11% - festa do pijama
A volta de morgana uma semana antes do previsto bagunçou completando os sentimentos de chan.
Ele estava certo do divórcio, mas aquela repentina mudança de humor da mulher o deixou inseguro. Ela estava ótima, em outras palavras, ela parecia a mesma mulher que casou na Austrália a seis anos atrás. Tratava felix com tanto carinho que chan até mesmo quis perguntar se tinha acontecido alguma coisa na viagem, mas não quis soar grosseiro.
O restante do dia se passou daquele mesmo jeito, a loira paparicando felix e o enchendo de presentes e doces, como tinha prometido trazer de Paris. Chan ficou numa distância segura deles, sempre observando se o bang mais novo teria uma má reação com o comportamento um pouco exagerado e doce da mãe, no entanto ele parecia bem.
Talvez estivesse sendo paranóico em pensar que aquilo era só fingimento, ela poderia muito bem ter voltado ao seu "eu" normal, certo? O australiano tentava se conformar com essa ideia, era a mais realista a se pensar. Mas ainda assim ele ficou por perto, sempre observando os dois e checando se felix estava bem.
À noite, chan estava mais uma vez tentando ocupar a mente para não ter mais pensamentos infortúnios. Sentado na cama, ele vasculhou alguns dados antigos de aulas em seu notebook, apagando o que já não era necessário. Não sentiu quando morgana subiu na cama e engatinhou até estar sentada ao seu lado, seu cabelo loiro e liso estava solto, as mechas caindo por seu rosto fino e pelos ombros delicados. Ela deitou a cabeça no ombro do maior e enroscou os braços no dele, se aninhando no homem cada vez mais perto.
— o que você quer? — tentou não ser grosseiro ou rude, mas estava com uma dor horrível assombrando sua cabeça e ele não conseguia parar de pensar em changbin, em como se sentia em relação ao homem mais novo e porque seu coração ficava tão agitado pelo pensamento que morgana estava de volta.
Morgana apenas fez um bico insatisfeito, tirando o notebook do colo de chan, subindo em cima dele em seguida. O moreno virou o rosto quando ela tentou beijá-lo, segurando nas mãos delas para que não o tocasse.
— vamos sair pra jantar hoje. — ela disse. Chan olhou para a loira com tédio.
— e com quem o felix vai ficar?
— posso pedir pra uma das minhas amigas vir pra cá ficar com ele.
— não confio nas suas amigas. — a mulher fechou a cara, como se uma tempestade estivesse se aproximando.
— se é assim, podemos pedir pro vizinho ficar com ele. — chan a olhou como se tivesse dito um absurdo. — o que? Vocês não são amiguinhos? Peça para ele ficar com o felix.
— somos amigos mas isso não me dá o direito de incomodar ele, morgana.
— se você não quer sair comigo, é só dizer. — ela desceu do seu colo, ficando de costas para o mais velho. — agora que estamos com tempo livre, você não quer fazer nada comigo. Antigamente você não agiria assim.
— antigamente sana tava na cidade e podia ficar com felix. — tentou argumentar. — e eu não posso exigir nada do changbin, ele não tem obrigação de cuidar do nosso filho.
— eu não tô pedindo pra você mandar o vizinho cuidar do nosso filho, é só pra ele ficar com o lix até mais tarde. Isso não vai matar ele! — morgana bradou, os olhos castanhos cheios de lágrimas. Chan recuou, hesitando em continuar discordando dela. — você nunca quer fazer nada comigo, você só liga pro felix. Eu sou a sua esposa, pare de me desprezar!
Ele ficou atônito enquanto via as lágrimas salgadas descer pelo rosto dela, manchando sua pele e seus lábios. Morgana chorou copiosamente sentada na beirada da cama, tentando conter a enxurrada dos seus olhos. Chan suspirou e foi até ela, se abaixando rente a suas pernas para fazê-la parar de chorar. Mesmo que não a amasse como antes, odiava vê-la desse jeito.
— tudo bem, eu vou ligar pro changbin e perguntar se ele pode olhar o lix hoje. Por favor, pare de chorar, você sabe que eu não sei lidar com isso. — colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, passando o polegar por sua bochecha, afastando as lágrimas teimosas que desciam como pingos de chuva. — vai se arrumar, okay? — ela balançou a cabeça, coçando os olhos.
Antes de sair do quarto, chan acariciou o topo da cabeça dela, avisando que voltaria logo. Já no corredor, ele quis se amaldiçoar por ser tão fraco, se continuasse assim nunca iria conseguir pedir divórcio. Com um longo suspiro, o moreno desceu as escadas e avistou felix sentadinho no sofá vendo televisão, ele se aproximou do filho e deitou a cabeça em seu colo, deixando as pernas para fora do sofá. Felix riu pelo contato do cabelo do mais velho em sua barriga, mas ele não o afastou, ao invés disso, afagou os fios pretos do pai com as mãozinhas cheias, deixando o cabelo do homem mais bagunçado que o normal.
