07% - monstro da cabeça de esfregão
Quando acordou, a primeira coisa que fez foi procurar changbin pela cama, notando que apenas os dois meninos dormiam juntos ainda no meio dos cobertores. Com cuidado, chan saiu debaixo dos lençóis e acariciou o cabelo de ambos, caminhando com preguiça até a porta. Já no corredor, podia sentir o cheiro gostoso de algo sendo preparado, ele desceu as escadas seguindo o aroma e encontrou o ruivo usando seu avental preto em frente ao fogão, numa mão uma espátula e na outra o cabo da frigideira, atento ao que estava fazendo.
O moreno se aproximou por trás e por cima do ombro do homem xeretou o que ele estava cozinhando, vendo ovos com bacon sendo fritados com atenção.
- isso tá com uma cara boa. - quebrou o silêncio agradável que preenchia a cozinha, assustando changbin que não notou o mais velho logo atrás. Ele espichou o corpo pelo susto e esbarrou em chan, que riu segurando em sua cintura para não deixá-lo cair.
Irritado, changbin ameaçou bater nele usando a espátula, mas o bang se afastou com as mãos para cima, avisando que não queria brigar.
- sua falta de presença é assustadora, sabia? - resmungou, voltando a atenção pro fogão.
- não é a primeira vez que me dizem isso. - esperou até que ele estivesse distraído de novo para se aproximar, novamente xeretando o que o homem mais baixo fazia.
- o felix tá melhor? - perguntou, erguendo o rosto para chan que estava logo ao lado. O moreno assentiu. - inclusive, desculpa por mexer na sua cozinha sem permissão. É que eu acordo cedo e não tinha nada pra fazer, então pensei que fosse uma boa fazer o café da manhã de vocês.
- não tem problema, eu quem deveria ter feito isso já que você me ajudou muito de madrugada.
- não liga pra isso. - chan se afastou quando changbin desligou o fogão e levou a frigideira até a ilha da cozinha, lá tinha pratos e talheres espalhados, ele depositou uma quantia de ovos com bacon em cada prato e levou a frigideira até a pia para lavar. - eu gosto de cozinhar. - ele sorriu pequeno para o moreno enquanto lavava os objetos que sujou quando preparava aquele pequeno café da manhã.
- você cozinha bem, quando te vi pela primeira vez pensei que não fosse tão bom assim. - changbin o encarou com tédio.
- eu era um desastre na cozinha, aí meu amigo que é formado em gastronomia disse que tomaria a guarda do innie caso eu não aprendesse a fazer pelo menos um arroz decente. - chan olhou espantado para o ruivo, que apenas riu como se não fosse nada demais. - é um tipo de piada interna nossa, sabe? Meus amigos dizem que vão roubar o jeongin caso eu faça algo errado. Então meio que é uma forma que eles acharam de me manter na linha. - o moreno assentiu aparentando ter entendido, então o ruivo prosseguiu. - bom, depois disso comecei a praticar, então em algum momento peguei o jeito da coisa e tô sempre atrás de melhorar minhas habilidades na cozinha porque o innie gosta de me ver cozinhando.
- seus amigos parecem ser legais.
- depende, sabe? A gente trabalha junto, mas às vezes acho que aquilo é mais uma clínica de apoio do que uma empresa. - chan riu do quão sério changbin parecia ao dizer aquilo, apesar da casualidade costumeira em sua voz. O moreno gostava do tom que o ruivo usava para conversar, era direto e confortável, não parecia que ele era do tipo que pensava muito antes de falar, ele apenas tagarelava como um corvo sabichão e o moreno poderia dizer que gostava daquilo. Sua companhia tinha se tornado realmente significativa para o bang apesar dos poucos dias que se conheciam. Changbin tinha aquele jeito de quem poderia te conquistar com somente uma curta conversa. - posso te apresentar eles qualquer dia desses, se você quiser.
- seria bacana.
- tem o minho, que é esse que me forçou aprender a cozinhar, ele é o nosso faz tudo. Também tem o seungmin, que é namorado do minho e trabalha comigo na montagem de cenário para as fotos, além de ser um ótimo fotógrafo. E bom, o jisung você conheceu, ele é o nosso mascote.
- mascote? - riu brevemente pelo apelido do han, sentando no balcão da pia para observar o menor limpando as mãos no pano que carregava no ombro.
- é que basicamente ele só faz comer e dormir, então a gente apelidou ele assim, mas fora isso ele é um ótimo editor e tem uma lábia impressionante. Digamos que nós temos clientes atualmente porque o hannie é um ótimo falador. - antes de sair da cozinha, changbin tirou o avental de chan e pendurou ao lado da geladeira, caminhando até o mais velho. - vem, vamos acordar os meninos pra comer.
