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20 •Volte para mim•

Três semanas depois...

A neblina tomava conta da cidade enquanto nos dirigimos para o hospital. Me sinto completamente de mãos atadas conforme os dias passam. Eu só sinto a dor de perder Madelaine e eu não aguento mais isso. Eu gostaria de poder implorar a alguém de joelhos para acordá-la, se eu soubesse para quem pedir isso. Mas as horas se transformaram em dias e os dias se transformaram em semanas e ainda não houve mudança.

Lili me pegou hoje de manhã para me deixar no hospital. Ela tentou me convencer a ir para a aula com ela, mas não consigo me concentrar em nada. Eu fui para algumas aulas nessas semanas, mas eu realmente não me importo mais com isso. Um dos meus professores me mandou um e-mail ontem, me avisando que eu fui muito bem naquela prova e normalmente eu teria pulado de felicidade, mas nem um sorriso se formou em meus lábios quando eu o li.

Eu me perdi quando Madelaine entrou em coma, me sinto perdida nesse mundo, até me sinto perdida dentro desse carro. Não sei descrever o que estou sentindo, mas dói e queima. Mas uma voz na minha cabeça continua dizendo que Madelaine vai voltar para mim. Então, eu estou confiando nessa voz, nessa pequena esperança que me resta.

Solto um suspiro cansado e descanso a cabeça contra a janela. Eu me olho no espelho retrovisor do carro e vejo meu rosto cansado. Eu não sou mais a garota feliz e animada que eu costumava ser. Minha cabeça parece vazia, meu coração partido e a única coisa que eu estou segurando é a mão de Madelaine todos os dias. Se eu não estou com ela de maneira física também, fica difícil permanecer esperançosa.

Eu levanto a cabeça levemente quando vejo que chegamos. Lili está dirigindo pelo estacionamento do hospital e para o carro bem em frente à entrada principal.

- Você tem certeza que vai faltar dessa aula, Nessa? - Lili pergunta.

Eu soltei o cinto de segurança e balancei a cabeça e para deixá-la saber que eu não vou com ela. Logo antes que eu pudesse sair do carro, a mão dela no meu braço me puxou de volta para dentro.

- Posso falar com você? - Ela murmura enquanto retira a mão do meu braço.

- Eu só quero ir ver Madelaine. - Eu consigo dizer sem parecer muito frustrada por ela estar me impedindo de fazer o que eu quero.

Ela tosse algumas vezes e olha para baixo antes de falar comigo.

- Estamos todos preocupados com você, Vanessa. Não consigo me lembrar da última vez que você disse mais do que algumas palavras. Você mal come ou dorme e tudo que você faz é sentar em silêncio ao lado da cama de Madelaine. Eu sei que é importante para você estar lá com ela, mas você não pode parar a sua vida. Não é justo com você, e Madelaine não iria querer isso - Ela disse e eu desviei o olhar - Pelo menos, fale comigo sobre como você está se sentindo Vanessa, não guarde tudo aí dentro... Eu entendo que você está passando por um momento muito difícil, mas...

- Você realmente quer saber como eu estou sentindo, Lili? - Eu retruquei e virei minha cabeça para olhar para ela - Eu me sinto como se estivesse com uma faca no meu coração, me sinto como se alguém estivesse derramando água fervendo sobre meu corpo toda vez que eu tento sorrir, me sinto como se estivesse deitada em um ninho de cascavéis quando tento dormir. Toda vez que fecho os olhos, uma delas me pica e envia uma dor por todo o meu corpo que me deixa paralisada pelo resto da noite. Eu sinto como se estivesse em pé no gelo que está lentamente derretendo sob meus pés, mas não há nada que eu possa fazer.

Lágrimas estavam se formando em meus olhos, a maioria delas lágrimas de raiva.

- Vans, eu... - Lili começou, mas eu balancei minha cabeça e a interrompi com minhas próprias palavras.

- Eu não consigo comer porque me lembra de como Madelaine cantava quando cozinhava o jantar, eu não consigo dormir porque me lembra de como Madelaine me abraçava se eu tivesse um pesadelo, eu não posso fazer nada porque cada coisinha pequena me lembra dela. As pessoas me dizem que tudo acontece por um motivo ou que o tempo vai curar, mas como eu posso acreditar nisso? Isso deve me fazer sentir melhor?

Eu me sinto tremendo e de repente o carro está me sufocando. O olhar de dor no rosto de Lili não ajuda e tudo o que eu quero fazer agora é segurar a mão de Madelaine.

- Madelaine também era nossa amiga.

Eu quase senti a necessidade de dar um tapa no rosto de Lili, mas uma parte dentro de mim me impediu de fazer isso.

- Ela é sua amiga. Ela não está morta, então não fale dela no passado.

- Eu não quis dizer isso, Nessa. Você pode continuar nos afastando, mas não vamos deixar de nos importar com você ou tentar ajudá-la. Eu só quero que você saiba que todos nós estamos sofrendo com isso e...

- Bem, todos vocês são ótimos em esconder isso. Só vai para a faculdade, Lili, obrigada pela carona - Eu disse e bati a porta atrás de mim.

Eu continuei andando em um ritmo acelerado em direção à entrada sem me virar para ver se ela já tinha ido embora. Eu não ouvi o carro ligar então eu suponho que ela está esperando até eu entrar no hospital. Eu sei que eu fui muito dura com ela, sei que Lili só está tentando entender o que eu estou passando, mas eu ainda não tenho controle sobre essa raiva. Está me assustando, mas também me ajuda a aliviar parte da frustração acumulada dentro de mim.

Depois de alguns minutos, cheguei ao quarto de Madelaine e entrei. De alguma forma, toda vez que entro em seu quarto, sinto-me mais em paz e esse meu lado obscuro se esconde. Eu só tenho que olhar para ela e isso me lembra de quem eu realmente sou.

Deixo minha bolsa na cadeira ao lado da janela quando a mãe de Madelaine entra.

- Oh, oi, Vanessa, eu não sabia que você viria - Ela sorriu suavemente e colocou um novo vaso de flores na mesinha direita.

- Sim, eu não tinha nada importante na escola e queria vê-la - Eu menti e me sentei ao lado de Madelaine depois de dar um beijo em sua testa. Minha mão automaticamente se entrelaçou na de Madelaine, o que espalha um pouco mais de calor dentro de mim.

- Ok, bem, estou feliz que você esteja aqui, porque eu estava prestes a sair para comprar alguma coisa para comer.

Eu balancei a cabeça e voltei meu olhar para os olhos fechados de Madelaine e o movimento calmo de seu peito subindo e descendo. Uma mão no meu ombro me assustou e eu nem percebi que sua mãe tinha se aproximado de mim e agora estava de pé ao meu lado com um olhar preocupado em seus olhos tristes. Nós já tivemos uma longa conversa sobre o fato de que eu sou a pessoa que Madelaine havia colocado em seus registros médicos, e que eu sou quem toma as decisões finais em situações como essa. Felizmente nós duas temos o mesmo ponto de vista. Eu prometi a ela que não diria nada sobre isso aos médicos sem discutir com ela ou com o pai de Madelaine. Foi difícil para eles que Madelaine não preenchesse o nome deles e também foi estranho para mim, mas Debbie me disse que ela meio que sabia que eu sou a pessoa que Madelaine mais confia.

- Eu agradeço por você estar aqui por ela Vanessa, mas você não acha melhor voltar para casa e descansar um pouco? - Ela sorriu tristemente.

- Madelaine é minha casa - Eu murmurei.

Ela assentiu e pegou uma cadeira para se sentar ao meu lado.

- Toda vez que eu conversei com Madelaine sobre como estava a faculdade ou até mesmo como ela estava, de alguma forma ela sempre começava a falar sobre você. Embora eu não ache que já tive uma conversa com ela, em que ela não mencionou você. Espero que você perceba o quanto ela te ama.

Uma sugestão de um pequeno sorriso se formou em meus lábios enquanto eu olhava nos olhos de Debbie. Eles eram os mesmos grandes olhos Castanhos de Madelaine, com algumas diferenças, os olhos de Madelaine tem um brilho especial.

- Eu sei - Eu sorri e apertei a mão de Madelaine para lembrá-la de que também a amo. Mesmo que ela não possa sentir isso agora.

- Então, se você não se importa de eu perguntar... Você e minha filha são mais do que amigas? Eu vi o quanto todo mundo se importa com ela aqui e é tão bom ver isso, mas eu não posso deixar de notar o jeito que você olha para ela, ou o jeito que ela começou a falar sobre você. Quase como se ela estivesse apaixonada. E eu sei que vocês duas terminaram com suas namoradas e eu estava pensando que talvez algo tenha acontecido entre vocês.

Eu engoli seco em sua súbita pergunta pessoal. Madelaine me disse que sua mãe não conheceu Lizzie porque ela nunca acha suas namoradas boas o suficiente para ela, e Madelaine nem queria apresentar Lizzie para seus pais.

- Eu amo Madelaine mais do que amei qualquer outra pessoa nesse mundo - Eu disse quase num sussurro por causa do nervosismo repentino.

- E Madelaine sabe disso?

- Ela sabe, mas nós não tivemos tempo para descobrir esses sentimentos. Ela foi tirada de mim antes mesmo de começarmos - Eu suspirei e mordi meu lábio inferior para forçar o nó na minha garganta de volta para baixo.

De repente eu estava envolvida em um abraço e hesitantemente joguei meu braço em volta de sua mãe também enquanto eu mantinha firme a mão de Madelaine.

- Eu não poderia estar mais feliz em ouvir isso Vanessa, ela é louca por você - Sua mãe resmungou antes de me soltar.

- Obrigada - Eu sorri e virei meu olhar para Madelaine. Eu juro que eu pude ver a sugestão de um sorriso em seus lábios, mas isso é só a minha imaginação tentando me enganar de novo.

- Se você precisar conversar com alguém, eu estou aqui. Eu me sinto tão perdida quanto você, e pelo que eu vi, você mal dormiu também. Não se afaste das pessoas que estão ao seu redor, que querem cuidar de você e estar ao seu lado nesse momento. Eles nem sempre sabem como agir, e nem sempre fazem a coisa certa, mas eles tentam. Eu sei que é difícil porque eu tenho a tendência de aliviar minha frustração nas pessoas que eu amo também. No final, isso não vai mudar a situação, só vai piorar tudo.

Era como se ela estivesse lendo minha mente ou ela como se ela tivesse visto como eu estava agindo com as pessoas ao meu redor quando elas vinham visitar Madelaine. Ela está certa, eu não deveria agir assim com as pessoas que me amam e só querem me ajudar. Talvez eu faça isso porque sei que eles podem tirar isso de mim, porque eu sei que eles não me deixariam em paz, mesmo que eu esteja agindo de forma egoísta e idiota com eles.

- Eu sei... - Eu suspirei - Eu não vou desistir de Madelaine, você sabe que ela está lutando, certo?

Sua mãe engoliu seco e enxugou uma única lágrima no canto do olho. Ela colocou a mão na de Madelaine, onde a minha também estava.

- Ela provavelmente deve estar brigando com o que está tentando segurar ela lá - Ela riu com um sorriso orgulhoso e me fez sorrir também.

- Eu não duvido disso - Eu ri.

Sua mãe balançou a cabeça em diversão enquanto continuava sorrindo para Madelaine.

- É bom falar sobre ela, nós devemos fazer mais isso.

- Você está certa - Eu sorri e voltei meu olhar para Madelaine também.

- Bem, estou feliz por termos tido essa conversa. Eu tenho que ir agora, eu volto mais tarde com o pai dela - Ela disse e se inclinou para pressionar um beijo na testa de Madelaine e se inclinou para pressionar um beijo na minha cabeça. Foi um pequeno gesto, mas tinha um significado enorme. Eu sorri para ela enquanto ela lentamente começou a sair da sala.

Eu olhei para a mãe dela e tudo que eu pude pensar é que ela é uma pessoa tão forte. Eu sempre me perguntei de onde Madelaine tirou esse lado forte dela, agora eu sei que é da mãe dela. Seu pai não é muito falante, então eu não o conheço bem, mas o fato dele não estar aqui tanto quanto Debbie me faz pensar se ele pode lidar com isso como ela.

De repente, um movimento leve na minha mão me assustou e eu imediatamente virei minha cabeça para nossas mãos entrelaçadas. Meu coração começou a bater em um ritmo acelerado e eu olhei intensamente entre nossas mãos entrelaçadas e o rosto dela.

- M-Madelaine? - Eu disse - Mads, você pode apertar minha mão?

Eu podia até ouvir meus batimentos cardíacos acelerando e quase parecia que meu coração estava prestes a pular para fora do meu peito. Eu esperei por 5 longos minutos, mas nada aconteceu. Nada dela apertar minha mão, nada de olhos Castanhos se abrindo na minha frente e nenhuma palavra. Talvez eu estivesse imaginando de novo como nos últimos dois dias, mas algo sobre esse movimento pareceu tão real e disparou uma eletricidade através de todo o meu corpo. Quando eu tinha certeza de que nada iria acontecer, eu corri para o corredor e chamei um médico. Alguns instantes depois, o médico chegou com uma enfermeira e um olhar esperançoso no rosto.

- Você queria me ver, Vanessa? - Ele perguntou.

- Sim, eu estava segurando a mão de Madelaine e acho que... Eu acho que... Ela apertou minha mão - Eu disse um pouco sobrecarregada por esse súbito impulso de esperança e mal acreditei nas palavras que saíram da minha garganta.

O médico franziu a testa para mim e depois olhou para as máquinas ao lado de Madelaine. Ele pegou o prontuário que estava no final na cama.

- Tem certeza que ela apertou sua mão? Você viu isso acontecer?

- Eu estava olhando para a mãe dela, mas eu juro que senti ela apertando. Eu não sou louca - Eu disse um pouco frustrada porque ele não parecia acreditar em mim. Mesmo que eu mesma não acreditasse em mim.

- Eu não estou dizendo que você está louca, mas às vezes as pessoas tendem a imaginar coisas que querem que aconteça. Especialmente nesses tipos de situações. Vamos fazer alguns testes novos, mas as máquinas não mostram mudanças em sua atividade cerebral.

- Então você não está olhando direito. Ela apertou minha mão, eu ainda sinto o formigamento - Eu disse e me sentei na mesma posição que estava antes de ele entrar aqui. Eu segurei a mão dela novamente e me inclinei para frente - Aperte minha mão, Mads, eu sei que você está aí...

O médico aproximou-se um pouco mais e entregou o prontuário médico à enfermeira com algumas instruções sobre novos exames.

Há cada segundo que passava sem nada acontecer, eu senti meu coração bater mais e mais rápido.

- Sinto muito, Vanessa, eu não acho que foi ela... Mas, para ter certeza, vamos levá-la esta tarde para fazer alguns exames.

Soltei um suspiro de decepcionado e descansei minha cabeça em cima de nossas mãos entrelaçadas quando vi o médico saindo do quarto. Talvez eu estivesse ficando louca, mas esses formigamentos que eu sentia na minha mão e em todo o meu corpo estavam me fazendo acreditar que foi real. Isso me deu esperança de que as coisas ficariam bem, às vezes é bom manter a esperança. Eu nunca deveria perder a esperança na pessoa que eu amo. Mesmo que agora ela seja a razão do meu coração estar doendo, Madelaine ainda é a razão pela qual meu coração ainda está batendo.

Uma semana depois...

As enfermeiras faziam os exames habituais em Madelaine e saíam no mesmo horário em que seus pais saiam para ir dormir. Eu não disse nada sobre o que aconteceu na semana passada porque eu não queria dar falsas esperanças. Os exames que o médico fez não mostraram qualquer mudança e eu estava começando a me perguntar se eu não tinha imaginado aquilo.

A conversa que tive com a mãe dela me ajudou a agir mais positivamente em relação aos meus amigos. Pedi desculpas a Lili e Camila, que estão mais aqui comigo e me trazem aqui quase todos os dias. Eu fui mais vezes para faculdade, mas a concentração ainda não tinha melhorado. Eu fiz isso para deixar meus amigos menos preocupados e para mostrar a eles que eu ainda posso cuidar de mim mesma. Mesmo que ainda pareça que eu estou dentro do buraco mais profundo e escuro que existe. Mas desde o que aconteceu na semana passada, parece que uma corda está caindo aos poucos para me tirar dele.

Depois de uma ligação para minha mãe, coloquei roupas mais confortáveis, eu fechei a porta do quarto de Madelaine e fui até a cadeira em que tenho dormido. Não é tão confortável assim, mas é melhor do que dormir em casa, sozinha. Eles me ofereceram uma cama em outro quarto, mas eu quero estar o mais próxima possível de Madelaine, para o caso de algo acontecer.

Eu desliguei as luzes e mantive as cortinas abertas para que a luz da lua me permitisse ver Madelaine. Eu tentei ficar confortável na cadeira, mas depois de um tempo eu simplesmente desisti e me endireitei. Cansaço caiu sobre mim e eu estava começando a pensar em dormir na cama do outro quarto. Fica no mesmo corredor, então se algo acontecer eu provavelmente vou ouvir, e eles me acordariam. Eu olhei de volta para Madelaine, que estava respirando em um ritmo uniforme, e senti uma sensação esmagadora de querer estar perto dela. Faz tanto tempo desde que eu adormeci feliz em seus braços. Nós tivemos poucas chances de dormir assim juntas. Se eu tomar cuidado para não tocar nos fios conectados a ela, então não seria um problema.

Eu cuidadosamente levantei seu braço para poder levantar o cobertor. Eu coloquei seu braço sobre seu estômago para que eu pudesse deitar ao lado dela na cama. Depois que eu entrei debaixo do lençol, eu suavemente descansei meu braço sobre sua cintura e me aninhei nela. Eu estava me movendo muito devagar e concentrada para não tocar em nada importante. Quando eu tinha certeza de que tudo ainda estava em seu lugar, eu cuidadosamente coloquei minha cabeça em seu peito e movi meu braço para que minha mão descansasse sobre seu coração. A batida suave de seu coração contra a minha mão me acalmou e imediatamente me fez sentir menos inquieta. A cama é pequena, então me aproximei um pouco mais para não cair. Eu respirei fundo e coloquei um beijo delicado em seu pescoço antes de descansar minha cabeça em seu peito.

Eu não sei porque eu nunca coloquei minha mão sobre seu coração antes. Eu literalmente a sinto viva debaixo da minha mão, e finalmente consigo sentir o meu coração bater também.

Depois de um momento apreciando essa sensação, senti o desejo de conversar com ela.

- Alguém me perguntou sobre você hoje na escola. Faz tanto tempo desde que alguém me perguntou isso. Foi muito bom falar sobre você, compartilhar minhas memórias, simplesmente dizer seu nome em voz alta. Ela me perguntou se eu me importava em falar sobre o que aconteceu com você ou se era muito doloroso falar sobre isso. Eu disse a ela que venho aqui todos os dias e conversar sobre isso me ajuda a liberar os pensamentos negativos da minha cabeça. Ela disse que nunca acreditou que o coma iria durar tanto tempo e pediu desculpas por não ter vindo falar comigo antes. Eu disse a ela "obrigado por perguntar" Eu não sei se foi curiosidade ou preocupação que a fez perguntar, mas disse a ela "por favor, faça isso de novo em breve porque eu gosto de falar sobre Madelaine", mas sua mãe me ajudou, Camila e os outros também.

