Capítulo 34
Jungkook despertou junto com o sol. Seus olhos insistiam em ficar fechados, sua cabeça estava pesada e latejava forte. Sua boca estava seca, sua nuca e costas banhadas de suor contra o lençol da cama.
Sentou-se e passou as mãos pelo rosto, esfregando os olhos para se adaptarem a claridade do quarto que era invadido pela luz do sol. Moveu-se vagarosamente e esbarrou em Shivani a seu lado.
Ela estava coberta com um lençol, cabelos bagunçados e maquiagem borrada. Lembrou-se da noite passada.
Havia sido um cretino com ela, discutiu por algo que ele não tinha direito algum de lhe cobrar, a fez chorar por ser um babaca e ela então mencionou o divórcio.
Ahh, merda! - passou as mãos pelos cabelos também desgrenhados. - Merda, merda, merda! - desesperou-se. - Eu não fiz isso...não, não, não!
Correu para fora da cama, vestiu a bermuda e puxou a camisa que estava quase debaixo da cama, seguindo para a porta. Antes de sair ele olhou para ela uma última vez deitada na cama. Suspirou e saiu.
Entrou em seu quarto.
Eu vim exigir meu direito como seu marido.
Exigir...
Meu direito!
Eu sou um maldito filho da puta! Não acredito que joguei tão baixo com ela.
Estava em um caos de pensamentos. Não conseguia acreditar que agira de tal forma com ela, que havia a coagido daquela maneira só para não perder a chance de mantê-la ao seu lado.
Não se arrependia de ter transado com ela, isso não. Ele só havia feito amor de forma tão significativa com uma única pessoa na vida. Foi especial pra ele, mas a forma como conseguiu isso o tornava indigno.
Sentia-se sujo e não tinha ideia de como olharia para ela outra vez.
Ela chorou quando eu lhe impus aquilo, ainda assim eu fui covarde em seguir adiante.
Sua cabeça o esmagava de duas formas: com pensamentos condenatórios e com o latejar que parecia querer rachar seu crânio. Sentia-se enjoado, e não era por causa da bebedeira, esse enjôo era por suas atitudes, seus atos irresponsáveis e manipuladores.
Tirou o que usava de roupas e foi para o banho. De frente ao espelho ele relembrava de como ela até evitava de olhar em seus olhos, de como tentou se manter afastada dele quando suas palavras se tornaram ações e ele se aproximou.
Ela não queria aquilo, não se sentia atraída por mim, queria distância, e eu ousei usar o casamento para força-la a fazer o que não queria. - sua expressão de nojo ao se encarar revirava seu estômago.
- Eu não acredito que você fez isso, seu desgraçado!- murmurou antes de acertar um soco contra o espelho, cortando o dorso da mão no processo.
Ele apoiou a mão ensanguentada na pia, mas não deu atenção a ela, encarava com raiva os próprios olhos no que ainda restava no espelho.
A incredulidade de seu ato deu lugar a raiva e ele só pensava em o quanto precisava ser punido por aquilo.
Shivani acordou quase uma hora depois de JK deixar seu quarto. A primeira coisa que fez foi se virar na cama e procurar por ele. Não estava mais ali. Ela puxou um dos travesseiros e o agarrou firme em seus braços. Sentia um leve desconforto ao movimentar suas pernas, a área entre ela estava sensível, mas nada que realmente a incomodasse.
Ela sorriu contra o travesseiro ao lembrar da noite anterior. Jungkook havia ido até lá como seu marido, exigido seus direitos, mas não permaneceu como um ao toca-la.
Shivani conseguiu ver em seus olhos que não era uma atitude presunçosa dele. Ele a queria de uma forma que ela não imaginou que fosse possível. Estava ali, diante dela, escrito em suas esferas acastanhadas que ele sentia algo mais. Ela havia ganhado um espaço onde jamais pensou ser possível adentrar.
Sentou-se na cama e passou as mãos pelos cabelos.
