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Capítulo 47

Havia se passado um mês e Jungkook não via mais nem sinal de Jimin. Sentia-se aliviado, no entanto, ainda chorava por seu Baby Moon quando estava sozinho.

Ele queria deixar de sentir o que sentia por Jimin, queria esquecer que um dia o amou, queria fingir que ele não existia. Mas era impossível.

Fingimento. Essa era a nova vida de Jungkook. Tudo não passava de fingimento na maior parte do tempo. A felicidade só era real quando ele estava ao lado de Mahya. Ela tinha o dom de suprir tudo o que o Jeon necessitava. Ela era suficiente. Mas nem sempre conseguia estar ao lado dela e sorri constantemente.

— Appa, podemos comer no Kali's depois da apresentação do ballet? — Mahya estava animada. Naquela tarde haveria uma apresentação e ela estava bastante confiante.

— Claro, estrelinha! Podemos ir aonde quiser! — bebeu um pouco de chá. Estavam na mesa tomando o café da manhã, mas ele não tinha fome.

— Appa, eu posso convidar algumas pessoas para ir conosco?

— Quais pessoas?

— Algumas amiguinhas do ballet e outras pessoas que eu  gosto. — JK sorriu ao ver a timidez da filha.

— Está planejando uma comemoração?

— Sim! E eu quero todas as pessoas que eu gosto lá!

— Tudo bem, amorzinho, convide quem quiser.

— Obrigada, appa! — correu até ele e o abraçou.

— Vejo que a casa está bem animada, essa manhã!

— Halabeoji! — Mahya correu para a abraçar a avó.

— Vejo que a estrelinha já está brilhando logo cedo. — depositou um beijo em cada bochecha de Mahya.

Depois que Mahya pediu para fazer ballet e Jungkook a via sempre tão graciosa repetindo os passos das aulas, ele a apelidou de estrelinha. Sua mãe, como a avó coruja que era, aderiu ao apelido.

— Halabeoji, depois da apresentação de hoje, vamos todos ao Kali's.

— Isso é um convite? — ela se abaixou e ficou na altura dos olhos de Mahya.

— Claro! Halabeoji é uma das pessoas que mais gosto nesse mundo todo! Então quero que esteja com a gente.

— Muito obrigada! Eu, com certeza estarei lá. — Mahya envolveu os braços no pescoço da avó, lhe dando um abraço apertado, que foi restribuido com o mesmo carinho.

— Sra Milth...— Mahya correu até a cozinha.

— Ela vai convidar a Sra Milth também? — levantou-se e recebeu agora um abraço de seu filho.

— Não tenha dúvidas!

— Como está, meu filho? — ela se afastou um pouco e passou a mão pelo rosto do Jeon.

— Estou bem.

— Acredita mesmo que ainda pode mentir para sua mãe? — lhe encarou triste.

— Eu só tenho pensado demais em algumas coisas. Não se preocupe. — juntou as mãos dela e beijou o dorso.

— Pensado tanto a ponto de não dormir direto?

— Já disse para não se preocupar. Logo isso passa. — deu um beijo na testa dela e se afastou.

— Essas noites de sono perdido tem haver com o Jimin?

JK parou onde estava, não esperava ouvir esse nome da boca de sua mãe.
Virou-se para ela e a encarou surpreso.

— Eu encontrei com ele na semana passada.

— Se encontrou com ele? — despertou a curiosidade do Jeon.

— Na verdade, foi um mero acaso. Mas ele parecia igualmente triste. — ela cruzou os braços e encostou na mesa. — O que está acontecendo com vocês dois?

— Nada! Não está acontecendo nada! E é melhor que não aconteça. — JK desviou o olhar.

— Meu filho...— ela se aproximou dele e colocou as mãos em seu rosto. — Você sabe melhor do que ninguém que a sua felicidade está ao lado dele.

— Omma, não podemos ficar juntos. Eu estou tentando protegê-lo!

— De todas as personalidades que eu pensei que poderia ver em você um dia, jamais imaginei que ser uma pessoa tão pessimista seria a sua escolha.

— Não estou sendo pessimista, apenas realista. — ele encerrou a conversa lhe dando um beijo na têmpora e saindo da sala de jantar.


Jungkook estava no escritório quando recebeu uma ligação de sua mãe. Ela estava repassando os eventos de arrecadação de fundos que haveria na próxima temporada. E ele, claro, teria que estar neles.

Depois da morte de Shivani, Jungkook abriu um centro de acolhimento social para mães solos, como ela sempre quis.

Sua mãe era a diretora geral. Com o incidente de seu filho após a morte da esposa, ela voltou para a Coréia. Revesava seu tempo entre Seul e Paris, para ver marido que não podia sair de lá por causa do trabalho.

Não era uma tarefa fácil, mas ela fazia com muito gosto. Ainda mais depois de aceitar o cargo que o Jeon lhe propôs.

Ela ficou bastante feliz. Sentia-se útil e realizada. Conseguia manter o centro funcionando perfeitamente. Era como se o cargo houvesse sido feito para ela. E fazer algo que sua nora tanto desejou, a tornava ainda mais orgulhosa.

Mesmo quando estava em Paris, ela conseguia lidar com tudo numa competência extraordinária.

Depois de se casar com o Jeon, ela abdicou de sua carreira como diretora executiva em uma empresa de cosméticos para se dedicar a família. Não se arrependia disso, pois criou muito bem seu filho.

Ele era um bom homem, esforçado, dedicado e muito gentil. Infelizmente não sabia lidar com as coisas do coração. Mas havia criado um bom homem, não um homem perfeito.

Agora com Mahya, ele também havia se tornado um excelente pai.

Ao ouvir que no final de semana seguinte ele teria que participar de um evento, JK respirou fundo e forçou um sorriso.

Isso é pela Shivani. Somente por ela!

Ele costumava ditar essa frase toda vez que teria que fazer algo que claramente não lhe agradava. Mas que seria crucial para manter o centro.


Jungkook estava nervoso.

Faltavam menos de 5 minutos para a apresentação começar. Apesar da Mahya estar bem animada naquela manhã, ele temia que ela não conseguisse fazer um dos passos com destreza. Tentou inúmeras vezes, mas até a noite seguinte, ela ainda não conseguiu realizá-lo perfeitamente.

A apresentação começou e todas as outras bailarinas estavam usando rosa. Mahya e uma outra coleguinha usavam branco. Eram as dançarinas principais.

Jungkook ficou ainda mais nervoso. Temia que ela não conseguisse realizar o passo e caísse no choro. Detestava vê-la chorando.

Quando a coleguinha de Mahya fez um Tendu, ficando mais para trás, Mahya tomou à frente para realizar o Jeté. Ela não conseguiu firmar os pés no chão e caiu. Toda a plateia se levantou e os cochichos ficaram bem audíveis.

Mahya ficou sentada, encarando a platéia com os olhos marejados.

JK começou a andar entre as pessoas, tentando sair de sua fileira e se aproximar do palco. Ao alcançar o corredor, alguém passou por ele tão rápido que seus ombros se chocaram. JK ficou furioso pelo homem sequer ter  pedido desculpas.

Ele viu o homem junto ao palco e murmurava alguma coisa para sua filha. Ele, literalmente, correu até lá. Para sua surpresa, era seu pai.

— O que está fazendo aqui? — disse baixo, porém de maneira rude.

— Lembre-se do que combinamos, você só precisa fechar os olhos. Não olhe para frente, nem para os lados. Isso deixará você nervosa. Apenas feche os olhos.

— Eu não quero fazer de novo, halmeoni, eles vão rir de mim...— fungou.

— Não importa. Você tem que tentar de novo.

— Se eu cair de novo eles vão me chamar de fracassada.

— Confie no seu halmeoni, você só precisa fazer isso por você mesma, não pelos outros.

JK nem conseguia acreditar que aquelas palavras eram mesmo de seu pai.

— Você confia em mim?

— Sim, halmeoni!

— Então se levante e tente de novo. — ela tentou abrir um sorriso, mas não conseguia, estava nervosa. — Escute o halmeoni, de olhos fechados...— ele colocou as mãos nos olhos, incentivando-a a fazer o que ele dizia.

— Se eu não conseguir...

— Você vai conseguir! Você é uma estrelinha. Não é, Jungkook? — abriu um sorriso para o Jeon.

— Claro! A nossa estrelinha!

Mahya respirou fundo, levantou e baixou a cabeça. Não queria ver as pessoas na plateia.

Foi até a professora e pediu para refazer aquele passo. Ela perguntou se Mahya tinha certeza que queria repetir. Ela assentiu.

