22 •Apelidos•
Duas semanas depois...
🍒▫️MADELAINE▫️🍒
Eu estou sentada ao lado da minha cama há uma hora, olhando através da janela para a luz do sol. Tem sido semanas difíceis e finalmente vou receber alta do hospital. Eu tenho um longo caminho a percorrer, mas pelo menos eu sei que não estou sozinha nisso. Vanessa esteve aqui todos os dias e sempre trazia Camila ou os outros com ela. Esse acidente me fez perceber o quanto todo mundo se importa comigo. Eu sempre achei que a maioria deles saía comigo porque eu sou a melhor amiga de Vanessa. Essa é a única coisa boa que aconteceu desse coma. Ainda não sei ler e nem sequer tentei. É muito vergonhoso ter uma enfermeira aqui tentando me ensinar a ler. Na primeira lição eu descobri que eu também não consigo mais escrever, o que provavelmente é lógico. Mas ainda pareceu outro soco no estômago, um tremor me trouxe de volta a uma realidade mais sombria. Uma realidade que na maioria das vezes é iluminada por causa de Vanessa, mas eu vejo algo em seu comportamento, algo que não é dela. Ela sorri, mas parece perdida às vezes. Eu me pergunto por que isso, talvez ela se arrependa de ser minha namorada... Talvez ela...
- Eu achei que você ainda teria que se arrumar para ir embora.
A voz da minha mãe me assustou e me sacudiu dos meus pensamentos. Virei a cabeça para vê-la encostada no batente da porta com um pequeno sorriso nos lábios. Eu podia vê-la engolir seco e apertar os olhos um pouco. Aqui vamos nós de novo.
- Oh Deus, por favor, não chore de novo. Nunca soube que você é tão chorona - Eu sorri.
Em vez de rir ou revirar os olhos para mim, uma característica que provavelmente aprendi com ela, ela suspirou com uma expressão séria no rosto.
- Eu sei o que você está fazendo, Madelaine.
- Até onde eu sei, estou esperando Vanessa para voltar para casa.
- Eu sei que é difícil para você - Ela disse e se sentou ao meu lado na cama.
Eu desviei meu olhar dela e olhei de volta para a janela.
- Eu não sei do que você está falando.
- Você vai mesmo me fazer explicar? Você é minha filha, não acha que eu vejo ou percebo quando você está preocupada com alguma coisa?
Dei de ombros e antes que eu pudesse fazer isso de novo minha mãe descansou o braço em volta dos meus ombros.
- Ainda não sei do que você está falando - Murmurei.
- Você está usando piadas e comentários sarcásticos para esconder o fato de que você está preocupada com alguma coisa, ou alguém - Minha mãe disse - Eu sei porque eu fazia isso o tempo todo quando eu tinha a sua idade. Somos muito parecidas, ainda não sei como seu pai não enlouqueceu com a gente.
Uma risada escapou da minha garganta e senti a parede que eu estava tentando segurar ultimamente lentamente desmoronando. Eu mantive isso para ser forte para Vanessa e para não preocupá-la, mas ao redor da minha mãe é inútil.
- Eu me sinto... - Parei e balancei a cabeça - ...Eu me sinto tão idiota. Eu não sei ler nem escrever, como vou conseguir passar na faculdade?
- Me escuta, Madelaine - Minha mãe disse com uma voz súbita e severa - Você poderia ter morrido! Você esteve em coma pelo que parecia ser um século, você poderia ter tido amnésia ou não poder falar ou andar, ou pior ainda. Você tem pessoas aqui que te apoiam. Ler e escrever é algo que você pode aprender em um piscar de olhos, você tem que se sentir feliz e sortuda por ainda ter um coração batendo.
Surpreendeu-me como minha mãe de repente tinha um tom tão confiante em sua voz. Fez-me olhar para ela e ver os olhos Castanhos tão fortes olhando para mim com um olhar quase implorante. Acho que não pensei em como meus pais se sentiram enquanto eu estava em coma.
- Me desculpa - Murmurei quase inaudível.