Ele deve ter agido daquela forma por achar que eu não o queria. - concluiu ao se dar conta de como as coisas poderiam ter sido interpretadas por ele quando a viu com aquele homem na boate. - Eu preciso vê-lo e dizer que o amo, que quero ser somente dele e de mais ninguém nessa vida!
Mas Shivani não teve sucesso em sua tentativa. Pois depois daquela noite, ela não conseguiu mais ter contato com Jungkook.
Era domingo de manhã, eles precisavam voltar da viagem, ele tinha compromissos para comparecer, coisa que não fez em casa enquanto ela ainda estava desperta.
JK fretou um jatinho diferente para voltarem, esse tinha duas cabines privadas e ele permaneceu restrito a uma delas durante todo o trajeto. Tanto na ida ao aeroporto no México, quanto na chegada a Seul, ele orientou seus colaboradores a levá-la em um carro separado do dele. Não conseguia estar perto dela ainda. Não depois de ter feito algo que o fazia sentir muita vergonha. Não achava que era comportamento de um homem digno, sequer, estar na presença de alguém como ela.
Ao chegarem em Seul ele foi direito para o escritório e ela para casa, aflita por não entender o motivo dele estar evitando sua presença. E ficou ainda mais confusa depois de não vê-lo em casa nos dias seguintes.
Jungkook se hospedou em um hotel próximo ao escritório e na primeira semana depois de seu retorno, passava horas no bar luxuoso da hospedaria. Refletia sobre suas ações, mas acabava sempre da mesma forma: bêbado, falando nada com nada e com o dobro do peso da culpa sobre os ombros.
Nas primeiras duas noites chegou a quebrar espelhos e alguns objetos da decoração do quarto. Sentia raiva. Raiva de si mesmo. Se torturava demais a cerca das possíveis coisas que ela poderia estar pensando sobre ele e a forma como agiu.
Era um cretino canalha.
Durante o dia, no trabalho, estava disperso, sempre envolto nos mesmos pensamentos. A própria tortura psicológica o domava de forma incisiva. Mandie e Thomas não sabiam como agir diante de sua indiferença. Estava cada vez mais difícil se comunicar com ele, mesmo que fosse a respeito de trabalho. Sabiam que havia algo errado, mas nunca ousariam perguntar do que se tratava. Era pessoal demais para eles conseguirem ter coragem para questionar.
JK se perguntava se era mesmo possível cometer erros tão significativos assim na vida; primeiro com Jimin, agora com Shivani. Estava mesmo fadado a infelicidade, não importava o quanto lutasse para deixar as coisas fluírem de forma natural, ele sempre faria algo para foder com tudo.
Em uma dessas noites, ainda no bar do hotel, ele pensava em toda a dor que já deve ter causado ao Jimin, e agora infringia em Shivani.
- Se eu nunca tivesse te deixado Baby Moon, ela jamais estaria passando por isso. - cochichou baixo encarando o copo de uísque.
Era sexta-feira à noite, havia uma semana que aquela noite terrível tinha acontecido e o humor dele estava péssimo. Se perguntava o quanto ela o odiava a essa altura.
Ele queria muito desfazer tudo o que havia feito, todos que ele havia ferido ao longo de sua vida, sentir um pouco de paz, porquê há muito tempo ele não sentia o peito livre de algum peso. O sofrimento de Jimin não permitia.
E foi por aí que ele decidiu começar.
Se arrastou para fora do bar, cambaleante, até encontrar um táxi na entrada do hotel, entrou e deu o endereço de Ian ao motorista que dirigiu sempre o observando pelo retrovisor.
As chances de encontrar Jimin eram zero, mas ele iria ainda assim. E mesmo que Ian estivesse viajando a trabalho, ele não estava em condições de assimilar as coisas corretamente. Seguiu como o "planejado".
Depois de entrar no edifício alto e bem organizado, porém sem porteiro, como ele refutou mentalmente, ele pegou o elevador. Apertou dois andares diferentes até acertar o correto. Precisou se concentrar bastante para enxergar os números que mudavam no visor superior do elevador.
