Capítulo 42
Jungkook estava tendo um cuidado extremo com Shivani. Não só com sua alimentação, como também sempre lhe perguntava se estava se sentindo bem, se precisava de alguma coisa ou se desejava comer algo específico.
Não estava muito diferente no quesito saúde. As consultas de pré-natal com o médico da família eram para ser a cada 15 dias, mas Jungkook insistia que ela passasse pelo menos uma vez por semana com o médico.
Isso se deve ao fato da saúde dela ser delicada nas primeiras semanas de gestação. O que ocasionou em uma gravidez de risco.
A criança no ventre de Shivani ganhou uma notoriedade peculiar na vida de Jungkook, esperava ansiosamente pelo nascimento dele, ou dela, ainda não sabiam o sexo do bebê.
No entanto, Jungkook priorizava ainda mais a saúde de sua esposa. Se por algum motivo ela chegasse a abortar, ele temia seriamente os danos físicos e psicológicos que isso traria a ela. Então a travava como se fosse uma bonequinha de vidro, que poderia quebrar a qualquer momento.
Essa é uma das razões para ele não ter ido mais a fundo em suas investidas sexuais com ela.
Shivani estava com a barriga cada vez maior, ainda assim ele a achava sexy e muito atraente. A desejava a todo instante e era difícil se conter quando chegava em casa e ela lhe beijava ardentemente. A partir daí, ele tem dedicado suas noites somente ao prazer dela. Ela não o evitava e sempre que podia, ele avançava um pouco mais.
Desde a noite em seu escritório, ele sempre esperava pelo "pedido" que o arrancaria desse desejo mórbido que o perseguia diariamente. No entanto, Jungkook se tornou um homem medroso, e ninguém ousaria negar se sentir do mesmo jeito na posição dele.
- O que exatamente isso quer dizer, Dr? - perguntou preocupado.
- Quer dizer que conforme o bebê vai ganhando peso, mais repouso ela precisa fazer. - respondeu em um tom bem sério. - Devido ao peso que ela tinha ao início do desenvolvimento do feto, seu corpo ainda não está adaptado para manter o bebê.
- Então, o que devemos evitar fazer a partir daqui?- JK prestava bastante atenção em cada explicação. Precisava de toda a informação possível para facilitar o que pudesse para ela nas próximas semanas.
Shivani estava no banheiro, trocava de roupa enquanto JK conversava com o médico.
- Bem, é bom evitar longas caminhadas, estresse extremo, exposição a cigarros e bebidas e seria bom ela ganhar um pouco mais de peso também. Isso ajudaria muito.
- Certo...- JK ficou pensativo. Tinha uma dúvida, mas o médico sequer tocou no assunto. Então se atreveu a perguntar. - E no caso de...- ele pigarrou, sentia-se desconfortável com aquela questão. Mas ele era médico, não havia motivos para tal desconforto. - algum tipo de interação sexual?
O médico arqueou as sobrancelhas, percebeu que JK não se sentia à vontade com a pergunta.
- Esse tipo de "preocupação" é mais comum do que se imagina, Sr Jeon. - o médico sorriu descontraído. - As interações sexuais podem ocorrer normalmente. Desde que não seja nada muito radical.
JK chegou a suspirar de alívio ao ouvir aquilo.
Não que se preocupasse só com aquilo, ele a amava, se preocupava de modo geral. Mas perguntar não ofende.
- Perfeito! - se recostou na cadeira ao se sentir relaxado com a resposta.
- Vocês vão preferir a surpresa com o sexo do bebê?
- Isso não é algo que realmente me importe. O fato de estar se desenvolvendo bem e Shivani estar com a saúde regular já me basta. - o médico assentiu. - Ela está ansiosa para saber o que é, mas quer esperar mais um pouco para saber. Não entendo nada dessa lógica, apenas sigo o plano.
- Como todo bom marido. - o médico sorriu e JK o acompanhou.
- Eu estou pronta! - Shivani voltou à sala.
JK se levantou e se despediu do médico com um aperto de mão. Ela lhe forneceu um sorriso cordial e fez uma leve reverência.
