Treze anos depois...

Ellie olhava o mar cada vez mais agitado a sua frente, as ondas fortes e agressivas molhava seus pés descalços. A ponte de madeida parecia instável com as ondas, e apesar da sensação grande sensação de medo, não conseguia recuar.

Sentia como se algo a puxasse cada vez mais para a beira da ponte, a água fria sob seus pés os deixavam levemente dormentes e o vento parecia sussurrar em seu ouvido incentivos para prosseguir. E após mais alguns passos, ela caiu, sendo engolida pelo mar revolto...

E então seus olhos se abriram, estava deitada em sua cama com a respiração ofegante. Conseguia ouvir seu coração batendo fortemente no peito, não era a primeira vez que sonhava com isso. Na verdade, vinha sonhando com isso desde o enterro de sua mãe. A terapeuta dizia que isso tinha a ver com o trauma da jovem em relação à morte mãe. Mas no fundo, algo a dizia que não...

Logo ouviu o toque irritante do celular, Ellie o pegou sabendo quem era apenas pelo som personalizado que indicava que sua amiga ( e até então única ) estava a ligando.

– Lys, espero que você tenha um bom motivo para me ligar de manhã cedo. – Disse se levantando da cama e caminhando em direção ao banheiro.

Ouviu a risada da amiga do outro lado da linha e revirou os olhos,deixando o celular no alto falante apoiado sobre a pia enquanto se despia para entrar no chuveiro.

— Bom dia! Amiga linda, estou muito bem e você? Obrigada por pergunrar. — Respondeu de forma sarcástica. Ellie podia jurar que ela estava revirando os olhos nesse exato momento. — Estou te ligando pois já são  onze horas. Você prometeu que viria aqui em casa tomar café antes de irmão ao shopping, já que sua tia está no trabalho ainda.

Ellie franziu o cenho enquanto se esticava para olhar a tela do celular. Não tinha noção do quão tarde havia acordado.

– Desculpa, Lys. Não ouvi o despertador, vou só tomar um banho rapidinho e me ajeitar aqui, em vinte minutos to aí. — Disse, e depois de trocar mais algumas palavras com a amiga, encerrou a ligação.

Alguns minutos depois, Ellie estava em frente à casa da família Orsini, não era muito do longe do apartamento que morava com a tia. A casa é localizada em uma área nobre. Era em um estilo moderno, com tons em cinza claro e escuro.

Antes que pudesse tocar o interfone da casa o portão automático se abriu, lhe dando a visão de uma Lyssandra super sorridente.

– Finalmente você chegou! – Abraçou a amiga de forma rápida e logo em seguida segurou em sua mão, a puxando para dentro da casa. – Não aguentava mais ficar sozinha, Lilah dormiu fora ontem e me deixou aqui.

– Eu vim aqui ontem, Lys. – Disse enquanto tentava acompanhar seus passos.

Assim que chegaram à cozinha, ambas se sentaram e logo começaram a comer.

– Eu sei, mas ainda sim fiquei sozinha durante a noite. – Deu de ombros. – Você vai a festa comigo, ok? Sua tia deixou.

O olhar de Ellie rapidamente foi em direção à sua amiga.

–Primeiro, eu disse que talvez iria. Segundo, eu não trouxe roupa. Terceiro, a última vez que fomos em uma festa, a sua irmã te deu um esporro gigante por você ter vomitado no carro dela. E Delilah me dá medo. – Levanta os dedos em cada número.

– Primeiro, você vai porque disse que iria aproveitar as férias e essa é uma oportunidade. Segundo, vestimos o mesmo número. Terceiro, ela só reclamou por conta do banco. – Abaixou os dedos da amiga em cada frase. – Isso porque você ainda não conheceu Morgana, Lilah é um amor comparada a ela...

– Certo, e eu escolho nossas roupas. – Lys bufou e cruzou os braços enquanto Ellie lhe dava a língua em um gesto super infantil. – Você quase nunca fala dela, sabia?

–Ah! Não tem muito o que falar, apesar de ser rígida, é uma boa irmã. – Deu de ombros desviando o olhar. – Mas e então, pronta para arrasar mais tarde?

–Por mais que você tenha me obrigado a ir, estou sim. – Sorriu animada. – Mal posso esperar...