001,School dance
Antes, gostaria de lhes avisar que, em muitos momentos de dupla, mudarei para Doris e Lina, ou mudar umas das personagens para uma delas, não serão todos, mas alguns momentos. Se não gostarem, avisem-me que mudarei.
Pov's Lina..
ACORDO animada mais uma vez. As camas atrás de Ana e Bia estão ocupadas por mim e pela minha amiga, Doris. Eu não acordei por vontade própria, acordei com o grito da Cris.
Um resumo básico sobre como viemos pro Raio de Luz, conheço Doris desde que estava na barriga da minha mãe, já que elas eram amigas de infância. Crescemos juntas, e, devo lhes contar, ela é incrível. Muito incrível. Minha melhor amiga desde sempre. Em uma certa noite de Natal, estava eu e Doris na casa alugada pelos nossos pais, onde não fora nada barato. Minha mãe era uma dançarina famosa, Tainá Araújo, meu pai era um político, Leandro Araújo. Os pais de Doris não ficam para trás, possuindo a mãe modelo, Ana Liz Ferreira e o pai, um jogador famoso de basquete, Luan Ferreira. Nessa fatídica noite, quando tínhamos apenas nossos sete anos, nossos pais foram assassinados, aparentemente, o foco era pelo dinheiro que, felizmente para nós, não conseguiram e estão na nossa herança. Fomos para o Raio de Luz, juntas, lá é incrível, nos acostumamos rápidos com a extrovertida Doris, que fez questão de me ajudar a me enturmar.
Hoje, não iremos para a escola, que era a única parte ruim do dia. Não odeio, mas não gosto de certos professores. Bem..uns dias atrás, um garoto um tanto travesso entrara no orfanato, sim, o acho bem bonito, mas muito sapeca. Ele fez uma pegadinha com a Doris, até agora ele não fez nada comigo, só amarrou meus sapatos, mas isso ele fez comigo, com a Mili e com a Cris. Em específico, nada comigo. Mas com a Doris...ele pegou a guitarra dela, e tirou os cordões, escondendo-os pelo orfanato. Nossa, ela ficou com tanto ódio, mas tanto ódio que deu um chute na canela dele.
Ao invés de ir para a escola, vamos ter um baile mais tarde, as meninas estão muito animadas. E eu também. Meu par é, nada mais, nada menos que meu melhor amigo, Matheus Ribeiro, ele é gay, então, meio que não teve escolha, já que não pode ir casais lgbt, e o namorado dele, Luccas Minera, vai com a Doris pelo mesmo motivo, e também por que somos muito amigos. Isso vai ser divertido, certeza.
Outro motivo de eu ter ido com o Matt, é que no show de dança que a gente teve um tempo atrás, ganhamos juntos o terceiro lugar, dançando ballet. Combinamos esses mesmo pares que estamos, me lembro da dança como se fosse ontem. Foi incrível. Eu e Matt dançamos ballet e Doris e Lu dançaram k-pop, ele odeia k-pop e eu ri muito vendo ele dançar. Eles ganharam o segundo lugar.
Após acordar, me levanto da cama, dando de cara com a Doris dormindo de um jeito.. não muito normal. A perna esquerda dela esticada, a direita na parede, apoiada, de costas com o braço pra cima e o outro ao lado do rosto. Bem o jeito dela de dormir mesmo. Ela acordou num pulo, assustada.
- O que? O que? -Ela pergunta.
Bia nos explicou, zombando da Cris. Logo nos arrumamos, comemos o café e fomos pra sala pra nos aprontar pro baile.
- Calma, Cris. A cabeleireira já tá chegando e ela vai saber disfarçar essa espinha. -A moça que cuida de nós a um tempo afirma a garota.
- Como que ela vai disfarçar, Carol? Isso tá enorme! -A garota indaga frustrada.
- Se eu fosse você, espremia que logo, logo abaixa. -Vivi deu-lhe a ideia.
A Pata foi contra, dando um argumento válido sobre isso. Afirmando que mancharia a pele da morena.
A tal cabeleireira, Shirley, chegou.
- Oi, gente. Shirley Santana de Santana no recinto. -Uma moça animada entra pela porta.- Prontas para ficarem lindas? -Murmuramos um "sim".- Ah, que ótimo!
Carol se apresenta, Shirley se preocupou com a Cris, mas disse que conseguiria arrumar a espinha e esconde-la.
..-Tempo depois-..
Certo, eu estava com o cabelo normal ainda, olhando a revista enquanto as meninas conversavam, não prestei atenção na conversa das meninas.