Todas as meninas se juntaram no palco outra vez, enfileiradas. Repetiram o último passo. Sua amiguinha repetiu o Tendu e quando Mahya veio à frente outra vez, o Sr Jeon colocou as mãos nos olhos, lembrando-a de fechar os olhos. Ela fez o que ele disse e concluiu com maestria o Jeté.

As pernas de Mahya estavam trêmulas. A plateia estava em um silêncio absurdo e quando ela abriu os olhos, todos os presentes aplaudiram.

Mahya, como toda criança de 6 anos, pulou de alegria.

Jungkook chorou.

Seu pai, aplaudia todo orgulhoso, com as lágrimas rolando pelo rosto.

— Minha neta! — ele falou tímido. — Essa é a minha neta! — bradou alto de tanto orgulho.


No Kali's, Mahya estava ao lado de Annie, que estava ao lado de Rachel. Elas conversavam animadamente.

JK estava na outra ponta da mesa e viu sua mãe entrar pela porta. Ele levantou e a cumprimentou. Ela seguiu para Mahya e Annie, assim como Rachel. Logo depois se sentou.

JK pegou o celular que vibrava no bolso. Era uma chamada da Sra Milth. Ele atendeu e ela perguntou se poderia dar os devidos cumprimentos a Mahya. JK perguntou se ela já havia ido para casa, mas com a negativa e a informação de que estava do lado de fora, querendo cumprimentar a estrelinha pessoalmente, JK pediu que ela entrasse e se sentada à mesa junto com os outros convidado. Era importante para Mahya que ela estivesse ali.

Ela se recusou, então JK ordenou que ela entrasse e acompanhasse a pequena Jeon durante a refeição. Sabia que seria o único jeito dela entrar e participar. Ela cumpriu com a ordem de seu patrão.

JK pediu licença e foi ao banheiro. Mas ao voltar, se viu em uma situação que jamais imaginou.

Na mesa, a sequência era a Sra Milth, sua mãe, Mahya, Annie, Rachel, Jimin e seu pai, logo ao lado.

Presumiu que aquele jantar não ia acabar nada bem.

Ele caminhou lentamente até a mesa, intercalando o olhar entre Jimin, seu pai e sua mãe. Nada poderia ser mais tenso que um quarteto como aquele junto.

O fim do casamento de seus pais não foi nenhuma surpresa. Nem para ele, nem para seu pai. Quando ela lhe entregou a papelada do divórcio, ele suspirou e passou a última noite debaixo do mesmo teto que sua esposa, encarando aquele "fim".

Já havia perdido seu filho, e estava perdendo também o amor de sua vida.

Jung-young se apaixonou por Na-ri na faculdade. Ele vinha de uma família humilde, que sempre se esforçaram para garantir um futuro melhor.

Na-ri vinha de uma família rica, seus pais tinham uma carreira estruturada. Seu pai era advogado e sua mãe médica. Ele tinha completa certeza de que ela jamais aceitaria seus sentimentos por vim de uma classe inferior a dela. Mas ele criou esperanças em uma festa da faculdade, quando eles passaram a maior parte da noite conversando.  Tinham assuntos em comum. Gostavam de várias músicas, livros e filmes.

No dia seguinte, após a aula, eles acabaram sendo expulsos da biblioteca, pois ela não conseguia parar de rir das piadas que ele contava.

Demorou longos 4 meses entre cafeterias, lanchonetes, sorveterias e cinemas, até que finalmente aconteceu o primeiro beijo.

Jung-young ficou nas nuvens ao constatar que havia beijado a mulher mais linda do mundo, e ela havia lhe pedido outro beijo. Dali em diante, eles nunca mais estiveram separados. Não até ele encarar com o coração partido o pedido de divórcio.

Depois de assinar o divórcio, deixando partir o último resquício de felicidade que ainda tinha, ele passou o controle total das empresas para Jungkook. A partir daí, dedicou a vida a procurar alguma razão para que ainda o fizesse sentir-se vivo.

No entanto, volta e meia ele admirava o sorriso de Na-ri nas redes sociais, sempre ao lado do atual marido. Em meio às lágrimas, ele se sentiu feliz por ela ter encontrado o novo amor que a fizesse ter de volta aquele brilho no olhar.

Eram muitos arrependimentos que Jung-young tinha na vida. E se não se afastasse de vez daquela empresa, seria completamente consumido pela ganância.

Agora, ele tentava resgatar as alegrias de ter uma família, através da neta, Mahya. A quem fazia seu coração pular de felicidade dentro peito. Mas para isso, precisaria começar pelo lado mais difícil, obter o perdão de seu filho.

— Jungkook? — Jung-young tomou a atenção do filho. — Eu gostaria de marcar um almoço com você, quando a sua agenda estiver livre.

— Você não faz mais parte do grupo de acionistas da empresa, então não temos o que conversar! — JK pegou a taça à sua frente e bebeu um pouco da água.

Todos os presentes sentiram o clima ficar tenso. Jimin repetiu o gesto do Jeon, evitando encarar qualquer um dos convidados.

— É um assunto importante. — insistiu o mais velho.

— Só deve ser importante pra você, pois para mim não é. — JK se manteve frio.

— Meninas, que tal se fossemos ver o chef cozinhando? — Rachel rompeu o clima pesado no recinto, tentando tirar as meninas dali.

— Seria uma ótima ideia! — acrescentou a mãe do Jeon.

— Será que ele está preparando os nossos pratos agora? — animou-se Mahya.

— Vamos lá, Mahya! Eu quero ver como são feitos! — Annie pegou na mão de Mahya e as duas correram para fora da mesa.

A Sra Milth, Rachel e Na-ri foram logo atrás.
No final do salão, logo depois das mesas, havia uma enorme parede de vidro que dava pra ver a cozinha e o chef com seus ajudantes preparando os pratos. Era basnate comum ver alguns clientes ali, observando o movimento dentro da cozinha. Rachel esperava que as meninas se distraissem tempo suficiente para que quando voltassem a mesa, tudo estivesse bem.

Na mesa ficaram Jimin, Jungkook e Jung-young.

Jungkook estava desconfortável, a presença de Jimin ainda não fazia sentido para ele. Mas sendo amigo próximo de Rachel e Annie, e as características sempre amáveis do Park, não seria estranho que Mahya o tivesse convidado para aquele jantar.

— Jungkook...— Jung-young tomou a inciativa, mas JK apenas se levantou. — Filho, vamos conversar, por favor? — lenvantou-se também e pegou no braço dele.

— Me solta! — JK rosnou para o pai. — Eu não tenho nada para conversar com você. — puxou o braço e saiu do restaurante. Preferiu tomar um ar a ter que ficar a sós com Jimin e seu pai.

Jimin pegou a taça para tomar outro gole de água, no entanto, achou que era melhor ingerir algo mais forte. Aquela noite poderia terminar de um jeito nada agradável.

Jung-young voltou a se sentar, apoiando o cotovelo na mesa e passando a mão pelo rosto.
Ele sabia que seria difícil conseguir uma conversa com seu filho. Mas a cada dia parecia se tornar impossível.

— Você vai precisar de mais do que isso para conseguir ter uma conversa com ele. — Jimin ousou dizer.

Jung-young olhou diretamente para os olhos de Jimin. Sabia que ele era uma das pessoas que precisava se redimir, mas não tinha ideia de como o abordaria para uma conversa.

— Eu percebi isso. — suspirou o Jeon. — Tem alguma ideia de como eu faço isso?

— Eu não sou seu amiguinho, Sr Jeon, então você vai ter que se virar sozinho. — encostou na cadeira e o observou com desdém.

— Eu sei. Sinto muito. Só estou desesperado por uma chance de conversar com ele.

Ficaram em silêncio, ambos observando qualquer outra coisa no ambiente para não terem que se encarar.

No entanto, Jung-young não ia desistir.

— Jimin...— obteve a atenção do Park. — Me desculpe pelo fiz com você no passado. Eu me arrependo muito de como agi.

— Você está me dizendo isso só porque não tem mais o seu filhinho sendo subjugado na palma da sua mão?

— Não. Nunca foi por querer subjuga-lo. Era por...

— Escuta, Sr Jeon, o que você fez com seu filho foi errado! Muito errado. Não se faz esse tipo de coisa com ninguém, muito menos com o próprio filho.

— Eu sei disso. Nunca imaginei que perderia o amor dele dessa forma.

— Muitas vezes agimos por puro egoísmo e em algumas delas, não dá para voltar atrás.

— Eu sei que meu filho amava a fotografia, sei também o quanto ele te amava. Quer dizer, o quanto ainda te ama. — Jimin engoliu seco. — Da pra ver isso pelo jeito que ele evita olhar pra você. O arrependimento está sempre ao lado dele, sua presença o deixa mais vivo, só de olhar no rosto dele podemos ver a euforia com que o sangue dele corre pelas veias. O coração dele bate mais forte.

— Não tente puxar o meu saco, Sr Jeon.

— Acha que estou puxando seu saco? Está muito enganado garoto. — suspirou alto o mais velho. — Eu falo isso por que é exatamente desse jeito que eu fico quando estou na presença da Na-ri.

Jimin não soube o que dizer. Não tinha como contestar aquilo. Não podia menosprezar suas palavras, principalmente quando falava de si mesmo.

Todo mundo tinha algum arrependimento na vida, a diferença estava em como, e quando, era o momento de agir.

— Eu não tenho, exatamente, pelo que te desculpar, Sr Jeon. Por mais que suas imposições ao Jungkook tenham me afetado diretamente, se fosse entre você e eu, as coisas teriam sido diferentes. Mas o seu filho pensa por si só, age com a própria cabeça, não posso te ajudar quanto a isso. Mas se realmente é isso que quer, não desista. Seu filho é teimoso, mas tem um coração bom. Quando ele aprender a ser sincero consigo mesmo, talvez aí, você tenha uma chance de conseguir seu perdão.

Jung-young pensou, pensou e repensou no que Jimin lhe disse. E a única conclusão que chegou foi que, precisava dar tempo ao filho para assimilar tudo, mas sem desistir do seu objetivo. Estar por perto para que, se em algum momento ele precisasse, pudesse contar consigo para apoia-lo.

Ele teria a conversa com JK, pediria perdão quantas vezes fossem necessário, mesmo que para obtê-lo, ele esperasse o resto de sua vida.

Todos retornaram à mesa, JK sendo o último chegar. Jantaram e o clima ficou todo envolto na apresentação daquela tarde. O centro das atenções eram Annie e Mahya.

O que foi muito bom, segundo Rachel, Na-ri e a Sra Milth.

Jimin estava basnate confortável no meio de todos. JK olhava para ele sempre que podia. Era muito bom poder apenas admirá-lo em silêncio. Jung-young não tinha muito o que conversar. Só comentava alguma coisa quando Mahya o introduzia em algum tópico.

Foi um fim noite sem estragos.

Ao saírem, JK foi o primeiro a parar na calçada, à espera do manobrista trazer o carro. Infelizmente seu carro não foi o primeiro e sim o de seu pai.

O manobrista entregou a chave para ele e Mahya correu para abraça-lo, se despedindo.

— Tchau, halmeoni! — ele abaixou a abraçou também, lhe dando um beijo na testa.

— Tchau, estrelinha! — JK revirou os olhos ao ouvi-lo falar assim com a filha. Mas a verdade era que, Mahya gostava tanto de ser chamada assim por seu pai, que preferia que todos a chamassem assim. Se sentia especial.

— Estou com saudade do lanche da tarde com você, halmeoni.

— Eu também sinto falta disso. — a abraçou um pouco mais, envolvendo o corpinho dela entre seus braços.

Ele fez uma reverência, desejou boa noite a todos e entrou no carro.

Logo atrás veio o carro de Na-ri. Ela também se despediu e Rachel fez uma reverência desengonçada para ela, estava ao telefone com Ian.

O carro de JK foi o próximo. Ele colocou Mahya no banco de trás e arrumou seu cinto. Annie estava logo atrás dele. As duas meninas pareciam ter assuntos infinitos.

As duas falavam sobre os passos de ballet e sobre o avô de Mahya. JK não se agradava nem um pouco do assunto.

— Você se arrependeu de muitas coisas, Jungkook. — a voz baixa de Jimin o fez se virar de repente. — E se não houvesse sido perdoado por algumas, jamais teria essa alegria de estar com sua filha em seus braços hoje. — JK não entendia onde ele queria chegar com aquelas palavras. — Talvez se, não ficasse se prendendo tanto ao passado, poderia estar ainda mais feliz no presente.

— O que quer dizer com isso? — engoliu seco.

— Dê uma chance para si mesmo de ouvir o que ele tem a lhe dizer. Nem que seja apenas uma conversa.

Agora ele entendia muito bem do que Jimin estava falando. Era sobre seu pai. Seja lá o que conversaram enquanto ele não estava presente, sabia que o pai havia conseguido manipular Jimin.

— Tenha uma boa noite, Jimin-ssi. — fechou a porta de Mahya, deu a volta no carro e entrou, partindo o quanto antes.


Em casa, depois de ler uma história para Mahya e colocá-la para dormir, JK estava na varanda. Tomava uma dose de whisky.

Finalizou a bebida e entrou.

No corredor, ele entrou na porta da esquerda, no quarto que costumava ser de Shivani. Ainda estava do mesmo jeito de quando ela se foi. Mahya costumava ir de vez em quando ali, deitava na cama e ficava lendo uma história para sua mãe. Ela se sentia mais próxima da mãe naquele cômodo. JK sabia muito bem como era. Pois se sentia assim também.

Ele foi até a prateleira onde ela deixava seus livros. Olhou para cada um com bastante atenção. Passou a mão pelos pertences dela sobre a penteadeira e caminhou até a cama. Deitando e abraçando uma das almofadas.

Passou a imaginar como Mahya seria feliz se ela estivesse ali. Pensou também em como ele seria feliz se ela não tivesse ido.

Felicidade...

Uma palavra que tinha um significado tão complexo. Muitas coisas poderiam trazer felicidade às pessoas, fosse na vida profissional, acadêmica ou amorosa.

Amor...

Uma palavra de 4 letras que fazia uma raça inteira querer senti-lo, nem que fosse uma vez na vida.

Jungkook era um homem de sorte. Já havia amado duas pessoas na vida. E descobriu um amor completamente diferente através de Mahya. Nem ele tinha ideia de como poderia estar "acertando" nesse amor, quando simplesmente arruinou os outros dois. Jamais conseguiria esquecer o que fez eles passarem.

Passado...

Esse pesava mais de uma tonelada na vida do Jeon. Por mais que seu presente estivesse ocorrendo bem, ele se punia veementemente de seus erros e escolhas lá de trás. 

Você se arrependeu de muitas coisas...
E se não houvesse sido perdoado por algumas...
Se não ficasse se prendendo tanto ao passado...
Jeon Jung-young...

JK suspirou cansado.

— Sim, Jimin-ssi, eu me arrependo de muita coisa. Poderia ter feito tudo diferente. Poderia nunca ter me deixado ser corrompido pela ganância de meu pai. Poderia nunca ter me afastado de você...— pensava alto encarando o dossel sobre a cama. — Mas, eu nunca a teria conhecido. Eu nunca teria amado-a. No entanto, eu nunca teria matado-a. Porém, se eu disser que realmente me arrependo de tudo, eu estaria me arrependendo de ter a minha Mahya aqui. E eu não consigo me arrepender disso. Jamais me arrependeria de tê-la. — sentiu as lágrimas descerem pelos cantos dos olhos. — Sinto muito Shivani, sinto muito Jimin-ssi, mas nenhum arrependimento é maior que esse pedacinho de luz que há na minha vida!


No período de um mês, aquele era o terceiro evento que Jungkook estava participando. Estava exausto de ver tanto gente. Cansado das mesmas pessoas e assuntos.

De pé, ao lado de uma mesa alta, cercado de pessoas estranhas, JK encarava inerte o arranjo de flores no centro da mesa. Preferia estar em casa, com Mahya. Mas sabia que era importante para o centro arrecadar fundos e sua presença atraía muitos empresários que faziam doações significativas.

Com Jungkook viúvo há alguns anos e tendo uma excelente reputação como pai, os empresários faziam questão de levar suas filhas em idade considerável e apresentá-las a ele.

Jungkook apenas sorria e se apresentava cordialmente a todas. Mas ficava emburrado assim que se afastavam.

— Oi, filho! — Na-ri lhe cumprimentou com um beijo no rosto.

— Omma, até que horas eu preciso ficar hoje?

— O evento está tão ruim assim, Jungkook?

— Eu estou me sentindo como se carregasse um alvo colado na testa. — ele percorreu os olhos pelos convidados que o encaravam com muita expectativa. Ele chegou a notar que algumas mães cutucavam suas filhas com o ombro quando ele olhava em sua direção. Elas precisavam "corresponder" ao olhar dele. Era extremamente ridículo aquela situação. Na-ri também constatou aquilo.

