09% - não quer passar a noite aqui?
Tinha se passado alguns dias desde a viagem de morgana, e chan estava ficando preocupado com sua falta de retorno com as ligações que tentou efetuar durante os últimos dias. Deduzia que ela poderia estar ocupada com o trabalho, mas não conseguia evitar ficar aflito com seu sumiço.
Hoje em especial tinha nevado bastante, o suficiente para que as aulas fossem suspensas temporariamente. Tal coisa que veio em um ótimo momento na opinião do professor, ele teria mais tempo para corrigir as provas da semana anterior e aproveitar seu tempo livre com o filho. Depois do almoço, chan deixou que felix se ocupasse com a televisão e seu videogame enquanto trabalhava ali mesmo na mesa de jantar, dali tinha uma visão ampla do que o bang mais novo estava fazendo, e aquilo poupava tempo em ter que ficar descendo e subindo as escadas para checar se o menino precisava de alguma coisa, uma vez que sempre fazia aquele tipo de atividade em um lugar mais silencioso e calmo, mas como era apenas os dois, o moreno não viu necessidade em deixar o menor sozinho.
Nos últimos dias havia conversado bastante com changbin, tinham estabelecido um tipo de rotina que constava em sempre conversarem no quintal depois que os meninos estivessem dormindo. Chan não negava que gostava de ficar aquele tempo a sós com o ruivo, o jeito que ele sempre mantinha o diálogo animado e possuía assuntos diversos para colocar em pauta era interessante. Conversar com ele era como não perceber o tempo passar. Poderia facilmente passar a madrugada toda em claro apenas ouvindo o ruivo falar sobre os assuntos que gostava.
Descobriu várias coisas a respeito do ruivo, coisas banais que guardaria em sua memória mesmo que ele dissesse para esquecer. Changbin sempre acabava falando mais que seus pensamentos poderiam acompanhar, aquilo nunca deixaria de ser hilário para o australiano. Tentou se manter tão ativo quanto ele nas conversas, mas preferia mil vezes apenas ouvi-lo e vê-lo gesticular vagarosamente sobre algo que gostava, ou apenas observá-lo sorrir vez ou outra quando falava de jeongin. Changbin tinha um enorme carinho pelo filho, chan poderia dizer isso com clareza, os olhos dele sempre brilhavam quando o nome do seo mais novo atravessava seus lábios.
Poderia dizer que ver changbin sorrindo quando citava algo que gostava entrou para sua lista de coisas favoritas. Algo que não era tão extenso, mas ainda assim existia.
Quando seu celular tocou ao lado do notebook, chan tirou os olhos dos papéis que lia a fim de observar ligeiramente quem estava ligando. Quando notou que era morgana, ele largou o óculos na mesa junto com a caneta que manuseava entre os dedos distraidamente, pegando o celular no meio daquele monte de folhas de prova. Não tardou em atender por estar preocupado com a situação da loira, mas rapidamente se arrependeu quando a primeira palavra que ela disse veio logo como uma reclamação.
— seu nível de preocupação comigo é só me ligar duas vezes quando eu passei praticamente uma semana sem pegar no celular? — chan passou a palma pelo rosto e encostou na cadeira com desleixo, procurando paciência para lidar com o chilique que estava apenas começando.
— oi pra você também, morgana. Sinto muito por não ter enchido sua caixa postal de ligações e recados, é que uma certa pessoa me falou várias vezes que não era para incomodá-la com bobagens enquanto estivesse trabalhando, então eu apenas segui o que essa pessoa me disse.
— você é um idiota cínico.
— você quer mesmo ter essa discussão agora? Sério? Não vai nem querer saber do seu filho que teve uma febre super alta depois que você viajou e que você não fez nem questão de atender a porcaria do celular quando eu liguei desesperado por ajuda? Acho que tô quase tendo a resposta sobre aquela sua pergunta sobre ser uma péssima mãe. — tentou manter a voz baixa, vendo que felix ainda parecia aéreo por conta do joguinho do videogame.
— o felix tá bem?
— agora ele tá ótimo, obrigado por se preocupar. — estava ficando verdadeiramente irritado com a falta de empatia que soou em sua voz quando indagou sobre a situação do menino, mas não podia simplesmente gritar aquilo com a mulher. Não iria se igualar a ela, tinha recebido uma boa educação em casa.
