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Plano Paralelo número seis

Um automóvel velho, daqueles antigos, modelo alemão, talvez fabricado nos primeiros anos do século vinte e um, as traseiras largas e altas a afunilarem ligeiramente à frente, uma cor amarelada do tempo que anulou o branco original, alguma ferrugem nas portas e nos pára-choques. Dentro do carro, uma miúda nova, na casa dos seus vinte e dois anos, cabelos longos e lisos, castanhos, quase pretos, da mesma cor dos seus olhos, alguma maquiagem à volta dos olhos e um tom rosado nas faces ainda sem rugas de um rosto celestial. No banco ao lado, uma mochila de senhora semiaberta, um batom fechado ao lado da mochila e alguns papéis por baixo. O automóvel vai a uns sessenta quilómetros por hora, a rapariga aumenta um pouco o volume do rádio antigo que passa uma música que mistura rap e pop. Volta a deitar olhos à estrada, parece tudo calmo, está prestes a entrar na cidade onde lhe prometeram um novo emprego, bem remunerado e onde dentro de poucas horas tem uma visita marcada para ir ver a casa que pretende alugar, se corresponder à descrição dada pelo vendedor. Ao entrar na cidade, depara-se com algum movimento, ao qual terá de se habituar depois de abandonar uma vida no campo, onde toda a família trabalha na produção de frutas e verduras para mandar para os mercados de exportação, situados junto ao porto marítimo da cidade mais próxima, onde depois os delegados de exportação lhes atribuem um valor justo e enchem contentores para enviar lá para fora. A rapariga pensa em como os seus pais foram gentis ao poupar-lhe a ela, filha casula entre dois outros irmãos, ambos homens, do pesaroso trabalho do campo, dando-lhe condições de sobra para que estudasse e assim garantisse um futuro mais ambicioso que o deles, que apesar de não se poderem queixar, adivinham não ir muito para lá daquela terra. Logo que lhe foi permitido, escolheu que queria estudar engenharia molecular, ainda para mais porque era um dos cursos que o governo financiava a cem porcento a todos aqueles que fizessem por o merecer, pois era um curso onde depositavam uma confiança redobrada para o futuro, segundo estes seria a chave para uma quantidade de necessidades nos anos vindouros e o país tinha de formar especialistas nesta área, para assim se tornar no principal fornecedor internacional das soluções que todos quereriam comprar depois da guerra acabar. Como os pais não eram propriamente ricos, mesmo não tendo dificuldades de maior, esse foi o curso que resolveu escolher entre os outros nove que o estado dispunha de forma gratuita para os alunos, por se enquadrarem nas linhas de conduta que o país queria seguir para ganhar competitividade internacional. A jovem, agora de curso acabado, não se arrependia minimamente da escolha que tinha feito, ainda para mais quando acabara de receber uma proposta de trabalho na capital, numa firma de novos biocombustíveis, com um vencimento bem satisfatório para a sua ambição. Em breve, poderia comprar um carro novo e devolver aquela velha relíquia ao seu pai, que por ora o havia emprestado para vir de imediato para a capital assegurar o seu novo posto de trabalho. Em tudo isto pensava enquanto sentia alguma pena e alguma culpa por os pais não terem podido dar as mesmas oportunidades aos seus dois irmãos homens, que apesar dos sonhos, provavelmente irão trabalhar para sempre na labuta das terras. Estava embrenhada nos seus pensamentos, quando reparou que estava demasiado próxima de uma rotunda para reduzir a velocidade do automóvel. Ainda tentou travar um pouco, mas logo se aventurou a contornar a rotunda mesmo daquela maneira, o que a obrigou a guinar rapidamente o volante para um lado e para o outro, deitando para o chão, a mochila assente no banco do lado. Pensou em como tivera sorte de não estar nenhum outro carro a entrar na rotunda naquele momento. Olhou para o lado e reparou que o barulho que ouvira, havia sido a sua mochila que tinha caído no chão. Baixou-se apenas por um instante para a apanhar, mas afinal a mala parecia estar mais longe do que aparentemente parecia. Tentou esticar-se mais um pouco sem tirar as mãos do volante, mas percebeu de imediato que estava há demasiado tempo sem os olhos na estrada e desistiu da ideia. Levantou a cabeça e olhou para a frente. Deu por si, num reflexo, a levar o pé direito ao travão e a mão esquerda à buzina do volante. Sentiu o automóvel a derrapar um pouco e num segundo ouviu um estrondo ensurdecedor e o corpo do homem à sua frente a rachar-lhe o vidro do automóvel antes de cair na estrada. Na sua cabeça, apenas uma pergunta: ”Meus Deus, e agora, o que faço à minha vida?”. A mesma sorte não teve o homem deitado no chão, que não voltaria a ter de fazer essa pergunta…

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