- Doris, você vai fazer o que no seu cabelo? -Agora, o mundo parava e eu e Doris ficamos no nosso mundo.
- Eu acho que vou fazer uma finalização, para dar um tchan, sabe? Nos meus cachos. E você, Lina? -Ela diz enquanto os dedos corriam pelo travesseiro.
- Ah, não sei. Hm...é. Não sei mesmo.. -Cruzando as pernas, apoio meu braço esquerdo na perna direita e meu braço direito em cima da perna e meu queixo na mão direita pensativa.
- Hm...e aquele cabelo que a gente fez combinando na páscoa, quando tínhamos uns seis anos? -Ela dá a ideia, uma ideia boa, convenhamos que eu amara aquele cabelo.
- É, amiga. Mas nosso cabelo era curto ainda nessa época, tínhamos acabado de cortar, lembra? -Tento recordar-lhe que meu cabelo havia crescido.
- Verdade..e, que tal.. -Ela diz em sussurro, e eu topo.
Estávamos olhando os esmaltes agora.
- Meninas, esmalte aí é o que não falta! Tem todos os tipos. Cintilante, com brilho, sem brilho, importado. Várias cores, tá? E depois se vocês quiserem posso fazer francesinha, inglesinha e japonesinha, indinha e coreaninha. -Shirley nos diz enquanto eu, Doris, Ana, Mili e Bia olhamos os esmaltes.
- Japonesinha? -Bia pergunta.
- Uma técnica que criei, um luxo. -Ela explica fazendo o cabelo da Cris.
- Shirley. Faz muito tempo que você trabalha assim, como cabeleireira domiciliar? -Carol lhe pergunta enquanto faz o cabelo da Dani.
- Não tem muito tempo não, mas eu já tô pensando em ampliar o meu negócio. É só juntas uns troquinho que arrumo meu próprio cabeleireiro.
- Que legal, Shirley! Não esquece de convidar a gente pra inauguração. -Lhe digo com um sorriso.
As meninas começaram a conversar, e eu tinha achado o esmalte perfeito, que combinaria muito com meu vestido. Eu estaria linda.
- Ana, você acha que se eu fizer uma finalização no cabelo, vai ficar bom? -Doris vai até a ruiva perguntar.
- Finalização? Que isso? -Ela a pergunta de novo.
- Finalização é quando eu faço um tratamento pro final do cabelo. Vai ficar mais ou menos assim. -Mostra na revista.
- Ah, vai sim! -Ela afirmou com um grande sorriso, que foi devolvido e minha amiga voltou pra perto de mim.
Dr.Fernando chega e a gente se desespera. Eu tava com uma toca de cetim no cabelo, ele não tava com os meninos, graças a Deus, mas ele levou a Carol.
A Cris tinha terminado de ser arrumada e tava ridícula.
- Não tá parecida, mas tá linda. -Shirley afirma.
- E aí, pessoal? Tô parecida com a Selena Gomez? -Cris se olha no espelho e grita que tá horrível e tals. A Ana tentou amenizar e a Bia zoou.
Carol tentou acalmar a Cris, mas os meninos (Binho e Thiago) chegaram.
- Nossa, que zoado! -O novato diz rindo.
- Parece uma amazona com peruca de leão! -Binho continua zoando com o amigo.
- Saí daqui, seus idiotas!
- É isso aí, rapa fora! Área proibida de meninos! -Eles saíram, zoando.
Logo depois, tivemos que refazer tudo, tanto na Cris, quanto na gente, pois a Shirley fez maquiagem em mim, na Vivi e na Tati e tava horrível.
..-Mais tarde-..
Estávamos prontas, só esperando a Carol dizer o combinado e, sinceramente, estávamos lindas, de arrasar! Iríamos arrasar corações hoje, como a Doris disse.
Quando descemos, fomos em dupla.
Tati e Ana foram primeiro, logo depois eu e Doris.
Lina:
Doris:
Eu levantei o braço e Matt o pegou, o meu gesto foi copiado por Doris e Lu, que logo foram pros lugares deles também.
Depois, foi Bia e Pata.
- Nossa, como você tá diferente, Pata. -Rafa diz de um jeito desconfiado? Não sei, acho que sim.
- Você é mesmo a minha irmã? -Mosca pergunta, acho que foi zoando.
- Gostaram?
- Prefiro seu cabelo natural.
- Eu também. -Binho se pronúncia pela primeira vez na conversa.