Quando desceu no nadar correto, ele seguiu pelo corredor e parou diante da porta. Tocou uma, duas, três, perdeu a conta de quantas vezes tocou a campainha. Ninguém atendeu. Ele encostou na porta e deslizou nela até finalmente sentar-se cansado.
Não valia de nada, mas ele se virou para a porta, passando a mão nela, e pedindo desculpas incontáveis vezes, esperando por uma reposta da mesma. Chorou, e chorou muito. Lamentava tudo o que havia feito Jimin sofrer no passado. Estava ainda com o terno que usara o dia todo, a gravata estava frouxa e os cabelos bagunçados. Ninguém diria que aquele era um CEO de uma empresa como a Jeon Corp.
Um Jungkook largado no chão, bêbado e chorando. Foi assim que Jimin o encontrou quando saiu do elevador.
- Por que Jimin-ssi...por que?
Jimin não entendeu nada quando o encontrou assim, e menos ainda o motivo de tudo aquilo e suas palavra tão desconexas.
- Jungkook!? - ele estava sentado diante da porta, tinha a cabeça entre as pernas e murmurava sozinho. JK olhou para ele. Seu olhos estavam vermelhos, assim como as bochechas e mal conseguia manter a cabeça de pé. - O que está fazendo aqui?
JK tentou se levantar, mas foi um processo difícil. Jimin teve de ajudá-lo. Pegou em seu braço e o colocou de pé, encostado na porta.
- Jimin-ssi...- Jimin sentiu o hálito alcoólico dele contra sua face. - Você está aqui! - abriu um sorriso.
- Minha nossa...você está péssimo!
- Eu sei que você não quer me ver, mas eu preciso que me perdoe...- tentava articular as palavras que saiam arrastadas.
Jimin deixou as sacolas de papel que trazia consigo no chão, apanhou as chaves no bolso e abriu a porta.
- Tudo bem, você pode me dizer o que quiser depois que estiver sóbrio. - colocou um braço de JK sobre o ombro, pegou as sacolas e entrou no apartamento.
Com o auxílio do pé, ele bateu a porta, colocou as sacolas no canto da entrada e levou o Jeon ao sofá, enquanto ele ainda se desculpava por seja lá o que for. Jimin não conseguia entender.
Depois de deixá-lo no sofá foi a pequena cozinha, pegou água e levou até o bêbado em seu sofá.
- Jimin-ssi, você acha que um dia conseguirá me perdoar? - JK estava afoito por uma resposta.
Mas Jimin não estava levando em conta nada do que ele dizia ou fazia, sabia que ele não estava em seu normal. Mas ainda assim tentava acalma-lo como podia.
- Beba essa água e quando estiver melhor você me diz do que exatamente está falando. Pode ser? - tentou um acordo. E JK só assentiu com a cabeça, bebendo do copo que Jimin calmamente virava em sua boca.
Depois de JK beber a água, Jimin colocou o copo sobre uma mesinha de centro, tirou sua gravata e seus sapatos. JK observava seus movimentos com os olhos quase fechados.
- Você ainda é muito lindo! - disse recostado no sofá. - Como eu pude deixar alguém tirar você de mim?
Alguém me tirar de você? Do que é que ele está falando?
- Acho que é melhor você ficar em um lugar mais confortável. - Jimin disse, mesmo sabendo que não havia motivos para explicar as coisas. - Venha! - se levantou e o puxou pelo braço, orientando-o a segui-lo. JK só dançava conforme a música.
Jimin levou JK para o quarto recém desocupado de Ian, não teria coragem de levá-lo para o seu. Não era pudente.
Jungkook caiu na cama quase apagando de vez por causa bebedeira, mas Jimin conseguiu puxa-lo para se sentar e tirar seu blazer. Quando se sentou de frente para ele, e levou os dedos aos botões de sua camisa, exitou. Não sabia se era uma boa ideia estar com ele semi nu. Mas colocou a razão à frente e seguiu como achou ser o certo. Tirou a camisa de JK que o olhou de forma muito intensa.
