A Melhor Entre Os Melhores
ᨖ 𝐄𝐯𝐚 𝐒𝐢𝐧𝐜𝐥𝐚𝐢𝐫 ᨖ
A corrida até era acirrada, não posso discordar. O som dos motores rugindo ecoava pela sala. Mas quer saber? Eu sou a melhor!
Bree tentou manter o meu ritmo, mas eu simplesmente sou imparável. A melhor entre os melhores. Minha concentração era total, minha mente em perfeita sintonia com o controle.
— Quanto narcisismo. – Edward observou rindo, do outro lado da sala. Apenas o ignorei, com os olhos fixos na tela da televisão.
O carro de Bree ameaçou sair na frente, mas eu bati contra o ela, fazendo a própria perder o controle e sair da pista. Já estava perto demais da linha de chegada, então minha vitória foi garantida.
— Toma essa! – fiz uma dancinha de comemoração, sorrindo triunfante.
— Você roubou! – a mais nova acusou, emburrada, enquanto cruzava os braços sobre o peito.
— Chora mais, chora! – provoquei, divertindo-me com a reação dela. Meu sorriso de vitória era evidente. Eu adorava provocar Bree, mesmo que ela estivesse emburrada com a derrota.
O cheiro de cachorro invadiu a casa, fazendo-me rolar os olhos. Dessa vez, estava mais forte. Quando olhei para trás, vi Jacob acompanhado de mais dois quileutes. Imediatamente ergui uma sobrancelha com a chegada da matilha.
— Quem abriu a porta do canil? – indaguei, desdenhosa. Bree me deu um beliscão no braço e depois se levantou e correu em direção aos quileutes. Enquanto isso, Emmett ocupava seu lugar no jogo.
— Seth! – ela cumprimentou o cachorro menor, muito alegrinha. Ele sorriu para Bree antes de começarem a se distrair em seu próprio mundinho.
— Credo... – resmunguei, ouvindo Emmett gargalhar ao meu lado.
— Vai, vai! É minha vez de chutar sua bunda. – o grandalhão me apressou aos empurrões, logo depois de ter escolhido seu carro.
— Emmett... – Jasper sibilou, com os olhos estreitos.
— Desculpa, não queria ofender sua namoradinha. – ele debochou, risonho.
Eu e Jasper nos encaramos rapidamente, desviando o olhar tão rápido quanto. Um silêncio constrangedor se apossou entre nós, enquanto Emmett sorria extremamente satisfeito com isso.
Nós dois não somos namorados, somos? Não que eu sinta necessidade de rotular alguma coisa, mas pela primeira vez eu parei para pensar nisso. Eu gosto dele, mas a esse ponto? Não é como se eu estivesse apaixonada ou algo do tipo, não é? Não somos namorados!
— Não somos namorados. – repito, dessa vez voz alta. Algo no meu tom saiu mais frio do que eu planejava, mas eu ignorei essa estranheza. Talvez eu estivesse tentando convencer a mim mesma.
Jasper fechou a cara, parecendo contrariado com minha resposta. Minha atitude imediata foi desviar o olhar, constrangida. Desejei ter o poder de Edward agora só para saber o que ele estava pensando.
— Vocês são mais lerdos que Bella e Edward. – o grandalhão zombou, pouco se importando com o clima ambíguo que havia criado.
— Tá, que seja. – resmunguei, iniciando a partida, tentando afastar meus pensamentos confusos sobre Jasper.
Enquanto jogávamos, minha mente voltou a divagar. Eu gosto de Jasper, não consigo me imaginar sem ele. Mas isso é paixão mesmo? Eu não sei, nunca me apaixonei para saber. Gostaria de namorá-lo? Acho que sim. Estamos praticamente fazendo isso já, mas não sei como ele se sente em relação a isso. Seria mais fácil se ele fosse cara de pau e me dissesse diretamente. Por que homens são lesados assim? Eu deveria namorar uma mulher ou…
Interrompo meus próprios pensamentos quando vejo meu carro sair da pista. Emmett passou a linha de chegada, levantando os braços em comemoração.
— Quem é o melhor aqui? – se vangloriou, extasiado. Eu joguei meu controle em sua cara, sabendo que não iria machucá-lo, mas minha irritação estava clara.