- O que o médico disse quando eu saí? - perguntou curiosa.
- Você precisa de mais repouso a partir de agora. - JK segurava a mão dela sobre seu colo. - E acho que seria bom contratarmos uma cozinheira indiana.
- Porque? - ficou curiosa.
- O médico acha que seria bom você ganhar um pouco mais de peso. E sei que você comeria melhor se fosse algo que agrade seu paladar.
- Eu gosto da comida daqui.
- Sei que sim. Mas comeria muito mais se fosse algo que está mais acostumada.
Jungkook se recordava da viagem para a índia, onde ela comeu bem mais do que costuma comer em casa. Era um bom observador.
- Tudo bem. - disse despreocupada. - Mas você dará essa informação à Sra Milth.
JK olhou para ela com relutância. Sabia que a Sra Milth vinha se dedicando pessoalmente às refeições da esposa. Mesmo que ninguém tenha lhe dado essa tarefa. Ela fazia porque gostava de cuidar de Shivani.
- Acho que eu estou encrencado. - os dois riram.
Por alguns instantes, JK ficou apenas a observando. Gostava muito de vê-la sorrir daquela forma. Nada poderia ser mais revigorante do que fazê-la sorrir daquele jeito descontraído.
- Você fica linda quando sorri. - elogiou. Ela conteve um sorriso tímido. Era inevitável sentir essa timidez quando ele destacava nela as coisas que mais gostava.
Ele passou a mão pelas bochechas ruborizadas dela e olhou fixamente em seus olhos brilhantes.
- Jeonjoon!?
- Sim, Sr? - o motorista lhe encarou pelo retrovisor.
- Eu preciso de um café. - Shivani franziu as sobrancelhas sem entender o pedido dele.
- Claro, Sr!
- Na próxima esquina tem uma cafeteria. Eu gosto do café de lá. Por favor.
- Sim, Sr.
Aquele foi um pedido estranho, o motorista sabia que JK não tinha muita paciência para esperar por um café. Geralmente estava na correia e o café lhe ajudava a "pensar" melhor.
No entanto, a cafeteria a qual JK se referia, era sempre muito cheia, e ele teria que esperar mais para seu pedido chegar.
O motorista entrou à esquerda e em dois minutos estacionou e saiu do carro.
- Não estamos longe de casa, não poderia pedir para Amélie preparar seu café quando chegassemos?
- Eu não me importo com o café! - ela ia argumentar, mas JK lhe beijou antes disso.
Jungkook se inclinou sobre ela, colocou umas das mãos em sua cintura e com a outra deslizou em sua coxa, por baixo de sua roupa.
- Jungkook...- ofegou quando ele deu atenção ao seu pescoço, sem pudor algum. - Estamos na rua.
- Não, nós estamos em um carro blindado e completamente filmado...
- Você entendeu o que eu quis dizer. - sorriu com a justificativa dele.
Shivani já estava com a cabeça encostada na porta do carro, Jungkook já estava praticamente deitado sobre ela e havia colocado sua perna em volta da cintura dele. Sua mão impaciente apertava a bunda dela com um desejo indecoroso.
- Eu a quero tanto...- descia com os beijos pelo pescoço dela até alcançar o colo e os seios sob a roupa. As mãos dela estavam uma em seu ombro e a outra em sua nuca. Ele soltou a bunda dela e pegou em seu pulso, deslizando-a por seu peito, até colocá-la sobre seu membro duro. - Consegue sentir o quanto eu a quero? - olhou nos olhos dele enquanto seu peito movia-se rápido. - Eu não consigo mais esperar. - voltou a tomar a boca dela com ganância.
- Jungkook, não podemos fazer isso.
- Claro que podemos! - ele pressionava a mão dela em sua rigidez. - O médico disse que só não podemos ser radicais, e apesar da ideia me agradar muito, sei que devemos ter cuidado. - ela o encarou surpresa.
- Perguntou isso ao médico?
- Sem dúvida! - lhe sorriu lascivamente.
- Jungkook! - ela o afastou. - Como teve coragem de perguntar algo assim? Com que cara acha que ficarei ao voltar lá? - estava abismada.
- Com a mesma de todas as vezes. Ou você acha que ele não sabe como é feito um bebê? - sorriu brincalhão. - Então podemos fazer isso sem problema. - voltou a se aproximar para beijar seu pescoço, mas ela o conteve com as mãos em seu peito.
- Quando eu disse que não podemos fazer isso, estava me referindo ao local. - escondeu um sorrisinho tímido.
- Oh...então quer dizer que...- ele olhou afoito para fora do carro. - Só precisamos ir pra casa.
Shivani escondeu o rosto com as mãos. Não imaginava estar tendo uma conversa como aquela com ele.
Quando o motorista voltou ao carro, Jungkook pediu para que ele fosse depressa para casa. Ele ficou ainda mais confuso. Primeiro pede o café de uma cafeteria que geralmente demorava mais para retirar o pedido, depois pediu que ele dirigisse o mais rápido possível para casa. Não tinha como ficar de outra forma.
O motorista fez como Jeon pediu. Chegaram em casa em menos de 5 minutos. Ao entrarem, Jungkook seguia na frente, puxando Shivani consigo pela mão.
- Bem vindos de volta, Sr e Sra Jeon. - a Sra Milth estava ao lado da escada. - Devo pedir para providenciarem logo o almoço?
- Não, Sra Milth. Nos dê pelo menos uma hora. - JK passou pela governanta apressado.
- Tudo bem, Sr. - ela o encarou confusa.
Ao subirem as escadas a governanta se preocupou que Shivani estivesse indo muito rápido e temia que ela pudesse se desequilibrar. Mas viu quando JK parou e a pegou no colo. Ela arqueou as sobrancelhas e conteve um sorrisinho.
Do lado de dentro do quarto de Shivani, logo depois da porta, JK a beijava desesperado. Suas mãos se revezavam entre tocá-la e tirar as próprias roupas.
Quando se livrou da camisa, ainda sem deixar os lábios dela, sentiu suas mãos quentes lhe tocarem a pele. Chegou a suspirar com os arrepios que sentiu.
Ele envolveu o braço em sua cintura e a puxou para seu colo, encaixando as pernas dela em volta de si, mas com cuidado para não pressioná-la demais, não queria acabar "esmagando" o próprio filho por causa da sua fúria sexual.
Ele caminhou até a cama e a colocou deitada, sobrepondo-se em seguida. As mãos dele estavam nas coxas, na bunda, nos seios, na nuca dela. Elas estavam por todos os lados. Não conseguia se manter em um lugar só.
Suas mãos então subiram até os ombros dela enquanto ele beijava seu pescoço. Elas baixaram as alças finas do vestido que ela usava e então desceram pela lateral de seu corpo.
Ele a queria com uma urgência inimaginável.
As mãos dele passaram por baixo do vestido dela e alcançaram sua calcinha. Ele sequer pestanejou, abaixou-a até a altura das coxas. Só aí se deu conta de que teria de se afastar.
JK se ajoelhou na cama e terminou de tirar a peça. Shivani estava ofegante, completamente tomada pelo desejo e a ansiedade de saciá-lo.
Jungkook abriu sua calça e a baixou até os joelhos. Se posicionou entre as pernas dela e nesse momento, ele a beijou com calma. Saboreava tranquilamente os lábios dela ao colocar sua ereção na entrada dela. Ele soltou os lábios dela, ainda de olhos fechados e a penetrou devagar.
Ambos gemeram com a primeira investida dele.
- Ai Meu Deus...- murmurou quase como um lamento ao penetra-la outra vez. - Isso é...
Ele sequer conseguia formar uma frase coerente. Era difícil demais estar dentro dela e não ceder a vontade de deflorá-la com intensidade.
Ela arqueava as costas e pendia a cabeça no travesseiro, gemendo a cada estocada profunda e lenta e que ele dava.
Ele abriu os olhos e a observava entre ofegos e gemidos.
- Como eu amo fazer isso...- sussurrou ao beijar sua bochecha e apertar sua bunda. - Como eu amo fazer isso com você, como eu amo...você!!
Ela parou por um instante, virou o rosto para encará-lo e seu olhar incrédulo não passou despercebido por ele.
- Jungkook...? - seu olhar tinha mais perguntas do que sua boca conseguia emitir.
- Shivani...- colocou a mão no rosto dela e fez um carinho suave. - eu não sei se é possível, mas...- ele parou completamente de se mover. - se um dia eu puder ter o seu perdão. - ela piscava compulsivamente. - Eu sei que não é fácil me perdoar pelo que te fiz passar, mas eu realmente amo você!
Shivani tentou dizer algo, mas sua voz não saía. Apenas as lágrimas de alegria escorriam pelo canto dos olhos.
Ele a amava, era tudo o que importava para ela no momento. Ansiava tanto para que um dia pudesse ouvi-lo dizer aquilo. Que pudesse deixar seu coração bater livremente dentro de seu peito. Que pudesse enfim respirar livre tendo a certeza de que seu amor não era unilateral.
- Eu...- soluçou, tentando conter o choro. - Eu também amo você, Jungkook! - passou os braços pelo pescoço dele e o beijou.
Ao contrário de todo o desejo e excitação que pairavam a atmosfera daquele cômodo minutos atrás, o beijo deles era agora o compartilhamento de um sentimento calmo, estável e completamente recíproco.
Jungkook a abraçou e a beijava delicadamente.
- Jungkook...- ela envolveu suas pernas na cintura dele. - Por favor...- ele sorriu nos lábios dela.
Ele voltou a se movimentar sobre ela, e agora aquele ato não era movido apenas pelo desejo. Nele continha também amor.
JK se sentia leve. Guardar aquele sentimento durante todo esse tempo o estava sufocando. E ouvir dela que seu sentimento não era único, o deixou feliz, o fez feliz, o tornou mais completo.
Jimin estava em sua sala. Pensava em Jungkook. Era inevitável.
Mesmo com uma quantidade expressiva de papéis e livros sobre sua mesa, ele não conseguia se concentrar em sua pesquisa.
Saber que ele está ali por causa do Jungkook, que tinha um trabalho a fazer por causa da escolha do Jungkook, que batia compulsivamente o lápis sobre a mesa por uma decisão que o Jungkook tomou o deixava inquieto.
Ele suspirou pesaroso e se levantou. Arrumou a papelada sobre a mesa, fechou os livros e desligou o computador. Saiu da sala e foi até o 30° andar.
Pediu demissão.
Jimin foi para casa, arrumou uma mala e foi para o aeroporto. Comprou uma passagem só de ida para os Estados Unidos. Não tinha a intenção de voltar tão logo.
Jimin tinha uma boa quantia guardada dos seus anos de trabalho como astrogeólogo, então alugou uma kitnet e se estabeleceu provisoriamente em São Francisco, na Califórnia.
Passou alguns dias passeando pela cidade, conhecendo novos lugares e diversos tipos de restaurantes. Ficou entendiado depois de uma semana.
Um dia, passeando por uma das ruas, viu que um dos restaurantes estava precisando de garçom. Imediatamente decidiu se candidatar a vaga.
- Eu posso ser um garçom se eu quiser, Sr Jeon. - murmurou sozinho.
O inglês de Jimin era intermediário, conseguia se comunicar muito bem com os clientes. Apesar de muitos deles o olhar com certo desdém. Ele apenas ignorava, sabia que estrangeiros eram vistos como invasores em uma terra como aquela.
Logo na primeira semana Jimin fez amizade com Polly, uma colega de trabalho. Ela era muito alto astral, adorava ouvir Jimin falar de seu país. Ela ansiava pelo dia que teria grana suficiente para viajar para um país completamente diferente.
Tudo estava indo bem. Jimin agora pensava menos em Jungkook. Torcia para que estivesse bem e feliz. Que a chegada do bebê o unisse ainda mais a Shivani.
Shivani estava em seu quarto, chorava pela conversa reveladora que teve com o Jeon na noite anterior.
Ele finalmente lhe contou o que havia feito e onde esteve nos quase dois meses que esteve longe de casa.
Havia uma tristeza enraizada em seu peito. Mais uma vez sentia-se culpada por JK não estar vivendo ao lado de amor eterno.
Mesmo que Jungkook tenha dito que a amava, ainda se sentia culpada por ele não estar plenamente feliz.
Ela não conseguia assimilar o fato dele amar os dois com a mesma intensidade. Parecia incabível tais sentimentos.
Sentia uma agonia grande ao se lembrar quando Jungkook lhe disse que a última vez que viu Jimin foi no jantar na Índia. Ela mal se conteve sobre as pernas ao descobrir que o tão aclamado amor de JK era o Jimin. Sentiu-se boba, usada, passada para trás por eles esconderem aquele detalhe dela.
Jungkook pediu-lhe perdão inúmeras vezes pela forma como agiu na viagem à Cancún, que jamais quis tratá-la como submissa dele ou que já a tivesse subjugado em qualquer parte que fosse de sua mente. Jamais faria tal coisa com ela. Contou sobre seus sentimentos confusos quando descobriu sentir alguma coisa por ela. Tentou se certificar de que não era apenas carência física quando convidou Cassie para seu quarto naquela noite. Que se arrependeu tanto do que havia feito que tinha medo do confronto de uma conversa. Sentia-se culpado por destruir a vida dos dois, e em uma noite depois de beber muito procurou Jimin para pedir seu perdão pelo abandono de anos atrás.
No entanto, aquela noite resultou em JK dormindo todos os dias no apartamento do Park. Eles voltaram a se relacionar, mas ele não havia deixado de sentir o que sentia por ela, por isso não aceitou lhe dar o divórcio. E também queria a todo custo protegê-la. Sabia que a vida dela não seria fácil depois do divórcio.
Admitiu que estava sendo egoísta, que queria o amor dos dois só para si. Todo mundo que ama quer ter seu amor ao lado. E ele não estava medindo as consequências daquele sentimento egoísta.
Confessou também que sofreu muito quando Jimin decidiu deixá-lo. Não foi nada fácil enfrentar essa distância que ainda o consumia todos os dias.
Quando ela lhe perguntou se, mesmo estando ao lado dela, com poucas semanas para o bebê nascer, com todo o tempo que passaram juntos escolhendo o enxoval, arrumando todos os detalhes do quarto para a chegada da pequena Mahya, todos os momentos em que ele se mostrava feliz, se ainda assim ele sentia falta do Baby Moon. Ele não mentiu, e aquela resposta a deixou desolada.
Sentia-se uma impostora. Ocupando o lugar de outra pessoa, tomando o espaço no coração dele, que deveria ser apenas do Jimin.
Já estava em sua 26° semana, passou o dia em seu quarto, sobre a cama, passando a mão pela barriga e chorando por um amor que não devia ser seu.
Naquela noite, depois que chegou do trabalho, Jungkook foi até o quarto dela, deitou-se ao seu lado, e a ouviu chorar por um bom tempo. Ela só parou quando ele disse claramente em seu ouvido que não se arrependia de não tê-la dado o divórcio e que era o homem mais feliz do mundo por estar ali, deitado ao seu lado.
Ela sabia que ele não estava ali por ter escolhido de fato ficar com ela, no entanto, ele sabia que Jimin não ficaria ao lado dele ainda estando casado com ela. Ainda assim, não lhe deu o divórcio.
De alguma forma, no mais profundo que conseguia resgatar sua esperança, ele a havia escolhido.
Depois de algumas semanas trabalhando como garçom, Jimin foi surpreendido por um cliente frequente com o pedido de seu número de telefone.
A princípio não sabia se deveria lhe dar, mas com a insistência diária do homem - pois ele passou a ir no restaurante todas as noites esperando por isso - Jimin resolveu lhe dar seu contato. Não esperava muita coisa, mas deu.
O homem ligou para Jimin na manhã seguinte. Queria saber quando eles poderiam fazer um passeio para se conhecerem melhor.