Eu senti minha mãe me puxando para o lado dela.
- Eu sei o quão importante é a faculdade para você e eu prometo a você que vamos arranjar um jeito para você fazer as provas que perdeu. Tenho certeza de que eles podem arrumar um jeito considerando as circunstâncias - Minha mãe disse em uma voz suave que me deixou um pouco mais à vontade - Mas essa não é a única coisa que está te preocupando, certo?
- Não...
- Ela te ama, Madelaine.
Fechei meus olhos e deixei minha cabeça descansar no ombro da minha mãe.
- Você aprendeu a ler mentes?
- Lá vem você de novo - Minha mãe riu - Me diga o que está te preocupando em Vanessa.
- Eu não sei... Às vezes ela só parece... Eu não sei.
- Triste?
- Sim, ela não é a mesma. Toda vez que eu a vejo parecendo perdida ou algo assim, ela balança a cabeça e sorri para mim para esconder isso. Isso me faz pensar que talvez ela tenha se arrependido de ser minha namorada. Que ela fez isso por pena e eu até entendo. Talvez eu a tenha empurrado para um relacionamento rápido demais e...
- Você tem alguma ideia do que Vanessa passou? - Minha mãe disse me cortando - Ela esteve aqui todos os dias, ela não ia à faculdade, ela mal comia e eu literalmente tive que expulsar ela daqui e pedir para Camila levá-la para casa para descansar um pouco. Quando todos estavam desistindo de você, quando até eu comecei a perder a esperança, ela foi quem convenceu a todos que você voltaria.
Emoções misturadas inundaram todo o meu corpo pelas palavras que minha mãe estava dizendo. Eu não tinha ideia de que Vanessa tinha estado em um lugar tão escuro. Ela sempre acreditou em mim... Mesmo quando ninguém mais acreditava.
- Ela me disse que queria ficar no seu lugar nessa cama, ela disse teria morrido por você. É preciso muito amor para dizer algo assim Madelaine. Vanessa te ama mais do que ela ama a si mesma.
- Eu a amo mais do que a mim mesma também... Mas se isso é verdade, então por que parece que ela está se afastando de mim? Por que parece que ela está mais triste do que feliz por estar comigo? - Eu murmurei para a minha mãe e olho para baixo para ela não me ver chorar.
- Ela se sente culpada.
Eu olhei para minha mãe e me soltei de seu abraço.
- Por quê? - Perguntei, confusa e surpresa.
- Ela acha que é tudo culpa dela, porque ela fez você ir naquela mercearia.
- Isso não foi culpa dela!
- Você e eu sabemos disso, todo mundo sabe disso, mas Vanessa não pensa assim.
Suspirei e enterrei minha cabeça em minhas mãos.
- Eu não acredito que ela acha que isso é culpa dela, eu sou tão idiota por não ter percebido isso - Eu murmurei.
- Não ter percebido o que?
Olhei na direção da voz suave e familiar e passei a mão pelos meus olhos para esconder que estava quase chorando. Minha mãe se levantou da cama e caminhou até Vanessa.
Eu me virei e vi minha mãe abraçando-a.
- Volto em alguns minutos para assinar os papéis da alta.
- Ok, até mais - Vanessa disse e viu minha mãe sair do quarto antes de se virar para mim com um sorriso.
- Você está pronta para ir para casa? - Ela sorriu brilhantemente.
- Eu mal posso esperar para sair daqui e ir para casa com você - Eu sorri - Desde quando você se tornou a melhor amiga da minha mãe, a propósito? - Eu ri e estendi meus braços para ela.
- Nós conversamos muito, ela é legal - Vanessa deu de ombros e caminhou na minha direção.
- Mas não tanto quanto eu - Eu sorri e mexi as mãos impacientemente. Quando ela estava ao alcance, puxei-a pela jaqueta para mim, então ela estava de pé entre as minhas pernas. Eu joguei meus braços ao redor de sua cintura e me abracei em seu peito.
