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Capítulo 4

Capítulo 4

— É hora de encarar os fatos, Danilo. — O meu melhor amigo começou uma vez que as minhas teorias de conspiração do amante enganado não faziam sentido para ele. Todo ser paranormal parecia saber pelo cheiro que eu transei com o Alfa Zayas. Foi divertido por um tempo, mas mais cedo ou mais tarde o dinheiro do programa iria acabar e eu começava a duvidar se conseguiria outros clientes. Quando acordei naquele quarto no andar de cima do clube; estava sozinho – eu imaginei que seria assim – embaixo da minha carteira um bilhete e o dinheiro, quase o dobro do combinado. – "Pelas complicações" – o filho da puta sabia exatamente o que aconteceria. — Você é o único ser que eu conheço que não usaria isso para exigir o status oficial de amante do Alfa, você é um burro. Agora, a menos que seus clientes não tenham amor a própria vida, eu sugiro que você aceite o que Estebán Zayas propôs.

— Você entendeu tudo o que te falei?! — Eu gritei. — Ele formou uma porra de um nó dentro de mim! Eu não sou um lobo fêmea, nem um lobo ômega. Sou um simples e, literalmente, pobre humano. Até Estebán ficou surpreso quando aconteceu. E você sabe as implicações de um nó. Merda. – falei baixinho a última palavra.

— Eu entendi, Dan. — disse ele, esfregando os olhos como se estivessem ficando doloridos de me ver andando de um lado para o outro em sua sala de estar. — O fato é que você, melhor do que ninguém, sabia das implicações de se meter no mundo paranormal. Inclusive você, por sua própria admissão, disse que pesquisou as consequências de dar a raba para um lobisomem antes de ir no Black Collar. Inferno, por tudo o que você consegue ver e sabe pelas histórias contadas por aí. Transar com um alfa poderoso como Estebán Zayas teria "complicações" como ele bem frisou no bilhete.

— O cara não me quer como amante. — Eu suspirei e caí sentado no sofá ao lado de Maurício. — A proposta dele é bancar meus gastos até seu cheiro sair de mim, se um dia sair.

— Ele ofereceu o próprio apartamento na Paulista, parece uma boa negociação pra mim. — disse ele, jogando os braços para cima. — Fato continua, você deu para um lobisomem alfa. Agora, nenhuma maldita alma vai te censurar por aceitar o acordo com ele. Sim ele atou você. Sim isso significa que o cheiro dele vai te marcar por um looongooo tempo. Isso diminui suas opções, se você quer saber minha opinião.

— Você deveria me apoiar, me dar um abraço amoroso e falar que tudo vai ficar bem. — Eu exigi. —Você é meu melhor amigo, e não está fazendo um bom trabalho.

Seus olhos se estreitaram e ele me deu aquele olhar que ele me deu tantas vezes no ensino médio. O olhar que dizia "A única razão pela qual eu não estou batendo no seu traseiro agora é porque eu não quero que você conte a ninguém sobre a merda que fizemos naquela noite, quando estávamos ambos bêbados atrás das arquibancadas".

— Sua outra opção é procurar a sua mãe. — ele disse, abaixando a voz. Quando saímos para nossas mães a minha foi indiferente, a do Maurício o expulsou de casa. Ele se refugiou no meu quarto por algumas semanas. Até mamãe descobrir e colocá-lo para fora. Eu tentei ajudar, mas tínhamos quinze anos e eu sei as coisas degradantes que fez para sobreviver. — Agradeça às suas estrelas da sorte que você tem uma mãe que, mesmo com desdém, não te deixaria na rua.

— Eu só procuraria minha mãe se eu não tivesse escolha e a beira da morte. E como você mesmo disse eu tenho escolhas. — eu respondi. Faz sete anos que não falo com mamãe e não vai ser agora que vou fazê-lo.

Maurício beliscou a pele em sua testa apenas sobre os olhos, cavando os dedos profundamente. Eu invejei aqueles olhos azuis dele uma vez, e ele afirmava que os meus tinham a cor mais dourada e mais verde que ele já viu em um raro momento de inspiração poética. Em um tempo que ambos queríamos esquecer, ele passou as mãos no seu cabelo castanho desgrenhado e ao longo dos anos nossa amizade entrou num nível de mesmo se não nos víssemos por dez anos iríamos sentar e conversar como se tivéssemos nos despedido ontem. Nós dois estávamos com vinte e cinco anos, mas a sua pele era branca e cheia de sardas e eu um pouco mais dourado. Foi quando eu notei alguma coisa fora de lugar em Mau. Uma fina corrente dourada ligava ele a alguém ou alguma coisa. Não era uma corrente física e provavelmente só eu e a pessoa que a colocou lá podiam ver.

