Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Parte 1 - Segundo Narrador

Existem tantos mundos no mundo. Quando um acaba, por certo outro começa. Os fins são tão fundamentais quanto os inícios. Todos os dias vejo pessoas que não aceitam os fins, como se de aberrações se tratassem. Rejeitam a morte de entes queridos, arrastam relações de falsos carinhos e abraços e de beijos sem sentimento algum, lutam contra o abandono de um projeto que não lhes traz nada de novo ou seguram a vida de alguém que nada de novo trará ao mundo, à sociedade ou a si mesmo. São pessoas que preferem suportar forçosamente os meios a aceitarem um fim. Mal nascemos, começamos a morrer, e mesmo assim não aceitamos que assim seja. Hoje é o dia dos meus setenta anos e estou certo de uma coisa, não pagarei para viver. Tinha já cinquenta e cinco anos, quando há quinze anos atrás fiz a proposta mais polémica que alguma vez um governo teve de assumir. Não sendo de todo uma ideia minha, tive de a assumir como tal, ou não fosse eu o comandante da tripulação. Três anos depois, o primeiro-ministro que me substituiu não assumiu a sua promessa de acabar com o projeto 70, porque o fim da segurança social não o permitiria, não haveria mesmo outra forma de tornar esta sociedade funcional relativamente à economia que possui, resultado da grande crise económica que abalou os países mais desenvolvidos do mundo, naquela época.. Sou julgado nas ruas como o mau da fita e hoje milhares de pessoas festejam nas ruas do país por eu ter chegado finalmente aos setenta anos, mesmo que não me reconheçam dada a minha mudança de visual. Mas lembram-se da promessa que fiz, que quando chegasse a minha hora, eu assumiria a decisão que tinha tomado e entraria como voluntário nos corredores do projeto 70. Sabia que estava a caminho quando tomei as minhas decisões. Tomei as minhas decisões em democracia, num governo minoritário, com o projeto a ser recusado por duas vezes, primeiro pelo presidente da república, depois pelo próprio parlamento, o mesmo que perante o cenário de falência da segurança social, dos bancos e dos seguros, do fim das reformas e do crescimento da decadência nas ruas, acabou por aprovar o projeto com a maioria dos votos a favor da nova lei. Uma lei que obrigaria a testes anuais a partir dos setenta anos, com fim anunciado àqueles que não passarem na avaliação. São três os elementos fundamentais testados nestes exames. Primeiro, capacidade mental e motora para seguir vida de uma forma digna sem depender de terceiros. Segundo, capacidade de auto-sustento financeiro, sem depender de ajudas humanitárias ou de familiares diretos ou indiretos que não possuam rendimentos declarados acima da média. Terceiro, ter ou não recebido a medalha de mérito nacional e de vida prolongada, entregue pelo presidente da república a figuras notoriamente reconhecidas pelo préstimo que deram ao país e à sociedade. Existem apenas três formas de contornar a lei e apenas uma delas salvaguarda verdadeiramente a vida do reformado, se assim lhe quisermos chamar. Uma, o reformado falta ao exame e refugia-se na sociedade, no meio dos outros, tentando não dar nas vistas e procurando não ser identificado pelas inspeções que regularmente vigiam as ruas. Dois, o reformado falta ao exame e refugia-se numa comunidade rebelde, que anda por aí pelas ruas, escondida em becos e em valetas, a viver à noite, a viver de roubos, a viver do apoio daqueles que ainda apoiam estes movimentos rebeldes sem compreenderem que estão a sustentar situações de miséria que em nada abonam a favor de uma sociedade que se quer evoluída e reestruturada com base em novos valores. Três, a cada cinco anos o reformado paga o chamado imposto cinco, que lhe garante mais cinco anos de vida, seja em que condições forem, esteja ou não em condições de viver sozinho e sem a ajuda de terceiros. Pelo menos, durante cinco anos, o Estado garante as condições mínimas ao reformado. Escusado será dizer que o valor para poder ser uma exceção à regra, justifica o investimento que o Estado terá de fazer no ser humano, no caso de este último ficar incapacitado de repente. E esta é mesmo a única forma legal de nem sequer ser avaliado. Após completar setenta anos, o reformado tem oito dias úteis para efetuar o pagamento nas finanças ou caso contrário, terá mais oito dias úteis para se apresentar num centro de exames alusivo ao projeto setenta, a fim de ser avaliado por uma equipa de sociólogos, médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras e economistas. O suborno dos elementos destas equipas poderia muito bem ser a quarta solução para escapar às exigências da lei, mas poucos conseguiriam sustentar um suborno anual aos tipos. Devem haver certas exceções que confirmam a regra, mas acredito serem muito poucos, aqueles que sustentam tal cenário durante muitos anos, tornar-se-ia mais valoroso pagar o imposto cinco. Eu decerto não o pagarei, não que me faltem condições para o fazer, os rendimentos que usufruí até à reforma permitiram amealhar um fundo de maneio considerável que prefiro deixar à minha filha e ao meu neto a usá-lo como sustento de uma vida inútil que, de novo, pouco ou nada trará à sociedade. A vida é mesmo assim, hoje somos flores a desbotar e a contribuir para o natural ciclo ecológico da natureza, amanhã caímos por terra como plantas mortas e inúteis ao ecossistema. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro

Tags: