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DOZE: Para Que o Inverno seja Feliz

— Você ficou.

A voz grave do alfa ecoou pela casa, Zitao continuava encolhido no meio de todas as cobertas, ele mal havia se mexido durante as horas que Yifan esteve fora. O Wu andou até a cama, e o barulho de algo caindo sobre o colchão fez o ômega mexer a cabeça para olhar. Os olhos azuis do menor se focaram sobre o que estava ali, sentindo-se em pouco confuso e talvez surpreso.

— O que é isso? — o indagou, mesmo já sabendo a resposta.

— Vestidos, mantas, túnicas. — Yifan o respondeu — Roupas de ômega, vista-se.

O mais alto sentou-se ao seu lado na cama, as mãos repousaram o peso das costas no colchão, mexendo os ombros tensos. E esperou, mas Zitao continuava parado dentro daquela bolinha de lençóis que havia se metido dentro, como se eles lhe servissem como um forte de proteção.

— Não quero. — sua voz se firmou naquele mero segundo, Zitao ainda estava sensível devido ao pós-cio e a presença de Yifan ao seu lado lhe causava arrepios, seu lobo desejava se submeter a ele e lhe obedecer, porém isso passava longe de ser a real vontade do Huang.

Huang Zitao não queria andar por aí vestido como um ômega, porque em sua concepção, ele não era, e não era como se fosse aceitar isso de uma hora para outra como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Traumas não são apagados facilmente como as pessoas querem que sejam, são processos dolorosos, que muitas vezes demoram uma vida inteira, e alguns deles jamais deixam de existir.

Se vestir como ômega era como entrar de novo na gaiola que lutou para sair.

— Estou mandando.

Seu corpo inteiro estremeceu assim que a voz do alfa alcançou seus ouvidos. Maldita seja a sensibilidade dos ômegas, sem seus chás e em um primeiro dia após um cio duplicado Zitao estava tão indefeso e fraco como uma criança de cinco anos, seu corpo e seu ego pareciam ter sido esmagados por imensas mãos, e que agora lhe restavam apenas os resquícios daquilo que um dia havia sido orgulho de alfa. Agora ele era um mero ômega, que não conseguia resistir à voz de comando de um alfa.

— Você pode olhar para o outro lado?

— Não.

Mordeu o lábio inferior com tanta força que ele quase chegou a sangrar, e mesmo com seu corpo queimando de vergonha, o ômega saiu do meio de todas aquelas cobertas, escolhendo uma túnica qualquer para vestir, em um tom verde muito bonito. Evitava olhar para Yifan, pois sabia que o alfa encava seu corpo como se o mesmo lhe pertencesse. E pelo visto agora pertencia mesmo. Prendeu a fita marrom na frente em um nó simples, e ficou de pé ali mesmo, olhando para baixo como se esperasse que qualquer coisa acontecesse.

Yifan ficou de pé, logo colocando um casaco de peles brancas sobre os ombros do ômega, o deixando aberto para que pudesse olha-lo melhor, sorriu pequeno ao ver a imagem de Zitao vestido como um ômega. Quase outra pessoa. Sem as roupas pesadas de alfa Zitao adotava uma imagem mais simples e bonita, parecia até menor.

— Você está lindo. — o elogiou, segurando levemente em seu queixo e o obrigando a olha-lo.

Os olhos de Zitao pareciam tristes, um brilho amedrontado estava ali dentro, ele se sentia desconfortável estando daquele jeito. Como se não fosse ele mesmo.

— Por que está fazendo isso comigo? — perguntou, a voz grossa continha um choro preso na garganta, ele estava quase desabando, seu corpo vulnerável não estava mais suportando aquelas mudanças bruscas todas de uma vez. Ao seu ver, Yifan estava o tratando de uma maneia dominadora.

E Zitao não gostava de ser dominado.

— Não estou fazendo nada de errado. — foi sua resposta, e Zitao não tinha nenhum argumento para ir contra, ele realmente não estava fazendo nada contra a lei, muito pelo contrário — Apenas comprei roupas para o meu ômega, serei julgado por isso?