Chan pegou o celular e hesitou em ligar para changbin, realmente não queria incomodá-lo, mas já era tarde para voltar atrás. Com um ímpeto de coragem, ele discou o início do número do ruivo e apertou no contato dele, esperando que o menor atendesse. Apenas em pensar em ouvir a voz dele o deixava ansioso, como um embrulho entre suas entranhas. Se sentia um garotinho que encontrou seu primeiro amor, mesmo que soubesse que talvez nunca fosse ser recíproco. Changbin não iria querer lidar com alguém tão problemático como chan, ele não merecia passar por isso.
— oi, hyung. — changbin disse após atender. Chan notou que ele parecia cansado, e de fundo tinha um baita barulhão. — han jisung, solta esse jarro! Seo jeongin, desce daí! Meu deus, fiquem quietos! — ele gritou, e chris tentou não rir. A casa ao lado parecia em festa. — chan hyung, me salva desses dois. — choramingou de um jeitinho manhoso, e chan realmente quis ir lá salvá-lo de seja lá o que estivesse acontecendo.
— o que vocês estão fazendo?
— festa do pijama. — ele murmurou com desânimo. — foi ideia do jisung. Ele disse "vamos fazer algo divertido" e agora eles estão destruindo a minha casa. — relatou tristonho. Chan realmente quis rir do drama do seo. — inclusive, eu tava indo te ligar agorinha pra convidar você e o lix pra participar.
— eu adoraria ver o innie e o jisung destruindo a sua casa, mas tenho um compromisso hoje. — o moreno disse, tentando não deixar explícito o quão desanimado parecia com aquele encontro. — inclusive changbin, posso te pedir um favor?
— claro, chris.
— você pode ficar com o lix essa noite? — o citado olhou para o pai que ainda estava com a cabeça sobre seu colo, e chan apertou o narizinho dele fazendo um barulhinho bobo, que ocasionou numa risadinha baixa.
— como eu disse, já tava nos planos convidar vocês, então tudo bem. Quer que eu vá buscar ele aí?
— não precisa, daqui a pouco eu levo ele na sua casa.
— traga ele de pijama, okay? É um dos vários requisitos do jisung. E se ele tiver algum arquinho de bichinho, coloca também, o tema da festa é agredir a moda.
— vou ver se ele tem. — falou após uma breve risada. — mas não vai te incomodar mesmo, né? Você parece que já tem bastante trabalho aí. — focou em ouvir o fundo da ligação, jisung cantava alguma música infantil junto com jeongin, as vozes misturadas e emboladas.
— não se preocupe, sei lidar com crianças. E o lix não é arruaceiro igual um certo cabeça de cenoura! — gritou para jisung, que gritou uma ofensa de volta, algo como tomate mutante. Chan conseguiu ouvir da sua casa.
— então tudo bem, vou confiar em você. Boa sorte, changbin.
— vou precisar.
Chan sentou no sofá após a ligação ser encerrada por changbin. Ele olhou para felix e sorriu, afagando os fios pretos e macios do cabelo dele.
— o que acha de ir numa festa do pijama na casa do changbin? — perguntou, ainda esfregando a mão com cuidado no topo da cabeça do bang.
— de verdade? — num pulo felix ficou de pé em cima do sofá, chan segurou em seu corpinho pequeno para não deixá-lo cair.
— sim, meu amor. — o sorriso que ele deu seria capaz de cegar chan, tão brilhante e grande, como um verdadeiro sol.
Felix saltou do sofá e subiu as escadas correndo, chris foi logo depois, pedindo pra ele ter um pouco de calma. O moreno ficou responsável em organizar as coisinhas do bang mais novo numa bolsa, como sua mamadeira e condimentos para fazer seu leite, caso ele ficasse com fome de outra coisa que não fosse doces e besteira. Deixou um bilhete escrito à mão ensinando os preparados, para caso changbin precisasse — imaginou que talvez não fosse necessário, mas queria deixar um recadinho agradecendo por ele ter ficado com o menor. Também colocou outro pijama, para caso ele se sujasse, e fechou a bolsinha, focando agora em arrumar felix e achar uma tiara de bichinhos.
Sabia que tinha uma de gatinho em algum lugar que comprou uma vez porque o menino tinha gostado. A escondia porque morgana não gostava de ver o menor usando tiaras e outros acessórios destinados ao público feminino, mas chan não via problema. Se felix gostava, chan compraria sem pensar duas vezes.
Depois de muito procurar, achou dentro das gavetas da cômoda, se adiantando para pegar o pijama amarelo com listras rosas que felix gostava, vestindo nele após o banho. Chan penteou o cabelo do menor e o perfumou, passando um creminho hidratante em sua pele, deixando ele com cheirinho de frutas vermelhas. Com sua bolsa branca nas costas e sua tiara de gatinho sobre o cabelo, felix parecia estonteante.