Pata fica irritada, fazendo o mesmo gesto que eu, Doris, Ana e Tati fizemos. Vivi desce as escadas, levanta a mão e logo a abaixa, quando vê que Matias não chegou. Cris desce e Mosca a busca. Mili desce e Duda busca a mesma, elogiando ela e deu uma caixa pra ela, julgo ter chocolates lá.
Estávamos ao lado de Luccas e Doris.
- Olha, lá vai ser incrível! -Doris afirma.
- Concordo. Amor, depois a gente vai ficar a festa todo juntos, né? -Matt pergunta.
- Claro. Se as donzelas não nos atrapalharem. -Luccas diz olhando a Doris, que revira os olhos.
- Relaxa, casal. Só pra entrar, depois a gente se separa. -Tento amenizar a situação antes de transformar em confusão.
- É, beleza. -Eles dizem.
Entramos na van, eu fiquei na janela e Doris no corredor, Matt no corredor e Luccas na janela do banco ao lado.
A gente ficou falando sobre oque faríamos lá, vai ser incrível. Vou assaltar a mesa com Luccas, vou dançar horrores com a Doris e juntar casais com o Matheus. Vai ser incrível!
..-Uns minutos depois-..
Chegamos! O lugar tá lindo por fora e a música é, visivelmente, animada. Deve tá lotado.
- Nomes, por favor? -A moça tinha um sorriso assustados, mas é bem educada, ela nos perguntou.
- Carolina Araújo.
- Matheus Ribeiro.
- Certo. Entrem. -Adentramos e o local era realmente lindo.
Todo decorado, as comidas pareciam apetitosas.
Entramos atrás de Tati, Ana, Binho, Thiago, Luccas e Doris, atrás de nós era Rafa e Pata.
- Olha só isso, que irado! -Diz Binho.
- Vou me divertir muito. -Thiago afirma.
- Olha lá, hein, Thiago! Não vai nos fazr ser expulsos! -Doris diz isso quase batendo no garoto, mas é impedida por Luccas.
- Relaxa aí, Doris. -Ele diz zombeteiro, botando as mão pra cima em rendição.
- Esse baile vai ser daora. -Rafa fala, logo apontando pra mesa de comida.- Olha só, gente! -Os seis vão atrás.
- O que a gente faz agora? -Mat pergunta.
- Bora tirar fotos. -Lu aponta pro local de fotos.
Enquanto estávamos na fila, Tati e Binho, Ana e Thiago aparecem.
- Já sabem que fotos vão tirar? -Tati nos perguntou animada.
- Temos umas ideias sim. Mas vai ser um pouco longo. Que a gente vai tirar uma dos quatro, uma do casal, uma das melhores amigas, uma com o par e outra com o par da outra, enfim. Uma confusão. -Diz Doris rindo no final.
- Mas vai ser muito top! -Afirmou Matheus.
- Claro. Que foto não fica top comigo nela? -Luccas zoa com deboche.
- Um monte. -Doris retribui.
- Não vamos brigar, por que agora é a gente! -Dizendo isso, eu puxo eles.
A gente tirou as trocentas fotos e, agora, estamos nos quitutes.
- Que delicia! -Digo comendo um doce de maracujá.
- Deixa eu provar. -Luccas mastiga um pedacinho do meu. -Mutcho bom. -Ele fala com a boca cheia.
- Matt, pega pra mim um salgado? -A garota de vermelho pede e Matheus a entrega um salgado.
Logo, fomos dançar. O casal foi dançar entre eles e eu e a Doris dançamos juntas, arrasamos, claro. Aí, a Doris foi dançar com a Ana e eu fui pegar um refri, Mosca e Thiago estavam lá.
- Ela tá ali dançando com a Doris, e elas dançam tanto que nem perceberam que saí. -Chego ouvindo essa fala de Thiago.
- Ou, a Doris percebeu, mas ignorou. -Me intrometi no assunto.
- Oi, Lina. Quer algo? -Mosca perguntou, sendo educado.
- Aproveita que tá perto do refri e pega um pra mim? -Peço e assim ele faz.- Valeu.
- De nada. -Me retiro.
Indo para um canto um tanto longe da pista, mas perto da mesa, me sentei numa cadeira, olhando o pessoal. Logo, um cara para a música e todos reclamamos.
Ele era bem animado, mas meio chato. Ele colocou uma música, era a mesma que Tati e Binho dançaram naquele negócio da dança de um tempo atrás, depois colocou uma música legal.