Jimin, que agora dividia o apartamento com Polly, foi aconselhado por ela a marcar o encontro para sua próxima noite de folga. Jimin então marcou o encontro.
Taylor foi muito gentil, educado e divertido. Fazia tempo que Jimin não tinha uma noite tão descontraída.
Na terceira semana em que já estavam se encontrando, Jimin conheceu o apartamento de Taylor. Assim como seu gato.
O jovem de 29 anos não era muito fã de animais de estimação, mas sua mãe havia lhe dado de presente para que ele não se sentisse tão solitário à noite. Jimin achou fofo e muito atencioso da parte dela.
Depois de dar bastante carinho ao felino, Taylor propôs que Jimin destinasse um pouco de suas carícias a ele. Jimin não tinha como lhe negar isso.
Entre beijos e amassos no sofá, as coisas ficaram bem quentes entre os dois.
- Jimin...- Taylor sussurrou ofegante no ouvido Park. - Você não quer passar essa noite aqui, comigo?
Jimin o encarou surpreso e não se assustou com as próprias expectativas.
- Taylor...- o afastou. - Eu acho que ainda é um pouco cedo para isso. - sentia-se nervoso.
Jimin levantou-se do sofá e começou a recolher seus sapatos e sua camisa que já estava no chão.
- Ei! - Taylor se aproximou rapidamente dele. - Calma. - os olhos de Jimin já estavam marejados.
- Desculpe por fazer você perder seu tempo, mas eu não...
- Jimin...- colocou as mãos no rosto do Park. - Eu não perdi tempo algum com você. - Jimin engoliu seco. - Tudo bem, se acalme. - o abraçou. - As coisas serão no seu tempo. Ok? - beijou a testa dele. - Eu não vou a lugar nenhum. Não vou desistir de você por isso.
Jimin o apertou forte em um abraço. Chorou em silêncio.
Não conseguia evitar, mas queria que essas palavras tivessem sido ditas por outra pessoa. Que essa pessoa nunca tivesse desistido dele. Que essa pessoa lutasse pelo amor que havia em seu peito.
Na semana seguinte, Taylor dormiu pela primeira vez na casa de Jimin. O Park o observava enquanto dormia. Não acreditava que tinha encontrado alguém que dedicava tanto de seu tempo para ele, que sempre dava um jeito de aparecer de surpresa em seu trabalho apenas para lhe ver trabalhando. Alguém que o fazia sorrir com tanta facilidade que suas bochechas doíam. Alguém paciente e sempre gentil. Alguém tão bonito e com um sorriso tão contagiante.
Alguém que o estava fazendo feliz depois de tanta tristeza.
Jimin passou levemente a mão pelo rosto de Taylor e beijou a pontinha de seu nariz.
- Ainda acordado, mini-min? - Taylor o chamava assim porque ele era mais baixo e sincronizava com seu nome.
- Eu gosto de você, Taylor. - declarou, fazendo o outro despertar por completo. - Gosto de verdade.
- Eu também gosto de você, mini-min! - sua mão acarinhou a nuca do Park.
Jimin o beijou. Beijou com leveza, com suavidade, com carinho. No entanto, o beijou também com curiosidade, sagacidade e liberdade. Abriu seu coração para outra pessoa entrar. Já estava na hora de experimentar um novo amor.
Jimin continuou o beijando e sentou-se sobre ele. As mãos de Taylor deslizou por suas costas e parou em suas coxas.
- Mini-min, tem certeza disso? - ofegou entre os lábios do Park.
- Taylor, me faça ser seu, de hoje em diante. - não era um pedido.
Taylor sentou e abraçou Jimin, tomando sua boca com luxúria. Ele o desejava há muito tempo, mas jamais tomaria a iniciativa outra vez, não queria sequer a sombra de uma possibilidade de perdê-lo.
Ele deixou os lábio de Jimin e olhou bem no fundo de seus olhos. Não queria ter um único resquício de dúvida da parte dele. Ali ele viu que tinha o total consentimento do outro.
- Adeus, Jungkook! - disse Jimin em coreano.