O Huang se afastou ficando de costas para o mesmo, passava a ponta da língua sobre os dentes de cima, pensava em tomar uma atitude qualquer, ir embora talvez, dizer para Yifan que não seria tratado como um ômega qualquer, gritar com ele por tê-lo obrigado a se vestir daquele jeito. E tudo isso ainda de costas, porque se olhasse para ele seu lobo se derreteria, e se entregaria para o alfa mais uma vez.

A culpa era toda de Yifan, por ser incrivelmente encantador.

— Não sou seu ômega. — falou baixinho.

O alfa o abraçou pelas costas, deixando sua cabeça sobre a cabeça do ômega. Nunca havia notado o quanto Yifan era mais alto até que os outros alfas. E por um simples segundo se sentiu calmo ao ter o calor do Wu com ele. Culparia novamente os seus hormônios de ômega por estar tão sensível e submisso, quase gemendo por ser tocado com tanto cuidado e carinho.

— Se ficou, é porque é. — deu por resposta — Só meu agora, e eu vou mima-lo e dar tudo o que seu coração desejar.

Ficou ainda mais surpreso, sua boca se abriu e ele tentava pensar em algo para dar por resposta, algo que não vinha. Yifan tinha todos os motivos do mundo para o enxotar, o bater, lhe dizer um milhão de coisas ofensivas. Porém nenhum motivo para o tratar bem. Não entendia, aquilo não deveria estar acontecendo, e era por isso que tinha tanto medo de estar sendo enganado, de no fim do dia descobrir que era apenas um sonho bobo, e que na verdade agora ele estava deitado na neve, nu e sozinho depois de ter sido brutalmente estuprado por vários alfas e depois jogado fora por não prestar mais.

Wu Yifan era um sonho, uma alucinação de sua cabeça.

— Não mereço isso, não posso ser o seu ômega, Yifan, eu não sirvo pra ser o ômega de ninguém. — ele queria chorar, havia sido alfa por tantos anos que ser ômega agora parecia um absurdo — Eu menti pra você, pra todos, deveria estar me odiando agora, assim como os outros provavelmente estão.

Ele sabia que a partir do momento em que saísse por aquela porta as coisas seriam diferentes, a tripulação toda de Yifan já sabia da verdade, eles provavelmente estavam sentindo-se ofendidos e enganados, e havia muitas chances de querer vingança contra ele. E talvez esse tenha sido um dos motivos de ter ficado, ele queria, ou melhor, necessitava da proteção de Yifan.

— Mas você teve um motivo pra isso, não teve? — ele estava sendo compreensível de novo, aquela maldita compreensão que o fazia querer chorar e abraça-lo, implorando para que ele o protegesse da maldade do mundo lá fora. Mas que droga! — Conte pro seu alfa, Zitao. Por que odeia tanto ser ômega?

O silêncio.

Zitao não queria dizer, relembrar aquilo doía, doía muito. E quando aquelas imagens horríveis voltaram como um relâmpago em sua mente, ele não suportou, era como ser esfaqueado. E então chorou, chorou por odiar aquilo, chorou por se sentir ferido. Ser ômega doía, e um alfa nunca entenderia como era estar na pele de alguém que não conseguia se defender sozinho.

Malditos sejam os alfas por serem fortes.

Malditos sejam os ômegas por serem fracos.

Yifan o virou bruscamente após sentir uma das lágrimas de Zitao caindo sobre sua mão, o envolveu em seus braços e o trouxe com ele para a cama, sentando-se com o ômega se encolhendo em seu colo. Zitao chorava baixinho e em soluços baixos. Era um choro carregado de dor, uma dor tão forte que era transmitida para o alfa que o abraçava. Naquele segundo Yifan queria o proteger, arrependendo-se de ter insistido tanto naquilo.

— Yifan, se eu for o seu ômega você promete que não vai mais deixar que alfas maus toquem em mim?

