Plano Paralelo número um
Um plano de um pedaço de terra escura, lisa. A terra começa a rachar, como um ovo acabado de chocar. Do interior da terra desbota uma planta. Nos segundos que se seguem, a luz clara do sol e a escuridão alternam entre si por diversas vezes enquanto acompanham o crescimento da planta. Alternam ainda os rasgos de sol, os momentos de chuva e a visita periódica do vento que faz o caule da planta abanar. Começam a notar-se já as folhas e as poucas flores de fruto avermelhadas quando o relógio abranda e o sol parece estabilizar um pouco na existência da planta. O plano move-se e acompanha de perto o movimento elegante de uma libelinha que pousa na flor da planta. A libelinha parece entreter-se um pouco a explorar a curiosa planta e arranca daí a pouco no seu elegante movimento pelos céus. A história repete-se com uma abelha. O plano afasta-se um pouco e na profundidade da imagem consegue perceber-se que a uma curta distância começa a despontar uma nova planta de características semelhantes. É a natureza a trabalhar em sintonia. Os insetos e as plantas têm um acordo divino. O plano fixa-se na planta mais velha e daí a um curto instante vê-se uma mão que segura com firmeza o caule da planta até sentir que a raiz está a desistir daquele bocado de terra. O plano acompanha o movimento da mão velha e enrugada segurando a planta e juntando-a a uma outra mais pequena que está num balde negro pousado sobre a terra frágil e complacente. São as duas plantas da nossa história que ali estão. Ao que parece, a raiz de Eurycoma Longifolia faz bem à ereção dos velhos…
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro