a mais um pouco. Bruta, brincar!

Entendendo o recado, minha cachorra sequer espera algum comentário da mulher. Disparando a correr, a cachorrinha passa feito um tiro branco ao lado dela e passa pela grade semi-aberta, indo para a segunda, aberta, passando por ela também. Retornando para aquele grupinho de cachorros.

–Então –Lucas olha para mim enquanto falo e aponto para cima, na direção da quadra. –Vamos lá?

Ele arqueia as sobrancelhas, provavelmente pensando em mim pensativa sobre ir jogar basquete e, quando nota o olhar de Rafa, concorda. Começo a subir de volta, sem me despedir dela, acompanhando-o enquanto ouço um pequeno palavrão.

–Como aquela mulher é chata. –Murmuro quando estamos longe o suficiente. A surpresa é estampada no semblante dele e bufo feito um dragão, cruzando os braços. –Ela implicou comigo porque puxei Bruta uma única vez daquela grade! E agora me acusa disso toda hora, que saco.

–Espera, sua cachorra costuma a pular aquilo? –Luan pergunta arregalando os olhos e concordo.

–Não costuma a ir tão alto. –Defino, tombando a cabeça. –Mas… Espera, cade Faria?

Chegamos na quadra, onde aquele bonde de meninos joga freneticamente de um lado conforme as crianças suadas jogam do outro, sem sinal algum de Faria. Olho para o bebedor, vazio. Para os corredores, vazios e, imediatamente ativando meu dom, vejo-a no meio de uma área verde, diante a um homem.

Merda!

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