Ele também se arrumou, vestindo uma calça preta simples e uma camisa social da mesma cor, optando por usar apenas um colar bonito que tinha comprado quando morava na Austrália. Morgana não perguntou porque felix estava vestido daquela forma, uma vez que ele estava mais ocupada colocando seus brincos em frente ao espelho, trajando um vestido verde escuro com um decote em V nas costas, seu cabelo naturalmente loiro solto e perfeitamente arrumado, com pequenas ondulações nas pontas, sua maquiagem era simples e bonita, do jeito que sempre usou. Chan avisou que iria descer primeiro para levar o bang na casa de changbin, e ela apenas balançou a mão, o mandando ir de uma vez.
— mamãe tá bonita. — felix comentou ao pai, esperando que ele colocasse o sapato para saírem.
— sim, ela está. — disse automático, ficando de pé para levá-lo até a casa ao lado.
Passou a mão várias vezes pela extensão da camisa lisa, vendo se tinha algum amassado, depois as mãos foram até seu cabelo, ajeitando a franja grandinha que cobria parcialmente seus olhos. Ele engoliu o nervosismo quando changbin abriu a porta, e chan podia afirmar que nunca tinha visto algo tão fofo em toda sua vida. O ruivo vestia um pijama vermelho com desenho de morangos por todos os lados, no cabelo, uma tiara de porquinho lutava para ser vista entre os emaranhados de cabelo cor de cereja.
Chan sentiu seu peito doer e sua garganta ficar seca quando os olhos pequenos e bonitos do seo foram até ele, mirando fixamente contra seu rosto. Ele olhou o australiano de cima a baixo, um sorriso ladino crescendo do cantinho da sua boca. Chris sentiu que podia desmaiar.
— papai? — felix ao lado chamou. Queria que o mais velho soltasse sua mão, jeongin estava bem na sua frente chamando, mas ele continuava segurando, o impedindo de entrar na casa do seo para brincar. — papai, acorda!
— ah! sim, claro, desculpa pulguinha. Te machuquei? — o sobressalto do australiano fez changbin rir. Ele se abaixou rente o filho e checou seu pulso, temendo que estivesse apertando ele.
— não machucou. — disse com um bico fofo.
— vão brincar, tem bolo e refrigerante lá na sala. Peçam pro tio jisung servir vocês. — changbin disse, abrindo espaço para que a duplinha entrasse.
Felix apenas abraçou a cintura do pai antes de entrar correndo de mãos dadas com jeongin, um grito de jisung foi ouvido quando eles se encontraram, e chan conseguiu ver por cima do ombro de changbin tanto o bang quanto jeongin pulando e gritando junto ao han, que mais parecia uma criança no meio dos dois.
— tem certeza que vai ficar bem? — chan indagou com ar risonho. A gritaria ainda acontecia e changbin parecia que queria sentar no chão e apenas observá-los destruir a sua casa.
— vou. Pelo menos eu acho que vou. — ele disse num suspiro cansado. — você tá bonito. — o elogio veio tão de repente que chan não soube como reagir, simplesmente travou e suas orelhas ficaram tão vermelhas quanto o pijama que changbin usava. O seo riu do jeitinho envergonhado que o mais velho ficou e levou a mão pequena até seu braço, a mantendo ali por um tempo. — você fica tímido fácil com elogios?
— não. — tentou disfarçar, mesmo que fosse tarde demais. Changbin sorriu novamente daquele jeito sapeca e apertou a bochecha do australiano com a mão livre, e ele ficou cada vez mais vermelho.
O jeito apressado que changbin o soltou fez chan olhar para trás, e percebeu que morgana já estava pronta em frente ao carro. Chris voltou o olhar para o ruivo, em seu rosto era nítido que ele não queria ir, mas o seo não era capaz de fazer nada e nem mesmo queria envolvê-lo em sua bagunça.
— na bolsinha do felix tem tudo que ele vai precisar caso fique com fome. E ele dorme cedo, então quando ele dormir, me liga que eu volto pra casa.
— não se preocupa, ele pode ficar aqui hoje, não sei que horas eles vão parar quietos, então não precisa se preocupar. — ele queria dizer que aquele não era o problema, e sim porque precisava de um motivo para voltar cedo, mas apenas engoliu seu desespero e balançou a cabeça. — boa sorte lá. — se aproximou bem pouquinho do moreno para sussurrar, dando um soquinho fraco em seu peito como incentivo.
— vou precisar.
Seu punho fechado ainda passou um tempinho perto do peito do australiano, e chan não conseguiu controlar seus batimentos. Sabia que changbin tinha sentido contra sua pele pelo jeito que ele abriu a mão e tocou por cima da camisa preta, mas o toque durou milésimos, logo a loira chamou por chris e ele precisou de afastar do menor.
Eles tocaram um olhar antes de chan caminhar até o carro.
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ola pessoas, o que estão achando da história?
as coisas vão dá uma animada a partir do próximo capítulo, esse é o spoiler.
espero vocês na próxima semana !
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