Esperou que o moreno descesse do balcão para começar a empurrá-lo até às escadas, changbin cantava e dava pulinhos como uma criança arteira. Chan só soube rir da sua naturalidade. Quando chegaram no cômodo, o ruivo foi logo na missão em acordar os pequenos enquanto o bang abria as janelas, deixando que o sol das onze horas invadisse o quarto.
Não diria que foi uma tarefa simples tirar jeongin da cama, mas em compensação quando o australiano mais novo ouviu que o café da manhã estava pronto, ele logo saltou do colchão e tentou conter sua agitação até que eles acordassem o menino de fios encaracolados.
O quarteto fez seu desjejum entre uma conversa e outra, felix parecia radiante como sempre, e aquilo tranquilizava chan. Realmente ficou preocupado com o estado do menino naquela madrugada, mas ele parecia bem, como se nada tivesse acontecido. Enquanto a pequena dupla discutia sobre um desenho ou outro, os dois homens mais velhos tiraram os pratos e outros objetos da mesa e se espremeram na pia para lavar e enxugar o que tinham que guardar. Desta vez o moreno fez questão de ficar responsável por lavar tudo e deixar changbin apenas enxugando e guardando.
Não sabia porque mas se sentia estranhamente bem com aquela mudança em sua rotina, quando morgana não estava ou viajava a trabalho, sempre era apenas ele e felix, e suas atividades eram reduzidas em apenas o bang mais velho cozinhando e passando o restante do dia ao lado do filho vendo alguma coisa na televisão. Gostou de ter mais vozes na sua casa, preenchendo aquela lacuna de solidão que sempre parecia estar entre os quadros da parede. Gostou da sensação agradável de ouvir changbin rir e sempre estar tentando puxar algum assunto bobo consigo. Sua presença, seus toques sutis e seu tom calmo e vez ou outra exaltado eram como insulina, deixava chan com um bom humor que não tinha há anos.
Depois de tudo estar em seu devido lugar, chan acompanhou seus vizinhos até a porta com felix ao seu lado. Não queria que changbin fosse embora, e parecia que o seu pequeno compartilhava do mesmo sentimento, uma vez que ele segurou na mão do seo e não quis soltar.
- ele precisa ir mesmo, papai? - encarou o moreno com os olhos semelhantes a de um gato carente, e chan sentiu vontade de apertá-lo até seu rostinho ficar vermelho.
- o jeongin pode vir brincar depois, ele agora tem que ir pra casa. - se abaixou para falar com o menino, e com cuidado soltou a mãozinha gorducha do bang do braço de jeongin. Changbin também se abaixou, sorrindo para felix que possuía um biquinho adorável nos lábios.
- lix, você gosta de sorvete? - o ruivo indagou, afagando o cabelo macio do menino. Chan também parecia curioso quanto a pergunta, atento ao que o seo iria falar em seguida.
- o senhor vai me levar pra tomar sorvete? - chan olhou para felix atônito, e ele fez bico de novo.
- felix. - o moreno o repreendeu brevemente. - não seja abusado.
- mas papai, ele que perguntou!
- deixa ele, chan. - changbin empurrou seu ombro, e o moreno quase perdeu o equilíbrio. - se o chato do seu pai quiser, vocês podem ir comigo e o innie tomar sorvete hoje de tarde. A gente já tinha programado sair hoje, né praguinha? - o seo mais novo balançou a cabeça várias vezes, abaixado ao lado do pai mesmo que não fosse necessário. - então, senhor chato, você quer tomar sorvete comigo e o innie? - a dupla mais nova olhou para chan com esperança e entusiasmo transbordando no olhar, e aquilo o deixou encurralado.
Ele olhou para changbin em desespero, que apenas deu de ombros, sorrindo para ele como se dissesse "você não tem escolha.".
- ahn, eu acho que tudo bem. - felix bateu palminhas de felicidade, dando curtos pulinhos com jeongin. - e você, para de me chamar de chato. - olhou feio para changbin, que apenas mostrou a língua para ele antes de ficar de pé e estender a mão para ajudá-lo a se erguer também.
Ele fitou o ruivo por um tempo antes de aceitar sua ajuda, prestou atenção em como seu rosto era bonito daquela direção, e como seus fios flamejantes eram lindos bagunçados, como o sol prestes a se por no horizonte. Ele segurou firme na mão dele e changbin o puxou para cima, rindo em como os meninos pareciam radiantes pela notícia do sorvete. A maciez da mão do seo era surpreendente, era quente e confortável ao mesmo tempo. Chan não quis soltar, mas aquilo com certeza não seria certo. E poderia deixar o menor desconfortável. Então de forma sutil, ele escorregou os dedos para fora da palma do seo e tomou uma curta distância dele, por mais que pudesse sentir seu perfume de rosas de longe. Como se estivesse impregnado na sua roupa e na sua pele.
Seu coração parecia estranho com aquela aproximação, na verdade, notou isso desde o dia que eles saíram para almoçar juntos. Tinha algo de errado e chan não era nenhum idiota para não saber o significado, mas apostava que era apenas um sentimento singelo, algo passageiro, iria sumir quando se conformasse que changbin não era para ele, e que principalmente ainda era casado e devia ser fiel a morgana. Nunca pensou em trai-la e não seria agora que faria algo tão estúpido.
Ele afastou aquilo do peito e prestou atenção em felix, em como ele parecia feliz rodopiando em círculos de mãos dadas com jeongin. Logo em seguida, changbin agarrou o menino de fios castanhos pela barriga e o ergueu, a fim de ir embora. Eles se despediram ligeiramente, marcando de se encontrar às duas da tarde para ir tomar sorvete.
- o jeongin é tão legal. - felix comentou, com um sorriso enorme no rosto.
- changbin também é legal. - disse por acaso, olhando para a rua antes de fechar a porta de uma vez.
- papai, você tá esquisito. - mirou no menor e franziu as sobrancelhas.
- esquisito como?
- não sei explicar, mas você fica estranho quando tá perto do binnie. Como se gostasse dele.
- claro que eu gosto dele, changbin é meu amigo. - disse como se fosse óbvio, mas felix era perspicaz demais para sua idade. E ele era o único que sabia quando o pai estava mentindo. - lix, não pense besteira.
- não tô pensando, só tô deduzindo.
- onde você tá aprendendo essas palavras difíceis? - ele deu de ombros, e arrastado os pezinhos pelo piso, se afastou do pai com um ar de quem sabia até seus piores segredos. - yongbok, não dê as costas para mim! - bradou antes de sair correndo atrás do garoto, e gritando pela casa, o menor tentou fugir das cócegas que o moreno iria usar para castigá-lo.
(...)
Quando deu duas horas em ponto, chan terminou de arrumar a bolsinha de felix com água e outras coisas que provavelmente iria precisar caso houvesse um contratempo. Assim que changbin surgiu com jeongin, eles finalmente seguiram até a saída do condomínio, cumprimentando alguns conhecidos da vizinhança. Não era necessário ir de carro uma vez que o ruivo disse que sabia de uma lanchonete simpática que servia o melhor sorvete que os dois australiano já tinham provado. Não era sua sobremesa favorita, mas aquele comentário deixou chan tão entusiasmado quanto o bang mais novo.
Jeongin e felix iam na frente dos pais de mãos dadas, o seo trajava um conjunto de shorts marrom e camisa listrada, as cores interligando entre o cinza escuro e o marrom claro. Em seus fios castanhos havia um boné branco que escondia a bagunça de mechas meio onduladas. Felix usava uma jardineira azul e uma camiseta branca com uma estampa de ursinho dentro, ele mesmo tinha escolhido já que, na opinião do menino, o pai não tinha um bom gosto para escolher roupa.
Changbin também parecia radiante ao seu lado, conversava com os meninos e às vezes ria de algum comentário bobo que via no celular. Ele sempre parecia tão bem e de bom humor que chan realmente queria saber o que ele fazia para estar sempre com o astral lá em cima. Não iria dizer mas suas costas doíam e só aceitou sair aquela tarde porque sabia que o bang mais novo ficaria chateado caso ele negasse o convite. Estava fazendo aquele esforço por felix, mas se realmente pudesse, teria ficado em casa recuperando o sono perdido, já que em qualquer movimento mínimo que o bang mais novo fizesse, o maior acordava espantado, seu coração batendo no pescoço e suor escorrendo pela testa. Até mesmo pela respiração do menino ele conseguia acordar preocupado. Não sabia dizer se changbin acordou com seus espasmos, mas esperava que não, a última coisa que queria era incomodar mais ele naquela madrugada turbulenta.
Entre uma rua movimentada e outra, eles finalmente chegaram à lanchonete. Os detalhes por fora eram modestos, algo que seria facilmente ignorado pelo australiano em um dia comum de trabalho, mas por dentro era espaçoso e cheirava a hambúrguer sendo preparado. Além da superlotação, que obrigou os dois rapazes a pegar seus filhos no colo e caminhar até a fila para pedir seus tão almejados sorvetes.