Uma risada bonitinha me fez sorrir e eu senti Vanessa jogando os braços em volta dos meus ombros.
- Então, o que vocês estavam conversando antes de eu entrar aqui?
Eu levantei minha cabeça do peito dela, mas mantive meus braços apertados ao redor de sua cintura. Quando eu olhei para cima, eu a vi sorrindo para mim com felicidade por trás de seus olhos castanhos. Eu quero conversar com ela sobre isso, mas eu só quero que hoje seja sobre nós.
- Nada, vamos para casa - Sorri.
Eu me levantei e me deixei cair nela enquanto enterrava minha cabeça na curva de seu pescoço. Seus braços deslizaram dos meus ombros até a minha cintura.
- Você está toda fofinha hoje - Ela riu.
- Eu vou continuar assim até chegar em casa - Eu ri e fiquei de pé contra ela com a cabeça enterrada em seu pescoço. As sessões com o fisioterapeuta fizeram com que eu recuperasse força suficiente nas minhas pernas para que eu pudesse ficar de pé e andar. Eu não consigo andar muito ainda, mas está ficando melhor. Eu respirei fundo e senti o cheiro de seu shampoo. Ela provavelmente tomou um banho antes de vir para cá.
- Se você quer ir para casa, então vai ter que me soltar um pouco.
Eu a soltei lentamente e me virei para ir em direção a porta.
- Você vai me deixar para trás? - Ela disse e eu comecei a me virar para ela.
- Eu não... Ouch! - Eu gritei quando senti a mão dela me batendo contra a minha bunda.
- Uau, sua bunda continua gostosa - Ela riu e começou a andar em direção à porta me puxando pelo braço.
- Minha bunda provavelmente está com a marca da sua mão agora. Não sabia que você era safadinha assim - Eu sorri.
De repente, em um movimento suave, Vanessa agarrou minha cintura e me puxou para ela, então fiquei de frente para ela. Suas mãos na minha cintura me puxaram para seu corpo e eu fechei meus olhos quando senti seus lábios nos meus. Eu suspirei com a sensação dos nossos lábios conectados, mas antes que eu pudesse aprofundar o beijo, ela se afastou um pouco.
- Eu não sou, isso é só com você - Ela sorriu suavemente.
- Só comigo? - Eu sussurrei e me inclinei para beijá-la de novo, mas uma batida na porta me impediu de fechar a pequena distância entre os nossos lábios.
- Sério? Ela ainda nem saiu do hospital e vocês já estão se agarrando?
Quando me virei, vi Camila sorrindo para mim. Revirei os olhos e me virei para ela.
- Cala boca Camila, eu acabei de sair do coma mas ainda posso chutar a sua bunda.
- Claro, claro, me dá um abraço aqui - Ela riu e se aproximou de mim para me abraçar. Eu não reclamei dessa vez, porque eu estou feliz em vê-la, então eu retornei o abraço apertado.
Quando me afastei, vi minha mãe e o médico entrando no quarto também.
- Eu vejo que você está pronta para ir para casa, Madelaine- O médico sorriu - Por favor, lembre-se de descansar e não faça nada que seja muito desgastante para você agora. Isso significa nada de festas ou outras coisas que sejam intensivas demais.
- Isso quer dizer que vocês não... - Camila começou, mas eu dei uma cotovelada nela antes que ela pudesse terminar a frase.
- Cala a boca.
Minha mãe e o médico franziram a testa um para o outro e depois olharam para nós.
- Estou feliz em ver você de pé e andando. Não se esqueça de praticar com o fisioterapeuta. Além disso, se você precisar de ajuda para voltar a...
- Sim, eu sei - Eu disse antes que ele pudesse começar uma palestra sobre eu não ser capaz de ler ou escrever.
Camila não sabe, só Vanessa e meus pais. Eu não quero que ninguém mais saiba ainda, não porque eu esteja com vergonha, mas eu não quero que eles sintam pena toda vez que eles me verem. Vanessa sabe sobre isso e mesmo que ela achasse que seria bom contar pelo menos a Camila também, eu não quero. Ainda não pelo menos.
- Ok, bem, então não há mais nada que eu deva dizer, exceto boa sorte para você e espero nunca mais vê-la novamente.
- Isso foi rude - Vanessa murmurou confusa atrás de mim.
- Ele quis dizer aqui no hospital, Nessa - Eu ri e me virei para entrelaçar nossas mãos - Eu também espero isso doutor, obrigado por cuidar de mim - Eu disse e estendi minha mão para apertar a dele.
Vanessa deu um passo à frente e estendeu a mão esquerda em vez da mão direita, porque sua outra mão estava segurando minha mão. Isso causou um aperto de mão estranho e o médico riu antes de se despedir de Camila e da minha mãe também.
- Eu vou pegar sua bolsa, Mads, Camz, você pode trazer o carro até a entrada? - Vanessa disse e soltou minha mão, eu fiz biquinho com a perda de contato - Não olhe para mim assim - Ela riu e se inclinou para um rápido beijo antes de sair para pegar minhas coisas. Deixando eu e minha mãe na porta.
- Seu pai e eu vamos ficar na cidade um pouco mais para ter certeza de que você está bem, vamos te visitar amanhã - Minha mãe sorriu e me abraçou - Fale com Vanessa - Ela sussurrou.
- Eu vou, mas hoje eu só quero esquecer isso por um tempo - Eu suspirei.
- Claro - Minha mãe sorriu quando de repente senti um braço em volta da minha cintura.
- Eu peguei suas coisas, Madelaine, podemos ir agora - Vanessa sorriu.
- Finalmente, eu te vejo amanhã mãe, obrigada por tudo.
- Tudo bem, e nada de desobedecer as ordens do médico. Não quero te encontrar aqui de novo porque você resolveu tirar as roupas de Vanessa antes da hora.
Meus olhos se arregalaram e eu vi Vanessa corando.
- Eu não acredito que você acabou de dizer isso, você está virando meu pai - Eu suspirei, mas não pude deixar de sorrir.
- Eu não sou cega, vocês não conseguem ficar sem tocar por mais de um segundo - Debbie riu e apontou para nossas mãos entrelaçadas - E eu sei o que é estar apaixonada, quando seu pai e eu éramos mais novos, eu queria tirar as roupas dele em todo lugar...
- Credo mãe, eu não quero saber disso - Eu rapidamente disse antes que ela pudesse terminar e puxei Vanessa comigo para a saída.
🦋▫️VANESSA▫️🦋
Eu me sentei no banco de trás ao lado de Madelaine quando Camila ligou o carro. Eu disse a Camila que queria fazer uma parada rápida antes de irmos para casa e espero que Madelaine não esteja muito cansada para o que eu tinha em mente.
- Hmm, você é tão confortável - Ela murmurou enquanto se aninhava mais ao meu lado.
- Deite a cabeça no meu colo - Eu disse baixinho e mudei para a janela para que ela pudesse colocar as pernas no banco também. Depois de ajustar um pouco, sua cabeça estava deitada em minhas coxas e comecei a acariciar meus dedos por seus cabelos - Você está com dor de cabeça?
- Não... - Ela murmurou e se aproximou de mim, então seu nariz estava pressionado contra minha barriga.
- Mentirosa...
- Não estou mentindo.
- Está sim, você sempre fecha os olhos com mais força que o necessário quando está com dor de cabeça.
- Eu não estou fazendo isso.
- Porque eu estou te dizendo isso agora, mas você fez isso no hospital.
- Não, eu não fiz.
- Ok, então você não fez.
- Eu não fiz mesmo.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
- Mas você está mentindo para mim.
- Ok, talvez um pouco.
- Então você está com dor de cabeça? - Perguntei.
- Oh meu Deus, vocês estão me dando dor de cabeça, parem com essa briga! - Camila disse e olhou para mim pelo espelho retrovisor.
- Nós não estamos brigando - Madelaine e eu dissemos ao mesmo tempo.
- Seja lá o que for isso, só parem com isso.