Binho, Ana e Doris começaram a dançar no meio, não muito tempo depois, Luccas e Matt os acompanharam, senti falta da Tati, mas ela logo me acha e ficamos conversando. Rafa começou a fazer uma dança engraçada e todos do orfanato e amigos foram imitá-lo. Eu e a Tati ficamos rindo.
Depois dessa dança maluca, Tati e eu vimos Thiago se afastar dos demais e ir a mesa e fomos ver o que ele ia aprontar. Ele colocou algo no ponche e ia colocar algo no refri, mas a gente chegou.
- Por que você tá colocando gelo aí na bebida? -Tati pergunta, assustando o mesmo.
- Não interessa. E é bom vocês ficarem quietas. -Ele diz.
- Então, o que você tá fazendo? -Pergunto-o.
- Colocando um gelo especial. -Ele tá, claramente, nervoso.
- Especial, como? -A cacheada ao meu lado pergunta.
- É um truque meu. Quem beber vai ter uma surprsa. -Ele diz.
- Você podia parar de aprontar, né, menino. -Tati diz suspirando.
- Um pouco, pelo menos. -Completo.
- Eu tô só começando.
Aí ele saí e a gente conversa. Mas a Tati, sem querer, derrubou os copos e a gente começou a arrumar.
- Ai, a gente tinha que ter barrado essas pirralhas. -Priscilla chega com Michelle.
- Super. Tinha mesmo, Pri. -A pau mandado concorda.
- Acontece, meu. -Tati coloca a mão na cintura e fala com deboche.
- Tipo assim, cara. -Digo.
- Que a gente também faz parte da escola e tem direito de participar. -Ela completa ainda debochando.
- Nós somos as organizadoras, tá? -A ruiva, irritada, diz.
- Aham. Isso mesmo.
- Se a gente quiser, colocamos vocês duas e as outras pigmeus pra fora por mal comportamento.
- Mas ela derrubou o copo sem querer. -Defendo minha amiga.
- Bem coisa de pirralho, não sabe se comportar e vive fazendo bagunça. -Michelle fala.
"Pirralho?! A gente pode ser mais novas, mas, se bobear, a gente fica maior que você só na pontinha do pé." -pensei.
- Vocês são umas chatas, sabia? -Tati diz.
- A chata aqui, na minha opinião, pirralha, é você. -Priscilla continua.- E vou repetir pra ver se você entende. Fica quietinha, se não quiser ser expulsa.
Vivi logo chega atrás da gente e nos protege.
- Quem vocês pensam que são pra falar assim com a minha irmã? -Ela diz, colocando as mãos na cintura.
- Resolveu ficar corajosa de repente, Vivi? -A de coque debocha.
- Não admito que ninguém trate mal a minha irmã. Se for pra discutir, vai ter que discutir comigo, que sou do mesmo tamanho.
- Ai, quanto drama, relaxa.
- Relaxa coisa nenhuma! Vocês se acham as donas da festa, mas não são nada. -Ela dá ênfase em donas.- Tati, vem comigo. Você também, Lina. -Saímos.
Chegando perto de onde o Matias tava, Vivi da um beijo na bochecha da Tati e depois na minha e saímos, nos separamos no caminho e eu contei tudo pros meus amigos, que estavam me procurando.
- Aí, a Vivi apareceu e nos protegeu, como uma verdadeira guerreira! -Eu digo após explicar tudo.
- Ah, queria ter ficado com você. Eu teria te protegido. -Luccas diz.
- Eu vou pegar aquelas mocreias, quem elas pensam que são?! -Meu amigo diz cruzando os braços. Doris parecia nas nuvens agora.
- Aconteceu algo, Doris? -A puxo, acordando ela pra realidade.
- Eu dancei com uma das garotas mais lindas da festa! -Ela afirma, o sorriso dela, antes bobo, começou a se intensificar, sendo um sorriso de orelha a orelha.
- Apaixonadinha ela. -Luccas zoa.
- Aí, cala a boca, velho! -Ela da um tapa nele, de leve.
Na hora que ele ia fazer drama, o cara disse sobre a votação de rei e rainha do baile. Tivemos que ir dançar. Eu, lógico, fui com Matheus e Luccas com Doris, infelizmente.
No meio da dança, eu tive uma ideia. Puxei Matt e, andando por aí, encontro Doris e Luccas, que riam de algo que viram. Troquei Matheus pela Doris e continuei andando com ela.
- Ei! Aonde a gente vai? -Ela perguntou.
- Só vamos. -Puxei ela.
Chegamos em Thiago e Ana e cutuquei o ombro do garoto, que resmungou.