- O que isso significa? - Taylor sorriu.
- Significa que sou todo seu.
Taylor o beijou de novo, subiu as mãos pelas costas dele e Jimin arqueou as costas, fazendo-o beijar seu pescoço. Ele desceu as mãos e adentrou a bermuda do Park, apertando sua bunda e o pressionando em sua ereção.
- Minha nossa...espero que isso não seja um sonho. - Taylor murmurou contra o peito do Jimin.
- Eu sou sua realidade, e agora, você também é a minha! - esfregou-se no colo de Taylor que respondeu com um gemido abafado.
Na 28° semana, logo após chegarem em casa depois de uma consulta, a mãe de Jungkook esperava pelos dois em sua casa. Ela estava visitando o país, já que havia decidido se mudar para a frança e morar com seu atual marido. Ela estava feliz com seu novo relacionamento, e era apenas isso que importava para JK.
Depois de almoçarem juntos, Shivani subiu para descansar. Vinha se cansando com muita facilidade nas últimas semanas. Jungkook sabia bem que ela precisava repousar sempre que possível, seu novo tamanho exigia ainda mais cuidados.
Jungkook foi para a varanda superior com sua mãe. Eles aproveitavam a recém-chegada do verão para tomar um refresco enquanto observavam o jardim lá de cima.
Shivani não conseguiu descansar, ficava virando de um lado para o outro na cama. Decidiu levantar.
No início do corredor, viu Jungkook com a mãe. Sua expressão não era das melhores. Parecia angustiado.
Ela se aproximou um pouco e então parou instantaneamente ao ouvir seu nome em meio a conversa dos dois.
Jungkook dividia com sua mãe os atritos sentimentais que passou, e que ainda passava com ela. Sabia exatamente o que ele havia dito para ela no início da conversa. Era a mesma que ele teve com ela há duas semanas.
Ela não gostava das coisas que sentia quando JK falava de seu amor por Jimin. A mãe dele parecia entender bem esses conflitos.
No entanto, Shivani sentiu o coração bater mais rápido quando ele enfatizou que a amava, que não desejaria estar em qualquer outro lugar que não fosse ali com ela. Mas queria poder ter o Jimin também.
Por mais que essa última parte soasse muito egoísta, ela só conseguia pensar que ela também era parte da felicidade dele.
Não entendia nada de como ele poderia sentir um amor como esse por ela e por Jimin, mas seu coração só conseguia absorver a parte que ele era feliz com ela. Assim como ela era com ele.
Voltou para o quarto, tomou um banho de banheira e permaneceu lá até a noite.
Jungkook bateu duas vezes na porta do quarto de Shivani e entrou. Ela estava na escrivaninha, no notebook.
- Incomodo?
- Não, só estava dando uma olhadinha em alguns trabalhos sociais que são dedicados às mães solos. - ele foi até ela e deixou um beijo em sua testa.
Depois que descobriu a gravidez, Shivani havia adiado sua ida para a faculdade. Mas ainda tinha o sonho de concluí-la e poder ajudar pessoas que precisam de algum tipo de atenção social.
- Não se preocupe com isso agora, logo será você dedicando seu tempo a fazer algo que tanto gosta. - ela pegou sua mão com carinho, era muito importante saber que tinha o apoio dele para realizar um sonho. - Quem sabe você não monta seu próprio serviço de apoio social?
Os olhos de Shivani chegaram a brilhar com a expectativa de algo tão grandioso.
- Não me faça sonhar desse jeito, Jungkook. - conteve o entusiasmo.
- Tudo o que você sonha pode se tornar realidade, meu amor.
Por um momento ela pensou que seu coração explodiria de tanta alegria. Tê-lo ali lhe confortando, apoiando e a tratando com tanto carinho, era demais para caber dentro do peito.
Mas ela sabia que tinha alguma coisa a mais nesse jeito dele.
- O que está aprontando, Jungkook? - o encarou desconfiada. Ele se agachou ao seu lado e beijou sua mão.
- Eu não estou aprontando nada, porém...
- Eu sabia que havia alguma coisa. - sorriu gloriosa por estar certa.
