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Capítulo 49


Observando atentamente a luz do sol consumir aos poucos o teto de seu quarto, Jimin suspirou pesaroso ao perceber que mais uma noite havia passado e ele não conseguiu dormir direto.

Ele tentava a todo custo se convencer de que era por causa do fuso horário, mas no final sabia que sua inquietude noturna tinha outro nome.

Por mais que não fosse mais novidade alguma que Jungkook tinha o hábito de deixá-lo triste e confuso, ele tinha certeza que dessa vez, após desistir oficialmente de em algum momento tê-lo em sua vida outra vez, seria diferente.
Pensou que seria menos turbulento em sua cabeça e menos doloroso em seu coração. Afinal, foi ele quem tomou essa iniciativa de se afastar para sempre do Jeon.

Ainda assim, nada era reconfortante o suficiente para amenizar essa agonia interna.

Depois de decidir voltar para a Califórnia, remanejar seu trabalho, agora lidando com tudo à distância, indo à Coréia só quando realmente fosse necessário para esses fins, Jimin mantinha uma rotina árdua de trabalho. Evitando ficar com tempo suficiente para pensar em quem quer que fosse.

Chegou há uma semana e já havia sido surpreendido pela visita de Taylor. Sabia bem que Polly não tinha mantido seu retorno em segredo, como havia pedido. Mesmo que ela negasse veementemente que foi ela quem lhe contou. Sua amiga era uma língua solta.

A conversa com Taylor não foi nada diferente de quando se falaram antes dele voltar para a Coréia. E Jimin torcia para que àquela altura ele já tivesse refeito sua vida. Mas pelo tom da conversa dele, ele ainda esperava que pudessem reatar.

Jimin gostava de Taylor. Ele era um homem carinhoso, o respeitava muito, estava sempre fazendo o seu melhor para agradar Jimin. Era um cara otimista e o apoiava incondicionalmente. Sempre muito gentil e romântico. Não tinha nenhuma reserva com Taylor. Mas não podia dizer o mesmo de sua família.

Agora, mais do que nunca, ele não queria nenhum tipo de desentendimento. Seja com quem fosse. Estava cansado de remar contra a maré. Tudo o que queria era um novo amor, livre de desavenças e apegos ao passado. Estava realmente decidido a esquecer o Jeon. Assim como Taylor.

Ele sentou na cama, respirou fundo e abriu um largo sorriso. A partir daquele dia, não queria ver nem ouvir falar em Taylor ou Jungkook.

Tomou um banho demorado, vestiu seu terno e foi trabalhar, como sempre fazia. A diferença estava em seu entusiasmo para fazer tudo ser diferente dali pra frente.

Naquela sexta-feira, no final da noite, depois que o restaurante fechasse, ele se encontraria com Polly. Ela ainda trabalhava no mesmo lugar, mesmo depois de 6 anos que a conheceu.
Queria uma noite para se divertir ao lado da amiga e ter um momento de descontração agradável.

Depois de um dia cansativo, com muitas questões para resolver, reuniões por vídeo chamada com um gerente, a quem Jimin nomeou como diretor adjunto para resolver as questões mais brandas enquanto ele estivesse fora do país, Jimin estava exausto. Mas não ia desanimar, tinha um encontro naquela noite, e ele não voltaria para casa sóbrio.

Assim pensou ele.

Jimin se encontrou com Polly em uma lanchonete. Eles se empaturraram de porcaria e já tinham um destino certo depois dali.

Como esteve fora do país nos últimos 2 anos, ele não estava por dentro das novidades que estavam agitando a galera local no momento. Eles foram a uma boate nova. Beberam o suficiente e dançaram muito.
Polly mal conseguia andar de tão bêbada, já Jimin, queria ter bebido muito mais, mas ao ver como Polly estava virando um drink atrás do outro, preferiu não se jogar tanto. Um deles teria que levar o outro para casa, no final da noite.