- a gente compra e vai pra outro lugar, tá muito cheio aqui e o jeongin tem asma. - changbin sussurrou em sua orelha pelo barulho que todas aquelas pessoas faziam. Chan apenas assentiu após afagar os fios castanhos de jeongin, vendo o quão acanhado o menino parecia.
Eles pagaram pelos sorvetes e saíram às pressas de lá. Chan se mostrou preocupado com jeongin mas o garotinho parecia bem, sua agitação costumeira tinha sumido por enquanto pelo tanto de gente ao seu redor, mas changbin garantiu que ele só precisava de um pouco de ar fresco. Depois de se certificar mais uma vez que o menino mais novo estava bem, eles seguiram até um lugar tranquilo para degustar do sorvete antes que ele virasse um suco no potinho.
Antes de achar um local tranquilo para comer, chan deixou que felix abrisse seu sorvete e usando a colherzinha que vinha junto ao potinho, ele comeu um pouco do sorvete de morango com bastante calda de chocolate. Ele levou uma pequena quantidade à boca do pai, que mesmo detestando aquele sabor, abriu os lábios e deixou que o morango inundasse seu paladar. Tentou ignorar a vontade de colocar para fora o sorvete ao ver felix tão satisfeito, ele sorriu de um jeitinho adorável enquanto voltava a comer em seu colo.
Changbin ao seu lado riu pela cara de nojo que o mais velho fez quando o bang mais novo direcionou sua atenção para outra coisa. Buscou ficar sério, porém aquela risadinha de deboche do seo o desmontou, então somente engoliu o sorvete de morango e mostrou a língua pro moreno, que retribuiu sem que nenhum dos menores prestassem atenção.
- idiota. - chan resmungou para changbin.
- frescurento. - resmungou de volta com audácia, se afastando com jeongin ainda meio molinho nos braços quando o moreno ameaçou lhe bater.
Eles seguiram até um ambiente aberto perto de um rio um tanto famoso da região. Na grama, o quarteto se reuniu para degustar de vez seus pedidos, olhando a paisagem ao redor. O local era movimento, ciclistas e pedestres dividiam lugar, havia crianças para todos os lados e pais preocupados com seus filhos. O ar era melhor naquela região por conta das grandes árvores que se espalhavam pelo local, não tinha nevado nas últimas semanas, então o clima estava um pouco morno. Não ficariam ali por muito tempo, chan garantiu em pensamentos, precisava voltar para casa antes do anoitecer para que felix não fosse afetado pela mudança de clima, vendo o quão sensível ele era por aquelas mudanças loucas de final de ano.
- por que vocês dois não vão brincar? Tem um espaço enorme aqui. - changbin sugeriu, abraçado com jeongin que ainda parecia cabisbaixo. Chan ficou sentido pela quietude do menino, vendo que também deveria insistir.
- vão brincar de pique-esconde. O lix é um ótimo contador, certo pulguinha? - o garotinho de olhos amendoados assentiu várias vezes, ficando de pé e esticando a roupinha amassada.
- vem, innie! - com suas duas mãozinhas, ele puxou jeongin várias vezes, dando pulinhos de entusiasmo. - vai ser legal, eu deixo você se esconder primeiro!
- vai lá, filhote, eu vou tá aqui te olhando. Qualquer coisa é só você vir correndo que o appa resolve. - tentou passar confiança ao pequeno garotinho, que aos poucos cedeu aos chamados insistentes do menino de sardas. Ele ficou de pé e changbin pegou seu boné branco, deixando que eles fossem brincar depois de garantir que seus sorvetes tinham sido terminados.
Eles ficaram numa distância onde os olhos de seus pais pudessem ver, e começaram a brincar de tudo que viesse à cabeça. Chan relaxou um pouco por ver seu garoto se dando tão bem com jeongin, aproveitou para pegar o sorvete que tinha comprado e deixou para comer quando estivesse sozinho, boa parte tinha derretido e virado uma poça branca de baunilha e calda de chocolate no fundo do potinho. Sem se importar, ele começou a comer - ou beber - o sorvete, olhando para os meninos ainda brincando.
- me dá um pouquinho. - changbin pediu se arrastando até o australiano, mas chan afastou o pote dele e o olhou com as sobrancelhas franzidas.
- não.
- por que não?
- você já comeu.
- não seja chato. - deu um soquinho fraco em seu braço, e o moreno ignorou, continuando a tomar seu sorvete e observar felix e jeongin. - chan hyung, me dá um pouquinho. Um tiquinho de nada. O que custa? Não vai te matar.