— Eu não acho que você entende muito bem a situação, Dan. — ele disse de uma forma que sugeriu que ele estava deixando o Maurício racional na ativa. Tinha que ser duro, afinal eu sempre me meti em confusões e o Mau me salva todas as vezes. Não sei como ele não cansava do papel de irmão mais velho chato dando lição de moral. Mas, aquela corrente começou a me incomodar. —Tudo o que você precisa fazer é pegar esse bilhete e reivindicar o prêmio. Uma carta escrita à mão por ninguém mais que Estebán Zayas, pelo amor de Deus Dan, é como ganhar na mega sena acumulada de réveillon.

— Quem é o cara? — eu perguntei em voz baixa.

Suas sobrancelhas bem-feitas se uniram numa carranca de indagação. — O que?

— Você está saindo com alguém. E não é só uma foda. Parece um acordo muito sólido pela corrente no seu pescoço. – Maurício conhecia o submundo paranormal já que era meu melhor amigo. Quando éramos crianças ele me defendia dos "monstros" que eu descrevia para ele.

— Ninguém. – Eu levantei a sobrancelha com evidente descrença. – É só um acordo comercial. Com datas de início e fim, regras. Não fui obrigado a nada e você não tem nada com o que eu faço ou deixo de fazer. — ele rosnou, batendo a palma da mão na mesa. — Não é nada demais. Estou nessa vida há um bom tempo e sei me proteger. – A fragilidade escorreu do corpo do meu melhor amigo com essas últimas palavras. Eu tenho sido uma bosta de melhor amigo. Só fico jogando meus problemas para cima do Mau e nunca escutando.

Suas palavras desanimadas racharam como um chicote contra o meu ego esfolado, mas ele estava certo. Claro que ele estava certo.

Eu percebi que não sabia muito sobre como Maurício estava. Se ele enfrentava alguma dificuldade financeira. Se estava bem de saúde. Eu não fazia ideia de como a vida dele era. Eu era a porra de um garoto mimado e egocêntrico. Sempre exigindo atenção e com uma retribuição muito pobre. De repente senti vergonha de não estar por dentro dos problemas dele, tanto quanto ele estava dos meus. Eu não sabia se estava entorpecido porque estava em estado de choque ou porque eu sempre fui assim e só levou isso para me fazer ver.

— Você precisa ser honesto consigo mesmo, Danilo. — Mau disse em um tom condescendente usado pelos adultos quando falam com adolescentes rebeldes. — Isso não é sobre encontrar o príncipe encantado é só sobrevivência.

— É só isso mesmo? Sobrevivência? – Eu apontei para a corrente invisível em seu pescoço e instintivamente ele coçou onde ela agarrava em sua pele.

— Pelo amor de Deus, Dan, você não é a única puta gay que se mete em apuros. Pelo menos o meu tem data confirmada em contrato para acabar. — ele zombou. — Vamos pular todo o drama e pensar em coisas práticas, tá bom?

Meus punhos cerraram e eu tive que me lembrar que meu melhor plano no momento era ser sustentado pelo alfa da matilha Zayas como se fosse uma criança. E não admitir que transar com ele foi uma das coisas mais fantásticas que já aconteceu comigo. Mas, ficar dependente de alguém... e não qualquer um... um alfa... perder meu poder de decisão... entregar minha vida a um homem e nem usufruir do bônus de uma sessão de sexo selvagem. O futuro parecia um lugar frio e escuro.

— Você pode me olhar assim o quanto quiser, mas ambos sabemos que é a verdade. — continuou ele. —Você dificilmente é o primeiro cara gay a conseguir uma noite com um alfa poderoso, e eu lhe darei crédito por ter sido justamente o mais poderoso de São Paulo. E como já dizia sua mãe: "Se é o melhor de São Paulo então é o melhor do Brasil e provavelmente da América do Sul". A solução do seu caso está, literalmente, na sua mão e ainda assinada. Veja isso como sua chance de começar de novo. Aproveite o tempo sem preocupação com grana e repense o que quer fazer da sua vida. E como eu disse antes, você pode recorrer a sua mãe. Ela conhece muita gente. Foi amantes de grandes figurões do submundo paranormal. Você não sente falta da sua irmãzinha? Eu lembro que ela não desgrudava de você.

