Capítulo 21.
Shivani foi para a varanda, e aderiu ao hábito do Jk quando tinha um dia difícil. Já que hoje o dia pra ela não terminou nada bem.
Ela preparou uma dose de uísque, colocou Quelqu'un m'a dit da Carla Bruni para tocar no celular, e pegou um dos cigarros de Jk sobre a mesinha ao lado do sofá, andou até o limite da área, e colocou sobre a mureta de proteção seu copo e observou o céu nublado.
Apesar de ser início do outono, o clima ainda permanecia quente. O que tornava a noite furtuita para ficar ao ar livre.
Ela colocou o cigarro na boca, e acendeu o isqueiro. Na tragada que deu no cigarro, ela tossiu compulsivamente.
- Isso é horrível! - ela encarava o cigarro entre os dedos.
- Você está bem?
Ao olhar para trás, ela viu Jk na porta. Ele franziu as sobrancelhas ao ver o que ela estava segurando.
- O que está fazendo?
- Tentando aliviar meu dia. - disse simples.
Jk se sentiu culpado por ter feito o dia dela ser tão ruim, a ponto dela adquirir a hábitos que não lhe cabiam bem.
- Mas não funciona pra mim do mesmo jeito que funciona pra você. - ela joga fora o cigarro que certamente não lhe serviria para nada.
Jungkook se aproximou dela, e com as mãos no bolso de uma bermuda, agora seca, parou ao seu lado.
- Sinto muito pelo que aconteceu hoje. Eu não queria lhe causar nenhum transtorno.
- Não se preocupe com isso. A tarde de hoje não é o motivo da minha frustração. - ela observa o movimento das nuvens no céu.
- Tem certeza disso? - ele a observa pensativo.
- Tenho sim.
E ela não estava mentindo. Seus sentimentos foram afetados por outros comportamentos de Jk, que passou a esconder coisas dela, e mentir sobre determinadas coisas. Ele não costumava ser assim com ela. E pra piorar, nem um fio do que ela passou a sentir por ele, era recíproco. E isso era o que mais doía.
- Essa música é bem bonita. - comentou.
- Sim, ela é. - ela o encarava serena.
Ela estava ciente que ele não falava nada de francês, e isso a deixava mais confortável. Não queria que ele começasse a especular nada, mesmo que mentalmente.
Ela deu um gole na bebida, e fez uma careta depois que a engoliu. Realmente não era o tipo de coisa que ela beberia com frequência.
- Sobre o que é essa música? - pergunta sorridente.
- Primavera! - ela dispara de imediato.
Não sabia o porquê daquela resposta, mas era melhor do que dizer qualquer outra coisa.
- Eu gosto muito da primavera.
Ela não diz nada, apenas permite que ele divague sobre o assunto. Então dá mais um gole naquela bebida horrível.
- Tudo bem... - ele pega o copo da mão dela. - Acho que tenho uma ideia melhor do que essa. - ele coloca o copo sobre a mureta.
Ele suavemente pega na mão dela, e a puxa delicadamente para si.
- O que está fazendo? - ela tenta entender.
- Te tirando pra dançar uma música sobre primavera, em uma noite de outono. - ele brinca e lhe dá um sorriso.
Ela já não consegue fazer o mesmo, já que sabe bem que a situação de ambos são bem diferentes. Mas aceita seu convite para a dança.
Ela coloca sua outra mão no ombro dele, e ele coloca a dele na cintura dela, e suavemente começa a conduzi-la no ritmo da dança.
🎶 Falam me que o destino se diverte conosco
Que não nos dá nada e que nos promete tudo
Que a felicidade está dentro do alcance,
Então você estende a mão e se descobre louco
No entanto alguém me disse,
Que você ainda me ama,
Alguém que me disse que você ainda me ama
Será isto possível então?
Mas quem me disse que você sempre me ama?
Eu não recordo mais, era tarde da noite,
Eu ouço ainda a voz, mas eu não vejo o rosto
"Ele ama você, isso é segredo, não lhe diga que eu disse a você" 🎶
Shivani evita olhar para Jk, mas isso não poderia durar muito tempo. Todo aquele momento parecia encantador. Ela olha pra ele, e ele sorri carinhosamente pra ela.
Por que ele faz isso? Por que tem que agir tão fofo com ela, em momentos em que ela só quer esquecer tudo o que ele representa?
Seus pensamentos a perturbavam com tais questões. E não era pra menos, pois depois de saber que tudo o que ele anseia é voltar para seu Baby Moon, ela sabia que não permaneceria ali por muito tempo, e teria que esquecer tudo o que ele já significou pra ela um dia. Era só questão de tempo.
Mas, ainda assim, ali estava ela, dançando com ele, e agora encarava com intensidade seu olhar maroto. Ela então, recostou sua cabeça no peito dele, já que a vontade de chorar ameaçava deixar evidente toda aquela angústia que apertava seu peito.
Ele parou a dança, e a abraçou. E ela o abraçou de volta.
- Você está bem?
- Estou sim! - ela mente outra vez.
Essa questão de sentimentos não declarados, a está transformando em alguém que ela não é. Uma mentirosa.
- Acho que só estou cansada. - ela se afasta dele. - Eu...eu preciso ir. - ela não volta a olhá-lo, e segue para dentro de casa.
- Shivani!?
Mas ela não atende ao chamado dele, e vai direto para o quarto. Lá, após entrar, ela encosta na porta, e se perde entre chorar de uma vez, e voltar a se recompor. Ela sabe que chorar não resolverá nada, mas se resompor não a livraria dessa carga sentimental.
Foi para a cama, e se jogou de um avez na cama, agarrando contra si, uma das muitas almofadas.
Ela tenta respirar calmamente, e se livra daquela vontade intensa de chorar.
Sua vida tem que seguir adiante, Shivani. Então apenas se acalme, respire, e recomponha-se!
Ela ditava como um mantra.
Jk se aproxima da mesinha de centro, pega o celular de Shivani, e pausa a música que tocava repetidamente. O coloca no mesmo lugar, e volta para o quarto.
Deitado, ele faz o possível para pegar logo no sono, e não deixar que as lembranças da noite anterior o tomem de novo. Em vão.
Ele pensava em como foi bom estar com Jimin de novo, assim como, foi ruim perdê-lo novamente.
Por que? Por que isso estava acontecendo? Seria esse, seu castigo por tê-lo deixado anos atrás?
As perguntas o deixava inquieto. Ele só não entendia o motivo do Jimin ter usado Shivani como desculpa.
Era isso. Isso só podia ser uma desculpa, para mascarar o fato dele ainda sentir raiva de Jungkook pelo que houve no passado. Se pra Jk não havia sido fácil, tendo sido ele a fazer tal escolha, imagina como deve ter sido dolorido para o Jimin.
Então Jk chega a conclusão de que, se Jimin não queria mais estar perto dele, então que assim fosse. Ele continuaria a carregar o fardo de não poder estar ao lado de quem ama, continuaria a arcar com as consequências de suas escolhas.
Acietar isso, deixava Jk mais leve. Claro que era mais fácil encarar verdade, do que ficar tentando encontrar os motivos para tal.
Você pode até não sentir algo a mais por ela, mas ela sente por você.
Era o mesmo jeito que eu costumava olhar pra você!
Jk senta na cama em um pulo, ao se lembrar das palavras do Jimin, e associá-la a alguns minutos atrás.
- Não...ela me garantiu que isso ainda era um acordo. - sussurra sozinho.
Ele tenta recordar em quando poderia ser o momento exato em que tudo poderia ter mudado. E nada.
Claro que no início, por eles não se conhecerem, o olhar é comportamento dela eram mais assustados, temerosos, e que certamente isso mudou pelo fato deles começarem a ter mais intimidade um com outro. Não tinha como permanecer do mesmo jeito do início.
Jk sabia que não adiantaria ficar especulando nada disso agora, sua cabeça não estava muito bem. A partida de Jimin havia sido muito recente, e literalmente de um dia para o outro, ele destruiu toda a esperança que Jk poderia ter de reaver seu relacionamento com ele. Tudo ainda estava muito intenso, e ficar tentando resolver tais coisas, só acabaria deixando ele louco.
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