- Eu sinto tanta falta de beijar a sua boca...- JK encarava seus lábios enquanto Jimin dedicava sua atenção aos próprios dedos.
- Não é hora pra você ser galante, Sr Jeon! - disse depois de engolir seco.
Jungkook colocou uma mão em seu rosto, deixando-o surpreso com sua atitude. Ofegou.
- Não diga coisas das quais se arrependerá depois. - voltou sua atenção ao que estava fazendo.
Jungkook puxou levemente seu queixo, fazendo Jimin encarar seus olhos.
- Eu nunca me arrependi, e nunca me arrependerei de estar com você.
O coração de Jimin chegou a errar as batidas e ele piscou compulsivamente ao engolir seco de novo. Não sabia se podia confiar em um JK naquele estado. Mas era certo que ele nunca havia mentido para si. Por mais que o tenha deixado seis anos anos atrás, nunca havia dito que não faria tal coisa. Mas chegou a duvidar de seu amor depois de ter dito que o amava tanto. Não conseguia imaginar um amor que abandona o outro.
- Tudo bem, - terminou com os botões. - agora você precisa se deitar e dormir um pouco. - tirou a camisa de JK.
Jimin teve de mater muito o foco nesse momento, afinal de contas, tinha Jungkook ali, na palma de sua mão, poderia matar a saudade de tantos anos estabelecida em seu peito fazendo o que quisesse com ele. Mas não era assim. Se fosse para um dia ter Jungkook de volta, queria que fosse do jeito certo.
Ao colocar a mão no peito desnudo do maior, enquanto o orientava a se deitar, quase o fez deitar junto, a seu lado. Ele queria, queria muito. Mas não podia. Não assim.
Jungkook não protestou em momento algum. Encarou o teto e o ambiente a sua volta e apagou. A bebida em excesso tendia a fazer isso com ele. Pelo menos essa noite, não teria mais um arrependimento significativo para se lembrar no sua seguinte.
Jimin o deixou ali, dormindo, e foi para seu quarto com o coração apertado no peito sem saber se era coerente a estada de JK ali. Mas ele procurou não pensar muito naquilo. Foi difícil pegar no sono, já estava quase amanhecendo quando finalmente pregou os olhos, e seu coração o deu sossego.
Jimin sempre especulava mentalmente como seria estar com JK de novo, mesmo que da última vez tenha sido algo muito rápido e sem o avanço que ele queria. Ainda assim, queria estar com ele, conversar, esclarecer suas dúvidas. E mais uma vez, isso não foi possível. Por que será que o destino os colocavam juntos de forma tão turbulenta?
Jungkook acordou com uma ressaca insuportável. Seus olhos custaram muito a se adaptar com a claridade do ambiente, mas quando conseguiu, não reconheceu o cômodo. Sentou-se na cama e conferiu os quadros na parede, a procura de uma resposta. E lá estava ela. Uma foto grande emoldurada com um casal sorridente nela. Ele reconheceu o homem nela como sendo o Ian, amigo de Jimin e atual colaborador de sua empresa. A moça ele teve a sensação de já tê-la visto, mas não se recordava.
Ele passou a mão pelo rosto, depois pelos cabelos amassados. Se deu conta de que estava usando apenas as calças. Sentiu vergonha das lembranças da noite anterior. Havia dado trabalho para Jimin, quando tudo o que queria era só se desculpar, implorar se fosse possível, pelo seu perdão. Mas acabou que não fez nada do que devia e o colocou em uma situação indesejada. Mais um tópico do qual ele teria de se desculpar.
Ele saiu da cama, avistou sua camisa pendurada atrás da porta, levantou-se, vestiu-a e se colocou agora fora do aposento.
Quando olhou em seu relógio, passava das 7h. Ele precisaria estar no escritório em breve, não teria tempo para se desculpar como devia. Conseguiu encontrar seus sapatos com um certo trabalho, já que não tinha ideia de onde Jimin o havia colocado na noite anterior. Os colocou nos pés, pegou a gravata sobre a mesinha e saiu do apartamento.