Passava das 3h da manhã quando eles saíram da boate. Polly estava agarrada a Jimin, que fazia o possível para carregá-la sem fazê-la passar a vergonha de ser carregada no colo. Ela sorria como boba para qualquer coisa, ou pessoa, e Jimin ria de sua completa embriaguez.

O Park decidiu deixar o carro no estacionamento onde parou quando chegaram. Preferiu pegar um táxi até em casa. Decidiu, também, levar Polly consigo para sua casa. Achou que seria mais seguro se não estivesse sozinha depois de apagar, pois ele tinha total certeza de que seria isso que ela faria assim que encontrasse a cama.

Em frente ao edifício em que morava, Jimin desceu do carro e arrastou Polly consigo. Ela resmungava algo que ele não conseguia entender. A parte boa de sua embriaguez era que pelo menos ela não havia vomitado dentro do táxi, apesar de reclamar muito que o mundo não parava de girar diante de seus olhos.

Polly tropeçava nos próprios pés. Jimin resolveu pedir que ela tirasse os saltos e assim que ela fez isso, ele abaixou e a jogou sobre seu ombro.

— Jimin, me põe no chão! — ela falou mais alto do que pretendia, já que não tinha mais noção do seu tom de voz.

— Fique quieta, Polly. Com você andando, vamos levar meia hora só para chegar ao elevador. — ele abriu a porta e entrou no lobby.

— Você sabe que eu estou praticamente de cabeça para baixo, não sabe? As chances de eu vomitar são bem maiores agora. — ela resmungava contra as costas dele.

— Aguenta só mais um minuto. — Jimin apressou o passo e apertou o botão do elevador.

— Oi, Taylor! — Polly resmungou risonha.

— Não seja boba Polly, Taylor não está aqui. — ele encarou a parte superior da porta do elevador esperando que ele chegasse ao térreo.

— Ele está aqui sim. — ela colocou as mãos na cintura de Jimin, tomando impulso para levantar parte do corpo. — Olha, e tem um homem que parece com você ali também. Os dois são tão bonitos. — finalizou a frase com uma voz manhosa.

Jimin se virou e viu Taylor logo atrás dele.

— Taylor!? — ficou surpreso.

— Oi, Mini-min!

— Jimin, se você vai ter companhia lá em cima, me deixe ao menos paquerar o outro cara. — balançou freneticamente as pernas no peito de Jimin. Ele as agarrou com força para que ela não caísse com o ato.

Jimin virou um pouco a cabeça e viu que tinha alguém há alguns passos de Taylor.

— Me desculpe, Sr, a minha amiga...— Jimin abriu um sorriso simpático, mas ele se desfez assim que seus olhos focaram naquele rosto. — Jungkook? — seus olhos quase saltaram das órbitas.

— Minha nossa, Jimin, você vai ficar com os dois? — Polly protestou. — Isso não é justo!

— Oi, Jimin-ssi! — JK agora está ao lado de Taylor, que o encarou de cima à baixo.

— Você o conhece, mini-min? — foi a vez de JK encarar Taylor de cima à baixo.

— Você precisa de ajuda, Jimin-ssi? — apontou para Polly em seu ombro. — Taylor estava alheio, pois JK falava em coreano.

— Não, estou bem.

— O que vocês estão falando aí? — o problema de Polly, segundo Jimin, é que ela falava bastante quando sóbria, falava ainda mais bêbada.

— Jungkook, vai embora! — disse sério, em coreano. — Taylor, você também, vá para casa. — virou-se para o elevador que já estava com as portas abertas. — Eu não quero falar com nenhum de vocês. — entrou e apertou o botão do 14° andar.

— Jimin, se você não me colocar no chão agora, eu vou vomitar. — alertou Polly.

Jimin a colocou de pé no elevador e ela fez um grande esforço para não cair. Quando as portas estavam fechando ela deu tchauzinho para os dois parados em frente a porta.

— Eu até entendo você não querer o Taylor lá em cima, mas o outro de olhinho puxado é uma gracinha. — sorriu abobalhada encostando a cabeça no ombro de Jimin.

