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OITO: O Veneno do Ciúmes


Jongin chegou mais tarde naquela noite, as ruas eram iluminadas apenas com tochas, e sua casa estava silenciosa quando ele entrou, era possível sentir dois cheiros conhecidos assim que passou pela porta, e à medida que caminhava em direção ao quarto podia ouvir também um burburinho de conversas. Kyungsoo estava deitado na cama, com Junmyeon ao seu lado enquanto conversavam sobre um assunto que Jongin não conseguiria dizer qual, e nem o motivo de aparentarem estar tão abatidos.

- Aconteceu alguma coisa?

Estavam tão absortos naquela conversa que só perceberam que Jongin estava parado na porta quando ele falou, Kyungsoo ajeitou-se na cama, e Junmyeon se encolheu. O ômega Do mordeu os lábios, ainda receoso em contar para Jongin ou não, olhou para o rapaz ao seu lado como se perguntasse para ele, e mesmo sem entender direito a sua resposta, achou que era melhor contar a verdade, Junmyeon já havia lhe dito antes que ele e Jongin eram próximos, e o Kim tinha o direito de saber o que acontecera.

- Um alfa no cio atacou o Junmyeon. - soltou, baixo e com receio na voz.

Jongin arregalou seus olhos de início, Kyungsoo conseguiu ver a sua reação de susto contida ao ouvir, o alfa sentou-se ao lado de Junmyeon, segurou seu rosto com a delicadeza que ele tinha, que não era muita, analisando o rosto do menor como se procurasse por qualquer ferimento ou algo do tipo. Ou talvez, só para ter certeza de que ele estava bem.

- Você está bem? - ele perguntou - Ele te feriu? Feriu o bebê?

Junmyeon negou com a cabeça, sussurrando para Jongin que ele estava bem e que não precisava se preocupar. E Kyungsoo não conseguiu conter seu ciúme quando Jongin o abraçou pelos ombros e o trouxe para o seu peito. Seus olhos não se desprenderam da cena, ainda mais quando o Kim beijou os cabelos do ômega e fechou seus olhos sentindo seu cheiro em um ato de carinho.

Não, não esperava que Jongin fosse o abraçar e demonstrar carinho por ele em sua frente, e muito menos que Junmyeon fosse aceitar isso. Não se sentia bem vendo aquilo, seu lobo se debatia gritando dentro dele que Jongin era seu, e que não podia tocar em mais ninguém. Podia sentir-se ferver enquanto gritava para si mesmo que ele era seu, seu e de mais ninguém.

- Eu preciso ir pra casa. - o ômega desvinculou-se de Jongin, sorrindo gentilmente para Kyungsoo enquanto se levantava.

Tentando disfarçar seu ciúme, Kyungsoo ainda o acompanhou até a porta de saída, se despedindo de maneira educada. Mas ele não voltou para o quarto, se sentia ofendido e não queria ver Jongin naquele momento, se fosse para o quarto acabaria sendo grosso pela raiva que sentia.

Ficou na janela da cozinha por um tempo indeterminado, apenas olhando para o céu estrelado e as tochas acesas nas ruas cobertas de neve. O tempo frio só parecia existir lá fora, pois quando Jongin estava em casa, tudo ficava quente, e mesmo chateado, a presença de seu alfa em casa o fazia se sentir mais confortável. Queria chorar por se sentir assim, por desconfiar tanto da fidelidade de seu marido. Jongin aparentava ser tudo o que sempre quis, mas se não fosse fiel, do que isso valeria?

Por estar distraído, acabou se assustando quando as mãos do Kim o tocaram, e os braços nus do moreno se envolveram em seu corpo, Jongin repousou a cabeça sobre a sua, evidenciando o quanto era mais alto, e o quanto Kyungsoo parecia frágil e pequeno em seus braços. Queria tê-lo empurrado pra longe, queria ter dito que estava triste com suas atitudes, queria ter falado tudo para Jongin. Mas tinha tanto medo de acabar chateando seu marido, tinha tanto medo de fazer Jongin perder a paciência, ainda não sabia como ele ficava quando se enfurecia, e não queria conhecer esse lado tão cedo.

- Não precisa ter ciúmes do Junmyeon. - o moreno falou depois de ter passado alguns segundos em silêncio.

Kyungsoo continuou em silêncio, era óbvio que Jongin sabia que ele havia ficado com ciúmes, Jongin sabia de tudo o que ele sentia, a marca que os ligava tornava seus sentimentos ainda mais evidentes para o seu alfa, e talvez se parasse de tanto ciúme e se concentrasse nos sentimentos de seu alfa, pudesse identificar o que ele sentia também. Kyungsoo estava concentrado nas coisas erradas, ômegas marcados não só compartilhavam seus sentimentos com os de seu alfa, como também conseguiam sentir, mesmo que fracos, os sentimentos deles. Mas fazer aquilo com Jongin era tão difícil, mesmo que tentasse sentir o que Jongin sentia, ele não sentia nada.

E tinha medo de que fosse isso o que Jongin realmente sentisse, nada.

- A família Kim é muito unida, é normal que nos preocupemos uns com os outros, além de que tenho muito carinho por Junmyeon, nos conhecemos há muito tempo.

Jongin era cerca de dez anos mais velho que Junmyeon, e essa diferença fazia com que se lembrasse de mais coisas da infância do ômega do que ele mesmo, Jongin o viu crescer, e esse tempo os fez ficar ligados de alguma forma, por mais que alfas e ômegas não costumassem ter relações de amizade, o carinho que sentia pelo mesmo era imenso, o fazendo querer cuidar dele, e se preocupar com o que acontecia.

- Você o abraçou na minha frente. - o ômega sussurrou, podia-se notar a tristeza em sua voz.

O alfa segurou suas mãos, as deixando sobre as dele, abaixou o olhar para ver como elas ficavam bonitas juntas, e Kyungsoo também olhou. As mãos do ômega eram tão pequenininhas comparadas com as de Jongin, se perdiam entre elas.

- Kyungsoo, assim como você é só meu, eu sou só seu.

- O único marcado nessa história sou eu.

Jongin o virou para que olhasse para ele, Kyungsoo se assustou com o ato, o rosto do alfa não parecia nada feliz, sentiu medo de tê-lo ofendido, já havia ouvido falar de ômegas que foram agredidos por terem ofendido seus alfas. Por dois segundos, parecia que o tempo havia parado, sua mente estava congelada em um único questionamento "Jongin teria coragem de batê-lo?". Mas ele não fez isso, o moreno segurou sua mão, a colocando sobre seu ombro, deixando sua mão sobre a dele ali. O ômega podia sentir a pele quente de seu marido, estava assustado com aquilo.

- Se não confia na minha fidelidade, marque à mim.

Ficou ainda mais assustado, poderia contar nos dedos quantos alfas marcados haviam naquela alcateia, e era provável que nem enchesse uma mão. Assim como a marca de um alfa tornava o corpo do ômega incapaz de responder à outra pessoa, marcar um alfa o tornaria incapaz de se relacionar com outro. Marcar Jongin o tornaria completamente seu, o impedindo até de pensar em trai-lo. Mas marcar Jongin seria o mesmo que declarar a todos que não existia confiança naquela casa.

Poderia ser feliz se não conseguisse confiar em seu alfa?

Levou sua outra mão para o pescoço do Kim, unindo seus dedos atrás da nuca do mesmo e o puxando para baixo na direção de sua boca. Uniu seus lábios e entreabriu a boca esperando pela língua do Kim, que veio feroz e com sede, invadindo todo o espaço e deixando também que suas mãos fossem para a cintura do menor, puxando seu corpo para que se colasse ao dele. Kyungsoo jamais marcaria seu alfa, porque no fundo, seu maior desejo era confiar nele, e tê-lo como seu, sem que aquilo fosse uma obrigação.

[... Mordida de Alfa ...]

Minseok tinha feito comida para ele quando JongDae acordou, o ômega ficou o olhando enquanto ele comia. Como se não comesse há meses, derrubando tudo pela mesa enquanto enfiava a comida goela à baixo. O Kim comia como qualquer alfa comia, Minseok não tinha como julgar. Era inevitável não lembrar de Wonsik e um momento daqueles, havia-se lembrado de seu falecido alfa durante aquela manhã, enquanto preparava algo para JongDae, fazia tanto tempo que não se levantava antes do sol raiar para fazer algo para um alfa.

Era nostálgico, como se voltasse no tempo, e talvez um pouco desanimador olhar aquela mesa e não ver os cabelos castanhos de Wonsik ali. Não, não podia mais enxergar as coisas de maneira errada, e tentar criar a imagem de seu antigo amor sobre a imagem de JongDae. JongDae nunca seria Wonsik.

- Está chorando?

Só se deu conta de que estava perdido em pensamentos quando sentiu as mãos de JongDae tocando seu rosto molhado. Estava mesmo chorando, chorando aquelas mesmas lágrimas incessantes, que caiam diante das lembranças da pessoa que mais amou. Já se perguntara muitas vezes se aquele amor não era obsessão. Minseok ainda sofria por Wonsik, não apenas por sua marca, mas por seu coração.

E chorou mais, encostando sua cabeça no peito do alfa enquanto chorava e soluçava aquela dor, dor esta que havia chegado sem ser chamada. Não conseguia esquecer Wonsik, por mais que tentasse, e estar ali era quase como trai-lo, seu corpo sentia isso, sua marca sentia isso, e qualquer brecha que seu coração desse para JongDae, seria como um imenso rasgo doloroso.

- Me leva pra casa, JongDae.

Durante o trajeto para sua casa, Minseok não disse nada, por mais que o alfa tentasse puxar algum assunto, o menor continuava com seus olhos baixos, virados sempre para o chão, guardando seus pensamentos para si mesmo. Se despediram com um abraço demorado, que serviria de bateria para que o ômega aguentasse o frio do dia. E por mais que seu coração doesse, ter dormido com JongDae fez com que se sentisse bem melhor fisicamente.

Depois de deixar Minseok, JongDae retornou o caminho para o seu trabalho, o sol já estava subindo, o que significava que estava atrasado. Tentou apressar o passo durante o caminho, o que não adiantou de muita coisa. Quando chegou, seu pai e seu irmão já finalizavam algumas peças, Jongin parou o que estava fazendo para olhar para ele com aquela expressão que ele sempre fazia antes de soltar algo típico de um irmão mais velho.

- Por que se atrasou, irmãozinho? - o moreno perguntou, mas com cara de quem responderia a si mesmo - Não me diga, posso sentir o cheiro de ômega daqui.

JongDae se deu ao luxo de fazer apenas uma careta e começar seu trabalho. Obviamente que sua cabeça estava longe, não conseguia esquecer as lágrimas de Minseok, estranhamente conseguia sentir a sua dor, sentir empatia pelo ômega, estava detestando o ver sofrer, tentava ajudar, mas sua ajuda aparentava o deixar pior, como se Minseok estivesse lutando para permanecer distante de alguma forma, e não conseguia entender isso muito bem.

Jongin observava seu irmão, o conhecia muito bem, e sabia que tinha algo errado com ele, JongDae era sempre alegre e gostava de conversar enquanto trabalhava, ou simplesmente cantarolava algumas vezes, vê-lo calado significava que havia algo de muito errado acontecendo. Queria perguntar o que estava havendo, mas com seu pai ali, sabia que JongDae não iria se abrir completamente, por mais que fossem muito unidos com seu pai, JongDae só contava as coisas por inteiro para seu irmão mais velho.

O moreno levantou os olhos assim que sentiu um cheiro de alfa no local, conhecia aquele rosto, e não era como se fosse fácil se esquecer de cabelos tão chamativos como aqueles. Reconhecia aquele alfa do dia em que cortejou Kyungsoo, ele também havia cortejado seu ômega, e a marca no braço indicava que era um Park.

- Preciso de uma espada. - foi a primeira coisa que ele disse - Uma que dure a vida inteira, resistente, e preciso dela em cinco dias.

- Espadas resistentes demoram mais tempo, vou precisar de, pelo menos, sete dias. - Jongin o respondeu, parando algumas vezes o que estava fazendo para olhar para ele - E são mais caras, oito moedas de prata.

- Te dou cinco.

- Seis.

- Seis então, mas coloque os apoios para o punho ao contrário, eu sou canhoto.

O alfa partiu pelo mesmo caminho que chegou, Jongin ainda ficou olhando para o lado de fora por um bom tempo, se perguntando se havia algum motivo em especial para ter tanta pressa, nenhuma espada que prestasse poderia ficar pronta em apenas cinco dias, ele provavelmente desejava sair do vilarejo para alguma viajem, por isso aparentou ter ficado aborrecido com os dois dias a mais de espera.

JongDae parou ao seu lado, o empurrando de leve para que prestasse atenção no ferro que estava tempo demais dentro da água.

- Que clima estranho foi esse? - o loiro perguntou.

- Aquele alfa cortejou o Kyungsoo. - Jongin o respondeu, finalmente tirando o ferro da água, se xingando por ter deixando esfriar demais.

- E por que aceitou o pedido dele?

- Não posso culpa-lo por ter bom-gosto. - brincou ao responder, por mais que estivesse falando a verdade, não podia tratar mal alguém só por ter tido os mesmos desejos que ele, Kyungsoo era um ômega maravilhoso, ter sido bastante cortejado não era nenhuma surpresa - Se soubesse o quanto o Kyungsoo cozinha bem, ele teria caçado algo melhor.

- Por isso você está ficando gordo.

Jongin o empurrou pelos ombros.

- Não estou ficando gordo.

[... Mordida de Alfa ...]

Yixing estava tentando concertar o rasgo na vela do barco, apenas tentando, alfas não eram bons em costurar, e sua costura era torta e com pontos trocados, o que fazia Yifan rir, o outro alfa debochava da forma que Yixing costurava, deixando a vela ainda pior do que já estava. Estavam no convés do barco, um pouco mais afastados e sentados no chão, conversando sobre qualquer coisa banal, enquanto os outros homens organizavam tudo para poderem partir para o Sul em busca de novas mercadorias, partiriam na manhã seguinte e quase tudo estava pronto, faltava apenas a maldita vela ser concertada.

- Desista, você é horrível com isso. - Yifan chutou a perna do amigo, enquanto descia mais um gole da cerveja, Yifan estava quase sempre bebendo, dizia ele que já havia bebido tanto, que a cerveja não lhe alterava mais em nada, e que bebia apenas por hábito - Vou levar a vela para alguma costureira concertar.

- Seria bem mais fácil se você tivesse um ômega pra fazer isso. - Yixing ainda não havia desistido da vela - Aliás, já está ficando velho, deveria se casar.

- Velho minha bunda!

O alfa chutou o amigo novamente, e dessa vez com mais força, sendo chutado de volta por Yixing. Os dois ficaram chutando um ao outro até que se tornasse uma brincadeira um tanto infantil. Típico de alfas, costumavam ser meio infantis quando estavam apenas entre eles, sem se importar muito com a aparência de forte que sempre queriam passar.

Ficaram nessa brincadeira até alguém se aproximar, se agachando para pegar os tecidos da vela e a agulha com linha grossa que estava com Yixing.

- Eu posso concertar. - Yixing não questionou quando Zitao pegou tudo e se afastou um pouco, sentando-se do outro lado do barco, ainda na linha de visão dos alfas.

Observou a forma como Yifan olhava pra ele, parecia intrigado com alguma coisa, e depois de parar para olhar a forma delicada e correta que Zitao costurava, conseguiu entender o motivo de Yifan o olhar tanto. Não era nada comum um alfa costurar daquela maneira, tudo tão bem alinhado, como se tivesse aprendido isso desde a infância, e Zitao também costurava rápido, como alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.

Por um bom tempo, os dois apenas observaram o rapaz costurar, sem dizer nenhuma palavra, e sem se perguntarem o motivo de parecerem tão vidrados nele. Alguma coisa caiu na cabeça de Yifan, o fazendo notar o quanto sua boca estava salivando enquanto olhava para Zitao, e seu corpo parecia estar mais quente.

- Zitao costura que nem ômega. - comentou, fazendo Yixing olhar pra ele, sendo que até piscou os olhos, como se tivesse acabado de acordar.

- Você sentiu esse cheiro?

O Wu parou um instante para farejar o ar, não demorou muito até perceber o cheiro doce que estava no ar, se espalhando sorrateiramente, e seria imperceptível se não respirasse mais fundo. Um cheiro um fraco, mas presente, e agora que o havia notado, não conseguia parar de sentir.

- Cheiro de cio de ômega. - soltou quase sussurrando, como se aquilo fosse um segredo. Olhou para Yixing, franziu o cenho meio intrigado - Você acha que tem algum ômega aqui?

- Não sei. - falou se levantando - Vou dar uma olhada lá embaixo.

Yifan acabou se distraindo enquanto olhava para Zitao novamente, e se não estivesse tão enfeitiçado teria notado que não era o único que encarava aquela cena. Estava se aproximando quase que engatinhando, sem notar muito bem as suas próprias ações, quando percebeu, já estava ao lado do rapaz, quase babando enquanto o olhava bem de perto.

Zitao parou o que estava fazendo para encarar o capitão, meio constrangido, ele pareceu ter reparado nos alfas o olhando com aquelas expressões tão perdidas. Merda! O seu cheiro estava se espalhando pelo barco, todos estavam sentindo, ele mesmo conseguia sentir seu membro endurecer e algo molhado em seu traseiro escorrer, era o cio, era o maldito cio, mesmo que ainda bem fraco, ele estava vindo.

- Pode colocar a vela? - falou chamando a atenção de Yifan, que piscou os olhos se despertando, tentando entender o que estava fazendo ali tão perto - Eu preciso fazer uma coisa.

Rapidamente o falso alfa empurrou os panos da vela nas mãos de Yifan, e sem esperar por qualquer resposta do capitão, o rapaz saiu em direção aos fundos do navio. Tentou não passar por ninguém e nem se aproximar, até conseguir chegar à sua bolsa, onde havia guardado as ervas que usava para o chá inibidor de cio.

Sabia que Jongin ficaria uma fera quando soubesse que ele continuava a tomar aqueles chás, conhecia todos os riscos e sabia que poderia estar se condenando a ser estéril se continuasse a tomar. Mas de toda forma, não era como se Zitao desejasse ter filhos algum dia, aparecer grávido declararia a todos que ele era um ômega, algo que Zitao não desejava, ele não queria ser ômega, não queria gestar um filho, e não queria ser submisso a ninguém, não queria um alfa o dominando.

Não era da vida de ômega que Zitao gostava.

Por isso ele fazia aquilo, por isso se arriscava tanto, havia treinado e modificado seu corpo com muita dor e esforço para parecer um alfa, se sacrificando ao máximo para matar o ômega que havia dentro dele. As sombras de sua vida de ômega ainda o atormentavam, e Zitao acreditava que ao se tornar um alfa, aqueles fantasmas desapareceriam, mas não... eles ainda o perseguiam.

- Zitao, você pode costurar a outra... - a voz de Yifan morreu ao ver a expressão assustada do rapaz, que segurava um caneco com água e algumas folhas estranhas e amareladas na outra - O que está fazendo?

Sem jeito e se sentindo nervoso, o mais novo tentou colocar tudo de volta na bolsa, largando o caneco no balcão ao lado, havia perdido parte de seu controle ao se assustar, liberando ainda mais seu cheiro, que já impregnava o local, podia ver os olhos de Yifan ficando embaçados e perdidos, cedendo aos poucos ao desejo absurdo que passara ao sentir pelo ômega no cio diante de seus olhos.

- Você está machucado? - Zitao perguntou tentando chamar sua atenção, novamente Yifan piscou os olhos despertando, aparentemente cada vez mais confuso - Deixa, deixa eu arrumar isso pra você.

Era notável o quão nervoso ele estava, não havia conseguido tomar aquele maldito chá, e se não se controlasse seu cheiro se espalharia cada vez mais. Respirou fundo, não podia desistir agora, passar por aquele cio dentro daquele barco com 14 alfas ao seu redor lhe serviria de teste final, se conseguisse se segurar, poderia oficialmente se declarar um alfa, provando para si mesmo que não era submisso ao cio.

Se tornando mais forte do que os próprios alfas.

Se Jongin ou JongDae ouvisse isso, certamente o chamariam de tolo e infantil, por continuar a teimar com algo que ele sabia que fracassaria, que estava louco por tentar ir contra sua própria natureza ômega. Essa teimosia era tanta que o fazia querer chorar de raiva, raiva por ser um maldito ômega no cio, que estava quase implorando para que Yifan o fodesse com força naquele balcão.

Yifan podia notar sua respiração pesada enquanto o rapaz amarrava ataduras em seu ferimento no braço, aquilo logo sararia, não era nada, mas não conseguiu negar quando Zitao se ofereceu para cuidar daquilo. Aquele cheiro, aquele cheiro estava invadindo suas narinas, ainda mais quando estava tão perto dele. Se Yifan não estivesse tão cego por aquele cheiro, teria notado que o ômega da questão era Zitao, e que precisava o tirar de lá o quanto antes.

Mas quando despertou, o rapaz já estava se afastando, segurou seu braço o fazendo parar, iria questioná-la, iria perguntar se aquele cheiro vinha mesmo dele, e o motivo dele cheirar assim. Todavia, o gemido sôfrego que Zitao deixou escapar ao ser tocado, fez com que Yifan ficasse quente automaticamente.

- Você gemeu? - ele perguntou, intrigado.

Porém o menor se soltou e o empurrou, saindo correndo para fora, quase que em desespero. Não, não queria acreditar que havia perdido o controle daquele maldito cio. Precisava se controlar, tomar um banho com ervas fortes e beber mais doses do chá, e não importava que sacrifício tivesse que ser feito, ele não desistiria de apagar o ômega que morava dentro de si.

Zitao não queria ser um ômega, ele poderia ser qualquer coisa, menos ômega. Sua vida de ômega havia sido terrível, e não importava o que precisasse fazer, ele não iria ceder aos instintos, pelo menos, não enquanto estivesse consciente.

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