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13 A Última Prova

Mortificada. Essa era a palavra.

Parada ali enquanto o noivo e seus sogros comentavam ingenuamente sobre a generosidade de seu patrão, Joseline se sentia como se tivesse sido convocada oficialmente para ser enforcada, e que não existia a opção: '' não comparecer ''. 

Era um fato: estava literalmente perdida nas mãos de Afonso. Ela queria gritar e chorar e se descabelar. Mas tudo o que podia fazer era olhar o rosto sorridente e emocionado de Maurício, que realmente acreditava que ela tinha o chefe mais gentil e bondoso do mundo, por presenteá-la com móveis caros e bonitos.

- Vejam só como Deus é maravilhoso! Ele prepara as pessoas certas para nos ajudar quando precisamos. Que maravilha, que guarda-roupa lindo!

Pela primeira vez na sua vida Joseline teve ganas de mandar a sogra calar a boca. Nada daquilo era sequer bom, que dirá maravilhoso. 

- Precisamos agradecer o seu chefe pessoalmente, meu amor - Maurício segurou sua mão. A dele suava pelo entusiasmo. A dela, pelo nervosismo.

Joseline não sabia o que dizer, nem mesmo era capaz de olhar para os móveis. Em sua frente, só via aquelas palavras escritas, decretando o quão desafortunada ela era, por estar presa naquela situação. Uma situação que ela mesma escolheu estar.

- Amor? Não está feliz? Você parece aérea... - Maurício a olhou, preocupado.

- Estou... claro que estou - respondeu, sentindo-se idiota por parecer tão óbvia.

Ela começou a estralar os dedos, um a um, enquanto Maurício e sua mãe conversavam ainda mais, animados.

 E então, quando ergueu os olhos, se deparou com os olhos analíticos do sogro, que a encaravam. Para ela, aquela era a face da desconfiança.





🌻

Depois de um exaustivo expediente de trabalho, Joseline passou no hospital para ver o irmão. Já era o dia seguinte e ela tentava fingir que não sabia o que a esperava dali há algumas horas. Na verdade, planejava inventar alguma desculpa para não ter que se encontrar com Afonso. Simplesmente não suportaria fazer aquilo de novo com Maurício e principalmente, consigo mesma.

Uma enfermeira entrou no quarto para administrar o medicamento da noite em Pedrinho. Ela era carinhosa, conversando com ele enquanto o fazia engolir algumas gotas do remédio.

- Agora a tia precisa ir, está bem, anjinho? - Ela disse, depois de acabar. - Mas não se preocupe, a tia Val vai estar aqui se você precisar de alguma coisa.

Ela o beijou ternamente na testa.

- Amanhã eu volto - a enfermeira se virou para Joseline. - Boa noite para vocês.

- Boa noite, muito obrigada!

Depois que a enfermeira saiu do quarto, Joseline se virou para o irmão. Ele tinha uma expressão zangada no rosto.

- O que foi, Pedrinho? Parece aborrecido.

- E estou mesmo - reclamou o garoto. - Eu detesto ficar aqui neste hospital.

- Mas você precisa ficar aqui e se tratar. Os médicos estão cuidando da sua saúde.

- Só que eu não aguento essa mulher, toda hora eu tenho que tomar alguma coisa. E o gosto nem é bom!

Joseline se permitiu dar uma risada. As crianças! 

- Ela é uma enfermeira e está aqui para cuidar de você, mocinho. Ela trata você super bem, não trata? Eu mesma acabei de ver isso. Então, se ela faz você tomar os remédios, é porque quer que você fique bom logo.

- Eu quero ir pra casa!

- E você vai. Assim que o doutor disser que você já pode ir.

Pedrinho soltou um suspiro de frustração.

Joseline o observou, enquanto ele assistia ao filme que passava na tv. Não podia negar: o irmão estava sendo muito bem tratado. Afonso não havia mentido quando dissera que ele receberia o melhor tratamento.

Seu suspiro foi de resignação. Sentia aquilo como uma obrigação que a impelia, ainda que contra sua vontade. Iria ao encontro de Afonso. 






🌻

A princípio, pretendia apenas conversar e o enrolar com aquele papo de gratidão pelo que estava fazendo por ela e pelo irmão, mas Afonso foi intensamente objetivo em suas atitudes: queria-a novamente para si. Queria desfrutar daquele corpo jovem e saudável, que o levava à delírios de prazer, enquanto ela se contorcia debaixo dele, agoniada para que aquilo acabasse logo.

E, tão logo acabou, ela se levantou, saindo à toda pressa do quarto, enfiando-se no toalete por quase vinte minutos.

Quando voltou, não encontrou Afonso na sala, como da primeira vez. Ele a esperava ainda no quarto.

Joseline caminhou novamente para lá, com desgosto. Ele estava sentado na cama enorme, com lençóis brancos revirados e suas costas repousavam sobre travesseiros, contra a cabeceira.

- Senta aqui comigo, Joseline - disse. - Vamos conversar. E depois vamos comer alguma coisa. Eu estou faminto, você não?

Ela negou, com a cabeça. Na verdade estava sim, com fome, mas não iria comer com ele. Era capaz de nem conseguir engolir. Só queria ir embora e nada mais.

- Bom, isso me dá muita fome! - Ele exclamou, com bom humor. - E um pouco de sono também.

- Senhor Afonso! - Joseline exclamou, repentinamente. - Isso tem que acabar. Isso que... acabou de acontecer, não pode mais continuar.

Afonso não pareceu ouvi-la. Trajando apenas um comprido e grosso roupão, ele andou pelo quarto até o frigobar e serviu-se de uma bebida de cor amarela, que Joseline não saberia dizer o nome. Ele sorveu alguns goles, calado, com uma das mãos no bolso do roupão preto, encarando a cidade lá embaixo.

- Eu não durmo direito desde que isso começou - Joseline se levantou. - Eu sei que foi por um bem maior, mas a minha consciência me acusa dia e noite. Eu tenho um noivo! O senhor entende? Eu vou me casar em algumas semanas e isso simplesmente tem que acabar!!!

Afonso deixou o copo próximo à janela. A bebida inacabada. Ele pigarreou e pediu para que ela se sentasse novamente. Joseline se sentou com um suspiro, saturada.

Ao se sentar, Afonso a olhou com aquela intensidade que a fazia baixar os olhos e querer se esconder, de vergonha.

- Eu não quero acabar o que temos, Joseline. Preciso confessar... estou apaixonado por você.

Antes que ela protestasse, ele prosseguiu:

- Não tenho culpa pelo que sinto, tenho? Ninguém tem. Mas você chegou como uma brisa no verão escaldante que é o meu coração. Você é doce, é encantadora e...

- E vou me casar! - Foi quase um grito.

Afonso assentiu.

- Eu sei.

- Isso não faz nenhum sentido, senhor Afonso. Eu deveria ser sua funcionária, apenas isso. Essa história já está indo longe demais. Precisa acabar. E precisa acabar aqui e agora.

- Eu quero te pedir uma coisa...

- Eu não vou deixar de me casar por sua causa!

- Não é isso - ele a olhava, displicente.

- Então...?

- Seja minha amante, após o casamento. Você não perderia nada. Poderia ficar tranquilamente com seu marido, como quer. E se encontraria comigo, às vezes. Eu triplicaria o seu salário e você não precisaria se preocupar com nada, tudo o que você e seu marido virem a precisar, eu dou, eu pago, eu resolvo. Você só teria que ser minha de vez em quando, Joseline. Eu não quero te perder. 

Ela o olhava fixamente, como que tentando adivinhar qualquer traço de loucura ali. Pois ele só poderia estar louco para propor tal ignomínia à ela.

- NÃO! - Dessa vez, sim, foi um grito. - Eu não posso aceitar uma coisa dessas, que tipo de pessoa eu seria?? Não, não, não...

- Mas vocês podem vir a ter necessidades depois de casados. E eu poderia...

- A  gente se vira! A gente dá o nosso jeito, mas se tem algo que nunca vou ser, senhor Afonso, é sua amante. Nem sua, nem de ninguém!!!

Então Joseline teve um sobressalto. A imagem do irmão, no hospital, veio à sua mente.

- M-mas... por favor, não peça para interromperem o tratamento do meu irmão - agora sua voz era um murmúrio lamurioso. - Não usa isso contra o meu irmãozinho, ele não tem nada a ver com isso, ele precisa do tratamento...

- Ei, calma - Afonso se aproximou e a puxou. Ela não teve forças para se esquivar do abraço, pois começou a chorar copiosamente, ao se lembrar do irmão.

- Por favor...

- Joseline, que tipo de homem acha que eu sou? Eu jamais faria isso. Seu irmão continuará com todos os tratamentos que tem de fazer, até ficar bom. Eu não costumo voltar atrás com a minha palavra.

- Obrigada, obrigada... - ela dizia, atropeladamente, aos soluços.

Afonso a firmou pelos ombros, com suas mãos fartas.

- Eu vou te deixar em paz, se é o que quer. Não vou mais insistir para que seja minha. Também não posso passar a vida mendigando o amor de alguém que claramente não me deseja. A partir de agora, sou apenas seu chefe, Joseline. E nada mais.

Era tudo o que ela queria ouvir. Joseline respirou, aliviada.

E, em seu pensamento, decidiu que começaria a procurar outro emprego, assim que se casasse.



🌻

A balbúrdia causada pelo bando de mulheres apinhadas no quarto de dona Vera era ouvida por seu Ernane, o pai de Maurício, que se perguntava como elas conseguiam ser tão barulhentas. 

Por outro lado, Joseline, que ali também estava, e transpirava pelo calor que fazia em Paraíso do Tocantins naquela tarde, dava graças a Deus por terem se reunido ali, na casa da sogra, e não na sua, que era pequena demais para suportar aquelas senhoras que iam de um lado ao outro, algumas delas bastante atrapalhadas, até.

Joseline era o centro das atenções. Não que gostasse ou quisesse isso, mas era. Centralizada em cima de um banquinho de madeira, ela estava fazendo a última prova do vestido, pois se tornaria a senhora Guimarães na semana seguinte.

A bem da verdade, o vestido já estava pronto. Mas as adoráveis ''irmãs da igreja'' queriam porque queriam que ela provasse mais uma vez, para ter certeza de que não estava faltando nada, ou queria que acrescentassem mais alguma coisa.

Para ela, estava perfeito. Era muito mais do que sonhara um dia. Era um vestido de noiva belíssimo aos seus, e aos olhos de qualquer um que pudesse enxergar.  O decote canoa amparado por delicadas mangas cumpridas transparentes e rendadas, que se somavam à toda extensão da saia, completamente rodada, no estilo princesa, com uma bela cauda para finalizar.

Jane estava radiante. Ela analisava cada detalhe do vestido da irmã meticulosamente com seus olhos de estilista, e admitia para si mesma que, afinal, aquelas mulheres sabiam, sim, costurar. É claro, pensava ela com certo convencimento, que, se fosse feito por ela, o vestido seria um tanto mais glamuroso. Mas o que realmente importava era que Joseline estava feliz.

Joseline seria feliz até com o vestido mais simples do mundo, acreditava Jane. A irmã mais velha não tinha altas ambições, nem exigia nada de ninguém. Aquilo era nobre e também careta, ao seu ver, mas era o que ela era. Amava-a com todo o seu coração, e sabia que, se aquela felicidade toda estava reservada para sua irmã, era porque ela merecia, com toda a certeza.

Dona Joana, que também estava ali, encolhida num canto, vendo a filha vestida daquela forma tão bonita, estremecia por dentro de orgulho e amor. Sua primogênita se casaria! Era uma boca a menos em casa, é verdade, mas de qualquer forma, também era a que os estava salvando, nos últimos meses. Joana sacudiu a cabeça, expulsando as idéias. Não queria ficar pensando em dinheiro num momento tão bonito como aquele.

- Você está fantástica, Jô! - Disse Laisa, batendo palmas, sendo imitada por algumas das mulheres. - Seu vestido ficou lindo. Imagina no dia...

Joseline sorriu para a amiga, tentando não se emocionar. Deixaria as lágrimas para o dia do casamento. Neste dia, tinha certeza: choraria muito.

- E é tão branco! Alvinho, alvinho... - a senhorinha de cabelos grisalhos e um pouco rechonchuda disse, balançando a cauda do vestido.

- Como não poderia deixar de ser - enunciou Vera. - O branco representa a pureza, a beleza, a virgindade, o corpo imaculado e intocado da noiva.

Joseline ouviu a sogra falar e sentiu seu coração bater mais forte. Aquelas palavras dispararam um gatilho dentro dela, a sensação de não ser o que esperavam que ela fosse. O calor estava ficando insuportável naquele quarto.

- É verdade! - Exclamou uma outra. - Eu me casei com um vestido tão branco quanto esse. Era um pouco menos rodado, mas era bonito. E só tirei para me entregar para o meu marido, pela primeira vez, na noite de núpcias.

Ela queria sumir dali, se esconder, evaporar, virar um móvel, uma parede, qualquer coisa. Joseline sentia suas pernas ficarem bambas. Estava desesperada. Ela era tudo, menos virgem, menos pura. Reviveu em sua mente os momentos vergonhosos com Afonso e desejou pela milésima vez nunca ter entrado naquela loja.

- Que orgulho do meu filho... - Vera divagava. - Vai se casar com a moça dos sonhos dele: uma linda e pura moça, como a noiva de Cristo deve ser.

Laisa observava Joseline. O sorriso havia sumido, a testa brilhava devido ao suor e ela claramente não parecia nada bem.

Os olhares das duas se encontraram por um momento.  E então, segurando a enorme cauda do vestido nas mãos, Joseline desceu do banquinho e saiu correndo dali.

...

Sinto tanta pena de Joseline especialmente neste capítulo. 

Claro que esta é apenas uma obra de ficção, e o caso dela é grave, mas representa perfeitamente o que muitas meninas de antigamente viviam e até hoje algumas ainda vivem: o peso de serem julgadas apenas pelo fato de não serem mais virgens. 

A igreja e a sociedade podem ser muito duras e cruéis com quem não faz ou vive exatamente como querem.

O drama de Joseline é real.

Até o próximo capítulo!

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