05 | SORRISO INFANTIL
Taylor saiu de Manhattan às pressas, embora desejasse, só dessa vez, poder levar seu tempo, para ficar longe de casa. Mas Beck provavelmente já havia retornado, e ela foi quem insistiu no horário. Elas tinham um compromisso mais tarde naquela noite. Não um que a deixasse animada, mas ainda assim um compromisso, e se Taylor tivesse dado sua palavra a Sophie, ela não voltaria para trás.
Ela entrou na garagem quando chegou em casa, vendo que Beck ainda não estava lá, os pneus do carro deslizando silenciosamente, e então quando ela parou e desligou o motor, o silêncio da garagem lhe deu um momento para se recompor antes de sair. A prioridade a partir daí era simples: tomar banho, trocar de roupa, se limpar. Não deixar nada para trás. Definitivamente se livrar das roupas que estava vestindo. Ela fez isso, e minutos depois a água quente atingiu sua pele, escaldante no início, mas necessária.
Ela se esfregou com força, seus dedos se movendo sobre seu corpo como se estivesse tentando apagar evidências não apenas de sua pele, de tudo, mas não era exatamente isso. Ela fez isso tantas vezes que se tornou a norma. Não exatamente uma norma agradável. Pelo ralo foram os vestígios de qualquer coisa — principalmente o sangue, que ainda estava em Taylor, embora fosse um pouco. Mas quando ela estava começando a pensar em relaxar debaixo d'água, o som do carro de Beck entrando na garagem assumiu o espaço.
Poucos minutos depois, ela ouviu o som suave de passos na escada. Beck, tentando ficar quieta, provavelmente não querendo incomodá-la. Taylor se secou rapidamente, vestindo o robe que havia deixado para trás, ensaiando mentalmente como agir. Tudo tinha que estar bem. Normal.
Beck, enquanto isso, tinha sua própria rotina. Ela entrou pela porta com cautela, imediatamente notando o carro de Taylor na garagem. Não fazia parte do plano — ela precisava de mais tempo, mas a viagem de volta foi atrasada porque Chace demorou para pegar o outro carro. Ainda assim, Beck tinha parte disso sob controle, indo para o quarto de hóspedes silenciosamente, permanecendo invisível. Ela tirou as roupas — o casaco que não era dela, que ela tão descuidadamente pegou e jogou em uma pilha perto da porta do banheiro de hóspedes.
Um banho rápido ali. Água fria dessa vez, eficiente. Então ela se enrolou em uma toalha e desceu as escadas com as roupas nas mãos para lidar com elas. A pilha agora tinha que desaparecer, e rápido, porque Taylor ainda estava se vestindo e Beck tinha notado o barulho seguindo o closet, mas isso não demoraria muito. Então ela empacotou tudo em um saco plástico, colocou no fundo da lata de lixo da frente, mas não o dela, o lixo do vizinho, sob camadas de plástico, certificando-se de que nenhum vestígio seria visto. De manhã, os coletores de lixo pegariam. Era a hora certa.
Lá em cima novamente, Beck encontrou Taylor no armário, deslizando para um vestido de cetim em um rosa suave, um contraste com seus tons escuros habituais. Sua esposa parecia calma, equilibrada, como se a noite tivesse sido perfeitamente normal. Elas trocaram um olhar e um aceno silencioso. Nenhuma palavra. Apenas a rotina de duas pessoas acostumadas a tudo aquilo. Taylor jogou um sobretudo preto sobre o vestido, apenas o suficiente para se proteger do ar frio da noite, e Beck se enfiou em um terno casual em uma cor muito parecida com o vestido de Taylor. Nada coordenado, muito mais como as roupas de alguém que tinha acabado de optar pelo normal. Ainda assim, Taylor sorriu um pouco, revirando os olhos, muito discretamente, quando viu Beck no espelho.
— Está tudo bem no trabalho? — Beck perguntou enquanto abria a porta para Taylor sair da casa no andar de baixo, certificando-se de fechá-la completamente antes de seguir sua esposa pela rua.
— Sim — Taylor assentiu, abotoando um dos botões de seu casaco. — Está tudo bem no seu trabalho?
— Ótimo — a resposta de Beck foi curta, como se ela não tivesse acabado de passar a noite colocando balas nas cabeças de alguns homens irritantes.