[... Mordida de Alfa ...]

— Você não precisava ter limpado a casa toda.

JongDae havia tirado a tarde de folga para ficar com Minseok, os dois passearam pelo vilarejo, sendo que o alfa havia até mesmo lhe comprado um presente. Depois de terem passado em casa para deixar algo que o loiro havia comprado, Minseok havia decidido que limparia toda aquela bagunça, afinal, o vaso novo e bonito que o ômega havia escolhido merecia um ambiente arrumado para estar.

Mas a verdade era que Minseok estava brincando de casinha, sentia tanta falta de organizar sua casa, depois que Wonsik morreu ele não conseguiu ficar sozinho na cabana em que moravam, e acabou a vendendo e voltando para casa. Sentia falta de ter seu próprio lugar, de organiza-lo do jeito que queria, de cuidar de tudo. Em casa não era a mesma coisa. E agora, enquanto dobrava e guardada as roupas que JongDae havia largado em cantos quaisquer da casa, ele se sentia confortável como se fizesse aquilo para o seu próprio marido.

E dessa vez não era a imagem de Wonsik que estava em sua cabeça.

— Pare de defender sua bagunça e me deixe terminar.

O alfa riu sozinho na cadeira em que estava sentado. Olhava Minseok de longe, ele parecia tão satisfeito, e poderia jurar que o havia visto sorrir enquanto olhava uma de suas camisas e a dobrava. Talvez fosse coisa de sua cabeça. O ômega estava muito melhor de saúde, não aparentava mais estar tão frágil, além de conseguir caminhar com mais firmeza, rir mais e estar mais corado.

Minseok estava bem, e se Minseok estava bem, ele se sentia satisfeito por isso.

O ômega se ergueu de onde estava sentado, meio sem jeito caminhava até ele. JongDae não entendeu quando o menor deixou a mão cair sobre sua cabeça e acariciou seus fios loiros. Fechou os olhos sentindo aquele carinho tão bom, acabou sorrindo.

— Obrigado, JongDae.

O alfa abriu os olhos, franziu o cenho.

— Por que está agradecendo? Foi você que limpou a casa, eu estava só olhando.

O ômega riu. O loiro até havia tentado ajudar, mas ele mais atrapalhava do que ajudava. Era como seu omma dizia "alfas podem ser bons em tudo, menos em trabalho doméstico".

— Por ter tornado este inverno o mais feliz da minha vida.

Se parasse para analisar as palavras do menor, o Kim teria notado o quanto aquilo tinha um grande significado, ele não havia dito "o inverno mais feliz desde que Wonsik se foi", ele havia dito "o mais feliz da minha vida". Talvez se tivesse parado para pensar um pouco mais além, teria entendido o que Minseok realmente queria ter dito, teria entendido que Minseok havia dito que a companhia dele o deixava feliz, mais feliz do que a presença de Wonsik deixava.

E talvez esse detalhe nem o próprio ômega entendesse.

— Foi você que tornou o meu inferno mais feliz. — o alfa o respondeu, com aquele sorriso simples e pequeno no rosto, aquele sorriso que ele abria quando estava envergonhado e queria esconder.

Se enfiou entre as pernas do alfa, que mesmo sentado era quase do seu tamanho. O loiro segurou em sua cintura, e em um puxão brusco o trouxe para mais perto. As pequenas mãos do ômega seguraram em seu rosto, e sem conseguir segurar mais aquela vontade que há muito tempo sentia, Minseok foi o responsável por juntos seus lábios aos lábios do alfa.

Anos sem sentir aquele toque, anos sem saber mais como era ser beijado. E precisava confessar, era a primeira vez que experimentava um beijo lento e calmo, respeitoso e com carinho. O beijo de JongDae era muito diferente do beijo de Wonsik, Wonsik o beijava com força, com brutalidade, rápido e sem respeitar seus limites. Enquanto JongDae era cuidado e transmitia sentimentos.

Sentimentos.

O alfa sentia alguma coisa, algo que nenhum dos dois conseguia catalogar no momento, porém eram conhecedores de que existia algo além da amizade. O beijo de JongDae era muito bom, ainda com o gosto da maça que eles haviam dividido no caminho.

— Eu não deveria... — o ômega buscou se desculpar.

— Deveria sim.

Acabou sorrindo, cedendo a vontade de beija-lo novamente. Minseok sentia que não queria ficar longe de JongDae nunca mais, e nem conseguiu dizer nada ou recusar quando o alfa o puxou para sentar em seu colo. Não foi apenas ou dois, eles haveriam de perder a conta de quantos beijos foram trocados naquela tarde de inverno, com Minseok acomodado entre suas pernas, e mesmo assim sendo respeitado pelo Kim.

Deixou sua cabeça cair sobre o peito do mesmo, sorriu para si mesmo, estava feliz. Estava feliz por ter feito o que ele tanto queria, e não se sentia nenhum pouco culpado por isso.

Todavia, não era como se as coisas de repente fossem começar a dar certo, como se em um passe de mágica ele fosse livre de novo, como se em um passe de mágica ele pudesse ficar de verdade com JongDae, pudesse ser o ômega dele agora e viver feliz com ele. Não, isso só acontecia nas histórias que seu omma contava para ele dormir quando ele era pequeno. Porque aquela maldita marca ainda estava lá, e não importava o que sentisse por JongDae, ele jamais poderia se entregar e ser dele.

Ômegas marcados não sentiam prazer sexual com outro alfa que não fosse o seu. Seu corpo havia morrido no mesmo dia em que Wonsik partiu, sendo enterrado junto ele, e sua condenação era morrer sem poder sentir prazer de novo, e talvez fosse esse detalhe que deixasse as coisas mais difíceis ainda, que fizesse os ômegas marcados se fecharem tanto para tudo e todos.

Essa era a sua condenação, e precisava carrega-la até o fim de sua vida.

— Você pode me levar pra casa, agora?

Haviam perdido tanto a noção do tempo que não haviam notado que já havia anoitecido. JongDae concordou e os dois saíram. Durante o caminho nenhum dos dois disse muita coisa, apenas comentários simples sobre as estrelas e como a noite estava bonita. JongDae queria ter dito que Minseok era ainda mais bonito do que as estrelas, mas era uma pena alfas não serem muito bons com romantismo.

Deixou o ômega em casa, despedindo-se do mesmo com um simples abraço, esperou até o menor entrar em casa, e sorriu pequeno em um ultimo aceno.

Mas ele não voltou pra casa, estava incomodado demais para simplesmente deitar a cabeça no travesseiro e descansar, não tinha paz naquele momento, não conseguia parar de pensar em Minseok e naquela maldita marca que reluzia em seu pescoço. Queria arranca-la com os dentes se fosse preciso.

Mudou a rota e em passos lentos buscou a cabana de seu irmão. Ele sempre falava com Jongin quando estava com problemas ou se sentindo confuso, e as coisas não seriam diferentes mesmo que seu irmão estivesse casado agora. Jongin sempre seria seu irmão mais velho protetor, e sempre faria de tudo para que ele ficasse bem. É, e talvez fosse esse o seu detalhe favorito nele.

Ao chegar bateu na porta, ela estava aberta, e por não ter sido atendido foi entrando. Se não fosse tão invasivo em alguns momentos, se pouparia de ver certas coisas.

— Jongin? — o chamou mais alto, não iria se arriscar a entrar no quarto, dependendo do que visse poderia ser a última coisa que veria em vida.

O chamou mais uma vez, até Jongin aparecer no corredor, completamente nu e de pau duro, completando toda aquela cena traumatizante com uma cara de poucos amigos. E quem não se zangaria caso fosse interrompido enquanto fazia amor calmamente com seu ômega em sua própria casa?

— Me fala o que é tão importante pra você ter me interrompido enquanto eu trepava?

— Me apaixonei por um ômega marcado. 

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