— Não diga bobagens, eu quero distância dele, tanto quanto quero do Taylor.

— Mas porquê, Jiminie? — perguntou com uma voz dengosa.

— Longa história, Polly. Loga história. — Jimin passou o braço pela cintura dela lhe dando apoio para sair do elevador.


Cinco dias atrás, depois de saber que Jimin havia vendido seu apartamento e saído do país, JK entrou em contato com a imobiliária e comprou o apartamento. Ele deixou bem claro que não importava o preço que cobrariam, mas queria que o imóvel ficasse do mesmo jeito que estava quando foi vendido para eles.

Com um cliente tão importante e aficcionado, igualmente exigente e sem do próprio bolso, eles pediram 3 dias para entregarem o apartamento do jeito que ele queria.

Jungkook esperou ansioso.

No dia da entrega das chaves, JK passou o dia ali, apenas observando os móveis do jeitinho que Jimin costumava usar. Sentou no sofá e recordou dos momentos que tiveram sobre ele. Foi até a cozinha e lembrava das refeições que fizeram juntos quando o mundo parecia ter voltado a pertencer somente aos dois. No quarto, se deitou na cama e suas memórias trouxeram de volta as vezes em que fizeram amor nela, das manhãs em que acordaram um ao lado do outro. De como seu peito explodia de alegria quando o rosto de Jimin era o primeiro que ele via ao acordar.

Ficou melancólico.

No dia seguinte, ao chegar em casa depois de pegar Mahya no colégio, foi surpreendido com a visita de seu pai. Ele não estava no clima para conversar sobre a relação dos dois. Mas Jung-young insistiu em falar com ele, prometeu que não se tratava deles e sim de algo que seu filho precisava muito saber.

Mahya subiu com a Sra Milth e JK foi até a sala, com seu pai logo atrás. Assim que ele tirou a gravata e suspirou cansado, Jung-young tirou um papel do bolso e entregou a JK.

— O que é isso? — perguntou antes mesmo de desdobra-lo.

— Tudo o que você precisa saber agora. — o Sr Jeon forçou um sorriso.

JK jogou a gravata no sofá e abriu o papel. Leu por alguns instantes e não teve muita certeza do que lia.

— Isso aqui é...— JK levantou o olhar para o pai.

— Agora você já sabe o que tem que fazer.

— Onde conseguiu essas informações?

— Não é isso que importa agora, Jungkook. E sim o que você fará com elas.

— Eu não...sei. — ele olhava atentamente para o papel. — Porque está fazendo isso?

— Eu sei que sou o causador de todas as desavenças que aconteceram entre vocês, então isso é o mínimo que eu poderia fazer.

— Sabe que isso não resolve as coisas entre nós dois, não sabe?

— Eu sei, sim. Mas eu, mais do que qualquer outra pessoa, quero que você seja feliz, filho. E ele é a sua felicidade. Agora você já sabe onde ele está, onde tem vivido, onde trabalha e as conexões que ele tem nos Estados Unidos. Só precisa ir até ele.

— Eu não posso simplesmente ir até lá e-

— Porque não? — JK o encarou sem saber o que dizer. — Você sabe que ele te ama tanto quanto você o ama. Precisa fazer o que for preciso para recuperá-lo.

— As coisas não são tão simples.

— Não, não são. Mas você sabe o que tem que fazer para se acertarem. Mesmo que você precise fazer sacrifícios. — JK dobrou o papel e colocou bolso. Ainda estava em dúvida. — Jungkook...— Jung-young se aproximou e colocou a mão em seu ombro. — Eu sei bem o quanto dói perder alguém que tanto amamos, então, por favor, não deixe de fazer tudo o que for possível para viver o que eu tirei de você a tanto tempo. Esfregue na minha cara que esse amor de vocês vale mais do que qualquer erro. — os olhos marejados de JK denunciavam sua vulnerabilidade. — Nunca mais nessa vida, eu deixarei de apoiar você no que for. Me custou muito caro não ter sido o seu pai no momento certo.

JK não conseguiu se segurar, aquilo era tudo o que ele sempre quis de seu pai. O apoio para seguir seu coração.

Jungkook abraçou Jung-young tão forte que o mais velho chegou a gemer com a força dos braços do filho em volta de si.

Quando JK se afastou um pouco, Jung-young colocou as mãos em seu rosto e secou suas lágrimas.

— Não perca mais tempo, meu filho! — se aproximou e beijou sua testa. JK não recuou.

— Eu o amo, pai! — Jung-young apenas assentiu. — Eu o amo demais!

— Eu sei disso. — agora era Jung-young que se entregava às emoções. — Então vá buscá-lo, filho. Só volte quando seu coração estiver completo outra vez.

JK sorriu e rapidamente se afastou de Jung-young, subindo as escadas.

— Desde quando você conhece o Jimin?— Taylor perguntou ao passarem pela porta do lobby.

— Desde sempre. — foi evasivo.

— Como assim, desde sempre? Eu nunca ouvi falar de você. Se fosse um amigo de longa data, eu já teria ouvido falar seu nome. — JK parou de frente para ele.

— Ele também nunca me falou de você, então acho que estamos empatados.

— Eu não sou um amigo dele, sou namorado. — JK riu.

— Se você é namorado dele e ele nunca se deu ao trabalho de mencioná-lo, então você só precisa pensar um pouco.

Taylor ficou intrigado.

JK voltou a andar e atravessou a rua, deixando Taylor para trás, com as conclusões que sua mente resistia em aceitar.

Ele sabia que não era mais namorado de Jimin, mas não significava que havia desistido de seu amado.

Engoliu seco ao imaginar que agora teria alguém com quem disputar a atenção de Jimin.
Caminhou pela calçada pensando em como tomaria a dianteira para tê-lo de volta.



— Jimin, que horas são? — Polly saiu do quarto esfregando os olhos.

— Já passa das 15h. — Jimin estava na cozinha, tomando um copo de suco de laranja.

— Nossa, eu dormi tanto assim? — se jogou no sofá.

— Você simplesmente apagou, Polly. — encheu outro copo e levou para ela, sentando no sofá a frente.

— Pelo menos não estou de ressaca. — Jimin riu antes de dar um gole em seu suco.

Polly poderia até não ser muito resistente à bebida, mas era bastante forte às consequências da embriaguez.

— Qual o programa para esta noite? — ela terminou seu suco e colocou o copo sobre a mesa de centro.

— Já está pronta para outra? — Jimin a encarou surpreso.

— Temos que comemorar bastante, agora que voltou. — levantou e foi até o outro sofá, sentando ao lado de Jimin e envolvendo os braços na cintura dele, beijando várias vezes seu rosto. — Eu senti muito a sua falta! Não vou deixar você ir embora nunca mais! — passou freneticamente a mão nos cabelos dele, bagunçando completamente os fios.

— Tudo bem...tudo bem! — segurou os braços dela, evitando que ela continuasse com seu ataque. — Vamos pensar em alguma coisa. — Polly deitou encolhida e colocou a cabeça sobre o colo de Jimin, puxando a mão dele para seus cabelos.

— Acho que nada de boate esta noite. Vamos diversificar. — Jimin começou a fazer um carinho sútil nos cabelos de Polly. — Que tal um cinema? Ou teatro?

— Perfeito! — concordou Jimin.

— Ótimo! Eu vou me trocar. — levantou rápido do sofá. — Espero que esteja sóbrio, pois você vai me deixar no restaurante. — Jimin encostou no sofá e suspirou em meio ao riso. O jeito espontâneo da amiga não havia mudado nada. Ela parou na porta do quarto e o encarou. — No caminho, você me conta mais sobre aquele gatinho que estava aí embaixo quando chegamos. — piscou para Jimin.

— Ah, não! — Jimin murmurou baixinho.




