TRÊS.
PRESENTES TROUXAS

James e Sirius se misturaram a multidão de trouxas que andava pelo centro comercial de Londres, todos com um objetivo em comum: Comprar presentes de Natal.

— Não entendo por que não podemos simplesmente ir a Hogsmeade e comprar os presentes para os Evans. – Disse Sirius impaciente e ainda irritado por ter acordado cedo.

— Até por que seria muito normal dar para os trouxas um presente bruxo. – Ironizou James sorridente. O bom humor matinal do Potter sempre irritava o Black, James acordava cantando.

— Uma agenda falante não iria fazer mal cara ninguém. Ninguém esquece os compromissos se tiver uma agenta falante. – Comentou. – Acho que dá última vez você já viu que não somos bons com presentes trouxas.

— Que humor azeado Pads. Não era você que estava ansioso para vir para Londres de novo?

— Meu interesse em Londres era a garota que vimos no bar. – Disse Black como se fosse óbvio. – E ela provavelmente trabalha a noite, não ligo para Londres de dia.

— Você devia estar feliz por não encontrarmos ela de novo, vai que ela resolve jogar cerveja na sua cabeça outra vez. – Retrucou o outro.

— Prongs ela fez aquilo por que não tive muito tempo de conversa com ela. – Disse ele. – Acredite, confio no meu charme.

— Eu amo quem é imunes a você. – Disse ele e sorriu. – São as minhas pessoas favoritas.

— Por isso namora a ruiva? – Perguntou.

— É um dos motivos, amo os foras que ela te dá quando você faz graça.

— Eu também amo os foras que ela te dá quando fica irritada. – Retrucou Sirius.

— Tem razão, ela é incrível. – Disse James sorrindo bobo.

— Substituiram o meu melhor amigo por uma pessoa que eu não reconheço. – Debochou Sirius. – Você é tão chato apaixonado.

— E mesmo assim você vai ser meu padrinho de casamento um dia. – Disse James e Sirius riu.

— Tem certeza? Por que eu sei muitas coisas constrangedoras sobre você e posso colocá-las em um belo discurso. – Brincou Sirius vendo seu amigo fazer uma careta.

— Vou pedir para o Remus fazer um discurso. – James disse e deu de ombros. O Black colocou uma mão no coração, fingindo estar ofendido.

♦

Os dois amigos começaram suas compras, em busca de presentes de Natal, dessa vez tinham dinheiro trouxa, Lily os ensinara o básico sobre ele e como contar.

Remus tinha trocado um pouco de seu dinheiro por dinheiro trouxa e pediu para seus amigos pagarem o dono da loja que fugiram da última vez.

— Eu vou comprar esse vaso de flores falsas para mãe da Lily. – Disse Sirius. – Por Merlin, para que ter flores falsas? Qual o problema dos trouxas?

— Lily disse que a mãe dela coleciona enfeites de porcelana. – James disse observava os enfeites. – Acho que vou levar esse.

— Para irmã da Lily eu vou levar essa boneca. – Disse Sirius pegando uma das bonecas na prateleira e James riu.

— Padfoot você sabe que a irmã da Lily é mais velha que ela né? – Perguntou.

— O que? – Arqueou as sobrancelhas. – Eu jurava que era mais nova, mas vou levar mesmo assim, ela pode guardar para quando tiver uma filha.

— Acho que ela vai surtar, Lily me disse que ela odeia os bruxos. – Contou James. – Disse que é para termos paciência com ela, mas se a Petunia desrespeitar a Lily na minha frente, eu não vou me segurar.

— Então a irmã da Lily que eu achei que era uma criança na verdade é uma babaca? Vou levar a boneca mesmo então. – Deu de ombros, balançando a caixa da boneca.

— Lily sofre muito com isso, ela ama a irmã e espera aceitação dela, não sei como ajudar. –  Suspirou ele.

— Eu não tenho conselhos para dar. – Deu de ombros. – Minha família é horrível.

— Você sabe que pode ir para minha casa sempre que precisar. – Disse James. – Não precisa continuar lá.

— O que vai dar para Petunia? – Perguntou Sirius mudando o assunto.

— Acho que um kit de higiene. – Deu de ombros. – Não sei o que ela gosta mas garanto que todo mundo gosta de ficar limpo.

James sorriu enquanto Sirius gargalhava.

— Por que eu não pensei nisso antes?

Os garotos terminaram de escolher os presentes e os levaram até o caixa, James tirou a carteira do bolso e olhou confuso para o dinheiro trouxa, tentando se lembrar do que Lily disse, Sirius teria rido da expressão confusa do amigo se não estivesse tão focado em outra coisa.

— Você! – Exclamou ele surpreso.

A garota que estava atendendo no caixa era justamente a cantora do bar, a garota que jogara cerveja em Sirius e James.

— O cara do bar. – Disse Mackenzie. – Eu não tenho cerveja hoje mas eu posso jogar café, tudo bem para você?

— Jogue o que você quiser. – Ele sorriu. – E em minha defesa eu não ia dar encima de você naquela noite.

— Assim como não vai dar encima de mim agora? – Perguntou.

— Touché. – Disse ele. – Você trabalha aqui também? Começo a achar que está me seguindo.

— Minha tia é dona da loja, então trabalho aqui de vez em quando. – Deu de ombros. – Agora se me der licença, eu vou atender você e o seu amigo.

— Já está atendendo. – Sorriu e se apoiou no caixa. – E como é que dizem "O cliente sempre tem razão".

Ele apontou para uma placa atrás de Mackenzie onde a frase estava escrita e ela suspirou vencida.

— Então cliente, sobre o que você quer ter razão? – Perguntou.

— Eu vou te chamar para sair e você vai dizer "sim", eu tenho razão?

— Não. – Negou com a cabeça.

— Então acho que vai ter que parar de aparecer em todo lugar que eu vou. – Ele disse, o tom de flerte evidente em sua voz. – Está começando a me assustar, stalker.

— Acho que é você que está me perseguindo... Eu imploraria por piedade se não estivesse no meu horário de trabalho. – Disse ela enquanto passava as compras dele. – Uma boneca? Tem uma filha?

— Não, é para irmã adulta da namorada dele. – Explicou Sirius e James acenou.

— Vocês dois parecem mesmo ser estranhos, então eu não vou nem questionar muito. – Deu de ombros.

— Deixa eu adivinhar, mudou de opinião e vai sair comigo? – Ele perguntou e ela riu.

— Você é insistente senhor – Pausou esperando que ele se apresentasse.

— Sirius Black. – Ele disse.

— Sirius Black. – Repetiu ela. – Eu acabei de descobrir o seu nome, o que significa que eu não sabia nada sobre você, não vou sair com você.

— Agora você sabe o meu nome, sabe que eu sou incrivelmente bonito, que compro bonecas para mulheres adultas e já me viu pingando cerveja. – Ele disse. – Acho que é um bom começo.

Novamente se segurou para não rir, tinha que admitir que ele tinha labia e parecia convencido de que ela aceitaria o convite.

— Acho que você consegue tudo o que quer. – Ela disse. – É muito confiante.

— É uma das minhas melhores qualidades. – Ele disse e sorriu.

— E ai vem o sorriso cafajeste. – Ela sorriu ironicamente. – Sem chance Sirius Black, eu não vou sair com você? E são 90 euros.

— Eu não tenho ideia do que são 90 euros. - Disse James e Mackenzie estendeu a mão.

— Estranho de novo. – Deu de ombros e ela se inclinou e apontou para as notas, explicando para James qual era qual, exatamente do mesmo jeito que Lily explicara. Potter pegou as notas certas e entregou para a Kenzie.

— Ei. – Disse Sirius antes de sair.

— Sirius, a gente tem que ir. – Disse James.

— Eu vou ter que ir mas antes você vai me responder uma coisa. – Disse Sirius. – Qual é o seu nome garota do bar?

— Mackenzie. – Ela disse e apontou para a blusa. – Está no meu crachá.

Ele se sentiu bobo por não ter notado o crachá e se lembrou dela dizendo seu nome quando saiu do palco na noite anterior.

— Então tchau Mackenzie. – Ele disse. – Eu estou saindo, sua última chance de sei lá.. Me chamar para um encontro.

Ela riu.

— Tchau Sirius.

James puxou Sirius para fora da loja e Mackenzie riu sozinha, os dois eram realmente muito estranhos.