✥| Capítulo 5 | ✥
Boa noite, filhos de Morpheus💜
Vi que se assustaram no final do capítulo passado, muahahahaha! Tudo minimamente calculado... Agora vocês estão mais alertas sobre Morpheus e os residentes do Reino dos Sonhos. Alguns ainda confiam no Taehyung, outros já desconfiam bastante das intenções dele. Neste capítulo essa divergência de opiniões vai mudar um pouquinho (eu acho).
Enfim, votaram no capítulo, pegaram os cobertores e beberam água? Se sim, então arrochem em Boa Leitura!
#FilhosDeMorpheus
|V|
Kim Seokjin sentiu a boca ficar seca como um deserto e o peito gelar até petrificar, restando apenas o calor do hálito do imortal parado atrás de si.
Ele piscou, e, nessa fração de segundo, as asas de Taehyung formaram uma cortina negra e roxa ao seu redor, limitando a visão que tinha do espelho, da imagem perturbadora que o reflexo exibia.
— Você não deveria estar aqui. Pesadelos nos visitam quando dormimos na hora errada. — O olhar cinza-arroxeado do imortal reluziu. Havia cautela em seu tom de voz e uma hesitação em seu semblante sublime.
Seokjin engoliu em seco uma vez. Duas vezes.
— Pensei que o Reino dos sonhos... não permitisse pesadelos — balbuciou, tentando manter a estabilidade na voz, mas foi impossível não suar frio.
O sorriso de Taehyung endureceu.
— Sonhos podem ficar aterrorizantes se não tomarmos cuidado.
O silêncio recaiu sobre eles. A troca de olhares que sustentavam carregava profunda tensão. Não se sabia qual passo seria dado em seguida, mas antes que pensassem nisso, uma voz melódica e feminina atravessou o corredor entre as estantes de livros.
— Olá. Posso interrompê-los? — Era Mitam, e assim como em todas as vezes que surgia, ela parecia ter brotado do chão. O piso de madeira moldava seu corpo inteiro, esculpindo uma face bela com olhos, nariz e boca atraentes, e longos cabelos que pareciam se arrastar por onde a imortal andava.
Quando Mitam falou, Seokjin imaginou ter visto os ombros de Taehyung estremecerem.
— Não há o que interromper, irmã. O meu companheiro decidiu vir fazer uma visita à nossa biblioteca por conta própria — o imortal acariciou o queixo do humano com dois dedos nada calorosos —, mas ele reconheceu que não estamos no horário certo para isso.
— Realmente. Humanos devem manter uma boa rotina de sono. — O semblante gentil de Mitam quase acalmou os batimentos cardíacos assustados do jovem Kim. Quase.
— Exatamente. Sendo assim, eu o levarei de volta ao quarto dele.
Taehyung envolveu os ombros de Seokjin com um braço e esticou as asas, preparando-se para sair dali com ele. Porém, a mão de Mitam ergueu-se no ar.
— Eu gostaria de falar a sós com Kim Seokjin, por favor.
O humano, que até o momento não conseguia vocalizar nenhuma sílaba por causa do terror que ainda congelava suas veias, franziu o cenho para a imortal.
Ao seu lado, Taehyung piscou estático.
— Mas não concordamos que agora é hora de dormir? — questionou, um canto de seus lábios se contraiu.
A única que não revelava nada em sua face era Mitam.
— Não irei tomar muito do tempo dele. Será uma conversa rápida. Você sabe que eu adoro dialogar com os humanos que vêm para Morpheus, Taehyung. — Ela balançou os ombros e riu, descontraída. Seria uma garota completamente normal se não estivesse literalmente saindo do chão.
— Sim, é verdade. — Uma gota quase imperceptível de sarcasmo dançou nas palavras do imortal com asas. Taehyung tirou os olhos de Mitam e os lançou novamente para Seokjin, que se sentia pequeno e vulnerável. — Nos veremos amanhã, após as primeiras refeições — disse ao rapaz, e então, num gesto repentino, deu-lhe um abraço de despedida.
Assustado, Seokjin o escutou murmurar tão baixo quanto o zumbido de um inseto:
— Não diga a ela o que você viu no espelho.
Com o fim do abraço, Taehyung lançou-lhe um olhar intenso repleto de palavras não ditas. Depois, ele cumprimentou a irmã imortal com um gesto de mão e saiu da biblioteca.
Agora sozinho com Mitam, Seokjin se virou discretamente para observar o espelho mais uma vez. Seu coração parou novamente quando encontrou, no lugar do objeto, apenas um vazio entre as estantes.
No segundo seguinte, a mão amadeirada da imortal tocou-lhe o ombro.
— Você gosta de chá, Kim Seokjin? — Ela perguntou suavemente.
— Hm, sim.
— Ah, que bom! Há um bule fervendo em meus aposentos. Deixe-me levá-lo até lá.
E partiram para outro canto desconhecido de Morpheus.
✥✥✥✥
Mitam era como uma ninfa do Reino dos Sonhos. Por onde andava, seu corpo absorvia as coisas ao redor e as projetava em si. Depois que saíram da biblioteca e passaram pelos jardins, ela virou uma escultura ambulante de lajotas da trilha de passeio, depois de terra da floresta bioluminescente, e, quando chegaram ao destino final, a imortal voltou a ser constituída por madeira, madeira do chão de seus aposentos.
Seokjin foi convidado a se sentar numa poltrona confortável e vermelha ao lado de outra poltrona e de uma mesa de centro formidável. Em frente a ele, havia uma lareira com fogo crepitante incrustada à parede cheia de adornos naturais, como tranças de caules e gavinhas.
O quarto de Mitam era tão ligado à terra de Morpheus quanto ela.
— Diga-me se essa quantidade é suficiente para você, por favor — pediu a imortal, enquanto transferia chá de um bule para uma xícara colocada sobre a mesa de centro. Seokjin fez um gesto de mão quando o líquido quente preencheu o recipiente o suficiente.
Depois de também se servir, Mitam sentou-se na poltrona ao lado dele e observou as chamas da lareira, chamas vermelhas e roxas que refletiam em seu corpo amadeirado.
Foi somente após ela beber todo o chá que Seokjin teve coragem de bebericar o conteúdo da própria xícara, apenas para não parecer mal-educado.
Ele pisava em ovos a partir de agora. Ovos que, se quebrassem, poderiam despertar algum tipo de criatura assustadora.
— Está gostando de Morpheus, Kim Seokjin? — perguntou Mitam, devolvendo sua xícara vazia à mesa de centro.
O rapaz calculou suas palavras.
— Aqui é maravilhoso... Um sonho, assim como contavam as histórias na Terra.
— Oh, as histórias. — Ela sorriu belamente. — Os humanos são adoravelmente criativos, sabe? É por isso que, quando vocês vêm aqui, tudo se torna mais agitado e colorido. Morpheus sente a vibração nova e animada.
— Você fala do Reino dos Sonhos como se ele fosse uma pessoa.
— Ah, é verdade. Acho que soou esquisito. — Mitam soltou uma risada calorosa. — Talvez eu o trate assim porque praticamente faço parte dele. Eu consigo sentir o que acontece nele, ver o que ele vê... Somos basicamente um só.
Talvez fosse o alertado senso de perigo de Seokjin enchendo-se de paranoias desde o momento em que viu o espelho na biblioteca, mas saber que Mitam tinha tal controle naquele lugar, que poderia ver tudo o que se passava em cada canto de Morpheus, era perturbador demais para ele. Poderia ela ter jogado tal informação apenas para inocentemente rechear a conversa? O humano não sabia dizer, a face da imortal nada revelava a não ser sorrisos e uma gentileza inacabável.
— Hm, o chá não está do seu agrado? — Mitam notou que a xícara de Seokjin ainda estava cheia. — Acabei colocando açúcar porque gosto muito do gosto doce. Depois de tanto tempo sozinha, esqueço-me de que há pessoas que preferem sem.
— Não, não. Está muito bom — ele não precisou mentir —, acontece que eu me sinto sonolento, então o apetite sumiu.
Uma tentativa para escapar foi jogada. Se Mitam caísse naquela conversa, ele poderia sair dali mais cedo para tentar falar com alguém em segredo. Iria até o seu amigo, Jeon Jungkook, e lhe contaria sobre tudo que viu, mesmo agora estando assustado com a ideia de que Morpheus poderia escutá-lo em qualquer canto possível.
O olhar de Mitam desceu sobre ele.
— Esse é outro detalhe que me diverte nos humanos. Mesmo com corpos frágeis e mortais, vocês ultrapassam seus próprios limites. Nesta noite, ao invés de dormir, você decidiu se aventurar na biblioteca, e agora está cansado. Por que fez isso? — Ela inclinou a cabeça para ele, parecia sinceramente curiosa.
Seokjin deveria lhe contar sobre a sombra que o tinha despertado e arrastado até lá? Mas se ela tudo via, não poderia saber por conta própria sobre todas essas coisas? Significava então que Mitam não tinha total conhecimento do que se passava em Morpheus?
Bom. Bom. O rapaz decidiu mentir e esconder todos os trunfos possíveis.
— Eu senti falta de algo... humano. Na biblioteca havia muitos livros da Terra. Queria ler um antes de voltar para a cama. — Ótimo, soou convincente, mas o tremor em suas mãos ainda o denunciava.
— Compreendo. — Ela se ajeitou na poltrona, afundando as costas do encosto de veludo vermelho. Após um instante de silêncio, os olhos vazios da imortal o encararam como se tentasse ver dentro de sua mente. — E quanto ao espelho? O que você chegou a ver nele?
Foi a vez de Seokjin ficar calado, não porque queria, mas porque sua boca secou tanto a ponto de sumir com todas as palavras. Rezou para que Mitam não fosse capaz de ouvir os batimentos acelerados de seu coração.
"Não diga a ela o que você viu no espelho", a fala de Taehyung retornou à sua cabeça como um aviso ou, por mais absurdo que parecesse, como um conselho amigável.
— E-eu vi borboletas azuis, iguais a esta. — Apontou para a própria gravata. Agradeceu aos céus pelo imortal alado tê-la transformado num acessório idêntico a uma borboleta, pois assim a sua declaração pareceria mais convincente. — E também vi meu próprio reflexo.
O cenho de Mitam se contraiu levemente.
— Borboletas? Foi realmente isso?
— Por acaso eu deveria ter visto outra coisa? — Seokjin testou.
— Sim — murmurou a imortal, pensativa. — Aquele espelho..., ele é um pouco diferente das coisas que temos aqui em Morpheus. Ele mostra os nossos maiores pesadelos.
E mais uma vez o jovem humano foi pego desprevenido. Não esperava que Mitam fosse falar tão abertamente sobre a existência de algo ruim e feio dentro do território do Reino dos Sonhos. E com esse pensamento, Seokjin se deu conta de que, até o momento, em todas as ocasiões onde questionava algo que contradizia as histórias contadas pelos humanos sobre Morpheus, os residentes daquele lugar lhe explicavam e não tinham medo de dizer o que era mentira e o que era verdade. Nunca haviam tentado seduzi-lo com mentiras e falsas promessas — como a promessa da imortalidade que muitos humanos desejavam —, apenas com espetáculos, ceias fartas e roupas incríveis.
Então, seguindo por aquela lógica, o espelho também poderia ser mais um detalhe ignorado por séculos de lendas humanas. Um objeto maligno que estaria ali por algum motivo — talvez por motivo nenhum —, que, por sua própria natureza, exibia coisas horrorosas, e não uma verdade apavorante invisível aos olhos.
Certo?
Mas a curiosidade que residia dentro dele não deixou isso passar tão fácil.
— Por que há um espelho assim num lugar como o Reino dos Sonhos?
— A biblioteca abriga muitos tesouros, objetos preciosos ou encantados de diversos locais, tempos e realidades. Há todo tipo de coisa lá. — Mitam balançou a mão despreocupadamente e sorriu. — Porém, para evitar sustos, pedirei ao Taehyung que guarde o espelho. Assim, quando você voltar à biblioteca, não precisará se preocupar com borboletas ou imagens estranhas.
— Ah, obrigado...
Ele tomou coragem para beber um pouco mais do chá. Mitam, com seus trejeitos doces e amigáveis, o deixou mais relaxado e um pouco menos paranoico com o que tinha visto mais cedo.
Fazia sentido a história do espelho contada pela imortal, também era possível que sua descrença irredutível estivesse aumentando todas as desconfianças que tinha para com aquele lugar. Jeon Jungkook poderia estar certo quando falou a ele para dar uma chance e se divertir com aquela nova vida, no fim das contas.
Voltar à Terra agora era impossível, então só lhe restava tentar...
— Vejo que está muito cansado, Kim Seokjin. Seus olhos estão distantes e pesados. Sinto muito por ter lhe chamado para uma conversa agora. Você já pode voltar para o quarto e dormir — murmurou Mitam, reunindo a louça usada sobre uma bandeja de madeira.
— Então, com licença.
Seokjin levantou-se da poltrona, fez um movimento de despedida com a cabeça e caminhou em direção à saída.
Se simplesmente tivesse atravessado o portal aberto e andado para longe dos aposentos de Mitam, poderia ter continuado calmo e com aqueles novos pensamentos sobre confiança em sua mente. No entanto, alguma coisa o fez olhar para trás, talvez seu senso de educação o forçando a oferecer um adeus rente à porta de saída.
E quando ele olhou, foi como se estivesse vendo mais uma vez a imagem refletida no espelho da biblioteca, mudando apenas o formato do lugar, pois aquele continuava sendo o quarto de Mitam.
Era como se a própria morte tivesse se enraizado ali. As paredes de madeiras estavam podres, jorrando líquidos avermelhados e gosmentos, como fazia a carne putrefata. As poltronas, antes confortáveis e rechonchudas, eram duas carcaças que há muito haviam secado e que agora só lhes restavam os ossos. A mesa, um inseto gigante sem vida. E Mitam...
Mitam ainda era Mitam, mas diferente, com um sorriso cruel que lhe cortava metade do rosto, indo de orelha à orelha, e com olhos estreitos e grandes demais. Perturbadores demais.
Não havia espelho dessa vez, era apenas o olhar dele. A razão dele. E Seokjin tinha certeza de que estava em sua total sobriedade, pois seus sentidos continuavam ali, e cada partícula dele gritava para que fugisse.
Quando piscou, o garoto saiu do transe e tudo sumiu.
Os aposentos de Mitam voltaram ao "normal", tudo rústico e bonitinho demais, como uma máscara perfeitamente esculpida para enganar olhos inocentes.
Mas dessa vez ele não seria tão ingênuo, mesmo que estivesse aterrorizado ao núcleo.
— Há algum problema, jovem Kim? — perguntou a imortal.
Se hesitasse demais, ele poderia revelar o terror que sentia.
— Não, eu apenas, hm, queria dizer boa noite para você — explicou. Por um milagre, não gaguejou.
Mitam achou aquilo engraçado. Sua risada meiga fez o estômago de Seokjin se revirar.
— Sempre haverá noite aqui, então sempre estará desejando boa noite. Porém, é gentil de sua parte. Boa noite, querido.
O garoto girou o corpo e saiu porta afora, depois seguiu pelo caminho de lajotas iluminado com a luz da floresta. Andou apressadamente enquanto desabotoava o colarinho da camisa e afrouxava a gravata de borboleta. Sua garganta estava seca, seu coração batia como se houvesse uma besta atrás dele.
Se bem que, de fato, havia.
Quase gritou de terror quando escutou o bater de asas ao seu lado e viu a figura de Taehyung pisar silenciosamente no chão.
— O chá de Mitam estava doce demais? — perguntou o imortal com um meio sorriso nos lábios, mas o seu olhar continha uma indagação diferente.
— Na-não.
— Quer que eu te leve até a varanda de seu quarto? Vai lhe poupar de uma caminhada um pouco longa, e de alguns lances de escada.
— Não. — Seokjin apressou o passo para longe de Taehyung. A imagem do espelho retornou à sua mente como um maremoto.
O filho de Morpheus exibiu um leve semblante de irritação e encarou sobre o ombro alguma coisa ao seu redor. Algo provavelmente invisível, assim como todas as monstruosidades vistas pelo humano.
Numa atitude insistente, ele acompanhou Seokjin e segurou sua mão. Antes que o rapaz tentasse afastá-lo, Taehyung lhe exibiu um sorriso terno e disse:
— Eu deveria ter lhe mostrado a biblioteca antes de qualquer outro lugar, Seokjin.
A falsidade dele era óbvia para o humano, isso o deixou não apenas atordoado, como também enraivecido. Não iriam enganá-lo de novo, não sucumbiria aos joguinhos daquelas... coisas, mesmo que isso lhe custasse um preço bem alto.
— Iria me mostrar a biblioteca para esconder o esp— Um impulso nervoso o impediu de lembrar da possibilidade de estar sendo observado por Mitam e do fato de Taehyung fazer parte de toda aquela grande e assustadora manobra de enganação.
Por isso, ele não iria parar até falar a última palavra, se o imortal com asas não o tivesse calado com um beijo.
O beijo durou mais alguns segundos do que o necessário, e foi melhor do que Seokjin poderia assumir. Ele ainda tremia de raiva e medo quando Taehyung afastou os lábios sutilmente e murmurou:
— Pelo bem de sua alma, atue comigo.
"Pelo bem de sua alma, jogue este jogo comigo", era o que o imortal parecia dizer.
Aparentemente, sua intenção era enganar, fingir que os dois estavam num conflito amoroso e tendo uma conversa romântica. Mas fingir para quem? Para olhos invisíveis? Para provar a Mitam e a Morpheus que tudo corria bem?
Mitam e Taehyung não estavam do mesmo lado? Pela forma como as íris cinza-arroxeadas encararam o garoto, intensas e quase desesperadas, suplicando por uma cooperação, eles não pareciam estar.
Seokjin então atuou:
— Na biblioteca há livros de... aventura?
O semblante do imortal suavizou-se.
— Há milhares. Centenas de milhares de livros de aventura.
— Então eu quero voltar lá e quero que você me conte as histórias desses livros. — Os dentes do humano quase trincaram, deixando claro seu verdadeiro objetivo ao proferir o desejo.
Uma sombra escureceu o rosto de Taehyung.
— Vou levá-lo após as primeiras refeições.
— Ótimo. Boa noite. — Após girar o corpo, o humano caminhou rapidamente em direção às torres de vidro.
— Tem certeza de que não quer que eu lhe poupe da caminhada? — Escutou o imortal dizer.
— Quero ir sozinho, obrigado.
— Você nunca estará sozinho em Morpheus. Lembre-se disso. — Taehyung ria enquanto falava, mas Seokjin em algum momento tinha aprendido a reconhecer os sorrisos mentirosos formados pelo rosto perfeito dele.
Aquilo era um aviso. Aonde quer que o rapaz fosse, haveria algo à espreita, observando, monitorando.
Ele estava num tipo de inferno e não sabia como poderia escapar.
✥✥✥✥
Assim que chegou à torre de vidro onde ficavam localizados os aposentos dos humanos, o rapaz procurou saber qual era o quarto de Jeon Jungkook.
Ainda que tivesse noção de que era monitorado, ele insistiu em visitar o melhor amigo. Uma passagem rápida no quarto dele não levantaria suspeitas de verdade. Seokjin só queria ver se Jungkook estava bem.
Quando encontrou os aposentos do outro humano, ele tomou o terceiro grande susto da noite. Cobrindo toda a superfície do cômodo, como um véu de olhos, anteninhas retorcidas e asas com membranas vermelhas, jazia uma comunidade interminável de mariposas. Elas envolviam inclusive Jungkook, que dormia despreocupadamente em sua cama. Enrolavam-se nele como um casulo, como sanguessugas presas numa bolsa de sangue.
Os olhos dos pequenos insetos brilharam para Seokjin. Um chiado agoniante ecoou no ar.
No segundo seguinte, tudo sumiu, tal qual um pesadelo momentâneo.
O quarto agora era um espaço amplo e bastante agradável, com a parede de vidro reluzindo em tons azuis, e um armário, uma cama e uma banheira semelhantes aos que havia no quarto de Seokjin.
O rapaz se aproximou do amigo adormecido e se sentou ao lado dele. Analisou todas as áreas de seu corpo que não eram cobertas pelos lençóis e pelo pijama sedoso — algo que Jungkook não tivera muito acesso durante sua vida na Terra — para encontrar alguma mancha estranha, uma marca da visita das mariposas. Nada encontrou.
Seokjin suspirou fundo e abriu e fechou as mãos trêmulas.
Ele sentiu raiva e pavor quando se deu conta de toda mentira que o envolvia, mas agora era ódio o que fervilhava em seu corpo. Ódio por terem enganado mentes ingênuas e esperançosas como as de Jeon Jungkook, as quais viam em Morpheus a realização de todos os seus sonhos. Ódio por saber que, quando contasse ao amigo o que descobrira, ele ficaria arrasado e talvez entraria em negação profunda.
Ódio.
E foi com esse sentimento que ele voltou ao quarto no topo da torre.
Não sabia o que Morpheus pretendia fazer com eles, mas o rapaz não lhes facilitaria as coisas.
E ele começaria com Taehyung.
✥✥✥✥✥
#FilhosDeMorpheus
Não se esqueça de ⭐VOTAR⭐, obrigada!
Capítulo passado, nas notas finais, prometi que neste haveria a cena do baile que irá acontecer. Por causa do tamanho padrão dos capítulos de Morpheus, e por causa do pouco tempo que venho tendo para escrever, decidi adiar para o próximo. Faz mais sentido assim do que apressar tudo.
E então? Já sacaram muitas coisas, não é? Mitam fofa e gentil na verdade é uma criatura sinistra, assim como todo o resto, e isso consequentemente inclui Taehyung e Jimin. Mas eles dois são monstros de verdade? O beijo e as atitudes do nosso "homem alado" não indicam alguma coisa? Digam-me o que acham nos comentários ^^
Pelo andar da carruagem, acho que estamos perto do fim. Eu não tinha todos os capítulos prontos antes de iniciar as postagens de Morpheus, e aqueles que já haviam sido escritos acabaram. Agora para seguir com a frequência quinzenal de att até o último capítulo:
Estarei PAUSANDO AS ATTS POR TEMPO INDETERMINADO (pretendo escrever os últimos capítulos antes de retornar)
Obrigada pela leitura de vocês e pelos comentários divertidos. Estou amando ler os sustos, as teorias, vocês são muito inteligentes, sério!
Até logo💜
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