Jimin desceu até o estacionamento e seguiu até seu carro. Depois de deixar Polly no restaurante, de táxi, ele foi até o estacionamento da noite passada e recuperou seu carro.

Agora, já anoitecendo, ele pretendia ir ao mercado e comprar algumas coisas que Polly gostava. Sabia bem que essa noite, depois do cinema ou do teatro, ainda não haviam se decidido por um dos dois programas, eles viriam para casa dele e passariam a noite colocando o papo em dia. E claro, não podia faltar sorvete, chocolate e cheesecake.

Quando as portas se abriram, ele deu de cara com Taylor.

— Mini-min!?

— Taylor? — não esperava encontrá-lo ali. — O que está fazendo aqui?

— Bem, eu pretendia ir até seu apartamento, mas seria melhor me certificar de que você estava em casa primeiro.

Jimin não podia negar que era uma estratégia inteligente.

— É, eu estava, mas agora tenho que ir a um lugar. — saiu do elevador, passando por Taylor, que o segurou pelo braço.

— Mini-min, por favor, vamos conversar. — Jimin se virou para ele e seu olhar triste fez seu peito apertar.

— Taylor, não vamos ficar nos desgastando em mais uma conversa que não terá o resultado que você espera.

— Mini-min...— deslizou sua mão pelo braço de Jimin, pegando delicadamente sua mão. — Meus pais não serão mais um problema para nós dois. Eu prometo! — Jimin o encarou com receio.

— Está me dizendo que, de uma hora para outra, eles vão aceitar nosso relacionamento?

— Eu tive uma conversa muito séria com eles, e os proibi de se meterem na minha vida outra vez. Tudo o que eu quero é ficar com você. — Jimin suspirou desapontado.

— Entenda uma coisa, Taylor, — ele se aproximou mais e passou a mão pelo rosto do rapaz. — eu não vou me sentir bem ao seu lado, sabendo que não poderá ter uma relação saudável com seus pais. — deslizou a mão por seu rosto e a pousou em seu ombro. — Eu não vou me permitir mais estar em um relacionamento onde não sou aceito por quem eu sou. Eu já estive nessa posição, e as coisas não terminaram nada bem. A família é importante, e ela tem um poder que pode destruir coração inocentes.

Jimin não queria pensar no que já sofreu com o intermédio de terceiros, mas era inevitável.

Ele não obrigaria ninguém a engolir sua presença. Se não era bem vindo, ele se retiraria. Pensar assim faria com que menos corações fossem partidos.

— Mini-min, eu não vou desistir. Você é muito especial pra mim.

— Eu tenho que ser especial pra mim também, Taylor. Sinto muito.

— Isso é por causa daquele cara? — Jimin ficou desgostoso.

— Porque você tinha que me fazer lembrar dele? — Jimin tirou a mão do ombro dele e puxou a outra que Taylor graciosamente acarinhavam entre as suas.

— Jimin, espera. — Jimin não lhe deu atenção, continuou seguindo para seu carro. — Jimin? — ele entrou no veículo. — Jimin! — o apelo de Taylor foi ignorado. Jimin ligou o carro e foi embora.

Depois de sair do estacionamento, Jimin parou o carro e debruçou sobre o volante. Por mais que tentasse se afastar de possíveis desastres amorosos, não estava conseguindo se manter longe o suficiente para seu coração se sentir em paz.

Ouviu a porta do carro abrir e ao se virar viu o Jeon entrando em seu carro.

— Jungkook? — arquejou surpreso.

— Oi, Jimin-ssi!

— O que está fazendo aqui? — ficou irritado.

— Eu precisava falar com você. — Jimin ligou o carro novamente.

— Qual é o problema de vocês? Não conseguem entender que eu não quero e não tenho nada para conversar?

— Eu não vim conversar com você, só preciso que me escute.

— Eu não quero ouvir nada de você, então sai do meu carro. — bradou nervoso.

— Tudo bem. Eu só quero que saiba que, eu fico muito grato de você não ter desistido de mim durante todo esse tempo. — Jimin o encarou surpreso. — Sei que foi difícil toda essa espera, mas agora eu sei que o nosso amor é tudo o que importa. Na verdade, sempre foi tudo o que importou. — Jimin apertou com raiva o volante. — E eu estou aqui agora, com meu coração puro, sem ressentimentos, leve, sem culpa. Pronto para aceitar tudo o que você tiver para me dar.

— Jungkook, sai! — seus olhos ardiam. — Eu não quero ver você!

—  Assim como você não desistiu de mim quando eu estava acorrentado em meus próprios medos, eu não vou desistir de você.

— Jungkook, por favor...— ele baixou a cabeça no volante, não tinha mais condições de suportar a maneira como seu coração murchava diante daquelas palavras. — Vai embora.

— Eu sei que você precisa de um tempo pra assimilar tudo. Leve o tempo que precisar, eu ainda estarei esperando por você no momento em que se sentir melhor.

Jimin não disse mais nada.

JK saiu do carro e Jimin partiu com o carro, olhando atentamente pelo retrovisor.

Mas à frente, ele parou novamente e chorou.
Não entendia porque Taylor e Jungkook insistiam em reatar algo que ele queria deixar no passado.

Taylor nunca havia, de fato, despedaçado seu coração, mas as coisas que já viveu no passado, não permitiam que Jimin se arriscasse a sentir as mesmas dores.

Já Jungkook, eram tantos encontros e desencontros, que já nem sabia como seu coração não o odiava.

A única coisa certa para o Park, era que não sofreria mais, não entregaria seu coração para ser abatido outra vez, sem a chance de poder se reerguer.

Estava cansado, não era mais tão forte quanto antes. Mais uma decepção e ele não sabia se suportaria permanecer de pé.

Naquela noite, Polly deu a Jimin o que ele tanto precisava. Seus ouvidos para desabafar.

Jimin falou sobre tudo o que havia acontecido entre Jungkook e ele, sobre como as coisas eram difíceis e como era complicado lidar com o Jeon e com Taylor ao mesmo tempo.

Polly lhe deu seu ombro para ele chorar, seus abraços para confortá-lo e seu colo para abrigá-lo.

No final de tudo, Polly não fez perguntas, não quis saber os detalhes de tudo o que já magoou seu amigo. Apenas contou a ele sobre os desastrosos encontros que teve quando ele estava fora. Jimin chegou a ficar com a barriga doendo de tanto rir.

Terminaram a noite abraçados, dormindo agarradinhos um no outro e com os corações mais leves.

Polly era tudo o que Jimin precisava.

Jungkook voltou à Coréia. Mahya tinha um campeonato de Taekwondo e ele nunca perdia um. Era importante ela saber que ele estaria lá nos momentos em que ela se sentia menos confiante.

Na tarde de quarta-feira, Jungkook foi visitar o túmulo de Shivani. A princípio, não sabia bem o que lhe dizer. Eram tantos sentimentos juntos, que ficava difícil expressar em palavras.

— Eu sei que já faz algum tempo que eu não venho até aqui, me desculpe. — ele estava sentado sobre as próprias pernas e encarava atentamente a lápide dela. — Eu quero que saiba que nunca menti quando disse que a amava. Meus sentimentos não eram uma ilusão ou confusão do meu coração. Eu estava realmente feliz com você. No entanto, agora eu sei que você também era ciente de que eu nunca deixei de amá-lo, que sempre senti a falta dele. Que jamais seria capaz de esquecê-lo.

Em suas visitas anteriores, Jungkook sempre conversava com Shivani sobre Mahya, sobre como ele sentia a falta dela, sobre como era difícil encarar algumas situações criando uma menina. As coisas seriam bem mais fáceis se fosse um menino. Mas a amava incondicionalmente, apesar de tudo.

Ele lhe contava sobre seu dia a dia, falava sobre como Mahya estava cada vez mais apegada a sua avó e como a mãe se desdobrava para dar a devida atenção que a neta exigia.

No geral, ele falava sobre tudo. Menos sobre seus sentimentos com relação ao Jimin. Achava que seria desrespeitoso demonstrar algum tipo de afeição ou imaginar qualquer que fosse a alegria que Jimin lhe concedesse com ela estando ali, debaixo da terra.

Porém, agora ele estava ciente do que ela desejou para ele depois que ela partisse. Sabia que não adiantaria negar seus sentimentos por Jimin. Ela aceitava que ele fosse feliz.

— O Jimin...— hesitou por alguns instantes. — Eu...o amo tanto! — soltou as palavras com um certo desespero. As lágrimas em seu rosto não somavam tristeza. O sorriso não era uma tentativa de abrandar uma melancolia. Era de alívio. — Eu o amo tanto! Eu nunca deixei de amá-lo! — Jungkook sentia que o peso dos últimos anos estava sendo tirado de suas costas, era como se toda a escuridão e culpa estivessem sendo extintos de seu coração. — A minha vida toda eu esperei por uma chance de poder tê-lo outra vez ao meu lado. E quando ele voltou, achei que finalmente seria feliz. Mas você tomou um espaço só seu aqui dentro. — ele colocou a mão no peito. — E eu não estou dizendo que isso foi ruim. A única parte ruim foi eu não ter sabido como lidar com esses múltiplos sentimentos e magoar vocês dois. Se eu pudesse voltar no tempo, sem dúvida, eu faria tudo diferente.

JK apoiou as mãos, uma de cada lado da lápide e chorou livremente. Mas o sorriso permanecia.

Parecia louco? Sem dúvida. Mas tantos anos reprimindo sentimentos, reprimindo aquelas palavras, o sufocaram tanto que ele não sabia como ainda conseguia respirar.

— Eu amei você da forma mais intensa que meu coração me permitiu, mas fiz as escolhas erradas e agi de forma imprudente. Assim como fiz com ele. Meu coração nunca pôde ser completamente seu, porque o Jimin habitava nele há muito tempo. Mesmo quando só existia você e eu em um determinado momento da minha vida, o lugar dele jamais poderia ser substituído. E agora eu sei que você entendia bem isso. E uma parte do meu coração será sempre seu. Você vai residir aqui dentro para sempre. No entanto, partes dele também são de Mahya e Jimin. Essa parte que pertence a Mahya é incalculável, você entende bem. — JK sorriu secando as lágrimas do rosto. — Mas a do Jimin, mesmo eu sabendo que posso nunca tê-lo de volta, jamais deixará de ser dele. Assim como nunca deixou de ser.

Jungkook se curvou e beijou o nome dela sobre a lápide.

— Muito obrigado por tudo! — passou os dedos pelas letras gravadas. — Eu posso estar sendo pretensioso em concluir que você tenha me perdoado, mas eu só saberei a verdade quando nos encontramos além dessa vida. E eu sinto muito se eu estiver errado, mas agora eu preciso lutar por ele, eu devo isso a ele, e a mim mesmo. Preciso dar a ele todo o amor que eu guardei para ele todos esses anos. Nada, nem ninguém me impedirá de finalmente ser feliz ao lado dele. Só espero que não seja realmente tarde demais para isso. — ficou pensativo. — Mas eu sei que o amor dele por mim não acabou, sei que ainda há uma chance para nós dois. Mesmo que mínima. E eu não vou desistir.

JK se sentou, cruzando as penas e se apoiando nos braços.

— Mas chega de falar de mim. — ele olhou para o céu. — A Mahya se saiu muito bem no Taekwondo ontem. Ela ficou em 4° lugar, mas estava muito feliz de ter feito tudo certo. No último recital de ballet...

JK passou parte do dia ali, com sua esposa, lhe contando tudo o que havia acontecido nas últimas semanas.

À noite, JK foi jantar na casa de sua mãe com Mahya. A noite estava fresca e muito agradável. Então sua mãe optou por jantarem no jardim.

A única parte ruim disso, segundo JK, era que Mahya se distraia com facilidade com as flores e não terminou sua refeição.

— Jungkook, filho, deixe ela aproveitar o jardim.

— Mas ela precisa terminar de comer. — ele voltou à mesa.

— Não se preocupe. Ela não pula nenhuma refeição, tem se alimentado bem. E ela pode fazer um lanche mais tarde, antes de dormir.

— Tudo bem, omma. — ele sentou e bebeu um pouco do vinho.

— E você, como está? — ela o observou curiosamente. — Soube que fez uma viagem para os Estados Unidos recentemente e que visitou Shivani hoje.

— Como sabe disso? — agora ele quem ficou curioso.

— A Sra Milth me falou sobre a visita de hoje à tarde, e seu pai sobre sua viagem.

— Tem falado com ele? — ele levou um pedaço de torta à boca.

— Eu o vi duas vezes.

— O que isso significa? — a encarou com olhos semicerrados.

— Não significa nada além de dois pais preocupados com o filho.

— Jura? — encostou na cadeira, apoiando o cotovelo na mesa e passando o indicador no queixo.

— Não seja irônico comigo, Jungkook.

— Não foi minha intenção. Desculpe.

— Tudo bem. — voltou a dar atenção ao seu prato. — Ele me falou sobre a conversa que tiveram.

— Não me surpreende.

— Jungkook...? — o repreendeu.

— Desculpe é só que, eu não sei se posso confiar nele.

— Escuta, meu filho, eu conheço o Jung-young melhor do que ele mesmo. — disse séria e convicta. — Eu sei quando ele está sendo sincero. E a forma como ele fala de como se arrepende dos erros que cometeu contigo no passado, não são uma maneira de manipular seus sentimentos.

Jungkook não poderia contestar as palavras de sua mãe, ela realmente o conhecia como ninguém.

— Eu sofri muito com as atitudes dele. Eu não esperava que ele agisse assim comigo.

— Eu sei filho, todos nós sofremos. De uma forma ou de outra, nós dois perdemos o amor de nossas vidas com tudo o que ele fez.

Jungkook sentiu como era doloroso para sua mãe falar aquilo. Ela sempre amou seu pai e não foi fácil abrir mão dele ao ver que não havia mais espaço na vida dele para ela.

— Sinto muito, omma! — ela pegou carinhosamente a mão dela sobre a mesa.

— Não se lamente por algo que você não podia fazer evitar. — cobriu a mão dele com a outra. — Eu sei quando ele sofre, quando está alegre, quando está decepcionado e quando está triste. E esse abismo que ele mesmo criou entre vocês dois, realmente o está afetando. Ele sente mesmo a sua falta, filho. Está mesmo arrependido.— Jungkook suspirou. — Sem falar o quanto ele ama a Mahya. Acho que estar longe de você, se mantendo afastado de Mahya também, o corrói todos os dias. Ele a ama de verdade, e você precisa ver o brilho no olhar dele ao falar dos momentos em que já passaram juntos. — JK viu um sorriso carinhoso no rosto de sua mãe.

JK se curvou na mesa e puxou a mão de sua mãe, beijando levemente o dorso.

— A Sra também sente falta dele, não sente?

— Jungkook! — ele sorriu.

— Quando vão se ver outra vez? — ela puxou sua mão das dele, tirou o guardanapo do colo e jogou na mesa.

— Eu estou falando de um assunto importante e você me vem com essas bobagens!? — levantou-se. — Eu vou ver a Mahya.

JK colocou a mão na boca, escondendo o sorriso travesso.

Sabia que sua mãe ainda amava seu pai. Mas saiba também, que ela o amava mais e jamais lhe diria tais coisas para engana-lo. Ela realmente acreditava no arrependimento de Jung-young.

Mas será que ele poderia acreditar no julgamento apaixonado de sua mãe?

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