- Que é, hein? -Ele se virou e Ana veio pro lado dele.
- O que você acha de deixar a Ana e a Doris dançando? Aí você não precisa fazer o que não quer. Claro, se a Ana quiser. -Doris apertou minha mão, com medo da rejeição.
- Sim! -Ana topa e a gente olha pra Thiago, que revira os olhos e, com um sorriso, soltou a mão da Ana, que nem percebi que estavam juntas, e saiu.
Não sou besta, fui atrás. Precisava vigiar ele.
Alcancei ele e segurei seu braço forte.
- Ei! -Ele resmunga.
- Vou ficar de olho em você. Vem. -O puxo para umas cadeiras.
Nos sentamos, observando o pessoal. Tentei puxar assunto.
- Sabe uma coisa que notei? -Começo.
- O que? -Ele responde, sem me olhar.
- Você não pregou nenhuma pegadinha comigo. -Lhe digo, me arrependendo logo após ouvir a resposta do mesmo.
- Hm...bom saber. -Vejo, de relance, ele abrindo um sorriso de canto.
- Acho que não deveria ter dito.
- Deveria, sim. -Ficamos em silêncio. Um silêncio bom, em comparação ao som da festa que não tá nem um pouco baixo.
Fiquei olhando os meus amigos. Meus casais estavam lindos na pista, arrasando nela. Thiago estica a mão.
- Não quero ser o único a não me divertir. -Ele olhava fundo dos eus olhos, segurei sua mão.
A música que começou, me toquei ser da Cris e do Rafa daquele show que eles deram aquela vez no show de dança.
Dançávamos olho no olho, quase como se o mundo acabasse e só nós existíssemos, mais nada. Era uma dança nada a ver com o tema da música, mas que se dane, o que importa, é que tô me divertindo. Não trocamos uma palavra, mas nossos olhares já diziam tudo que precisávamos, era como um imã e eu não conseguia parar de encara-lo. Dançar com meninos não era difícil para mim, uma vez que, em todas as festas que fui quando menor, dançava com meninos dos quais conhecia. Mas dançar com Thiago, certamente, atraia uma diversão diferente, intensamente melhor, sem malícia, em nenhum momento tivemos malícia. Só paramos quando o cara parou a música e um garoto esbarrou no Thiago sem querer, era o Luccas, que foi empurrado pela Doris.
- Ai! -Ele reclama.
- Cala a boca! -Ela diz e bate na nuca dele.
Thiago olha pra gente e saí.
- Calma, calma, pessoal! -O moço diz, após ser vaiado por ter parado a música. A gente anda e encontra Tati, Ana, Binho e Thiago, paramos lá.- Vocês dançaram bem, parabéns! Os nossos professores já escolheram os casais que vão participar da seleção. E é bom lembrar, hein, gente, que só os casais escolhidos poderão ser votados. Bom, é hora de descobrir quem vai disputar o posto de rei e rainha! E os casais que poderão ser votados são...Débora e Danilo! -Palmas.- Thaís e Conrrado! -É o que? Tinha nome melhor não?- Cristina e Felipe! -A gente bateu as mãos mais rápido e alto.- Mas conhecido como Mosca. -A gente ri.- Milena e Eduardo! -Minha mão vai ficar vermelha depois.- Viviane e Matas! -Vivi beija a bochecha de Matias, claramente feliz.- Matheus e..Luccas? -Ele faz uma cara estranha, mas logo recompôs. Bati mais do que nunca. Minha mão bateu contra a mão de Doris num hight five e, o casal ao lado, se beija.- E...mais nada. -O pessoal fica triste.- Esses são os casais que estão concorrendo a rei e rainha do baile. A votação já está aberta e a urna tá logo ali. Podem votar!
A gente foi. Tava em dúvida entre as meninas e meus amigos, mas votei nos meninos, seria incrível um casal LGBT no palco! Coloco na urna, indo com Doris até a mesa de comida com Pata, Cris, Mili, Bia, Tati e Vivi.
- Cris, Mili, Vivi, desculpa. Mas votei nos meninos. -Lhes digo e Doris concorda.
- Carolina! -Cris diz indignada e eu me encolho.- Doris!
- Ai, seria legal um casal LGBT lá no palco, tá? -Doris diz.
- Tudo bem, meninas. O que importa é nós nos divertirmos. -Mili sorri ao dizer.
- Tudo bem, e a gente perdoa. Seria legal mesmo. Mas na próxima vez, votem na gente. -Vivi diz e nós concordamos.
Mili nos chamou pra dançar. Colocaram uma música que a gente gosta e a gente dançou. Um tempo depois, Cris, Pata e Bia saíram e as outras também. Eu e Doris dançamos. Aí a Pata e a Cris passaram correndo por nós, Cris tava com a espinha a mostra e, um pouco depois, a Bia passou andando.
Eu cansei de dançar e encontrei Luccas, ele me puxou até a mesa de quitutes e começamos a comer e muito. Se bobear, vão nos tirar da festa por "falta de educação" ou "falta de alimento".
Começou a tocar "chique chique" e a gente foi dançar. Eu, Mili, Pata, Bia, Cris, Doris, Vivi, Tati, Ana, Binho, Rafa e Mosca. Os meninos atrás e as meninas na frente. Tinha uma roda ao redor da gente enquanto a música rolava. Mili e Mosca se afastaram. E, então, a música acabou e eu fui, novamente, com o Luccas comer.
Agora tocava música romântica e a gente trocou os pares. Luccas tava comigo e Matheus tava com Doris. A gente dançava um perto do outro, conversando.
- Essa festa tá um show. -Luccas disse.
- Imagina se a gente virar rainha e rei, Lu! -O garoto diz animado.
- Vai ser tudo. -Afirmo.
- Mas é impossível, não acho que muitos votaram, se olhar que a Débora tá na lista. -Dito isso, ela logo completa.- Mas ainda tem chances, não se esqueçam que a gente tá com vocês. Vou dançar com a Ana, dancem entre vocês, casal. -Ela vai na Ana e eu solto Luccas.
Eu andava pelo baile, mas aí, vejo Thiago indo pros fundos. Doris estava com a Ana, não queria atrapalhar, então fui sozinha atrás.
- Ahá! -Vejo ele com uma tinta e o assusto com essa simples palavra.- O quê que é essa coisa nojenta no balde?
- Que fique só entre nós. Senhoras e senhores, a minha homenagem ao rei e a rainha do baile.
- Nem pense, Thiago. Pode esquecer isso. -Cruzo os braços, ao cheirar mais fundo, percebi que fedia.- Eca, o que você colocou aí dentro? -Eu ia me aproximar, mas ele me afasta.
- Melhor você nem saber. -Ele diz.
- Melhor mesmo, por que isso aí vai direto pro lixo. -Aponto pro balde.
- Você tá doida? -Ele me olhava como se fosse a pior coisa do mundo.- Cê sabe quanto tempo demorou pra chegar ao ponto perfeito? -Ele indaga.
- Nem sei e nem quero saber. Você não vai estragar o primeiro baile da nossa vida. -Afirmo, olhando o mesmo.- Ou você joga isso fora, ou eu te deduro. -Ameaço.
- Como você é chata, hein. Tinha que chegar pra estragar tudo! -Ele reclamou.
- Eu até acho engraçado suas zoeiras, quando não são pesadas, óbvio. Mas, por favor, Thiago. Sei que é divertido pra você e tals e engraçado pra alguns, mas é o primeiro baile e você chegou a pouco tempo no orfanato e nem na escola tá ainda. Não faz o povo te odiar assim. O pessoal do orfanato vai ter raiva de você por ter atrapalhado o primeiro baile e o pessoal da escola vai ter raiva de você e podem até te tratar mais mal do que já nos tratam. E aí todos vão sofrer e... -Eu vejo as top 3, Priscila e Michelle.- Olha lá. -Ele olha.
- Cadê a outra urna? -Priscila perguntou.
- Eu deixei escondida ali. -Michelle aponta.
- Vamos nos esconder! -O garoto diz, indo em direção a um tipo de cabideiro em rodas (sim, esqueci o nome) e eu fui atrás, ele ficou na frente e eu atrás dele.
- Pega rápido antes que alguém veja! -Priscila ordena, sendo assim, obedecida pela Michele.
Eu e Thiago nos entre-olhamos e ele começou a gravar, fazendo um sinal de silêncio pra mim, que concordei com a cabeça.
Depois, a gente ficou conversando quando elas saíram, até ouvirmos o moço falar.
- Voltei, pessoal. Os votos foram contados e já sabemos quem são os reis e rainhas do nosso baile! Quem tá ansioso? -Todos gritaram "eu".
- E agora, Thiago? Ele vai falar que foi a Débora, mas a gente nem sabe se foi e.. -Ele me interrompe.
- Ah, para de falar! Eu não consigo pensar com você falando o tempo todo! -Ele diz bem irritado.
- Desculpa.. -Me encolho.
- Já sei! -Quando a Débora tava fazendo o discurso, ele me puxou e a gente foi até o moço do telão. Ele pediu pra colocar o celular dele e depois, me puxou pro palco, saindo dos bastidores.
- Só um minuto! -Dizendo isso, Débora parou de falar e todos olharam para mim.- Agora, eu vou falar. Por favor, assistam as filmagens naquele telão. -Apontou Thiago.
Era a filmagem da Priscila e da Michele trocando as urnas.
- Gente, calma, calma. A..a ideia foi delas! -Apontou pras amigas, que saíram correndo sendo vaiadas.- Calma, calma, deixa eu explicar, gente! Erh...aquilo que vocês viram no vídeo foi..foi uma brincadeira, uma encenação, sabe? Só pra descontrair. -Pego o microfone da mão dela.
- Licença. -Digo ao pegar o microfone.- Aqui tá a urna verdadeira, pessoal. -Thiago mostra.- E essas imagens que vocês viram não foi brincadeira nenhuma. O Thiago filmou com o celular dele escondido. -O garoto sorri vitorioso.
O pessoal começou a vaiar eles e eles saíram correndo. Eu e Thiago fizemos um "toca aqui" e saímos do palco, eu fui até meus amigos e Thiago foi pra sei lá onde.
- Amiga, você arrasou! -Diz Luccas, batendo palmas.
- Fiquei triste que você chamou o Thiago e não eu. -Matheus fica dramático.
- Eu fui atrás dele, e por acaso, aconteceu o que aconteceu.
- Hmm, por que você foi atrás? -A minha amiga diz maliciosa.
- Eu fui atrás dele por que ele ia fazer besteira. -A respondo.
Bem, no final, a Mili e o Duda ganharam. Pediram beijo e ele beijou a bochecha dela, tiraram fotos.
..-No dia Seguinte-..
Tô na sala com a Doris, conversando sobre absolutamente nada e tudo ao mesmo tempo. As férias sempre foram chatas no orfanato, muito diferente de quando morávamos com nossos pais.
Quando os meninos chegaram na sala, a gente foi pro pátio.
- Eu tô naquele pique de "se me irritar, eu te mato", sabe, Lina?
- Sei. Eu notei. Quer ouvir música? -Perguntei pegando o fone.
- Ah, sei lá. Bora...jogar UNO? -Ela corre pro quarto e volta com a caixinha.
- Bora. -A gente começa.
Sem muita delonga, Tati, Ana e Dani aparecem.
- Meninas, a gente vai tomar sol. Vocês querem? -Tati pergunta, chegando animada.
- Aí, bora, Doris?
- Bora.
A gente se arrumou e foi. Pata tava de roupa, a Mili tava lendo em outro lugar, a Bia e a Vivi de biquíni, a gente de maiô e os meninos correndo.
- Ah, é tão bom tomar banho de sol. -Doris diz.
- Guerra de água! -Thiago gritando, joga água da mangueira na gente.
A gente pegou o balde e ficou jogando neles. Ana pegou mangueira e ficou jogando.
A Bia e a Vivi entraram e a gente foi chamar a Pata, mas ela não quis, aí os meninos tentaram molhar ela, mas ela ficou brava e saiu, depois a gente continuou a jogar água uns nos outros.
..-A noite-..
Tomamos banho e já estamos no quarto, de roupão e penteando o cabelo.
A Pata entrou no quarto, o cabelo dela ainda tá liso.
- Você não tomou banho, Pata? -Bia pergunta.
- Tomei, né, Bia. Só não molhei o cabelo.
- Ah, Pata, não lavou o cabelo de novo? -Tati diz.
- Gente, ficar duas vezes sem lavar o cabelo não é o fim do mundo não.
- Eu me sinto suja se não lavo o cabelo. -Digo.
- Também. -Doris concorda.
- Pra mim, é. -Bia responde Pata.
- Pra mim, também. -Ana diz.- Se eu ficar sem lavar o cabelo, ele fica super oleoso.
- Como eu já disse, a Pata vai ficar com o cabelo fedendo e emprestar o orfanato todo.-Bia argumenta.
- Bia, você tem certeza que quer me provocar?
- Só tô dando a minha opinião.
Enfim, elas começam a discutir, a gente falou que o cabelo dela era lindo e ela não ligou.
Eu e a Doris começamos a andar quando, do nada, Mosca e sua tropa chegaram.