Elas caminharam em silêncio depois disso, atravessando a rua até a casa de seus vizinhos. Beck tocou a campainha, e o som abafado de vozes passou pela porta. Um momento depois, ela se abriu para revelar Joe, sorrindo amplamente, os braços estendidos de animação.
— Ei! Estou feliz que vocês conseguiram vir! — O abraço de Joe durou pouco, talvez muito animado enquanto ele as envolvia com os braços, mas era assim que ela era. Nada de novo. — Entrem, todos estão aqui!
O interior da casa era um mar de casais suburbanos, o tipo de cena que sempre fazia Beck sentir que não se encaixava. Ela olhou de soslaio para Taylor, que parecia flutuar por essas situações sem esforço. Ela era boa em tudo. Beck, por outro lado, estava a um passo de sair do personagem.
A sala estava cheia de fumaça de charuto, uísque e gelo tilintando nas mãos de alguns homens e mulheres, e Beck logo estava entre eles, meio solitária num mar de arrogância dos caras de Wall Street, concordando ocasionalmente com a conversa sobre altas do mercado de ações e dicas de negociação, que ela conhecia o bastante para puxar conversa, mas não se importava o suficiente para isso. Ela não estava ligando tanto — estava se misturando, desaparecendo à vista de todos. Ela estava fingindo ouvir, mas naquela noite, sua atenção não estava tanto nos egos inflados ao seu redor. Estava em Taylor.
Do outro lado da sala, Taylor estava sentada com Sophie, Dani e Priyanka, que tinha sua filha de quase onze meses embalada em seus braços. A criança, com olhos arregalados e curiosos, era uma imagem fofa, doce. Os olhos de Beck se estreitaram, seu foco agora totalmente em Taylor, capturando o momento em que Priyanka entregou o bebê para sua esposa. Ela não tinha ideia do que elas estavam falando, longe o bastante para não ouvir as vozes do outro lado.
— Você pode segurá-la por um segundo enquanto eu vou ao banheiro? — Priyanka disse casualmente, levantando-se. Taylor piscou, claramente pega de surpresa, seus olhos meio mexidos enquanto ela hesitava. — Aqui — Priyanka entregou o bebê antes que Taylor pudesse dizer não, colocando a garotinha em seu colo com um sorriso, não percebendo o pânico crescendo em Taylor.
Era raro ver Taylor nervosa, quase inédito, mas Beck podia ver mesmo de longe — a fragilidade em sua postura, a maneira incerta como ela embalava o bebê como se estivesse manuseando uma bomba e não uma criança. Taylor não era do tipo que se abalava facilmente, mas algo sobre o peso minúsculo e inocente em seus braços congelou completamente. Pelo menos por um momento.
— Eu... eu... — Taylor gaguejou, suas mãos apoiando a criança desajeitadamente. O bebê olhou para ela com aqueles grandes olhos castanhos que não piscavam, e Beck quase podia sentir os batimentos cardíacos de Taylor acelerar do outro lado da sala.
— Bebês veem tudo — Danielle se inclinou, um tom brincalhão em sua voz. — Você sabe disso, certo?
— Quase como se fosse possível ver sua alma — Sophie acrescentou, olhando para o bebê, depois de volta para Taylor, que parecia ainda mais insegura.
Taylor se mexeu desconfortavelmente, o bebê se moveu em seu colo enquanto ela ajustava seu braço, o olhar da garotinha nunca deixando o rosto de Taylor. Beck observou enquanto Taylor tentava sorrir, uma expressão fraca e hesitante cruzando seus lábios. Então, o inesperado aconteceu. O bebê riu — um som inocente — e a tensão de Taylor pareceu se quebrar, mesmo que apenas por um momento.
— Ah, ela gosta de você — comentou Dani, sua voz suave ao notar a maneira como o bebê havia se agarrado a Taylor.
Taylor olhou para cima, seu nervosismo dando lugar a um sorriso genuíno. O colapso tomou conta dela e, naquele breve momento as bordas de seu medo suavizaram. Era um sorriso de verdade, Beck viu. Um que ela não via de Taylor há uma vida inteira. Não o sorriso cuidadoso e cauteloso que ela usava como armadura, mas algo mais simples, quase infantil.