Chan revirou os olhos, tentando pegar uma boa quantidade do que tinha derretido na colher e levou até a boca do ruivo, como um instinto natural. Changbin o encarou por um segundo antes de segurar em seu pulso com cuidado e abrir a boca, o contato durou pouco mas o australiano ficou realmente corado com aquilo. Nunca tinha visto o menor tão de perto, seu rosto era simplesmente perfeito, havia uma ou duas marquinhas aqui e ali, mas o resto era liso, como porcelana. Sua pele amendoada combinava com o tom turmalina dos seus olhos, até seus lábios meio rosados eram bonitos. E descobriu que era dele que vinha aquele cheiro de frutas cítricas que estava sentindo desde que saiu de casa.
Changbin se afastou de supetão quando escutou a voz um pouco alterada de jeongin, ficou de pé no mesmo instante e correu em direção ao menino. Chan fez o mesmo, largando o pote e tudo para trás, indo até felix que parecia assustado olhando para o seo mais novo discutindo com um homem alto.
- tá maluco, cara!? Solta o meu filho! - changbin bradou, empurrando o rapaz de fios loiros para longe. O moreno puxou jeongin e junto a felix, eles ficaram atrás das suas costas.
O ruivo aparentava estar tentando se segurar para não pular em cima do homem novamente, que estranhamente sorria com aquela aproximação bruta.
- eu só estava cumprimentando o innie, não precisava fazer isso.
- eu te falei pra ficar longe de mim e do meu filho, o que você ainda quer comigo? Acabou, você mesmo terminou comigo. - tentou mais uma vez se acalmar, havia pessoas ao redor e ele não queria gritar feito um lunático e chamar mais atenção.
Chan que apenas assistia tentou ligar uma coisa na outra, até sua mente acender como uma lâmpada. Aquele era o cara que tinha traído changbin. De repente, quem estava ficando enfurecido era ele. O jeito soberbo que aquele rapaz olhava para o ruivo deixava chan irritado.
- tava de passagem, só queria falar com meu enteado.
- eu não sou nada seu! - jeongin gritou e antes que pudesse atacar o loiro, o australiano mais velho o segurou com cuidado para não machucá-lo. - deixa meu appa em paz, seu monstro da cabeça de esfregão!
Jeongin parecia querer arrancar o cabelo do rapaz igual changbin agia momentos antes. A força do menino era enorme, ele se sacudia e batia os pezinhos no chão, olhando para o loiro com tanta raiva que parecia que ele tinha feito algo horrível para ele. Chan custou a conseguir mantê-lo longe sem que pudesse machucá-lo de alguma forma.
- vai embora, hyunjin. - changbin disse ríspido e sério, sua expressão tão severa que deixou felix assustado, mas ele suavizou ao olhar pro outro australiano e depois tentar acalmar o próprio filho. - ei, filhote, tá tudo bem. - ele se abaixou rente ao menino ainda bravo, segurando em seu rosto pequeno com ambas mãos, encostando sua testa na dele como forma de acalmá-lo. O que para a surpresa de chan deu certo.
O ruivo se manteve abaixado tranquilizando jeongin quando chan tomou postura e encarou hyunjin, apertava com tanta força os dentes que sentia ranger. O loiro ainda permaneceu em pé encarando a cena, como se estivesse em um espetáculo. Chris quis chutá-lo até a fronteira do país, mandá-lo para o mais longe possível do ruivo e seu filho.
Pouco se importou com a baixa intimidade que possuía com changbin, ele deu um passo à frente e afagou o cabelo do ruivo, notando o quão vulnerável ele se tornou assim que ficou abraçado com jeongin. Chan encarou hyunjin de perto, e o homem mais alto retribuiu o olhar.
- você não escutou o que o changbin disse? Vai embora. Você tá estragando o nosso dia.
- quem é você mesmo? - hyunjin riu, abaixando o rosto para olhar melhor o moreno.
- deixa ele, hyung. - changbin ficou de pé, e aproveitou para puxar chan pelo pulso a fim de afastá-lo do loiro. Ele cedeu facilmente, e foi logo abraçado por felix. O garotinho parecia realmente assustado agora.
Sem dizer mais nada, o ruivo caminhou em direção a calçada, levando com ele um jeongin ainda irritado com hyunjin e um chan que compartilhava da raiva do mais novo. Eles buscaram as bolsas dos menores e partiram logo em seguida. Changbin não olhou para trás em nenhum momento, mas chan sabia muito bem que ele estava prestes a chorar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro