22
Nega
São 22h e eu estou caminhando sem destino pelas ruas do asfalto, eu estou exausta, eu não quero mais viver, eu não quero mais aguentar nada, eu não aguento mais nada.
Me sentei no chão e comecei a chorar baixinho, eu não suporto mais essa droga de vida, o Terror não é capaz de mudar, voltou a me trair com qualquer puta que abre as pernas pra ele, voltou a me bater, não me respeita, não me deixa fazer o que eu gosto, não me deixa ver quem eu gosto, hoje eu queria sair para passear, respirar e pensar na vida, mas mais uma vez ele não deixou, pra mim foi a gota d'água, eu saí e aqui estou, sem nenhum destino.
Escuto meu celular tocar e pensei que mais uma vez fosse ele, mas não, dessa vez não era ele, era o único que tem me permitido sorrir nos últimos meses, que tem me motivado a continuar, Nico.
Ligação on
Nico: como está a mulher mais linda do mundo? _ nesse momento eu acabei soluçando sem querer e mesmo tentando engolir o choro ele acabou percebendo
Nico: Larissa? O que se passa? Porquê você está chorando? Você está bem? Ele te machucou? Fala comigo por favor _ a aflição era notável em sua voz eu não conseguia explicar, eu não queria falar e o único que consegui falar foi:
Nega: vem me buscar
Nico: onde você está?
Passei o endereço para ele e em seguida a ligação teve o seu término.
Ligação off
Continuei ali, encolhida naquele chão frio e chorando até que em menos de 30 minutos eu vi ele aparecer, lindo como sempre, mas sem o seu habitual sorriso no rosto, ele se abaixou e fez o que eu mais precisava que ele fizesse, me abraçou, me abraçou muito forte, limpou minhas lágrimas e me ajudou a levantar, me ajudou a entrar no carro e dirigiu em silêncio.
Em poucos minutos ele parou no estacionamento de um prédio bem chique, descemos e fomos até ao apartamento que eu suponho que seja o dele. Ele me olhava com curiosidade e surpresa, mas mais uma vez ele foi o cavaleiro de sempre, não me fez nenhuma pergunta, apenas me ajudou.
[...]
Nico: vem, vamos comer alguma coisa, eu não sabia o que você gosta e pedi pizza _ sempre atencioso e com todo cuidado ele me ajudou a parar com aquela crise de choro, me permitiu tomar um banho no seu banheiro, me deu roupa que ele falou que é da irmã e eu vesti
Nega: obrigada _ falei sorrindo fraco
Nico: você não tem nada que agradecer
Nega: eu tenho sim, você está sendo tudo aquilo que eu sempre precisei na minha vida, muito obrigada Nico _abracei ele
Nico: por você eu faço isso e muito mais, talvez você não tenha entendido ainda, mas eu te amo, e é isso que quem ama faz
[...]
Terminamos de comer e no exato momento estamos limpando as mãos depois de lavar o que sujamos, ele não perguntou nada ainda, mas eu sinto se devo contar, eu quero partilhar isso, eu preciso, eu não aguento mais e o único que pode me ajudar é ele
Nega: eu não aguento mais, ele não muda e nunca vai mudar _novamente caí no choro
Nico: heyyy _ pegou meu rosto me fazendo olhar para ele _ você não precisa ficar assim, nós dois vamos conseguir sair dessa, eu juro, nós vamos conseguir, você só precisar deixar te ajudar
Nega: me ajuda, por favor _ nesse momento nossos corpos se juntaram e automaticamente nossos lábios se tocaram, sua língua invadiu minha boca e ambas iniciaram uma dança uniformizada que eu não queria que tivesse um fim nunca, nada muito rápido e nem muito longo, era a velocidade perfeita, nesse momento uma certeza surgiu, eu nunca soube o que seria o amor, eu nunca senti o que eu estou sentindo, é uma certeza eu tenho, isso é o amor. Nesses quatro meses eu e o Nico falamos muito, nos encontramos no postinho sempre que possível e o que antes era um sentimento estranho e desconhecido hoje é amor.
Nosso beijo e meus pensamentos são interrompidos pela falta de ar, mas além de um simples beijo foi a tomada da melhor decisão nos últimos anos da minha vida
Nega: Nico, eu te amo e se você ainda quiser me ajudar a gente pode dar uma chance para esse amor
Nico: sério? _ ele esboçou o maior sorriso que eu já vi desde que o conheci e me abraçou, me levantou e girou o alto e eu me permiti sorrir junto dele
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