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24 Descontrole

ATENÇÃO!!!⚠️

ALERTA GATILHO! ⚠️

Este capítulo contém cenas de violência, agressão física e verbal.
Se você é sensível a esse tipo de conteúdo, peço encarecidamente que pule este capítulo.
Obrigada!


🌻

Joseline e Afonso passaram uma semana no Rio de Janeiro. Uma semana de passeios dos quais ela jamais imaginou fazer na vida.

Sua ideia de lua de mel com Maurício era passarem uns dias no sítio da avó, tomando banho no lago e passeando pela mata.

Mas aquilo ali era diferente. Andavam em um carro muito bonito que Afonso havia alugado e hospedaram-se num hotel que, ao seu ver, mais parecia um palácio. Tudo ao seu redor transpirava luxo, riqueza e poder.

Certa vez, apenas se deteve um segundo ao olhar para um vestido na vitrine de uma loja e Afonso a fez entrar e comprar não apenas aquele, mas vários vestidos. Em três dias, sua mala estava lotada de roupas e sapatos novos e muito, muito caros.

Ela não estava acostumada a nada daquilo. Estava acostumada a ter que economizar durante meses para comprar uma roupa nova, isso se não aparecesse algum gasto na família de emergência.

- Tudo o que você quiser, é só me pedir - foi o que disse Afonso, quando ela comentou se tudo aquilo não era " um pouco demais ". - Eu quero que você tenha tudo o que sempre sonhou, Joseline. Tudo.

Ela se virou, deixando seu olhar alcançar o mar há alguns poucos quilômetros de distância.

Tudo o que sempre sonhou não tinha nada a ver com aquilo.




🌻

Afonso fazia todas as vontades de Joseline. A bem da verdade, ele inventava as vontades dela, já que a própria não expressava desejo de coisa alguma.

Era um verdadeiro gentleman, um cavalheiro apaixonado. Abria a porta do carro para ela, estava sempre aparecendo com um presente e não a deixava sozinha em nenhum momento.

No entanto, o que era para fazê-la se sentir bem e segura, apenas a deixava sufocada e desconfortável.

- Ei, querida! Que tal uma foto? Vai, eu tiro pra você! - Ele exclamou, animado, sacando a máquina fotográfica da pochete.

Estavam no alto do Morro do Corcovado, conhecendo o Cristo Redentor.

Joseline ia recusar. Mas era tudo tão lindo, uma paisagem extraordinariamente encantadora, que decidiu e foi. Havia mais alguns turistas por ali e ela se encorajou.

- Sorria - incentivou Afonso.

Ela sorriu, um pouco tímida e o vento balançou seu cabelo.

- " Sorria, meu bem, sorria..."

Um homem que passava por ali, sozinho, começou a cantarolar. Ele olhava na direção de Joseline, que olhava para a câmera, ainda.

Afonso o encarou, abaixando a câmera.

O homem nem se importou com a fuzilada do olhar de Afonso e seguiu seu caminho, ainda cantando.

- " ... Da infelicidade que você procurou. Sorria, meu bem, sorria... "

- Para de sorrir, Joseline! - Gritou Afonso, guardando a câmera. Seu rosto estava trancado, não havia mais aquela animação. - Vem, vamos descer.

Joseline desfez a pose para a foto, confusa.

- Você estava sorrindo pra ele?

- Ele quem?

- Não se faça de desentendida, estou falando do imbecil que estava cantando.

- Não, eu estava sorrindo porque você me pediu.

Afonso a olhou. A desconfiança nos olhos dele a deixaram fraca, de repente. Parecia minar suas forças.

- Não quero saber de você dando trela pra homem, entendeu?

- Mas eu não estava...

- É bom, mesmo.

Ele se aproximou dela, num abraço sufocante.

- Você é minha mulher agora. Tudo de bom que você tiver pra oferecer, tem que ser pra mim. Incluindo seu sorriso. Entendeu?

Ela fez que sim, sufocada naquele abraço e encarou o Cristo ali, de braços abertos. Sentia-se tão sozinha e desamparada, de repente.

" O Senhor podia me livrar desta. Acho que já paguei o suficiente pelo que fiz. "

E então se tocou de que estava apenas diante de uma estátua.

🌻

Laisa abriu a porta, com a ansiedade a mil. Maurício estava ali.

Ele realmente havia ido. Isso deveria significar alguma coisa.

- Boa noite.

- Boa noite, Maurício. Entra.

Ele entrou. Observou a sala arrumada, a mesa posta, forrada com uma toalha branca rendada e um jarro de flores.

- Sua mãe é caprichosa - comentou, se virando. - Cadê ela?

- Ah, ela teve que sair. Teve de encontrar uma amiga.

Maurício franziu a testa.

- Mas você disse que ela tinha me convidado para jantar.

- Sim, foi uma saída de última hora. Mas eu estou aqui. Vamos jantar juntos. Podemos...

- Não, Laisa. Não sei o que você pretende, mas não. Já fui claro sobre isso com você.

Ele caminhou de volta até a porta.

- Eu vou embora.

- Não! Por favor, Maurício, fica - ela tocou seu braço. - Eu não quero que a minha mãe chegue e veja toda essa comida que ela preparou intocada. Por favor. Ela vai ficar muito magoada.

Maurício suspirou. Já que estava ali...

- Tudo bem, pela sua mãe.

Laisa o fez se sentar à mesa e serviu o jantar para os dois. No fim das contas, a conversa fluiu naturalmente enquanto comiam e Maurício se pegou rindo em algum momento das histórias de Laisa.

Ultimamente havia contraído certa antipatia por ela, mas não podia esquecer dos momentos divertidos que tiveram como amigos. Ele, Joseline e Laisa haviam sido um belo trio de amigos, até tudo desmoronar.

Pensar em Joseline o fez entristecer. E de repente, não tinha sentido nenhum estar ali.

Ou talvez tivesse, sim. Laisa estava sendo gentil e descontraída, sem tocar em assuntos desagradáveis, nem fazendo perguntas que ele não queria responder.

- E então? Não foi tão ruim assim, né? - Ela perguntou, quando ele disse que estava na hora de ir.

Maurício riu.

- Não, não foi. Aliás, o jantar estava uma delícia, agradece sua mãe por mim. E obrigada você, também. Acho que eu estava precisando relaxar um pouco, mesmo.

- E eu precisava de você aqui comigo. Esse jantar, Maurício... Tudo isso significa tanto pra mim.

Como sempre, num rompante, ela o abraçou, no meio da sala.

Maurício se retesou.

- Laisa...

- Eu te amo, Maurício - murmurou, agarrada à ele, como se temesse que ele fosse fugir, a qualquer momento. - Eu te amo.

- Não diga bobagens.

Laisa o olhou, parecia aflita. Queria que ele enxergasse o quanto estava sendo sincera ao se declarar.

- Você pode não acreditar, mas é verdade.

Mansamente, ela encostou seus lábios aos dele. Fechou os olhos, já esperando ser repelida, mas ele não se afastou. Então, começou a beijá-lo. Maurício era quente e tinha lábios deliciosamente carnudos. Laisa teve seu momento utópico quando ele, movido a sabe se lá qual desejo (e para ela não importava qual) correspondeu ao beijo, tomando-a em seus braços.

Não durou muito tempo. Quando Laisa pensou que poderiam ir muito mais além, ele parou. Não a empurrou, como da primeira vez. Mas se afastou, dando alguns passos para trás.

- Maurício - disse, com medo e alegria ao mesmo tempo. - Nós podemos dar certo, juntos. Vamos tentar. Você está livre, agora.

Ele negou, balançando a cabeça.

- Não, Laisa. Não se iluda com esse beijo. Eu deixei rolar, mas não sinto nada por você. Por favor, não force a situação.

Ela sentiu sua garganta travar.

- Desculpa - ele tocou o ombro dela e então, abriu a porta da sala e saiu.

🌻

A lua de mel de Afonso e Joseline durou uma semana e, ao cabo desses dias, retornaram ao Tocantins.

Joseline não pôde deixar de pensar que agora sim, começava sua vida com Afonso. Estava casada, atrelada à ele e não via meios de se livrar disso. Não tinha forças para tomar qualquer atitude.

- Que bom que está de volta, Joseline - disse Abe.

Estavam na cozinha, na manhã em que chegaram. Albertina os recebera com um café da manhã reforçado, e, após comerem, ela permanecera ali, enquanto Afonso subira para se aprontar para o trabalho.

- Eu senti sua falta, Abe - confessou a moça.

- Eu é que senti falta de vocês! Essa casa enorme, eu aqui praticamente sozinha.

- Você nunca vai pra casa, Abe? Dorme sempre aqui?

- Eu moro aqui, menina.

Joseline não queria ser indelicada, mas tinha curiosidade em saber se a governanta não teria família e porque estava sempre disponível para Afonso. Mas deixaria para perguntar depois.

- Me conta. Como foi a lua de mel? Para onde ele te levou?

Joseline deu de ombros.

- Ah, sabe como é. Não é como se eu amasse o Afonso, então não foi a lua de mel dos sonhos. Mas foi legal, ele me levou para um lugar lindo, o Rio de Janeiro...

Ouviram um pigarro e então, o próprio Afonso entrou na cozinha.

As duas mulheres congelaram. Era óbvio que ele havia ouvido o que Joseline dissera, pela forma como olhava para ela. Os olhos vidrados, a boca cerrada, o olhar que parecia ameaçador.

- Pode me deixar à sós com a minha esposa um momento, Abe?

Abe olhou para Joseline rapidamente, que engoliu em seco.

" Você não deveria ter dito isso"  era o que seu olhar de alerta parecia pronunciar.

É claro que não devia, Joseline sabia. Mas agora, era tarde demais.

Ela permaneceu ali parada, sem coragem de olhar para ele. Mas Afonso apenas abriu a geladeira para pegar água e depois, abriu o armário para pegar um copo.

- Pensei que você estivesse feliz por estar casada comigo - ele a olhou.

- E-eu estou. Mas é que...

- Já sei, já sei. Tudo é muito novo e isso não era o que você sonhava. Você queria mesmo era ter ficado com o pé rapado do seu ex noivo.

Afonso se aproximou de Joseline.

- Mas aqui estou eu, te oferecendo uma vida de princesa e você ainda diz que não me ama?

- É que o amor não é algo que se possa comprar com dinheiro ou, ou... com presentes, roupas, sapatos...

Joseline disse isso com o coração prestes a sair pela boca e as mãos trêmulas.

Afonso riu, baixo. Parecia um riso de escárnio. Depois a encarou, sério.

- Eu não quero você por aí desfazendo de mim, principalmente para os empregados.

- Eu não estava desfazendo de você, Afonso, eu só...

- Estava sim! - Num ímpeto, ele ergueu o copo, furioso, contra ela.

A água gelada bateu no rosto de Joseline e ela fechou os olhos, em reflexo. Assustada, cambaleou para trás e sua respiração tornou-se irregular.

Logo, suas lágrimas se misturavam com o líquido gélido. Simplesmente não conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer. Ele jogara a água no rosto dela de propósito?

Afonso também respirava pesadamente, porém, ao vê-la tão assustada, se aproximou. Alcançou o pano de prato mais próximo e enxugou o rosto da moça.

Depois, a abraçou.

- Me desculpa, meu amor. Eu não quis fazer isso, não quis te assustar. Foi só um momento de descontrole. Me perdoa, sim?

Joseline estava outra vez sufocada no abraço dele.

- Ei - Afonso segurou o rosto dela e beijou-a. - Calma. Está tudo bem, não foi nada. Tudo bem...

Ela respirou fundo. E foi outra vez sufocada pelo abraço de Afonso, que murmurava pedidos de desculpa intermináveis.

🌻

Depois desse episódio, Joseline tornou-se cautelosa com o que falava perto de Afonso. Até mesmo quando ele não estava por perto, ela sempre ficava tensa, ao pensar que ele poderia chegar a qualquer momento.

Estava sempre pisando em ovos para falar e tinha medo de que qualquer coisa que dissesse, desencadeasse alguma reação negativa nele.

Certo dia, após algumas semanas de casados, Afonso chegou às cinco da tarde, trazendo uma bonita sacola de papel para ela.

- Presente pra você. É pra você usar hoje.

Ela abriu a sacola. O conteúdo era um belo vestido vermelho longo, de delicadas alças, e um colar dourado, com um J desenhado no centro.

- Hoje? O que tem hoje? - Ela perguntou.

- Um jantar muito importante. Quero te apresentar a mais alguns conhecidos meus.

Afonso ergueu uma sobrancelha, ao vê-la analisando o vestido, parecendo indecisa.

- O que foi? Não gostou?

- Sim, gostei. Claro.

- Então agradece.

- Obrigada - ela abaixou a cabeça.

- Não tem de quê, meu amor. Quero você linda hoje à noite. Quero que todos vejam a mulher maravilhosa com quem me casei. Vai se arrumar. Vamos sair de casa às seis e meia.

E Joseline obedeceu.

🌻

Joseline estava esperando que o jantar fosse em mais um daqueles restaurantes chiques, onde ela se sentia mais deslocada que qualquer coisa. Embora Afonso sempre tentasse ensinar à ela como usar cada talher e como se portar adequadamente, ela sempre sentia como se estivesse em um lugar onde não lhe cabia. Era difícil.

No entanto, naquela noite, Afonso parou o carro em frente à um prédio, no centro da cidade. Era um edifício de vinte andares, e ele lhe comunicou que o jantar seria no último andar, na cobertura.

Joseline sentiu sua mão suar, enquanto saíam do carro. Era a primeira vez que ia de fato à casa de um dos amigos de Afonso e por um momento, se perguntou se não seria melhor ter ido ao restaurante.

Afonso deu-lhe um beijo no rosto enquanto saíam do elevador e ela tentou fingir que não estava nervosa.

A porta do apartamento foi aberta por um homem na casa dos trinta anos, de cabelos pretos e um rosto que exibia um sorriso receptivo. Era agradável olhar para ele e Joseline se simpatizou imediatamente.

- Olá! Mas que prazer receber vocês aqui - disse ele, primeiro apertando a mão de Afonso e o abraçando. Em seguida, a olhou e o sorriso se tornou ainda mais agradável.

- E você...

- Esta é a minha esposa, Joseline - adiantou-se Afonso. - Querida, este é Marcos, nosso anfitrião e também, o grande responsável por manter a Moreau nos eixos.

- Ah, quê isso, Afonso! Eu só faço umas continhas. Você que é o grande cabeça da coisa toda.

Ele se virou para Joseline e beijou o dorso de sua mão, de forma elegante.

- Muito prazer, Joseline. É muito bom conhecer você. Seja bem vinda e fique à vontade.

Ela agradeceu e então entraram no apartamento. Este, era grande e decorado com minimalismo em cores neutras.

Os demais convidados do jantar - um casal e outros dois homens - foram apresentados à Joseline e vice versa. No fim das contas, todos a fizeram se sentir confortável, sem perguntas ou insinuações maldosas em relação à sua idade e ao casamento com Afonso, como fizera a esposa de Praxes.

Joseline tinha a impressão, pela forma como todos ali olhavam para Afonso, que jamais ousariam dizer qualquer coisa, pelo menos não em sua presença. Pareciam respeitá-lo muito. Ou temê-lo.

De todos, o mais falante era Marcos, que não cessava de exibir o sorriso simpático que havia agradado Joseline. Na verdade, observou ela, havia algo a mais nele. Não era só a simpatia, havia um quê de sedutor nele, na forma como falava e ria, sacudindo os ombros de um jeito sutil.

Joseline decidiu desviar os olhos, quando percebeu que estava olhando demais e se concentrou em comer.

Apesar disso, de repente, ela se tornou o centro das atenções e do assunto da conversa. Tudo começou quando, em algum momento, passaram a falar sobre as cores e suas tendências e, quase que de forma unânime, concordaram que vermelho era a cor mais bonita de todas.

- Vermelho é cor de sangue, de paixão, de fogo, de vida. Vermelho aponta para o que está vivo, aceso, respirando... - Marcos era o mais empolgado em falar sobre a cor.

Ele pôs seus olhos sobre Joseline.

- Por exemplo, com todo respeito a vocês dois, que estão casados, esse vestido vermelho simplesmente ficou a perfeição em você, Joseline. Destaca essa sua pele morena jambo, e seus olhos também. Com todo o respeito, é claro - frisou.

- É claro - repetiu Afonso.

- Bom, obrigada. Não é bem a minha cor preferida - disse Joseline. - Eu gosto mais de azul, ou um verde. Mas também gostei desse vestido.

Ela olhou para Afonso ao seu lado, e sorriu. Afinal, havia sido ele quem lhe presenteara com o vestido que estava sendo tão elogiado.

Mas Afonso não estava sorrindo. Ele sequer olhava para ela. Seus olhos estavam em Marcos e pareciam tentar entender alguma coisa.

Os outros presentes tomaram o silêncio de Afonso como uma deixa para mudar de assunto, mas Marcos continuou tecendo elogios à Joseline, sua pele e seu vestido. Ao que ela agradecia, sempre sorrindo, sem jeito e sem graça.

🌻

O silêncio de Afonso durou até depois do jantar e dentro do carro, enquanto voltavam para casa.

Joseline comentava, aliviada, de que não tinha sido tão ruim quanto achou que seria, que pela primeira vez não se sentiu deslocada perto de pessoas tão importantes.

Ele dirigia, silencioso, apenas prestando atenção no trânsito, parecendo não se dar conta da presença dela dentro do carro.

Joseline se incomodou, a certa altura.

- Ei, Afonso! Você tá tão quieto, por que não conversa comigo??

Ele não a olhou. Ela não existia ali. Parecia não estar ali, tamanha a indiferença dele.

Diante do súbito distanciamento do marido, ela foi se calando, ficando quieta, e por fim, adormeceu com a cabeça recostada no banco do carro.

🌻

Joseline foi bruscamente acordada quando sentiu que estava sendo puxada de dentro do carro.

Haviam chegado.

O carro já estava na garagem e Afonso estava de pé, do lado do banco do carona. Sua face estava sombria e ele não dizia nada. Apenas a arrastou do carro até o interior da casa e deste, até o andar superior.

- Afonso, o que está fazendo?? Tá me machucando!! - Ela reclamou, enquanto era arrastada escada acima.

Ele não dizia palavra alguma, mas sua respiração era pesada, forte e audível.

Afonso abriu a porta do quarto onde Joseline dormia antes de se casarem e, com toda a força bruta de suas mãos, a empurrou para dentro.

Joseline foi parar no meio do quarto e o olhou, sem entender.

- Afonso...?

Ele fechou a porta com um pontapé e avançou até ela.

- Vagabunda! - Gritou, com sua voz gutural e o rosto de Joseline foi atingido por sua mão.

Ela mal teve tempo de assimilar o que estava acontecendo e um segundo tapa estalou em sua face, deixando-a tonta.

- Eu disse à você para me respeitar, mas você vive me desobedecendo - disse ele, apontando o dedo para ela, de forma acusadora.

- O quê... O que eu fiz?

- Realmente não sabe? Não faz idéia? Você estava toda sorrisinhos com aquele Marcos. Ele te enchendo de elogios e você adorando cada gracinha!

- Não! Eu apenas agradeci, porque...

- Porque você é uma oferecida, sem vergonha, é isso o que é! Mas você não vai me fazer de palhaço, Joseline, você não vai!

- Para de falar assim! Eu não sou nada disso, apenas sou educada. Só agradeci... - repetiu. Seu rosto ardia e ela queria muito chorar.

- Você acha - Afonso se aproximou novamente e a sacudiu pelos ombros. - Que eu não vi você sorrindo pra ele, arreganhando os dentes como uma sem vergonha?

- Você está me ofendendo, Afonso!

Não era a primeira vez que ouvia esse tipo de acusação, mas dessa vez parecia pior.

- Eu exijo respeito!

- Respeito? - Ele a empurrou e ela caiu sobre a cama. Afonso a puxou de volta pela gola do vestido vermelho. - Você quer respeito? E você, me respeitou? Hein, sua vadia?!! Você me fez de palhaço!

- Não!!!

- Cala a boca! - A mão dele, desta vez fechada, atingiu a barriga dela.

O soco fez Joseline se curvar e arquejar de dor.

Afonso a fez olhar em seus olhos, trazendo-a para perto com um puxão forte em seus cabelos.

- Olha para mim! Você é minha mulher e não quero que olhe para homem nenhum, nem que fale, nem que cumprimente, nada! NADA! Entendeu???

Ela não respondeu, estava chorando.

- Entendeu, porra???

Um novo soco foi desferido, agora no rosto de Joseline. Imediatamente, ela sentiu o gosto metálico de sangue na boca.

- Entendi... - murmurou.

- Ótimo! Agora, você vai ficar aqui, trancada, para refletir sobre o que fez. E procure fazer a coisa certa, da próxima vez. Está de castigo.

Joseline viu quando ele trancou a porta e ouviu seus passos pesados se distanciando pelo corredor.

Deixou-se ficar ali, jogada sobre o carpete.

Gotículas de sangue escorriam de sua boca e ela as observou manchar suas mãos e depois, o chão.

E teve certeza: seu coração, por dentro, sangrava muito mais.


...

Violência contra a mulher é crime. Denuncie. 180.

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