— não seja tão cruel comigo, chris. Eu estive ocupada com o trabalho todo esse tempo, a culpa não é minha que o felix ficou doente.
— não estou te culpando, só falando que essa sua falta de preocupação com seu filho é ridícula.
— eu pensei no felix todo esse tempo, não fale algo que não sabe!
— certo, certo. Ligou pra isso? Tô meio ocupado e meu tempo é precioso.
— papai? — se virou na direção do sofá, vendo felix em pé nele com os olhinhos em sua direção. Chan afastou o celular da orelha e fez um gesto simples para ele se aproximar, e meio atrapalhado com as meias, o moreninho veio correndo, abraçando a cintura do pai com um sorriso pequeno nos lábios.
— quer falar com a sua mãe, filho? — indagou, vendo o menino assentir várias e várias vezes. — o lix quer falar com você. — avisou antes de entregar o celular ao menor, que sentado ali mesmo no colo do mais velho, dialogou brevemente com a loira.
As respostas de felix eram sempre curtas, como se tivesse medo de falar mais que o necessário. Chan tentou prestar atenção nos papéis espalhados pela mesa, deixando que o menor falasse à vontade com a australiana.
— ela desligou, papai. — entregou o aparelho ao mais velho de repente. Ele nem mesmo tinha notado quando felix tinha terminado de falar. — mamãe disse que tava ocupada com o trabalho e não sabe quando vai ligar de novo. — parecendo chateado com algo, felix desceu do colo de chan e andou lentamente até o sofá.
— tá tudo bem, pequeno?
— sim. — disse monótono, subindo no sofá para voltar ao seu jogo.
Mesmo desconfiado, chan decidiu não importuná-lo. Sabia que uma hora o menino iria falar se fosse algo realmente o incomodou.
(...)
Como esperado, depois de tomar banho e jantar, felix contatou ao pai de forma tímida, se aconchegando nele no sofá e falando sobre o que tinha acontecido para deixá-lo tão deprimido o restante do dia.
— a mamãe disse que não tava interessada no jogo que eu tava jogando e só queria saber se eu tava bem, mas ela disse isso de uma forma rude, papai. — chan balançou a cabeça, ouvindo ele com atenção. — ela nunca quer falar comigo de verdade, e isso machuca. Por que ela não gosta de mim, papai? Eu fiz algo errado? — o jeitinho tristinho que felix o encarou fez o coração de chan despedaçar como vidro quebrado. Ele abraçou o bang e deixou que ele chorasse em seu ombro por um tempo, logo em seguida, o ajeitou sobre suas pernas e segurou em seu rostinho com cuidado, limpando os resquícios de lágrimas das suas bochechas.
— você não fez nada de errado, pulguinha. — iniciou calmo, mesmo que estivesse quebrado por dentro. Ver felix daquele jeito sempre doía. — sua mãe é só um pouco… complicada, mas isso não quer dizer que ela não gosta de você, ela só não sabe como demonstrar isso direito, entende? Algumas pessoas têm dificuldade com isso e acabam agindo de maneira rude, mas não é proposital. Então, não pense nisso novamente, eu e a sua mãe te amamos muito e eu sempre vou te proteger.
Ele assentiu devagar, passando as mãos pelos olhos com um pouco de força. Chan beijou o topo da sua cabeça e voltou a abraçá-lo, aproveitando para diminuir o volume da televisão e cantar uma música que sabia que sempre acalmava o mais novo. Quando os primeiros versos de I'm Yours foram soltos entre os lábios de chan, felix riu baixinho e se encolheu em seu colo, a fim de aproveitar seu show particular.
Gradativamente o menino se tornou um pouco pesado pelo sono que veio, ele adormeceu rapidamente em seu colo e chan o levou até o quarto. Tinha que voltar a fazer academia, felix estava ficando pesado demais. Mais uma vez, caminhou até seu quarto e deixou o moreninho sobre a cama de casal, cobrindo ele com cuidado e beijou sua testa antes de ir até a janela, tanto seu quintal quanto o do vizinho estava coberto de neve, mas chan notou algo ali no meio da penumbra da noite. Changbin estava lá. Sentado em uma cadeira perto do gramado que agora estava branco, ele fumava despreocupadamente, olhando vez ou outra ao redor. Chan sorriu, se certificando que felix ficaria bem antes de descer apressado.