— Irmão. — eu falei esperando a cara de espanto do Maurício. Meu irmão estava agora com quinze anos. Ele tinha cinco quando saí de casa. E há uns três anos começou a me ligar e conversar por aplicativos de celular. Ele me contava a dificuldade de mamãe aceitar um filho trans... ela não aceitou bem um filho gay, portanto, imagino a barra que ele está passando em casa. — O nome pelo qual quer ser chamado é José Carlos, ou Zeca.

Mau deu de ombros. Depois de tantos anos vivendo numa bolha social LGBTQ esse tipo de informação não era chocante. — Sua mãe deveria tentar ser mais progressiva. Ela só vai fazer a própria vida mais difícil. — Maurício olhava na minha cara como se eu pudesse mudar a mente da minha mãe com um simples desejo ou uma palavra. Infelizmente eu não tinha esse poder.

— Mais uma razão para você aceitar a proposta do alfa Zayas. Se o Zeca precisar de dinheiro ou lugar para se refugiar no futuro você vai conseguir ajuda-lo. Inferno, eu ouvi dizer que lobisomens tratam os amantes tão bem quanto suas esposas, já que eles não são uma sociedade monogâmica e ter um ômega macho ou fêmea pode ser até símbolo de status na sociedade deles. Você vai amar.

Eu estreitei meus olhos e as palavras na ponta da minha língua provavelmente nos levaria a uma briga e abalo em nossa amizade, mas deixei-as escapar de qualquer maneira. — Eu sou humano. Não sou um ômega, já que isso só seria possível se eu tivesse genes lupinos. E, além do mais, eu não tenho aptidão para escravidão sexual.

Todo o humor foi drenado de sua expressão. — Em nenhum momento eu quis te ofender, Danilo. Eu tenho sido paciente com você até certo ponto, e eu não preciso ser insultado na minha própria sala de estar. – Ele passou a mão pelo pescoço, pela corrente que não era capaz de ver, mas eu sim.

Eu me levantei do sofá. – Desculpa, Mau. Eu só não sei o que fazer e meu desespero está levando a melhor nos meus conflitos mentais. Obrigado por me ouvir e expressar sua opinião. Só tome cuidado com esse contrato que você firmou. Não hesite em me chamar se a corrente apertar no seu pescoço. — Ele levantou e me abraçou apertado. Com sua promessa de me ligar se algo ficasse estranho entre ele e o "cliente" deixei a porta bater atrás de mim e encarei o corredor vazio.

Algumas palavras só tinham significado depois de um certo tempo que a pessoa disse a você, as lentes de aumento das emoções não nos deixam ver o quadro todo e passados alguns anos, com o distanciamento da cena eu compreendi algumas coisas. Quando mamãe me disse. 'É melhor você ir se preparando para sair de casa no final do ensino médio', presumi que era porque me assumi gay, na minha mente de um menino de quinze anos, com as inseguranças da adolescência as palavras dela só significavam homofobia para mim. Só agora, depois de ter trepado com um lobisomem eu entendi o que estava nas entrelinhas. Tentando manter minha vida como ela era nos últimos dez anos enquanto todo o meu mundo estava desmoronando, me ocorreu o verdadeiro significado disso: minha mãe era amante de um lobo. Só podia ser. E meus olhos desiguais devem ter feito a mágica. O cara deve ter dado um ultimato ou coisa parecida. Afinal, aparentemente, eu dou azar, certo? Minha mãe, de maneira clara, escolheu a segurança financeira ao seu filho gay com olhos heterocromáticos.

Minha mãe tinha mudado seu trato comigo depois que teve bebê. Na minha cabeça ciumenta de um menino treze anos aquele pequeno ser veio tomar meu lugar. Todos os dias, eu esperava que ela voltasse a me abraçar e beijar minha testa antes de dormir. Um Danilo de doze anos não teria pensado duas vezes antes de correr para o colo da mamãe procurando consolo, mas o Danilo de agora sabia que era uma porta que se fechou há muito tempo.