Passou no hotel, tomou um banho, trocou de roupa e foi ao escritório. Por volta das 10h da manhã, depois de pelo menos mais dúzia de cafés fortes e puros e um desjejum descente, ele já conseguia raciocinar direito.
Jimin está aqui, ele voltou!
Jimin não parece me odiar tanto quanto eu pensava.
Jimin cuidou de mim, mesmo não tendo motivos pra isso.
Ele estava lá, estava comigo, e permitiu que eu o tocasse.
De novo!
Ele não esqueceria nunca o ocorrido na boate, mas sabia que Jimin tinha seus princípios, jamais se deixaria levar por um momento. JK sabia bem disso. Porém, lembrar de como foi tocar em seu rosto, ter os olhos dele nos seus, ser alvo de seus cuidados, aquilo deixava Jungkook ansioso para reencontra-lo.
Decidiu que voltaria ao apartamento dele depois do expediente. Precisava ao menos vê-lo de perto enquanto se desculpava.
Jimin acordou tarde, já era quase meio dia. Assim que abriu os olhos, lembrou-se de JK no quarto ao lado. Levantou-se rápido e foi até lá, andando calmamente ao se aproximar da porta, não queria que Jungkook pensasse que ele estava ansioso para vê-lo.
Viu a porta aberta e assim que chegou junto a ela constatou que ele já havia ido embora. Suspirou frustrado.
Se aproximou da cama e acariciou o travesseiro que o outro usara. Sentou-se na cama e puxou o travesseiro até o nariz, inalando a quase imperceptível fragrância do shampoo do Jeon.
Tão perto e ao mesmo tempo tão longe...- abraçou o travesseiro deitando na cama.
Jimin queria entender o que trouxe JK à sua porta depois de semanas sem nenhuma tentativa por parte do maior.
Era certo que Ian havia lhe dito que Jimin não estava no país, mas por que de repente ele apareceu assim em sua porta? Queria muito saber o "porquê" disso. Sem falar que agora lhe bateu a curiosidade sobre o que JK tanto murmurava na noite anterior.
Independente de qualquer coisa, ele não ficou pensando muito naquilo. Jungkook estava bêbado e apareceu do nada em sua porta. Sabia bem que a probabilidade disso acontecer de novo era bem pequena.
Rolou na cama ainda abraçado ao travesseiro, foi aí que sentiu um tecido diferente sob sua cabeça, quando averiguou encontrou o blazer dele ainda na cama. Soltou o travesseiro e agarrou a peça. O perfume dele ainda estava ali. Jimin suspirou ao inalar a fragrância de seu coelhinho.
- Sinto tanto a sua falta...- fechou os olhos relembrando dos momentos que já passaram juntos.
O primeiro beijo em uma noite de super lua, os passeios até o lago, o primeiro eu te amo, a viagem à praia, a primeira transa no carro de JK, os sorrisos fáceis que passaram a ser contantes quando estava com ele, a formatura...tantos momentos, tantos sentimentos, tanta pureza...
Como eu pude deixar alguém tirar você de mim?
Meu casamento não passa de um mero acordo. Nada mais que isso!
Nem é um casamento de verdade!
Eu nunca me arrependi, e nunca me arrependerei de estar com você!
Por mais que Jimin não quisesse ser uma pessoa egoísta, seus sentimentos pelo Jeon ainda eram fortes, e mesmo que a esposa dele sinta algo do tipo, ele não teria como fazer com que o próprio JK sentisse o mesmo.
- Se ele não sente nada por ela, e diz ainda sentir por mim, significa que ele também está infeliz. - concluiu. Mas sua reflexão não parou por aí.
Se agarrou ao blazer com cheirinho de Jeon, e sentou-se na cama sorrindo com o coração bobo batendo rápido no peito.
- Ahh Jungkook...como eu queria um abraço seu agora...um carinho...um beijo...e...- suspirou com a mente indo além.