Do outro lado da sala, os olhos de Beck fixaram-se em sua esposa. Ela observou enquanto Taylor olhava para cima e encontrou seu olhar, o momento se estendendo entre elas. E então o sorriso de Taylor se sustentou. Não era muito, mas era algo.
Beck estava sorrindo também um segundo depois.
*
Dentes escovados. Pijamas. Era tudo uma rotina. Depois de deixar a casa dos Jonas, a escuridão se instalou ao redor de Taylor e Beck e elas se prepararam para dormir, mas como mau presságio, o silêncio foi cortado. O toque estridente do iPhone de Taylor quebrou o silêncio. Beck gemeu suavemente, fechando os olhos por um momento antes de pegar seu próprio celular, que tocou em sincronia. Naquela hora da noite, havia apenas um motivo para ligações como essas.
Taylor acendeu uma lâmpada ao lado da cama, uma luz quente tomando seu rosto. Ela não precisa verificar o identificador de chamadas para saber quem era. Ela pressionou o celular no ouvido, já entrando em um roteiro comum.
— São três da manhã, mãe. Você está bem? — ela disse, sua voz cuidadosamente controlada, fingindo preocupação. Ela era boa nisso, mentir sem realmente mentir, satisfeita em deixar sua voz contar uma verdade trocada.
— Essa é a segunda vez em um mês — Beck murmurou, insatisfação rastejando em seu tom. Ela podia ouvir a voz de Chace do outro lado, direta.
Taylor concordou com o que quer que sua "mãe" estivesse falando, sem realmente prestar atenção no que Beck estava dizendo.
— Ok, claro — ela murmurou, olhos fechados, já meio que vagando pelos movimentos da conversa. Ela sabia como isso seria.
— Sim, eu entendo. Sem problemas.
Houve algo especifico na maneira como ambas desligaram ao mesmo tempo. Elas se viraram para olhar uma para a outra na penumbra, Beck levantou uma sobrancelha, sinalizando para Taylor explicar.
Taylor suspirou, passando a mão pelo cabelo enquanto se recostava na cabeceira da cama. A meia luz acesa.
— Meu pai não está muito bem — ela disse, sua voz carregando uma nota de preocupação completamente praticada, uma fala fácil que ela já havia pensando em dizer antes, mas era a primeira vez que usava aquela desculpa. — Minha mãe não sabe o que fazer. Ela acha que é pneumonia, mas provavelmente é apenas um resfriado forte. Você sabe como ela é, sempre exagerando.
— Claro — Beck assentiu lentamente, franzindo a testa enquanto considerava a informação. Scott não era apenas o pai de Taylor; ele era praticamente um segundo pai para Beck também. O homem sempre foi gentil e confiável, e se houvesse uma chance de algo estar errado, Beck sabia que ela deveria estar preocupada. Mas naquela noite, era tudo parte da mentira. Beck só não estava ciente.
— Bem, talvez você deva tirar um dia de folga e ir vê-lo — Beck sugeriu, com a implicação clara. Era exatamente o que Taylor estava esperando. — Sua mãe adoraria ter você passando o dia com eles.
Taylor olhou para sua esposa, tentando avaliar a sinceridade na voz de Beck. Estava lá, sem dúvida — Beck realmente se importava com Scott. Ela se importava mesmo.
— Eu te amo — disse Taylor, surpreendendo-se com o calor em sua voz. E ela quis dizer isso, de certa forma. Beck tinha seus defeitos, muitos deles, mas seu relacionamento com a família de Taylor sempre foi uma das coisas que as mantinham amarradas. Não havia se deteriorado como tantas outras partes do casamento delas.
— Eu também te amo, querida — Beck disse — E, você sabe, só estou pensando no seu pai. E na sua mãe, claro. Eles definitivamente precisam de você. Se não fosse pela situação de Chicago, eu iria com você.
— Foi sobre isso a ligação?
— Sim — Beck assentiu. — Esse contrato só tem me dado problemas. Chace recebeu um e-mail sobre isso mais cedo, e eu vou ter que voar para lá amanhã. Há muita coisa para conversar.
— Espero que você consiga resolver isso.
— Sim — Beck murmurou, sua voz sumindo. — Eu também.
*
Beck saiu silenciosamente da cama, tomando cuidado para não acordar Taylor. A conversa da noite anterior foi positiva, mas breve, e logo deixada de lado. Beck estava no banheiro, o vapor subindo ao seu redor enquanto saía do chuveiro, depois ela estava limpando o espelho para ter uma visão clara de seu reflexo. O terno carvão pendia cuidadosamente no gancho perto da porta do armário. Ela secou, se vestiu e deslizou seu sobretudo cinza sobre o terno.
Depois, Beck tirou uma mala de mão elegante do armário. Era logo depois do amanhecer, e a casa estava assustadoramente silenciosa. O ar era frio, mas o inverno tinha chegado então era o comum. Sem pressa, Beck desceu das escadas, atravessou a cozinha e saiu pela garagem até a pequena casinha de ferramentas no quintal, onde na verdade estava tudo que ela e Taylor não usavam.
No canto da casinha, meio obscuro por várias ferramentas e caixas, havia uma bancada de trabalho desgastada. Beck correu os dedos pela superfície antes de parar em uma pequena maçaneta quase imperceptível embutida no chão, embaixo da bancada. Com um leve puxão, ela revelou uma porta escondida que levava a um arsenal pesado. O ar frio subiu de baixo. Aquilo era praticamente o santuário dela, invisível, desconhecido para qualquer um se não ela. Beck desceu os degraus e avançou para a barreira à direita. Sua mão pousou em uma pistola preta fosca. Ela a guardou suavemente na cintura, então encheu uma bolsa tática preta com gadgets, dispositivos de comunicação e mais armas, pegando-as com cuidado. Explosivos compactos, equipamentos de proteção — tudo foi para sua bolsa sem hesitação. Era sua rotina.
Uma vez equipada, Beck fechou a sala secreta, garantindo que tudo estivesse bem trancado. Ela subiu de volta e cortou o caminho pelo portão pequeno lado, indo em direção ao seu carro.
No andar de cima, Taylor se mexeu quando escutou o barulho do carro de Beck saindo da frente da casa. Ela ouviu o zumbido sutil da porta da cozinha, mas ficou imóvel sob as cobertas, até escutar o som revelador do carro de Beck se afastando. Só quando teve certeza de que Beck tinha ido embora, ela se permitiu suspirar. Ela empurrou o edredom para longe, e finalmente teve espaço para seguir em frente com sua manhã.
Taylor se moveu pela rotina matinal. Ela vestiu jeans escuro e uma blusa preta de gola alta de manga comprida, puxando uma jaqueta de couro sobre os ombros. As botas pretas com saltos estalaram suavemente no chão enquanto ela descia as escadas, depois do banho. Na cozinha, a luz do sol estava apenas começando a aparecer por completo pelas cortinas abertas, mas Taylor as fechou, preferindo trabalhar sem muita luz. Depois ela se aproximou do forno. Com alguns toques rápidos no painel digital, ela digitou uma senha. O barulho lá dentro começou, mas muito baixo, e durou um pouco só. A parte de trás do forno deslizou para longe, revelando o próprio compartimento escondido.
Taylor tinha aquilo desde sempre. Escondido no único lugar que Taylor sabia que Beck nunca mexeria. Ali, dispositivos de comunicação digital e outros gadgets de alta tecnologia estavam alinhados dentro do compartimento. Havia armas também. Ela pegou sua mala de mão preta com o que tinha descido das escadas e começou a carregá-la com o essencial: algumas pistolas compactas, um silenciador e vários dispositivos de rastreamento. O restante estaria com as garotas, e com isso ela não precisava se preocupar.
Com seus preparativos completos, Taylor se permitiu um momento de calma. Ela ficou na cozinha, mãos no balcão, olhando pela janela, sua mente percorrendo o plano que tinha enquanto ela tomava um copo de café. Minutos depois, ela estava em seu carro, dirigindo em direção ao seu destino, pensando no tempo que tinha. Não muito tempo, mas tempo o bastante para executar seu plano. Ela pretendia aproveitar ao máximo.
*
Taylor entrou na sala principal do prédio da equipe com seus óculos escuros no rosto. A pesada porta de aço se fechou atrás dela, o som saindo sobre o barulho fraco dos computadores e o choque metódico das teclas. O ar na sala estava calmo, mesmo que as próximas horas prometessem não ser.
Ao redor dela, a equipe já estava profundamente imersa nos preparativos para a missão — Karlie, Gigi, Lily, Martha, Selena, Hayley e Cara, todas vestidas com seus uniformes pretos num padrão. Seus olhos voavam entre as telas acesas e os detalhes da missão em páginas abertas em iPads — mapas, detalhes ao vivo de reconhecimento, plantas digitais, tudo conectado em tempo real a várias fontes de inteligência. Era um centro de controle disfarçado de escritório meio indefinido. Aquele tinha sido o centro de operações nos últimos dez anos, num prédio repleto de empresas de tecnologia que disfarçava bem o que elas estavam tentando esconder.
— Bom dia, meninas — Taylor cumprimentou simples. Não havia necessidade de vozes elevadas. Apesar do contexto, tudo ali era sempre muito calmo. Quase divertido também.
Algumas cabeças se viraram, oferecendo sorrisos rápidos e breves "bom dia" em resposta. Taylor sorriu e se moveu em direção à estação de Karlie no outro lado da sala. Karlie era boa no que fazia, sua mente sempre vários passos à frente, e Taylor sabia que poderia contar com ela para ter todos os detalhes da missão organizada e em ordem. Era o trabalho dela. Encostada na borda da mesa de Karlie, Taylor examinou a pasta aberta e o monitor à sua frente, seus olhos imediatamente se fixaram nas informações-chave.
— Quem é o garoto na mensagem de aviso?
Karlie bateu os dedos na tela, puxando uma foto de um homem na faixa dos vinte e poucos anos, cabelo escuro, pele morena, rosto inexpressivo. Abaixo da imagem havia um dossiê cheio de informações, desde detalhes básicos até informações mais úteis. Tudo sobre ele foi exposto, seus movimentos, suas afiliações, seus últimos movimentos.
— Este é ele. Avan — disse Karlie. — As informações estão todas aqui.
Taylor concordou enquanto seus olhos varriam a tela e a tela processava os dados. Avan era o recente "alvo" em sua mira. Seu nome parecia um pouco desconhecido para o mundo, e até para ela, mas não para quem ela trabalhava. Aparentemente ele representava um ativo muito perigoso.
— Ok, meninas — ela disse, afastando-se da mesa de Karlie e entrando no centro da sala, onde as seis mulheres voltaram sua atenção para ela. O ar mudou um pouco, o foco totalmente nela.
— O alvo está sendo movido da instalação de Toronto para Nova York. A única vulnerabilidade é aqui — disse Taylor, apontando para uma seção em um dos mapas exibidos na tela maior, uma área ao longo da estrada ao sul da fronteira. — Há um trecho da estrada onde a escolta será fraca. É remoto, sem reforço imediato. É onde atacamos. Quero detalhes de GPS desse trecho e imagens de satélite do terreno. Precisamos saber todos os pontos cegos e pontos de estrangulamento possíveis. Sem surpresas. Não quero ter que lidar com problemas — ela fez uma pausa. — E eu quero um relatório sobre o clima nas últimas três semanas nessa área. Não precisamos de nenhuma variável inesperada, especialmente se houver alguma atividade incomum. As estradas podem estar escorregadias, a visibilidade pode mudar, qualquer coisa que possa afetar o tempo. É inverno. Eu odeio trabalhar com esse tempo.
— Entendido — a voz de Gigi se sobressaiu mesmo que murmurada, mas os acenos das outras garotas foram vistos.
— Vamos trabalhar, meninas — Taylor disse, batendo palmas rápidas, mas não altas.
Contudo, a sala se tornou uma colmeia de atividade. Karlie já estava cruzando coordenadas de GPS com mapas topográficos, Gigi analisando feeds de satélite, enquanto outros organizavam a logística, comunicações e planos de contingência. Taylor observou enquanto sua equipe entrava no ritmo, e seus olhos se voltaram para a televisão na parede, ligada ao canal de notícias da ABC de Nova York. Ela não se demorou, logo estava se sentando em sua mesa para ler o perfil completo de Avan. O tempo era essencial partindo dali. Avan seria movido em pouco tempo, e a janela de oportunidade era pequena. Mas enquanto pensava, Taylor sabia que ela e sua equipe estariam prontas. Ela sabia disso porque elas sempre estavam.
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