Essa era a coisa sobre ser uma pessoa desesperada em um mundo que muda de regras conforme a raça do ser 'mítico' em questão. Você fez coisas que nunca pensou que faria, coisas pelas quais sempre julgou outras pessoas. Coisas como decidir fazer programa porque seu melhor amigo quitou seu apartamento com o dinheiro das fodas mesmo depois de tantas vezes falando que existiam trabalhos mais dignos. Coisas como considerar a carta deixada pelo primeiro e único 'cliente' que tive. Deuses, eu sou patético.

Quando acordei naquele quarto do clube na manhã seguinte eu sabia que estaria sozinho, mas ler a carta de Estebán foi um tapa na cara, o primeiro pensamento em minha mente deveria ter sido: 'Isso não pode ser real. Eu posso seguir com a minha vida fazendo o que eu quiser. É um truque'.

O que eu devo fazer?

Sim. Existe mesmo a possibilidade da minha irmã, quer dizer, meu irmão, precisar de mim ou de dinheiro. E o fato é que eu passei três dias tentando arrumar um emprego e não consegui. Eu poderia mudar de cidade, de Estado ou sei lá... aceitar a proposta do alfa Zayas. Dizer sim para ele parecia uma traição. A culpa foi pior do que a vergonha, eu sabia que isso poderia acontecer e eu não consigo parar de pensar que minha mente inconsciente fez isso de propósito. Eu só sei que não me sinto qualificado para nada disso.

Eu lia suspeita nos olhos do Maurício no lugar da preocupação que ele deve ter sentido na primeira vez que ele leu aquelas palavras floridas.

Danilo,

Desculpe os transtornos que causarei a você em decorrência de nosso intercurso sexual. Pode ser que meu cheiro fique em você por muito tempo. Quanto tempo? Eu não sei. Isso não deveria acontecer entre um lobo e um humano. Você sabe.

Não tenho o direito de toma-lo como amante. Pelo menos não era essa a sua proposta na noite passada e nem a minha. Mas, carregar o meu cheiro tem implicações para a sua segurança e integridade física e não quero negligenciar minhas responsabilidades.

Peço que me procure. Deixo o endereço de meu apartamento no pé da folha e meu número de celular. Não demore a me procurar. Tenho muitos amigos e o mesmo número de inimigos que poderiam pensar que temos algo mais profundo do que realmente é e usá-lo para me atingir. Ficando em meu território te traria segurança e estabilidade.

Estebán Zayas.

Eu sabia o que Mau estava pensando. Mesmo que eu não tenha feito nada de propósito, a não ser vender meu corpo para pagar o aluguel, eu poderia muito bem aproveitar a oportunidade de ouro que o Universo me jogou no colo.

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu teria que me valer da carta e procurar Estebán. Então, por que não mais cedo? Minha mente lutava contra minha necessidade de sobrevivência, de deixar para trás a independência que conquistei nesses últimos dez anos. Para mim, ceder é abrir mão de quem eu sou.

Foi o suficiente para mim, de qualquer maneira. Apesar de minhas rachaduras no ego eu estarei seguro e cuidado. Vou ter que me arranjar na matéria de sexo. Talvez pela internet com alguém de outro planeta que não conheça o Alfa Estebán Zayas de São Paulo. Ou alguma criatura não afetada pela marcação em cima da minha linda pessoa. Vou dar meu jeito.

O filho da puta do Maurício estava certo no final das contas. Era uma chance de começar de novo, e talvez eu me odiasse demais para fazer isso sozinho. Não vi meu irmão desde que ele era uma garotinha de cinco anos de idade com trancinhas, mas quero ser um porto seguro para ele nessa fase difícil de transição.

Bem, eu havia prometido para mim mesmo nunca mais depender de ninguém. Eu mantive minha promessa por dez anos, mas talvez fosse finalmente hora de fazer algo fora do esquema.

Talvez fosse finalmente hora de procurar Estebán Zayas.

**

Oi lobinhes,

Turu pom? Espero que sim. 

O que vocês fariam se estivessem na mesma situação do Danilo?

Se gostaram do capítulo cliquem na estrelinha. Deixe seu comentário.

bjs, 

até a próxima att.


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