- Alguém está irritada hoje - Madelaine riu e eu senti sua respiração contra a minha camiseta.
- Quando ela foi me buscar hoje de manhã, ela tinha um olhar em seu rosto de quem poderia me matar a qualquer momento - Eu ri.
- Estou sentada bem aqui, posso ouvir vocês - Camila disse.
Madelaine riu, mas manteve os olhos fechados.
- Eu já vi esse olhar, Nessa. Mas a única que pode te comer sou eu. Então é melhor você ficar longe dela Camila.
Meus olhos se arregalaram e eu não pude evitar o formigamento que atingiu meu corpo quando ela disse isso. Já faz muito tempo desde que eu fui tocada dessa forma. Eu mal posso esperar para explorar cada parte de seu corpo e descobrir as coisas que ela gosta, mas eu sei que não podemos fazer isso agora. Eu tentei suprimir esses pensamentos com Madelaine e continuei acariciando seus cabelos.
- Você não vai comer nada até estar melhor - Eu murmurei.
- Vocês não podem conversar sobre seus momentos sensuais quando estiverem sozinhas? - Camila disse e olhou para mim com cara de nojo.
- Por quê? Você está ficando com tesão? - Madelaine sorriu.
Camila revirou os olhos com uma risada.
- Você não deveria estar dormindo?
- Eu senti falta de te irritar - Madelaine sorriu.
- Eu também senti falta disso - Camila admitiu e sorriu para mim pelo espelho retrovisor.
É bom conversar assim. Quase parece que nada mudou, mesmo sabendo que as coisas mudaram. Eu quero conversar com Madelaine sobre a faculdade e como nós vamos fazer para ela aprender a ler de novo, mas ela provavelmente não quer falar sobre isso hoje. Também não quero pensar em tudo o que aconteceu. Mesmo que seja difícil não pensar nisso, porque penso no que aconteceu toda vez que olho para Madelaine. Mas vê-la sorrir e falar tanto desde que saímos do hospital, parece bom demais para arruinar isso agora.
Madelaine abriu os olhos quando Camila parou o carro depois de alguns minutos e olhou para mim confusa.
- Já chegamos?
- Não, paramos em outro lugar. Vamos lá, não vai demorar muito - Eu sorri.
Madelaine suspirou frustrada e levantou a cabeça do meu colo.
- Onde estamos então?
- Você vai ver - Eu sorri e abri a porta - Nós já voltamos Camila!
- Tudo bem, eu ainda preciso ligar para Lili. Vou esperar no carro - Ela sorriu.
- Por que ela tem que ligar para Lili? - Madelaine franziu a testa quando eu fechei a porta atrás dela.
- Longa história, eu vou te contar mais tarde. Agora é hora de Madelaine. - Eu ri e entrelacei nossas mãos para puxá-la comigo para o outro lado da rua.
- Hora de Madnessa? - Madelaine riu.
- Sim, é isso que dá quando misturamos nossos nomes - Eu disse sorrindo.
- Hmmm, e porque seu nome vem primeiro? - Ela perguntou.
- Porque eu sou a top, então meu nome tem que vir primeiro.
- Eu sou a top!
- Bem, não podemos ser as duas top, a menos que Camila queira se juntar a nós...
Os olhos de Madelaine se arregalaram e então ela me deu um tapa brincalhão no meu braço.
- Nem pense nisso - Ela riu e se agarrou um pouco mais ao meu braço.
- Você nem disse "idiota"? - Eu ri.
- Não, porque você é toda minha e eu não quero dividir você. Nem quero fazer piadas sobre isso - Ela resmungou meio tímida.
Parei de andar e virei-a para mim para que eu pudesse levantar seu queixo para fazê-la olhar para mim. Meu coração começou a bater mais rápido só de olhar para aqueles olhos azuis. É fofo como ela de repente fica nervosa ao meu redor. Acho que não estamos mais levando as coisas devagar quando se trata de nós, estamos nos movendo na velocidade da luz. Mas parece certo e não quero perder mais tempo. Eu percebo ainda mais, que até mesmo esse simples olhar pode me fazer sentir melhor. Talvez eu deva fazer isso com mais frequência agora, para que ela possa se sentir melhor e me ajudar a tirar esse sentimento ruim que vem se acumulando desde as duas últimas semanas em mim. Eu suprimi os pensamentos negativos e me concentrei no que Madelaine acabou de dizer.
