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ㅤ ㅤ 01. η κραυγή της εκδίκησης:





CAPÍTULO UM.
O CLAMOR DA VINGANÇA.







━━━ NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS
ABRIL 2024, 01:14 am


ERA PROVADO QUE, a brincadeira na fase juvenil de agarrar uma corda nos dedos pequenos e pular diversas vezes até se embolar no desastre, se tornou opcional. Assim como a amamentação passou a ser uma escolha, embora a medicina apresente inúmeros estudos para comprovar a importância que proporciona para garantir a saúde do bebê através desse ato.

O beijo fleumático de uma mãe sobre a bochecha da criança antes de uma noite reconfortante de um sono tornou-se uma opção e a resposta de uma prova é uma decisão, mesmo que refletisse incansáveis estudos em noites tempestuosas. Toda vida é feita de escolhas ao moldar o indivíduo frente a sociedade.

Contudo, a primeira batida gradativamente forte do coração de um feto é surgido junto com sua liberdade, a qual nasceu por direito. Deste modo, o ser humano é delineado em uma vida na qual necessita aprender para possuir o que já lhe foi entregue desde sua primeira respiração fora do conforto da placenta.

Dessa maneira, Platão discursava que a liberdade está em sermos donos da nossa própria vida. Quando se é livre, a responsabilidade por suas ações é sempre entregue como a assinatura de um acordo, afinal o ser torna-se autônomo para decidir por si mesmo ao ser responsável por todas as ações. As pequenas letras do contrato imperceptível apresentam a sua autonomia e tudo de ruim e bom que isso acarreta, como um decretamento da necessidade da coragem para ser livre e seguir um determinado caminho.

Em desvirtude das vantagens entregues, a liberdade pode ser arrancada como um brinquedo das mãos pequenas de uma criança ingênua. Assim, Pandora sequer havia presenciado a sensação da independência que poderia arrancar suspiros de um mortal.

Uma vida imortal havia sido construída como punição aos homens pela ousadia do titã Prometeu que entregará aos humanos a capacidade de controlar fogo. A primogênita de Zeus havia sido forjada repleta de dotes oferecidos pelos deuses e com intuitos mal-intencionados. Ao ser entregue nas mãos de Epimeteu, irmão de seu padecente, foi recebido uma caixa onde estavam contidos vários males físicos e espirituais que poderiam acometer o mundo. Desconhecedora de tamanho conteúdo, Pandora abriu a caixa proibida para espiar o que tanto lhe era oculto. Naquele instante, libertando várias doenças e sentimentos que atormentavam a existência do homem no mundo, Zeus concluía o seu plano de vingança.

No entanto, a represália foi contida quando a consciência do deus de todos os deuses alertou-lhe da necessidade de reprimir os infortúnios dos mortais. A bela mulher foi arrancada dos braços do amado ao ser aprisionado os malês dentro de si, cessando as malignidades. Assim, o mundo passou a desconhecer Pandora por séculos, tratando-a como uma amarga história para lembrar-lhes da ira de Zeus.

Centralizado entre duas árvores de carvalho, formadas próximos a pedras elaboradas, abaixo de uma grama fresca e sem acesso a outras criaturas mitológicas, havia sido enterrado um caixão tão forte quanto o dente de um animal rasgando o pescoço de sua presa. Afinal, tal construção era formada para segurar uma obra dos deuses que se camuflava em gritos de iracúndia de pessoas inocentes.

Sempre fora um local pacifico e belo, mas sempre monótono; sempre sem comida e com as mesmas partículas de água caindo sobre seu rosto durante o friento inverno pelo pequeno buraco no carvalho que formava o caixão. A agonia dos animais que foram caçados no decorrer dos séculos estava presente em sua audição e aquilo poderia ser a maior tristeza que percorria a primeira mulher que habitava com uma raiva tão crescente quanto o sol sobre o píncaro de uma montanha.

Seus olhos não se fecharam nos primeiros meses. Pandora, inicialmente, não sentia sono devido aos males que percorriam cada milímetro do seu corpo. As vozes percorriam pelos lugares mais escuros, próximos aos seus pés despidos e a pouca terra que caía em seu corpo e rosto era um pequeno despertar para a realidade que vivia. Ela clamava por ajuda quando as ouvia, suplicando para que pudesse ouvir seus gritos, mas assegurava que alguém a respondia. Pandora compreendeu tardiamente que as vozes não eram benéficas, almas hostis que buscavam o corpo da primeira mulher ao qual alojava uma quantidade maléfica de poder doentio. Assim, passou a compreender porque os feitiços místicos de Hécate, que carregavam a madeira do caixão, precisaram ser reabilitados cinco vezes em uma semana no primeiro durante cinco meses.

Como a última badalada do relógio marcando o primeiro século, sentiu os malês ferverem, aumentando uma sensação que ela desejava esfregar como um pano quente no rosto daqueles que haviam feito tal hostilidade. Entretanto, no segundo século não havia uma voz conhecida. Zeus não voltaria para pisar sobre aquela grama com Hécate. Pandora havia sido deixada sozinha e presa sobre dias e noites terrificantes. Não contava os dias passarem, havia perdido a conta e sua mente perdia-se em melodias distintas de pássaros e vozes. Questionava-se brevemente se ainda mantinha uma sanidade.

O rosto de Epimeteu era formado quando as orbes claras de Pandora eram fechadas em um pesar melancólico. A saudade tornou-se uma amiga próxima da mulher, acolhendo-a durante os dias e perturbando durante as noites. Contudo, ainda indagava como o titã não a buscaria, como tal casamento afetuoso foi capaz de cair em ruínas ao abandoná-la abaixo de uma terra úmida. Pandora passou a projetá-lo com repulsa quando completou-se dois séculos. Não havia esperança que preenchia a mente dela sobre a capacidade de tirá-la daquele lugar.

Até o atual momento que a mão frígida tocou seu braço em um ato benevolente.

Pandora deixou que seus compridos cílios batessem freneticamente antes que suas orbes claras fossem abertas com dificuldade. Havia acostumando-se com o escuro, mas também o temia como uma lâmina afiada próximo da sua pele. A lua cheia preenchia sua visão com contentamento e o corpo estático da mulher permaneceu na madeira por alguns instantes, contemplando a visão como um pintor em uma tela em branco.

Pandora. — A voz buscou chamá-la, mas soou distante para os ouvidos desacostumados da mesma. Um suspiro calmo escapou dos lábios ressecados e entreabertos da primeira mulher, quase como se pudesse reconhecer o ar puro que adentrava seus pulmões feridos por grãos de terra. — Consegue me ouvir? — O questionar tentava buscá-la para aquela realidade, mas soava calmo e atencioso, tal como se a compreensão viesse junto dos séculos aprisionada.

As orbes de Pandora se moveram sobre o rosto no canto esquerdo e as mãos frígidas da deusa tocaram suas costas ao pousá-la sentada no caixão de carvalho, deixando os dedos firmes para ajudá-la a ficar naquela posição. A tampa encontrava-se quebrada ao lado direito e o vestido branco como uma nuvem da deusa sacudia conforme o vento frígido tocava a pele despida dos seus braços. A ruiva deixou que sua visão contemplasse com cada detalhe a contornava. O ambiente era o mesmo de quase quatro séculos atrás, mas as folhas não eram tão verdes e úmidas como se recordava, junto da quantidade reduzida de árvores.

— Vamos, Pandora. — pronunciou, no instante que as mãos da outra firmaram o corpo da ruiva para longe do caixão.

Pandora prendeu os dedos magros dos pés sobre a grama que poderia pinicar alguém desacostumado, mas para a primeira mulher era como uma poesia nos lábios de um poeta. Saberia que recordava-se de como andar, falar ou qualquer necessidade que percorria suas veias. Era imortal, afinal, criada com o intuito de jamais se assemelhar aos mortais que outros deuses tanto desprezavam. Assim, mesmo que sentisse fome ou sede, jamais morreria por tal malefício. Mesmo que suas pernas jamais se movessem para uma corrida, jamais iriam se atrofiar.

Assim, a ruiva pensou que deveria ajoelhar-se sobre os pés daquela que a libertou. Sabia que havia algo na mulher diferente de todos que havia conhecido, o poder era tão chamativo para ela que se assemelhava a um cobertor quente em um dia chuvoso. Contudo, optou por observá-la, ao mostrar as roupas sujas e rasgadas de terra e chuva que pareciam combinar com o cabelo sem fazer que cobria suas costas. Os trajes eram antigos, da época da Grécia antiga e tão finos que poderiam se desmanchar.

— Nêmesis — a voz angelical escapou em dificuldade, proferindo o nome de uma forma amigável e afetuosa. Pandora engoliu a seco e forçou uma tosse que poderia ter rasgado suas cordas vocais. — É exorbitante a presença de um rosto belo e reconhecível. — Os lábios secos e pálidos da imortal se ergueram em um sorriso largo, cedendo passos apressados e desengonçados pela grama.

As orbes esverdeadas da primeira mulher observaram a deusa da vingança franzir a testa e, de forma que a mesma não pudesse protestar, Pandora envolveu-a com os braços fracos, selando os corpos em um abraço desajeitado e acolhedor. Sentia falta da presença de outras criaturas e, embora nunca fossem próximas ou sequer tivessem trocado palavras além de educadas saudações, ansiava para que pudessem caminhar na grama úmida naquela noite enquanto tivessem uma longa conversa.

— Isso não é necessário. — O indicador da mais velha tocou o tórax da ruiva, afastando-a de forma que o corpo imóvel permaneceu envolvida em algo que ansiava em anos de pensamentos. Nêmesis poderia dizer que foi capaz de sentir seu antebraço ser banhado com uma ágil lágrima. — Tem uma secreção saindo do seu globo ocular que está me incomodando. — A deusa da vingança murmurou, sentindo-a se afastar para tocar seus dedos sobre sua bochecha pálida.

— Perdoe-me, Nêmesis. — Os lábios da deusa da vingança se abriram em protesto.

— Não necessita disso. — assegurou, deixando que os dedos tocassem a mecha do cabelo ruivo que caia sobre o rosto de Pandora para trás da orelha avermelhada. — Eu apenas acho lágrimas incômodas. — explicou. — São comuns no que faço e por isso não costumo apreciá-las.

— As pessoas lamentam em seus braços? — indagou, curiosa ou apenas ansiando por uma longa conversa.

— Choram por justiça. — explicou. — Por vingança — corrigiu-se, embora para a deusa não houvesse diferença. — Como você chorou, Pandora. — Nêmesis disse, deixando que os lábios ressecados da outra se abrissem.

— Eu jamais buscaria vingança, Nêmesis. — protestou, deixando sua testa se franzir.

Gostava de acreditar que não haveria mal em seu coração. Epimeteu murmurava que sua esposa era a mulher mais afetuosa que tinha o prazer de ter conhecido. Acreditar que suas lágrimas tinham sido derramadas durante séculos em prol do mal de outra criatura era como se tudo de abominável que havia sido feito contra ela tivesse afetado quem verdadeiramente era.

— Qual é o problema? - murmurou em  um questionamento pacifico. Nêmesis mantinha, agora, suas mãos frente ao corpo, mas sua expressão não era duvidosa, tal como se a pronúncia da mulher fosse aguardada por ela. — Não seria tão atroz se desejasse que eles pagassem.

— Eu não anseio. — Pandora se prontificou, mesmo que seu coração tivesse apertado com a pronúncia e suas mãos tremido em protesto. A deusa da vingança, no entanto, deixou que seus lábios carnudos se erguesse no canto em um sorriso sincero.

— Suponho que não — disse —, mas seu anseio não faz diferença no final, Pandora. — Nêmesis cedeu um passo para frente, permitindo que sua respiração tocasse as bochechas pálidas da primeira mulher. — Asseguro que eles pagarão pelo mal causado por séculos.

Pandora deixou que seus lábios se abrissem e o ar preso em seus pulmões soltasse lentamente em um alívio mútuo com cada mínima parte do seu corpo.  Contudo, suas orbes claras cravaram em Nêmesis como se as mentiras proferidas da deusa por toda sua longa vitalidade estivessem expostas em uma mesa cristalina.

— O que anseia com isso no final? — indagou abertamente. — Você é a deusa da vingança — cedeu um passo para frente, meticulosamente próximo da outra — Seus movimentos são ditados acima de outra pronúncia. Não haverá movimento seu sem o desejo de outra criatura por uma vingança. — explicou o que surgia em sua mente aguçada. — Se eu não anseio pela vingança do mal causado por eles — tombou a cabeça para lateral — por que está aqui e o que busca me deixando livre?

Os lábios vermelhos como um vinho tinto da deusa da vingança se manifestaram em um sorriso aberto. Haveria a malícia de Hermes e a inteligência de Athena afinal, concedido em um presente ardiloso para que houvesse malevolência na primeira mulher, Nêmesis constatou. Cada deus concedeu uma habilidade para a ruiva, moldando-a para o agrado de todos os homens, mas Nêmesis pouco importava a beleza dada de bom grado por Afrodite ou a voz angelical que Apolo entregou. Para a deusa, o importante encontrava-se na mente que haviam formado. Atena lhe entregou a dádiva de uma inteligência ágil e ao chocar-se com a persuasão e malícia de Hermes, criaram a criatura mais  astuta que a deusa conheceria.

— Ganhou sua liberdade, Pandora. — Evitou que mais pronúncias fossem ditas. Não esconderia que os deuses eram desprezíveis e que sua vingança era iminente no final da trilha. Contudo, não buscava que Pandora soubesse a verdade por trás de tamanhas intenções. — Isso basta. —  afirmou.

— Receio que não. — A ruiva disse, embora sua voz soasse como um ninho de pequenos pássaros famintos, desejando apenas um longo descanso distante do escuro caixão. — Seus movimentos sempre serão trilhados pelo anseio de outra criatura em busca de vingança. — Reforçou novamente, constatando que a deusa não lhe respondera com clareza e ela estaria ciente  — E se essa criatura não sou eu — Pandora moveu levemente o nariz com o incômodo das dúvidas que lhe surgiam. — Quem seria?

— É a minha vingança. — disse abertamente e os lábios ressecados de Pandora se abriram em espanto. — Eu busco o fim de tamanho desprezo por eles. — Não precisava reforçar onde aquilo levaria, a primeira mulher saberia que ela buscava a morte dos deuses no final. — Eu busco o equilíbrio e ele consiste em corrigir o mal causado por tamanho atrocidade dos deuses. — Suas orbes deslizaram do caixão para Pandora. — Consiste em sua liberdade entre os humanos.  — Haveria seriedade nas pronúncias e a ruiva suspirou ao processar.

O vento frígido soprou o rosto da ruiva, deixando que os fios compridos escorressem como cascata em suas costas despidas. As asas grandes e escuras de Nêmesis se abriram e a deusa partiu daquele lugar melancólico, deixando que as árvores balançassem com suas ações. Haveria terminado afinal?, Pandora se questionou. Contudo, não saberia se a deusa partiria para que nada mais fosse dito ou apenas para porque teria cumprido seu propósito.

Seus pulmões pesaram e a grama que anteriormente se assemelhava a um confortável toque, soou como lixa em seus pés descalços. Estaria sozinha, afinal, como Zeus a deixaria por séculos e o mundo era tão desconhecido que haveria um aperto em seu tórax com o pesar das próximas ações.

Seus calcanhares giraram para a esquerda, deixando que sua cabeça tombasse para lateral ao observar a pena sobre a grama. Apreciaria a liberdade de um pássaro, mas questionava-se naquele instante se o presente concedido por Nêmesis era de fato benevolência ou apenas um movimento astuto em um jogo de xadrez.

Caso assim fosse, Pandora sentia-se um mero peão.





© bartonsoul, 2023
03.08.2023

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