— Não quero mais jogar.
— Depois eu que sou mau perdedor. – Emmett respondeu, risonho.
Estendi meu dedo médio em sua direção, me levantando logo em seguida. Me sentei no sofá à frente de Isabella, que estava sendo aquecida pelo Jacob. Seria cômico, se não fosse trágico.
— Bells, como anda seu pequeno monstrinho?
— Para… – o cachorro sibilou.
— Quem te chamou, Chewbacca? – brinquei, rindo com a expressão irritada do lobo.
— Tá tudo bem, Jake. – Isabella tentou tranquilizar. — E você, não chame meu filho de monstrinho. – pediu, com o semblante sério, mas pude notar a sombra de um sorriso querendo aparecer. Quando eu a encarei cética, ela acabou cedendo e rindo.
— Eu tenho apelidos piores. – avisei. — Como se sente? – questionei ao vê-la fazendo uma expressão de dor após parar de rir.
— Estou bem. – ela afirma, tentando se sentar no sofá. Quase reviro os olhos com sua mentira descarada. — Eu estou bem, não se preocupe.
— Você precisa ser sincera. – Rosalie diz, aparecendo ao lado do sofá segurando uma tigela. — E precisa comer alguma coisa.
— Tô sem apetite. – a humana reclamou, com esforço.
— Pelo menos tente. Esse bebê precisa de energia. – a loira pediu, mais paciente do que eu jamais havia visto.
Ainda precisava me acostumar com esse novo jeito dela. Ela encarnou o anjo da guarda com Isabella por algum motivo, protegendo a humana a qualquer custo. Acredita que ela está agindo como uma amiguinha? Pois é, nem eu.
Isabella pegou a tigela de sopa requentada, mandando uma colher para dentro com muito esforço. Eu paro de respirar brevemente só para não sentir o cheiro desagradável da comida. Então afundei no sofá, olhando para o teto entediada. Queria sair, caçar ou fazer qualquer outra coisa, mas não podia.
— Por que não podemos sair mesmo? – indaguei, retoricamente. — Ah, lembrei! Porque certos cachorros não sabem manter a boca fechada. – ralhei para Jacob, indignada. — Valeu mesmo.
Vejo o próprio revirar os olhos, se levantando do lado de Isabella.
— Não é minha culpa. – ele se defendeu.
— Claro, tente enganar a si mesmo.
— Se vocês sanguessugas não tivessem vindo para cá, isso nunca teria acontecido. – vociferou, elevando a voz. A esse ponto, eu já estava de pé também. Odiava quando levantavam a voz para mim e não seria um vira-lata sarnento que faria isso.
— Ah claro, como se você tivesse feito alguma coisa de útil até agora. – acusei, entredentes. — O que você fez além de perseguir Isabella e arranjar confusão?
— Fiz mais do que você! – ele ficou à minha frente, me encarando de cima com o rosto quase grudado ao meu.
— Você não vai querer comprar briga comigo, cachorro… – rosnei, sem tirar os olhos dos seus.
Em um segundo, todos os presentes já estavam conosco. Jasper e Edward entraram no meio, tentando distanciar eu e Jacob.
— Parem… – Isabella pediu, com a voz fraca.
— Você tá me ameaçando? – o lobo questionou. — O que vai fazer? Me atacar com suas sombrinhas? – riu com escárnio.
— Eu bem que poderia enfiá-las no seu rabo. – rosnei.
— Calma. – Jasper pediu, chamando minha atenção. — Vem, vamos para cima. – entrelaçou sua mão na minha, me puxando consigo. Me deixei ser puxada, sem tirar os olhos de Jacob.
— Na próxima você não escapa. – alertei, ouvindo ele rosnar.
Jasper me tirou dali antes que eu pudesse avançar no lobo, enquanto me puxava pelas escadas.
Odeio cachorros. Pensei, enquanto era puxada pelo loiro até o quarto dele. Me joguei na cama de Jasper assim que entramos no quarto, mal humorada. O loiro ficou em pé, me encarando com um maldito sorrisinho cínico.
— Que foi? – perguntei, impaciente.
— Precisa ficar arranjando briga toda hora? – indagou, risonho.
— Ele quem começou! – me defendi, ficando de bruços na cama, enquanto brincava distraidamente com os meus dedos.
Jasper se abaixou na minha frente, apoiando seus cotovelos na cama, me analisando com os olhos. Seu semblante ficou mais sério. Até um pouco repreensivo, como se estivesse prestes a me dar uma bronca.
— Você precisa parar de arranjar confusão. – pediu. Um sorriso ladino cresceu em meus lábios ao ouvir sua voz mais rouca. — Me ajude a te proteger!
— Não preciso que me proteja! – bufei, querendo rir.
O seu sorriso voltou a crescer, enquanto ele estendia sua mão para tirar uma mecha de cabelo do meu rosto. Eu mordisquei os lábios nervosa, vendo seus olhos se dirigirem para eles. Era engraçado notar esses sinais agora. Me sentia desejada, e isso fazia um bem danado para o meu ego.
— Eu sei que não. – concordou baixinho. — Mas eu preciso proteger você. – enfatizou, se debruçando sobre a ponta da cama. Nossos rostos estavam muito próximos, ao ponto que eu conseguia sentir sua respiração calma no meu rosto.
Os olhos âmbar dele pareciam encarar o fundo da minha alma. Brilhavam tão intensamente quanto tochas incandescentes, esbanjando um brilho dourado encantador. Ele era absolutamente a pessoa mais linda que já vi na minha vida, e eu só tive mais certeza disso quando o vi ali parado na minha mente, com sua pele pálida refletindo os pequenos raios solares que atravessavam a parede de vidro. Meu coração permanecia inerte, mas senti que ele poderia começar a bombardear a qualquer minuto.
Eu estou apaixonada…
Caralho!
— O que é? – o loiro indagou, com o cenho franzido. Eu finalmente parei de encará-lo, voltando a me deitar de costas na cama e olhar para o teto ridiculamente branco do quarto.
Eu não deveria me incomodar com isso, mas...
— Jasper, o que nós dois somos? – questionei, suavemente, sem tirar os olhos do teto.
Senti a mão de Jasper ir para o meu cabelo, me fazendo um afago gostoso ali. Ele ficou em silêncio por um tempo, mas eu esperei por sua resposta, sem pressa. Não era uma intimação, mas eu queria saber se ele levava isso tão a sério quanto eu.
— Do que você está falando? – fez-se de desentendido.
— Você sabe do que estou falando! – acusei, virando meu rosto para ele. — O que nós dois somos?
Olhei seus lábios se pressionando, enquanto ele me olhava apreensivo. Não entendia o porquê da demora, mas não gostava nem um pouco. Ele acha que vou surtar se não sentir o mesmo que eu?
— O que você quer que sejamos? – perguntou. Franzi as sombrancelhas, confusa.
Então desviei o olhar, reunindo coragem. Senti alguns raios solares formigarem sobre minha pele, como se fossem centenas de formigas andando sobre minhas bochechas. Fechei os olhos com a sensação.
— Você sabe o que eu sinto, não vou dizer em voz alta. – afirmei baixinho, tentando inutilmente privar nossa conversa somente para os nossos ouvidos. — Só me diga se sente o mesmo.
— O mesmo o quê? – questionou, me fazendo o encarar com ceticismo. Sabe a minha paciência? Já está acabando.
Jasper se inclinou para perto do meu rosto, deixando um selar no meu maxilar com lentidão e delicadeza, sem parar de acariciar minha cabeça. Senti seus lábios subirem para as minhas orelhas, mordiscando meu lóbulo com cuidado.
— Você sabe… – sussurrou baixinho em meus ouvidos. — Que eu sou completamente apaixonado por você.
A sensação era como se um arrepio percorresse por toda minha espinha, por mais que eu não arrepiasse de fato. Eu coloquei minha mão em sua nuca, deixando um carinho ali antes de puxá-lo para cima da cama e deitá-lo abaixo de mim. Apoiei meu braço em seu peitoral, risonha.
— Então nós somos namorados? – ele questionou, com um sorriso torto.
— Não recebi nenhum pedido oficial ainda! – retruquei. — O cara que eu gosto é um lesado! – acrescentei e ele fingiu estar chocado. Me sentia tão leve quanto uma pluma ao lado dele.
— Ele não sabe o que está perdendo! Me apresente a esse cara, vou trazê-lo de volta para a realidade. – provocou. Seu sorriso contagiante me fez rir mais alto.
Comecei a fazer um carinho em seu ombro, traçando linhas imaginárias com meus dedos enquanto contemplava aquele rosto perfeito.
— Acho que ele é covarde, sabe? Deve estar esperando que eu tome uma atitude.
— Certamente ele não é um cavalheiro.
— Ele só não é um vovô que nem você! – retruquei rindo, enquanto subia no seu colo.
— Ah, é? – desafiou, segurando minha cintura enquanto eu me inclinava em direção ao seu rosto, esfregando nossos narizes em um beijo de esquimó.
— Eu vou ter que pedir eu mesma. – ameacei, risonha.
Jasper empurrou levemente meus ombros, me encarando sério, mas com um brilho divertido em seu olhar.
— Não se atreva! – ordenou.
— Jasper Hale, namora com… – ele cobriu minha boca, me empurrando contra o colchão e ficando por cima de mim.
— Para! – me olhou desesperado. — Deixa que eu peço.
Tirei sua mão do meu rosto, rindo alto.
— Vai, Jazz, namora comi… – ele me interrompeu novamente, chocando nossos lábios.
Aproveitei a sensação de sentir sua boca se encaixando contra a minha com maestria, enquanto abraçava sua nuca o puxando ainda mais contra mim. Seus lábios eram a coisa mais viciante que eu já havia experimentado na vida, e eu desconfiava que ele retribuía esse sentimento. Quando nos separamos, vi seus olhos brilhantes como nunca, como se ele olhasse para o maior tesouro da sua vida. Meu estômago borbulhou de excitação.
— Namore comigo, senhorita. – ele pediu, com um sorriso encantador.
— Não sei, me dê um tempo. – mordisquei os lábios, fingindo pensar. A maturidade era um objeto de desejo para mim, mas parecia inalcançável no momento.
Senti uma onda de humor me atingir abruptamente, perante o olhar cético de Jasper, então arregalei os olhos, premeditando o que ele iria fazer. A próxima sensação que veio era como se milhares de penas fizessem cócegas em todo meu corpo. Comecei a me debater, rindo descontroladamente.
— Para, Jazz. P-Para! – gaguejei com dificuldade por causa da risada. Jasper mordiscava meu pescoço sem força, me prendendo contra a cama, enquanto eu me contorcia tentando me livrar de suas garras, sem sucesso em controlar o riso. — JASPER! – chamei, gargalhando.
— Diga logo! – ele mandou, rindo da minha comoção.
Mesmo sem necessidade de respirar, eu comecei a sentir falta do ar no meio daquilo. Sabia que era obra de seu dom. Minha barriga começava a querer doer, mas eu não conseguia parar de gargalhar.
— T-Tá bom, tá bom, eu a-aceito! – cedi, com dificuldade para falar.
Pude sentir a sensação se dissipando aos poucos, enquanto eu puxava o ar com vontade, me recuperando da tortura. Soquei seu ombro assim que me senti 100% recuperada.
— Isso é manipulação, sabia? – indaguei, fingindo fúria.
— Na verdade, não. – respondeu risonho, me roubando um selinho.
— Eu sabia que isso aconteceria! – ouvi Alice afirmar. Quando olhei em direção a sua voz, a própria surgiu na porta do quarto dando pulinhos entusiasmados.
Jasper agarrou o travesseiro atrás de mim e o arremessou contra a baixinha, que saiu correndo antes que o objeto a atingisse. Vi o travesseiro se reduzir a penas quando atingiu a parede. O loiro voltou a me olhar, com um sorriso gigante no rosto. Ele parecia radiante, e eu duvidava que estava diferente dele.
Naquele momento, enquanto o sol se punha no horizonte, colorindo o céu com tons alaranjados e dourados, eu me senti verdadeiramente completa. Então, eu o puxei, selando nossos lábios novamente.
Não esquece de votar e comentar, hein? 👀
Notas:
Achei esse capítulo fofinho, e vocês?
Me permitam dizer, finalmente eles estão namorando! Demorou, mas foi. Agora só falta o casamento 😏😏 (é uma piada maldosa, talvez vocês só entendam daqui alguns capítulos KKKKKK)
Já leram Hide N Seek no meu perfil? 👀
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