- Eu sou todo sua? - Eu sorri suavemente.
Madelaine sorriu e jogou os braços em volta da minha cintura.
- Você é toda minha.
Eu me inclinei para beijá-la, mas parei logo antes de nossos lábios se tocarem.
- Você é minha namorada há duas semanas, posso te dar um apelido fofo?
Ela riu levemente e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Em qual você está pensando?
- Uhm... Que tal coelhinho?
- Uhm... Que tal não. Isso iria destruir minha reputação - Ela riu - Mais algum?
- Ursinho?
- Nessa..
- Ok, que tal... Jujubinha? Torão de açúcar? Puppy? Florzinha? Oh, Bambi? Você gosta de filmes da Disney.
Madelaine balançou a cabeça de um jeito divertido e segurou meu rosto entre as mãos.
- Eu estou congelando aqui e mal posso esperar para chegar em casa, então que tal começarmos com os mais simples como "baby" e quando chegarmos em casa você pode me chamar como quiser - Ela sorriu.
- Tudo bem, baby - Eu sorri quando a palavra rolou dos meus lábios. Madelaine apertou seus lábios contra os meus e eu me senti tonta por beijá-la novamente. A senti sorrindo para o beijo e quando eu estava prestes a aprofundar o beijo, uma voz me parou.
- Eu posso esperar aqui, não se preocupem - Camila gritou do outro lado da rua através da janela do carro.
- Ela sempre atrapalha nossos momentos - Madelaine gemeu quando eu dei a ela um rápido beijo antes de me afastar.
- Vamos comprar nossa árvore - Eu disse animadamente e a levei comigo até a loja do outro lado da rua, onde havia árvores de Natal do lado de fora.
- Uau, é quase Natal? - Perguntou Madelaine, confusa.
- Sim, faltam alguns dias e eu queria esperar você receber alta do hospital para me ajudar a escolher a árvore - Eu sorri.
- Mas você não vai passar o Natal com seus pais? - Ela murmurou baixinho quando chegamos à loja.
- Não, vou passar o Natal no nosso apartamento, com nossa árvore, com minha namorada - Sorri e dei um beijo em sua bochecha - Minha família quer vir passar o Natal com a gente, mas eu não sabia se você iria concordar então eu não confirmei nada ainda.
- Eles podem vir, meus pais provavelmente ainda vão estar por aqui também. Talvez nós possamos convidá-los também.
- Isso não seria demais para você, amor? - Perguntei.
- Eu estou bem, eu prometo - Ela sorriu - Então você adicionou "amor" à sua lista de apelidos?
- Sim, amor - Eu ri.
- Desse eu gostei, amor - Ela sorriu - Agora vamos pegar nossa árvore de Natal.
Depois de caminhar por entre as árvores por alguns minutos, encontramos a árvore de Natal perfeita. É bem grande, então espero que caiba no carro de Camila. Eu dei ao dono da loja o dinheiro para a árvore e ouvi um ruído estridente atrás de mim. Eu me virei confusa e vi que Madelaine quebrou um galho da nossa árvore.
- O que você está fazendo? - Perguntei quando caminhei na direção dela.
Ela levantou o ganho para segurá-lo acima de nossas cabeças e jogou o outro braço em volta da minha cintura.
- Visco... - Ela sussurrou e olhou para os meus lábios.
Senti meu coração pular outra vez enquanto lambia meus lábios.
- Não consigo quebrar a regra do visco - Sussurrei e dei-lhe um rápido beijo.
- Isso não foi um beijo - Ela fez biquinho quando eu me afastei.