Era fato, Jimin ainda amava Jungkook, e muito. Jamais conseguiu esquecer tudo o que ele já foi na sua vida, então, mais uma vez, suspirava pensado em seu amado.
Jungkook olhou no relógio e já passava do meio dia. Ele não queria mais esperar para ver Jimin outra vez. Mesmo que as coisas não fossem acontecer como ele gostaria. Ainda queria vê-lo assim mesmo.
Pegou o blazer da cadeira, levantou e o vestiu. Quando passou pela porta, encontrou Mandie indo em direção a sua sala.
- Sr, sua esposa ligou. - ela o olhou apreensiva - De novo.
Já era a quinta vez que ela ligava, e essas ligações estavam se tornando diárias. Não tinha ideia do que estava acontecendo, mas pela insistência em falar com ele, Mandie imaginou que não era nada bom.
- Obrigado, Mandie. - disse simples. - Estou indo embora, você também pode ir se quiser.
Ela apenas assentiu. Mas notou que ele não falou nada sobre as ligações recebidas de casa. Porém, ele estava indo embora, provavelmente resolveria seja lá o que estivesse acontecendo entre eles.
Ele pegou o elevador, encostou em um dos cantos e passou a mão pelo rosto. Ainda não tinha ideia de como resolver a "questão" com Shivani. Colocou a cabeça contra o espelho do elevador e suspirou.
Não importava como, ele tinha que resolver as coisas com ela. Tinha que arrumar coragem para olhar pra ela e ter uma conversa franca e com muitos pedidos de desculpa. Se é que ele merecia ser desculpado.
Pediu ao motorista para levá-lo ao apartamento de Jimin, lá, em frente à porta, ele sentia as mãos suando. Estava nervoso, não tinha ideia se Jimin aceitaria recebê-lo, ou sequer ouvir o que ele teria a dizer. Bateu na porta. O coração parecia querer pular para fora do peito, mas se manteve impassível.
Jimin abriu a porta e ao vê-lo parado ali, seus olhos dobraram de tamanho. Ele também não imaginava que veria JK tão logo.
- Jungkook!?
- Oi, Jimin.
Por alguns instantes nenhum dos dois disse nada. Ainda tentavam entender o que sentir no momento.
Jimin sentiu as mãos tremerem e as pernas perderem um pouco da firmeza. Lutava internamente para não cair.
Jungkook só sentia vontade agarra-lo ali mesmo, aperta-lo firme em seus braços e colocar sua cabeça conta seu peito. Queria que ouvisse como seu coração ainda batia acelerado quando o via.
Mas nenhum deles fez nada.
- Bom, acho que sei por que veio aqui. - Jimin deu início a conversa.
- Sabe?
- Sim. - ele abriu mais a porta. - Entra.
Jungkook deu um passo exitante, mas depois passou calmante pela porta. Jimin a fechou e foi até seu quarto, voltando de lá com o blazer que ele usava na noite passada.
- Bom, eu não tive tempo de mandar lavar. - mentiu.
Ele não tinha intenção alguma de fazer isso, na verdade queria que ele nem se lembrasse que o havia esquecido. Pretendia ficar com a peça para poder abraçar quando sentisse falta dele.
- Ah...- JK pegou a veste que Jimin gentilmente lhe estendia. - Não precisaria se preocupar com isso.
- Mesmo?
- Claro. Eu não me importo. É só uma peça de roupa.
Ótimo, então deixe-a comigo. Eu adoraria ter seu cheiro em meu guarda-roupa! - Jimin quase lhe disse, mas só contraiu os lábios e encarou o chão.
- Entendo. - foi o que disse o menor.
Jimin colocou as mãos para trás, não sabia ao que fazer com elas. JK não ia muito além, mas podia ao menos apertar a roupa que segurava.
- Eu...- pigarreou - Na verdade eu vim por outro motivo. - Jimin o encarou com as sobrancelhas arqueadas. JK suspirou antes de prosseguir. - Eu queria me desculpar por ontem a noite. Eu não devia ter te procurado no estado em que eu estava.