- Doris, Doris. A gente precisa da sua ajuda. -Mosca afirma.
- Pra que? -Ela pergunta.
- Vem com a gente. -Mosca chama e a gente vai.
- Vocês nasceram grudadas, é?! -Thiago pergunta, achando ruim.
- Sim. -Respondemos em uníssono.
Chegamos no quarto dos meninos e eles explicaram.
- A gente tem que dá um jeito de pegar a Ernestina na mentira, de um jeito que o Chico veja que ela mentiu. -Mosca diz.
- Já sei! -Doris animadamente fala.
- O que? -Rafa perguntou.
- A gente pede dinheiro pra Carol e coloca num envelope. Aí, a gente finge que encontrou o dinheiro e pede pra Ernestina devolver pra polícia. -Ela diz.
- Aí, a Ernestina vai ficar com o dinheiro. Aí a gente prova que ela é uma interesseira e mentirosa! -Dito isso, eu e Doris fazemos um toca aqui.
- É isso aí, leitora de mentes.
- Eu curti. -Mosca disse.
- Eu também. -Rafa concorda.
- Eu acho que é uma ideia ruim. E se ela levar o dinheiro pra polícia? Aí a Carol fica sem o dinheiro, e a gente não prova nada. -Thiago diz, claramente irritado por não ter sido ele a ter a ideia.
- Se isso acontecer, a gente vai ter certeza que é a mesma Ernestina de antes. E não um clone ou um alienígena como pensávamos. E, caso levar, a Carol pode ir lá buscar depois. -Dizendo isso, eu cruzo os braços, olhando o mesmo que revira os olhos.
- Pode crer. Por mim fechou. -Binho diz.
- Eu também. -Rafa concorda.
- Por mim, também.
- Tô super dentro, óbvio. -Digo.
- Já que a maioria concorda, né.
- Então é isso, amanhã mesmo a gente coloca esse plano em ação. -Mosca fala.
A gente se despede dos meninos e fomos pro quarto dormi.
..-Dia seguinte-..
Eu e a Doris pegamos o dinheiro da Carol e entregamos aos meninos e, depois, fomos até a cozinha de novo e ficamos conversando com a Carol e o Chico. A Ernestina chegou e ficou bebendo suco. Aí os meninos chegaram na Carol e falaram do dinheiro.
Tava indo tudo como planejado, a Ernestina já tinha falado que ia levar. E, agora, estamos eu, Doris, Rafa, Chico, Mosca e Carol conversando.
- Queria tanto que a Ernestina voltasse a ser como era antes.. -O mais velho lamentava.
- Pra quê? -Rafa indaga.
- Como pra quê? A Ernestina era bem melhor antes. -Mosca respondeu o amigo.
- Melhor nada. No máximo menos pior, ia trocar o mal pelo outro.
- Não é verdade, Rafa. Ela mudou muito, sim. Eu só não sei bem o por quê. -O cozinheiro diz.
- Verdade. Eu lembro daquela primeira prova que eu fechei, e ela ficou toda feliz, mas aí depois ela começou a falar do jeito sério dela -Doris se levanta.- "Muito bem. Não fez mais que a sua obrigação." -Ela imitou a Ernestina antiga.- Eu fiquei toda feliz. -Ri.
- Que bom que você ficou feliz, princesa. -Ela se vira pro Chico.- Vocês gostavam muito dela, né, Chico e Doris?
- Ela podia ser chata e tals. Mas eu gostava muito dela. -A cacheada afirma sorrindo.
- Olha, mesmo com tudo que ela fez, eu aprendi a gostar dela de verdade. Do jeito que ela é. -A Ernestina logo entra.
- E aí, tudo bem?
- Tudo. -Carol respondeu a zeladora que falávamos agora pouco.
- Eu levei o dinheiro na polícia. -Ela diz sorrindo.
- Ah, valeu, Ernê. E o que os policiais falaram? -O líder da tropa dos meninos diz.
- Nada de mais. Também eu entrei, entreguei o envelope e caí fora. -Ela diz, parecia um pouco nervosa. Ela saí pela porta dos fundos.
- Tomara que ela não esteja mentindo.. -Digo.
O clima pesou, e a gente ficou meio triste agora.
.......
Caboou!
Vey, fiz quatro a cinco episódios só nesse capítulo. Demorei três dias pra fazer.
5364 palavras.
Um beijo.
Vou fazer o próximo e acho que posto ou nessa semana ou na próxima.
Episódios com mais de um capítulo de continuação, como o do baile, vou fazer todos em um.
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