Eu me aconcheguei mais perto de Madelaine com a mão ainda em seu coração e fechei meus olhos.

- Casey e Emily viram aqui hoje, eles trouxeram um cartão enorme com um arco-íris nele. Você provavelmente iria achar muito exagerado, mas eles escreveram coisas fofas para você. Eu coloquei em cima da sua cama ao lado de todos os outros cartões que você ganhou. Ah, e eu esqueci de te dizer isso ontem, mas eu comprei a décima quarta temporada de Greys Anatomy em DVD, porque sempre perdíamos os episódios na TV. Eu lembro daquela vez em que você não quis ir ao aniversário do seu primo porque queria assistir comigo - Eu ri levemente pensando sobre aquela lembrança - Você tem que acordar logo, antes que eu assista todos os episódios sozinha.

Parei de falar por um tempo quando notei lágrimas salgadas nos meus lábios. Eu nem percebi que as lágrimas estavam caindo dos meus olhos, mas acho que é inevitável quando falo sobre o futuro. Às vezes parece tão longe.

Eu respirei fundo e passei a mão pelos meus olhos antes de colocá-lo de volta sobre o coração dela.

- Ainda é muito difícil sem você e está ficando mais difícil a cada dia. Mesmo que eu esteja melhorando agora, eu ainda me sinto tão perdida e vazia sem você. Eu continuo revivendo aquela noite na minha cabeça e pensando sobre o que eu poderia ter feito de diferente. Você sabe que eu teria morrido por você, tentando te proteger d...

Algumas conversas no corredor me fizeram olhar para a porta, mas as vozes lentamente diminuíram. Provavelmente eram as enfermeiras passando. Eu descansei minha cabeça para baixo e fechei meus olhos.

- Eu estou tentando ser forte, Mads, mas eu... Eu não sei por quanto tempo eu posso aguentar isso. Eu só preciso de você aqui, eu preciso de você...

Lágrimas começando a perfurar minhas pálpebras fechadas, mas não tinha como parar agora.

- Eu te amo tanto e eu não sei mais o que estou fazendo da minha vida. Eu preciso que você volte antes que eu faça algo estúpido.

Eu parei de falar para permitir que as lágrimas caíssem e eu realmente não tinha energia para dizer mais nada.

De repente, notei uma mudança debaixo da minha mão que estava descansando em seu coração. Eu pensei que a vibração que eu sentia era meu corpo tremendo de tanto chorar, mas quando eu forcei o choro a parar, senti o coração de Madelaine acelerando. Sentei-me um pouco e tentei ficar calma para entender melhor o que está acontecendo.

- Madelaine? - Eu murmurei.

Mais uma vez senti seu coração batendo mais rápido sob a minha mão e algo nas máquinas começou a mudar. Agora eu tinha certeza que minha mente não estava brincando comigo e eu queria levantar da cama para chamar um médico, mas eu estava muito sobrecarregada e não queria que este momento acabasse.

Sentei-me para poder usar a outra mão e segurei sua bochecha com ela para poder acariciar meu dedo sobre a sobrancelha. Minha outra mão ainda estava em seu coração que ainda batia rápido. Meu próprio coração estava batendo no mesmo ritmo e minha respiração se tornou cada vez mais irregular, enquanto formigamentos começaram a se espalhar por todo o meu corpo.

Eu me inclinei e descansei meus lábios em sua testa.

- Volta para mim... - Eu sussurrei e me afastei para olhar seu rosto.

Quando eu estava prestes a ir chamar um médico para falar sobre o ritmo diferente de seu coração, eu vi suas pálpebras se mexendo. Meus olhos se arregalaram e eu me senti completamente congelada e incapaz de me mexer enquanto eu estava a encarando intensamente. E então, quando eu estava prestes a me beliscar, para garantir que eu não estava sonhando, os cílios escuros de Madelaine se moveram e seus olhos Castanhos se abriram e olharam para mim. Eu estava em casa.

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