- Sei que precisa de mim aqui, ao seu lado nessas últimas semanas, mas infelizmente preciso viajar à trabalho.
- Ah, não...- resmungou manhosa.
- Não se preocupe, será uma viagem de apenas um dia. Nada mais que isso.
- E para onde vai?
- Inglaterra.
- Então serão dois dias, se contar o tempo de ida e de volta. - apertou as mãos dele ainda nas suas.
- Eu sei, mas farei isso o mais rápido que puder e volto pra vocês. - ele aproximou o rosto da barriga dela e deixou um beijo delicado.
Shivani sentiu o peito apertar. Não sabia definir o que era, mas não gostava do arrepio estranho que percorriam seu corpo.
Ela não disse nada por alguns instantes, apenas o observou deitar a cabeça sobre suas pernas enquanto encarava sua enorme barriga.
Ela colocou a mão no cabelo dele e deslizou suavemente pelos fios negros.
- Eu amo tanto você! - ele a olhou nos olhos e os viu marejados.
- Ei...- ele colocou uma mão no rosto dela e acarinhou sua bochecha. - Não precisa ficar triste, eu prometo que volto logo!
- Eu só...- ele se ajoelhou e a abraçou. Ela apertou com intensidade os braços em volta dele. Havia certo desespero naquele ato, ele conseguia sentir. - Preciso que você me prometa que vai se lembrar do quanto eu o amo. - as lágrimas dela pingaram na camisa dele.
- Shivani...
- Por favor, me prometa!
- Eu prometo! - ele passou as mãos pelo rosto dela, secando as lágrimas e beijando suas bochechas. - No entanto, quero que você também se lembre que não há ninguém nesse que ame alguém como eu amo você!
E o Jimin! - acrescentou ela mentalmente.
Ela o beijou com tanta ternura que ele sentiu seu coração apertar.
Ele levantou e sem dizer nada, pegou a mão dela e foi até a cama. Lá ela se deitou e ele fez o mesmo, ficando logo atrás dela, com as costas dela colada em seu peito. Passou um braço pela cintura dela e acarinhou sua barriga, deixando um beijo carinhoso em sua nuca.
Dois dias depois ele viajou para Londres.
Depois de ter seus compromissos finalizados, JK organizava suas coisas no hotel para pegar o voo de volta para a Coréia.
Quando guardava a última peça de roupa, seu celular tocou sobre a escrivaninha. Era uma ligação de sua casa. Ele pegou e atendeu.
- Sr Jeon? - era a voz da governanta.
- Sra Milth? - ficou intrigado com a ligação dela. - Houve alguma coisa?
- Sr, a Sra Shivani foi levada ao hospital com fortes dores. Ela dará a luz a qualquer momento.
- Como assim? Ainda faltam semanas para o bebê nascer. - sua voz já expressava a completa preocupação que caiu sobre ele.
- Sr, eu fui informada de que, como a gravidez era de risco, é comum que a criança nasça prematuramente. - JK suspirou tenso.
- Entendi. Eu estarei aí em algumas horas. - fechou rapidamente a pequena mala. - Sra Milth, por favor, não a deixe sozinha.
- Claro que não, Sr!
- Estou indo para o aeroporto agora mesmo, mantenha-me informado sobre tudo.
- Sim, Sr!
- Sra Milth, - ele hesitou por um instante - como ela está?
- Assustada, Sr. - a governanta não conseguiu esconder a preocupação em seu tom. - Ela teme que o bebê nasça e o Sr não esteja presente. - JK passou a mão pelo rosto. Estava perdido, não devia ter feito essa viagem faltando poucas semanas para o nascimento de sua filha. Sabia que Shivani precisava dele ao seu lado nesse momento.
- Eu vou conseguir um jato particular, assim chego aí o quanto antes.
- Sim, Sr!
Ele desligou a ligação e fez outra, ligando para Mandie, para lhe conseguir o jato o mais rápido possível.
- Eu estou indo, amor. Tô voltando para casa! - praticamente correu para fora da suíte, puxando a mala consigo.
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