— Aguente só mais um pouco, meu filho. Depois dessa festa, a próxima será em 15 dias. E é a última da temporada. — JK suspirou alto.

— Tudo bem. Eu preciso sair um pouco. Vou ligar para Mahya e ver como ela está.

— Claro que filho. Não demore, precisamos de algumas fotos no banner do centro para aumentar nossas doações desse ano.

— Que ótimo! — falou entre dentes, forçando um sorriso.

Depois de ligar para Mahya, JK encostou na parede da varanda, e suspirou alto.

Colocou a mão no bolso e pegou o maço de cigarros. No outro, ele procurou pelo isqueiro. Não o achou.

— Era tudo o que faltava para minha noite melhorar! — bradou com raiva.

— Não seria mais simples se você apenas pedisse um emprestado? — uma moça do lado oposto, saiu do escuro e lhe estendeu o isqueiro aceso.

Ele colocou o cigarro na boca e se aproximou do fogo, o acendendo.

— Obrigado!

— De nada, Jeon Jungkook! — ela sorriu simpática. Ele nem se importou em perguntar o nome dela. Sabia que devia ser uma das muitas as quais havia sido apresentado naquela noite.

— Eu nem gosto de fumar, mas sou obrigada a recorrer a isso se quiser me livrar de toda aquela merda lá dentro.

Não passou despercebido pelo Jeon ela usar uma palavra de baixo calão em meio a frase. Arqueou uma sobrancelha.

— Achei que as moças como você adoravam esse tipo de evento.

— Eu não sou cabeça oca como todas aquelas lá dentro. — Jungkook a observou da cabeça aos pés, seu estilo realmente não conduzia com as várias moças que circulavam pelo salão. — A propósito, eu sou a Sunny!

Era um nome diferente. Não se recordava de ter sido apresentado a alguém com esse nome.

— Fomos apresentados? — ficou em dúvida.

— Claro que não! Meus pais não passariam por uma vergonha dessa. Mas certamente você foi apresentado a minha irmã que, provavelmente, vai ficar sem conseguir andar direito por alguns dias depois de ter sido obrigada a usar um salto tão alto. — o Jeon sorriu. — Você ri? Sabe o quão incômodo 20cm sob os pés podem ser? — ele riu mais alto.

— Com certeza eu não quero sentir isso!

— Pois deveria, assim saberia valorizar o esforço de uma mulher. — argumentou satisfeita.

— Está querendo me dizer que tenho que valorizar a sua irmã? — levantou a questão.

— Sim e não! — ele franziu as sobrancelhas. — Ela também não queria estar aqui. Então você ser cortez já seria suficiente. E não, pois assim, talvez, meus pais deixem de ser tão "cruéis" com ela.

— Entendi. — pensou um pouco mais. — Talvez eu tenha entendido. — os dois riram.

Foi um momento de descontração muito bom. Fazia tempo que JK não tinha uma conversão tão despretensiosa e descontraída.

Eles conversaram por mais algum tempo, mas sua mãe apareceu cedo demais, na opinião dele. Ele precisava tirar algumas fotos.

— Boa sorte com os sanguessugas lá dentro.

— Obrigado! — ao passar por ela, cochichou em seu ouvido. — Sei que vou precisar. — Sunny sorriu divertida.

Depois que o Jeon entrou, ela pensou que ele era um cara bacana, com humor e personalidade. Bem diferente de toda aquela gente asquerosa.

Era uma pena saber que ele tinha que esconder isso na maior parte do tempo.
Pegou seu celular na bolsa e desbloqueou a tela. A foto do Jeon estava ali, junto a um "raio-x" de uma coluna de fofoca.

Depois de seus pais falarem a noite toda sobre ele e ela o viu ali na varanda quando chegou ao telefone, ela resolveu pesquisar sobre ele. Já que seus pais estavam tentando empurrar sua irmã para cima dele, queria ao menos saber se era alguém aceitável, no mínimo. Tinha quase certeza que ele não seria o suficiente para sua irmã, mas seus pais poderiam ser irredutíveis quando queriam.

Mas depois de conhecê-lo um pouco, bem diferente do que dizia na coluna de fofoca, sabia que ele não estava interessado em relacionamento. Constatar aquilo a fez suspirar aliviada. Sua irmã estava a salvo, mesmo que ele fosse um cara bacana.

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