Aquele sentimento juvenil de estar indo ver alguém que estava começando a gostar de verdade não o assombrava a bastante tempo, mas decidiu ignorar aquela dorzinha boa em sua barriga para vestir seu moletom com calma. Atravessando a porta de arraste, chan quis recuar automaticamente, estava fazendo um frio tremendo. No entanto, em poucos passos de distância estava changbin e ele valia aquele sacrifício.
— bin! — o chamou, e o ruivo rapidamente se virou em sua direção. Chan notou que tinha algo errado com changbin no mesmo instante que ele deu um sorriso pequeno, se livrando do cigarro ao ficar de pé. — tem algo de errado acontecendo? — indagou preocupado, próximo o suficiente para observar o biquinho cabisbaixo que ele fazia.
— não é nada importante.
— se tem algo te deixando mal, claro que é importante. Você sabe que pode me falar sobre qualquer coisa.
— tudo bem. — ele sorriu brevemente. — a hyelim veio buscar o jeongin pra ficar essa semana na casa dela, e eu tô com saudade do meu pestinha. — changbin aproveitou a distância curta que chan estava para encostar a cabeça em seu ombro, a cerca ainda era um problema, mas o australiano afagou seus fios com um sorriso bobo pelo jeitinho fofo que ele estava agindo.
— quem é hyelim?
— a mãe do jeongin.
— sua ex esposa?
— não exatamente, a gente não chegou a casar.
Ele balançou a cabeça, mesmo que o outro não estivesse vendo. Changbin aos poucos se afastou, olhando para chan ainda cabisbaixo. O moreno agradeceu que estava frio, assim poderia culpar o clima pelo jeito que ficou rubro ao notar o quão próximo seus rostos estavam.
— tô triste hyung, me consola. — jogou os braços pelos ombros do australiano, e chan custou a ficar de pé.
— é compreensível que você se sinta assim, mas o innie vai voltar logo. — aquilo não acalmou a aflição do outro, que continuou grudado em seu corpo como uma pulga. — tá tudo bem, binnie. — passou a mão pelas costas do rapaz, encostando a cabeça na dele. — o jeongin está em segurança, certo?
— sim, hyelim é uma boa pessoa. — se afastou um pouco do australiano novamente, desta vez ele manteve os olhos baixos, o cabelo ruivo e cheiroso roçando perto do nariz de chan. — mas a casa parece tão vazia sem ele, e eu não quero ficar lá dentro sozinho. Me traz uma sensação de solidão, não gosto de me sentir assim.
Era diferente do dia que viu ele e hyunjin discutindo, changbin não estava apenas cabisbaixo pela curta viagem do filho, ele estava verdadeiramente assustado por estar sozinho. Não diria que o entendia, mas vê-lo tão fragilizado não trazia uma boa sensação para seu peito. Ponderou brevemente sobre o que iria fazer enquanto changbin se distraía jogando a neve que acomulava nas madeiras da cerca no chão.
— tá ficando frio. — notificou, trazendo a atenção do menor para ele. — não quer ficar um pouco na minha casa até se sentir melhor? Posso preparar um café pra gente comer com bolo, o que acha? — sugeriu com um sorriso complacente.
— comer bolo e tomar café com um homem bonito? Realmente um convite irresistível. — ele coçou o queixo, como se estivesse pensando. Chan riu, aguardando enquanto ele fazia uma longa pausa dramática.
— não aceito um não como resposta.
— nem mesmo cogitei dizer não a você.
Eles sorriram um para o outro, como tolos. Chan segurou na mão do ruivo enquanto a outra descia até sua cintura, o ajudando a passar pelo cercado, juntos eles atravessaram o pequeno caminho até a porta da cozinha, chan aconselhou changbin a tirar os sapatos ali mesmo e deixá-los ao lado do armário, e o menor acatou a sua ideia. Também se livraram dos casacos já que dentro da residência estava um pouco mais quente e confortável, chris recolheu o casaco de changbin junto com seu moletom, colocando as duas peças juntas no gancho ao lado do seu avental ali mesmo na cozinha. Um lugar de fácil acesso que lembraria de entregá-lo quando ele fosse embora mais tarde.
Com o avental preso a sua cintura, chan preparou o café e tirou o pequeno bolo de chocolate que tinha comprado no dia anterior junto com felix. Um agrado ao menino por ele ter sido um bom garoto na escola e ter tirado notas boas. O moreno dispôs tudo na ilha da cozinha e changbin apenas o observou andando para lá e pra cá, atento a seus mínimos detalhes. Chan sentiu que ele o encarava mais que o de costume, mas decidiu não ligar muito e agir o mais calmo e natural possível, mesmo que estivesse queimando de nervosismo por dentro.
— o meu café é a melhor coisa que você vai provar, passei anos aperfeiçoando ele. — changbin riu do seu repentino comentário.
— quantos tutoriais no youtube você viu para chegar até essa conclusão?
— cinco. — fez o número com os dedos, prestando atenção no que estava fazendo para não se queimar com a água quente, ele despejou um pouco numa xícara branca e depois em outra da mesma coloração, pegando o pó do café dentro do armário.
Changbin disse quantas colheres de café em pó geralmente usava e chan seguiu aquilo a risco, colocando adoçante no seu enquanto o ruivo optava por açúcar. Com um sorriso orgulhoso, o moreno entregou a xícara ao mais novo, esperando ansiosamente sua opinião quanto ao café que tinha feito.
— então, o que achou? — indagou esperançoso, ele aproveitou aquele intervalo de tempo para buscar pratos e uma faca para cortar o bolo, tirando dois pedaços modestos e colocando para changbin que ainda degustava do café.
— é gostosinho. — disse com falso desinteresse e chan sorriu genuinamente feliz, entregando a ele também um garfo para comer a fatia de bolo.
Eles degustaram do pequeno lanche enquanto conversavam sobre assuntos bobos, chan sempre se sentia leve quando dialogavam sobre algo que os dois gostavam, seja filmes ou seriados. Até o gosto musical deles era um pouco parecidos, por mais que o moreno nunca tivesse sido tão fã de bandas de heavy metal como o ruivo era. Depois dali, chan juntou a louça na pia e eles seguiram até a sala para terminar de conversar, sempre engatando num assunto e outro.
Quando notou, changbin estava sentado na sua frente com as pernas encolhidas em cima do sofá. Ele ria de forma espontânea e às vezes apenas encarava o moreno com atenção, o vendo falar sobre algo que gostava. Era cenas raras ver chan entretido com alguma coisa, já que ele era realmente calado. Mal notaram quando estavam próximos o suficiente para seus joelhos encostarem, se chris esticasse a mão, poderia facilmente tocar no rosto de changbin, e ele quis isso. Quis passar os dígitos pela pele amendoada do rapaz para descobrir se ela era realmente macia, dedilhar todas as linhas do seu rosto com cuidado e devoção, mas era algo que estava fora do seu alcance. Não podia mesmo que quisesse aquilo com todo seu ser.
— chan, posso te fazer uma pergunta? — aquilo foi o bastante para trazer o moreno de volta a realidade, ele piscou algumas vezes antes de balançar a cabeça para changbin continuar. — sua relação com morgana é realmente boa? — chan apertou as sobrancelhas confuso. — não tô querendo deduzir nada ruim sobre ela, longe disso, quero saber como você tá se sentindo com esse casamento porque venho notando que você sempre fica meio na defensiva quando o nome dela entra nas nossas conversas. — por um instante, o australiano recuou e sentiu que changbin notou isso. — não quero te forçar a nada, mas eu sou seu amigo e quero te ajudar.
Recebeu um carinho singelo na mão que estava em cima do encosto do sofá, e aquilo mexeu mais consigo do que deveria. Changbin tinha um semblante calmo, como se carregasse toda a compreensão do mundo. Mesmo que você não queira me falar nada agora, eu não vou ficar bravo. Era isso que sua expressão dizia e chan não sabia lidar com isso. Deveria falar sobre o quão cansado se sentia com aquele matrimônio? Realmente não queria incomodar o seo, mas ele parecia tão honesto quanto suas palavras que chan apenas deixou que as palavras saíssem, tirando um peso enorme das costas.
— eu quero me divorciar dela, changbin. — ele não parecia surpreso ou atônito quanto aquilo, se mantinha neutro acariciando sua mão com a ponta dos dedos, o incentivando silenciosamente a falar. — mas tem o felix e eu tenho medo de como ele vai reagir.
— o lix é um menino esperto, hyung, ele vai entender se você conversar com ele sobre isso. Seja honesto com ele e ele será com você, esconder isso do seu filho só vai piorar. — chan assentiu, mesmo que não tivesse certeza sobre aquilo. — sabe o que eu acho? Você sempre pensa muito no felix, e eu realmente acho isso legal da sua parte e te entendo, eu também coloco o jeongin a frente de tudo. Mas às vezes nós temos que pensar em nós mesmos, em como nos sentimos. Somos humanos, chan, e independente do erro que você cometeu no passado ou agora no presente, você não merece sofrer só porque tem medo de seguir em frente.
O moreno abaixou a cabeça, puxando os fiapos da almofada que estava no seu colo. Ainda sentia a pressão da atenção de changbin sobre seu corpo, mas estava estranhamente envergonhado. Era um tópico sensível, e ele não mentiu quando disse que chan tinha medo de seguir em frente, porque ele realmente tinha. Não saberia o que fazer se um dia realmente se separasse de morgana, eles tiveram uma história juntos, e descartar aquilo parecia um ato de puro egoísmo. Chan queria ser livre, mas os requisitos para chegar até a liberdade pareciam tão dolorosos e atingiria tantas pessoas.
— chan, olha pra mim. — changbin pediu mas chan não tinha coragem. — ei, hyung. — o chamou novamente, e desta vez não esperando que ele levantasse o rosto, ele mesmo fez aquilo. Usando as duas mãos, o ruivo ergueu o rosto do australiano, suas palmas cabiam perfeitamente ao redor das bochechas do homem estrangeiro e seu toque era quente e gentil. Como se estivesse tocando numa valiosa peça de porcelana.
Chan encarou aquela imensidão escura que preenchia as íris de changbin, se perdendo pelo brilho ofuscante do seu sorriso. Sentiu o ar ficar preso em sua garganta quando ele acariciou a maçã do seu rosto usando os polegares, tão docemente que o moreno sentiu que poderia derreter. Por estar de joelhos sobre o sofá, dava a impressão que ele parecia mais alto, por isso, podia observar com mais atenção a reação de chan, que teve seu rosto pincelado de vermelho pela timidez. Seu coração bateu tão forte quando o ruivo sorriu mais uma vez que temeu que ele pudesse ter ouvido.
Aquele sentimento… chan o conhecia muito bem, e estava assustado com quão repentino e forte ele veio.
— faça o que você sentir que é certo, eu vou te apoiar em tudo. — parecia que até mesmo o ar ao redor estava pesado para se respirar, ele evitou agir por impulso, suas mãos queriam subir até a cintura dele e puxá-lo para perto. Mais um pouco e seus rostos poderiam ter colidido.
Changbin sorriu, dando fracas tapinhas no rosto do australiano antes de se afastar, voltando a se sentar em seu lugar. Chan coçou a pontinha da orelha, tentando se livrar da vermelhidão que sabia que cobria boa parte do seu rosto.
— já tá tarde, acho que vou voltar pra casa. — avisou, ficando de pé.
— não quer passar a noite aqui? — não soube da onde tirou coragem para falar aquilo, mas quando notou já era tarde demais. Changbin o encarou brevemente, parecia relutante sobre algo, mas não se manifestou.
— é melhor não, hyung.
Não insistiu para que ele ficasse, não queria ser persistente. O levou até a porta do quintal, entregando a ele o casaco e um sucinto até logo, desejando também uma boa noite. Chan ainda ficou ali parado em frente a porta de vidro mesmo depois que changbin se foi, sumindo pela penumbra do ambiente exterior.
Queria que ele pudesse ficar.
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