Jimin assentiu. Porém, agora ele poderia sanar sua dúvidas. Se Jungkook estava ali para se desculpar, não se importaria de lhe dizer o porquê de ter batido em sua porta tão de repente.
- Por que veio até aqui ontem Jungkook?
Ele poderia começar falando que só faz merda na vida e tal, que mais uma vez deixou que suas atitudes o levassem para um caminho sem volta. Mas ele não ia jogar todo esse melodrama em cima do Jimin.
- Estou tentando reparar alguns erros. - encarou as mãos que apertava demais a peça de roupa em sua mão.
- E como pretendia reparar isso ontem? - prosseguiu o menor.
- Eu não...sei.
- Hm...
Jimin pensou por um tempo e JK não disse mais nada. Um silêncio gritante estava entre os dois de pé naquela sala.
- Como está seu casamento? - Jimin ousou perguntar. E só depois se deu conta que não devia estar se metendo no que não era da sua conta. Levou a mão a boca, sorrindo forçado, sentindo-se sem graça.
- O quê? - Jungkook tinha entendido a pergunta, só não entendi o porquê dela.
- Não...não se preocupe em dizer nada. Não é da minha conta. - virou-se de costas, indo para a cozinha.
- Jimin-ssi!? - atraiu sua atenção. - Na verdade...meu casamento está uma droga e foi por isso que eu vim até aqui ontem.
Jimin franziu o cenho.
- Não, não é nada disso que está pensando...- JK queria deixar claro que não tratava Jimin com uma segunda opção, ou um step. - É só que...eu cometi com ela o mesmo erro que cometi com você.
Jimin se virou para ele novamente e se aproximou devagar.
- Eu não sou um homem de palavra. Assim como fiz com você, também prometi coisas a ela que não fui capaz de manter. Eu, com toda certeza não sou o homem que ela merece.
- Jungkook...
- No nosso acordo eu disse que ela seria livre para fazer o que quisesse, para viver a vida do jeito que lhe fosse propício, mas eu não...
- Shhh, Jungkook...- Jimin põe a mão em seu rosto, secando as lágrimas que corriam por seu rosto por ser um homem desprezível. - Tudo bem...tudo bem. Vem, senta aqui. - o leva até o sofá.
- Jimin-ssi, eu não suporto mais viver desse jeito, magoando as pessoas que se aproximam de mim. Não aguento mais carregar o peso do quanto faço as pessoas sofrerem a minha volta. Por isso vim aqui ontem, precisava me desculpar por tudo o que fiz você sofrer no passado.
- Jungkook, por favor...- Jimin já estava de joelho entre as pernas de JK e tentava faze-lo parar de chorar. - Pare de chorar. Odeio ver você chorando.
- Jimin-ssi...- JK pega as mãos de Jimin. - Se houver alguma possibilidade de um dia você poder me perdoar...- ele leva as mãos de Jimin junto a boca e deixa um beijo suave em cada uma. - Por favor, considere meu pedido de perdão.
- Jung...
- Por favor, Jimin-ssi...eu não aguento mais viver sabendo que o grande amor da minha vida pode me odiar.
O grande amor da minha vida...
Foi a única coisa que Jimin conseguiu prestar atenção naquele momento.
Então puxou a gravata de JK e o beijou.
Jungkook piscava em meio às lágrimas, não sabia se aquilo era real ou um truque de sua cabeça. Jimin se afastou e encarou os olhos confusos de JK.
- Não chore, por favor...odeio ver você assim. - disse ao passar as mãos no rosto dele.
- Tudo bem. - colocou a mão na nuca de Jimin, encostando suas testas. - Eu não vou mais chorar...- passou seu nariz no dele, fixando o olhar em seus lábios enquanto virava de leve sua cabeça se aproximando mais de seus lábios. - Eu faço tudo o que você quiser...- beijou Jimin.
Colocou a outra mão na cintura de Jimin, mas ainda o sentia longe demais. Se arrastou até a ponta do sofá, colando seu corpo no dele. Queria sentir o calor dele junto a si, queria que cada parte sua pertencesse a ele de novo. E como queria. Foram anos sonhando em poder tê-lo em seus braços novamente, e da última vez nada havia sido como esperado. Mas dessa vez ele não deixaria Jimin escapar.
Sem exitar ele invadiu a boca do menor com sua língua ousada e colocou a mão em suas costas, mantendo-o firme contra si.
Jimin não tinha como fugir, e nem queria. Só desejava sentir o Jeon o mais perto possível, dar ações aos seus devaneios, permitir uma vida a seus sonhos. Mas ainda não era o suficiente.
Ele se deixou ser dele naquele momento. Nao importava o vinha antes, ou o quê viria depois. Ele só queria aquele tempo com seu amado, e o resto era só resto.
JK tentou envolver seu outro braço em Jimin, mas foi impedido quando o Park tirou suas mãos do contato com seu corpo. Ele achou que Jimin havia tomado a razão, e estava fazendo o que entendia como correto. Mas estava errado. Jimin afastou seus braços para tirar o blazer que ele usava. JK queria muito poder parar e olhar em seus olhos, ter a certeza de que ele não mudaria de ideia de minuto para o outro, mas temeu encontrar essa mudança assim que soltasse sua boca. Permaneceu ali deixando que o menor o conduzisse.
Jimin queria poder tomar cada centímetro da pele de JK outra vez, e não exitou em desprovê-lo de algumas peças de suas vestes. Com os braços ansiosos de JK voltando a agarra-lo ele tirou também sua gravata, jogando-a em algum lugar em cima do sofá. Levou as mãos a cintura dele, e puxou sua camisa para fora da calça, seguindo por cada um dos botões e abrindo sua camisa, deixando-o com o peito exposto. Jimin suspirou com a boca na dele, a sensação de sentir suas mãos percorrendo a pele macia e quente do Jeon o deixava ofegante.
O Park passou as mãos pelo peito do Jeon, deslizou apreciando o toque, e pousou as mãos em seu ombro. JK o puxou mais para si, o queria tão próximo quanto pudesse, queria aproveitar o tempo que lhe era concedido tais desejos para senti-lo junto a seu corpo que morria de saudades de cada toque do Jimin. Jungkook também não queria perder tempo, colocou suas mãos por baixo da camisa que Jimin usava, e acariciou cada centímetro de suas costas, enfiando cada vez mais a língua em sua boca. Já era evidente que ele desejava mais do que um simples explorar de pele.
Jimin estava muito excitado com cada toque de JK, e a forma como sua boca era invadida o fez ter certeza que esse momento iria muito além.
- Jungkook...- desviou da investida molhada do maior, que passou a dar atenção a seu pescoço. - Jungkook...- mas JK parecia não dar atenção ao que Jimin dizia. Pelo menos não a atenção que ele pedia agora. - Jungkook! - o afastou, empurrando-o pelos ombros.
- Jimin-ssi...- conseguiu articular com o ar lhe faltando.
Jimin se levantou, sabendo bem que os olhos do outro não desgrudava dos seus. Com as mãos ainda no ombro dele, Jimin se inclinou, colocando suas costas contra o estofado. Beijou sua boca ainda olhando em seus olhos e o viu suspirar alto quando Jimin colocou uma perna em cada lado, sentando-se em seu colo.
JK foi afoito para abraça-lo, mas Jimin lhe impediu, tomando mais espaço entre seus corpos e tirando a camisa que ainda vestia. Aquilo fez JK se arrepiar até o último fio de cabelo.
Jimin passou as mãos pelos cabelos, jogando-os para trás antes voltar uma a seu ombro e a outra na sua nuca.
- Eu quero você, Jungkook. - aproximou sua boca da dele. - E quero agora.
Jungkook sentiu o corpo tremer com as palavras tocando seus lábios.
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