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Parte 2 - Quarto Narrador

Fumar mata! É o que diz na caixa amachucada na mão do senhor bem aparentado sentado ao meu lado. “Fumar mata”, digo em voz alta tentando meter conversa. “Não, depois dos setenta”, responde-me em tom irónico. Solto um sorriso e o cavalheiro responde-me em tom cúmplice “não compreendo porque não nos deixam fumar aqui, será que é porque prejudicamos a saúde de quem está aqui para morrer?”. Gosto quando um cavalheiro tem sentido de humor, sobretudo quando é um sentido de humor requintado. Antes de o ouvir falar, tive a impressão de nunca o ter visto, contudo as feições, as expressões do rosto naquele timbre de voz, fazem-me adivinhar que já conheço o senhor de algum lado. “Não nos conhecemos?”, questiono. “Sinceramente, e perdoe-me se estiver de alguma forma a ser estúpido, mas não a reconheço.” Mas eu tenho a impressão de já o ter visto nalgum lado, apetece-me dizer-lho. “Mas eu tenho a impressão de já o ter visto nalgum lado”, afirmo convicta do que estou a dizer. “É natural, há imensa gente que me confunde com um tipo famoso, por vezes torna-se cansativo”, replica largando um sorriso gozador e na mesma medida encantador. Nesta idade, já não tenho medo nem vergonha de dizer o que sinto e arrisco: “você é a prova de que se pode ser encantador depois dos setenta.” Responde-me que se sente lisonjeado e retribui o elogio com meia dúzia de palavras simpáticas sobre a minha simpatia e a história bonita que se desenha nos meus olhos. “É bonito perceber que pequenas histórias de amor podem acontecer em qualquer lugar, até mesmo à porta da morte”, afirma o cavalheiro a quem nem perguntei o nome. Os nomes valem o que valem. “Acha que aconteceu entre nós uma pequena história de amor?”, pergunto. “Não tenho dúvidas, acontecem por aí todos os dias, vêm e vão e apenas algumas perduram mais do que estes pequenos minutos iniciais”, afirma, acrescentando ainda que “tudo são consequências naturais dos nossos atos, pensamentos e sentimentos e nada acontece por acaso, mesmo que a consequência seja somente um pequeno instante, um ínfimo momento, que apesar de curto, como o nosso, ainda assim pode ter toda a magia dos amores que perduram.”  “Você é um louco?”, questiono sem rodeios. “Sem dúvida que sim, se a loucura se traduzir em aproveitar todos os recursos da vida, se a loucura for a ousadia de dizer sim às coisas que os outros negam, se a loucura for amar tudo e todas as coisas de todas as maneiras”, responde-me e esta foi talvez a resposta mais sensata que um louco me deu nestes setenta anos de vida. Pela porta, vejo entrar o meu filho, um olhar amedrontado no rosto pálido. Levanto-me para ir ter com ele, precisamos de combinar como vamos lutar contra o destino da morte. Antes de partir, questiono ainda ao cavalheiro “como vai lutar contra o destino da morte, depois de entrar por aquela porta?”. “Se é um destino, não vou lutar. Somente vou aceitar. Tudo são consequências dos nossos atos, pensamentos e sentimentos”, responde-me o louco sensato. A consciência do caos é de todos o mais estranho estado de consciência. Foi algo que em setenta anos nunca me permiti aperfeiçoar, apesar de ter sido casada com alguém que tinha esse estado de consciência apurado como ninguém. Hoje, sei que o homem com quem vivi durante mais de quarenta anos não era nenhum louco, era talvez um sensato entre estranhos, assim como o senhor da camisola de lã vermelha. Ainda se aprendem coisas novas aos setenta. Coisas que sempre soubemos. “Não vou lutar contra o meu destino, se essa for a consequência dos meus atos, pensamentos e sentimentos”, afirmo enquanto dou um abraço de mãe no rapaz alto e forte em que o meu menino se tornou.

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