- Se eu realmente te beijar agora, então eu não vou ser capaz de me afastar e eu não quero que Camila tenha que nos arrastar de volta para o carro - Eu ri - Além disso, está frio e você já andou muito.
- Tudo bem... - Ela suspirou.
Eu pressionei outro beijo em seu biquinho, e comecei a caminhar de volta para o carro com a árvore em meus braços e a mão de Madelaine na parte inferior das minhas costas.
Chegamos ao carro e os olhos de Camila se arregalaram quando ela viu o tamanho da árvore.
- Isso não vai caber no carro - Ela disse em choque e saiu para me ajudar a colocar a árvore no carro.
- Talvez se abaixarmos um dos bancos traseiros caiba - Eu disse e abri a porta do passageiro para que Madelaine pudesse se sentar no carro.
- Eu quero ajudar - Ela disse, mas eu a empurrei de volta para o banco.
- Você já olhou para esses braços? - Eu brinquei e levantei meu braço para mostrar meus músculos. Eu estava usando um casaco grosso, então não era muito perceptível, mas ela riu de qualquer maneira - Eu posso lidar com essa árvore sem você.
- Você só está tentando me fazer rir - Ela riu - Mas você tem braços incríveis.
- Felizmente está funcionando então - Eu ri e apertei sua bochecha antes de fechar a porta e ajudar Camila a colocar a árvore dentro do carro.
Depois de alguns minutos, Camila e eu finalmente colocamos a árvore no carro.
- Ok, vamos antes que essa coisa pule para fora do carro - Camila riu, mas eu pude ouvir que ela realmente se preocupa com isso. Quando eu estava prestes a abrir a porta para entrar, meu celular vibrou no meu bolso. Eu tirei uma luva e peguei o celular.
De Drew: Onde vocês estão? Estamos todos aqui esperando para surpreender Madelaine!
- Merda... - murmurei para mim mesma. Madelaine não pode lidar com a casa cheia de pessoas gritando agora, mesmo que sejam as pessoas que ela ama - Camila...
- Sim, eu recebi a mensagem de Drew também, isso não é bom.
- O que vamos fazer?
- Bem, estamos quase no seu apartamento e não podemos mais mandá-los embora. Eu vou dizer a eles que só podem dizer "oi" e então eles têm que ir embora - Camila disse.
- Eu deveria ter dito a eles que Madelaine não pode lidar com muitas pessoas ao mesmo tempo agora. Ela precisa descansar - Murmurei.
- Nessa, não é culpa sua, você precisa parar de pensar assim - Camila suspirou com um sorriso reconfortante - Vai ficar tudo bem, vamos apenas expulsá-los depois de alguns minutos.
Eu balancei a cabeça e hesitantemente abri a porta para me sentar ao lado da árvore.
- Então, torão de açúcar, pronta para ir para casa? - Camila riu.
- Nessa, ela vai ficar me irritando com esses apelidos - Madelaine choramingou e eu já podia ouvir pela sua voz que ela está cansada.
Antes que eu pudesse dizer algo de volta, Madelaine abriu a porta do passageiro e depois abriu a minha.
- Você quer se sentar aqui? - Eu fiz uma careta.
- Com você - Ela murmurou com um sorriso preguiçoso e se espremeu do meu lado. Nos apertamos para poder fechar a porta e Camila balançou a cabeça com um sorriso e começou a dirigir para casa.
- Você está cansada, Mads? - Eu disse suavemente enquanto Madelaine se aconchegava no meu pescoço. Eu arrastei minhas mãos sobre suas pernas no meu colo para aquecê-las e coloquei um beijo em sua testa.
- Hmm, não - Ela murmurou quase inaudível.
- Mentirosa - Eu ri baixinho - Eu vou te acordar quando chegarmos em casa.
Ela suspirou em resposta e senti seus lábios macios pressionando um beijo no meu pescoço. Eu sorri e a puxei para mais perto de mim. Eu tentei não me preocupar com todas as pessoas em nosso apartamento, mas eu tinha a sensação de que Madelaine não estava ansiosa para algo assim agora.
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