Capítulo 11
Tinha chegado a sexta-feira, e JK estava ficando nervoso com todo aquele alvoroço que os funcionários estavam fazendo por causa do evento daquela noite. Ele detestava como aquilo estava atrapalhando seu raciocínio.
Hoje o expediente seria de apenas meio período, mas Jungkook não se importava com isso, ia permanecer na empresa até quando fosse necessário, então depois iria para casa, tomaria um banho, e logo estaria pronto para ir.
Claro que Shivani estava com o dia bem ocupado, o que só o irritava ainda mais. Até o momento, não tinha conseguido sequer ouvir um "oi" dela, mesmo que por telefone.
- Sr!? - Mandie entra em sua sala.
- Sim? - ele diz sem ao menos tirar os olhos dos papéis à sua mesa.
- Se o Sr não for mais precisar de mim, eu estou indo.
Ele para, olha para o relógio em seu pulso, e constata que são dez para às 13h.
- Nossa! Ja está tarde assim?
- Sim, Sr!
- Tudo bem, Mandie. Pode ir. - ele recosta em sua cadeira.
- Obrigada, Sr. Até a noite. - ela se despede.
Ele não diz nada, apenas vira sua cadeira para parede de vidro em sua sala, que tem a vista da cidade, e observa o horizonte. Então decide sair.
Ele levanta, pega o paletó no recosto da cadeira, o veste e sai da sala.
- Sr...- Mandie toma sua atenção. - O Sr já vai pra casa? Devo avisar ao seu motorista?
- Não Mandie. Vou apenas dar uma volta. Não se preocupe. Vá pra casa.
- Sim Sr.
Já na rua, ele observa as pessoas indo e vindo, algumas com muita pressa, outras nem tanto. Algumas crianças correndo, casais andando de mãos dadas, e adolescentes exibindo suas habilidades sobre os skates.
De onde saiu tanta gente hoje?
JK procurou mentalmente saber se era algum feriado ou algo do tipo, mas nada parecia se encaixar. Se fosse feriado, essas ruas estariam praticamente vazias. Então decidiu deixar de tentar entender todo aquele movimento, e apenas seguiu pela calçada.
Ele colocou as mãos nos bolsos, e caminhou tranquilamente, até chegar em uma cafeteria a algumas quadras do seu escritório. Apesar de haver inúmeras cafeterias na região, apenas aquela conseguia deixar o café dele na temperatura que gostava. Sem falar que os brownies dali eram divinos.
Normalmente, ele estaria saindo para almoçar, ou Mandie já teria recebido seu almoço na empresa caso ele decidisse não sair hoje, mas ele não tinha apetite para almoçar agora. Então optou por um simples lanche.
Não era comum ele vir até aqui, muito menos sozinho, mas hoje tudo parecia estar em excessão. O lugar estava estranhamente calmo, e isso o agradou muito.
Foi até o balcão para fazer seu pedido.
- Boa tarde, Sr! O que vai querer hoje. - uma moça baixinha pergunta.
Enquanto outra mais alta está de costas, preparando alguma coisa.
- Eu gostaria de um macchiato.
- Claro...
- Porém, eu gostaria que você colocasse a espuma bem cremosa, mas o leite não muito quente. - ele explica.
A outra moça se vira do outro lado do balcão, e o encara curiosa.
- Você é o Sr J?
- Sr J? - questiona confuso.
Só então ele se recorda que em algumas vezes em que pedia seu café, no copo vinha escrito Sr J.
- Ah... Creio que sim. - sorri ladino.
- Uau. Achei que nunca ia conhecer o dono de um garoto tão peculiar. - ela acrescenta.
- Peculiar?
- Quem pede macchiato, sempre o toma bem quente. Então sim, seu gosto é peculiar.
- Entendi. - ele sorri envergonhado.
- Vai querer um brownie também? Hoje temos de chocolate e de baunilha.
- Baunilha, por favor.
- Ótima escolha! - ela sorri cordial. - Pode ficar a vontade para se sentar, quando estiver pronto, eu mesma lhe sirvo.
- Obrigado!
Ele escolheu uma mesa mais ao fundo, e antes de chegar até ela, ele pegou um folheto sobre uma exposição de arte que aconteceria na cidade, em uma pilha que estava em uma mesa com alguns adereços.
Ele sentou, e passou a dar atenção ao folheto. Parecia uma exposição interessante, mas era uma pena, aconteceria no próximo final de semana, ele não estaria aqui para poder ir. Ainda assim, manteve sua antenção no papel.
Em poucos minutos, a moça "muito simpática" , como nomeou o JK, lhe trouxe seu pedido.
- Está aqui Sr J, seu macchiato peculiar, e seu brownie de baunilha. - ela retira o pedido da bandeja, e coloca sobre a mesa, a frente dele. - Deseja mais alguma coisa? - sorri simpática.
- Não. Por enquanto está ótimo! Obrigado.
- Tudo bem. Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar. Eu sou a Rachel.
- Obrigado, Rachel!
- E o Sr é...? - ele a encara impassível. - Se me permite a ousadia.
- Jeon. Sou Jeon.
- Muito bem. O Sr J tem um nome bonito.
Ele apenas sorri de seu comentário, achando aquilo tudo muito inesperado. E ao mesmo tempo rezava para que ela não estivesse lhe cantando. Odiaria que uma moça tão simpática, não fosse simpática de verdade, que apenas estivesse mascarando seu interesse.
- Está me deixando sem graça. - comenta.
- Não fique! - ela volta a sorri. - Agora vou deixar você aproveitar seu café.
- Obrigado!
Então ela volta por onde veio, e ele a segue com os olhos. É parecia mesmo que é apenas simpática. E ele agradecia mentalmente por isso.
Rachel voltou ao balcão, deixou a bandeja, e avisou as meninas que já estava de saída. Ian estava para ter um treco em casa, já que não conseguia encontrar tudo o que precisava para ir ao evento de hoje a noite, então ela resolveu sair um pouco mais cedo, passar para ajudar o noivo, e depois ir para a casa dos avós.
JK a viu sair da loja, e mentalmente soltou um mentirosa. Agora se ele precisasse de mais alguma coisa, não poderia chamar por ela.
Ele sorriu sozinho em sua mesa após essa observação.
Na casa de Ian, tudo estava imcomumente agitado. Ele andava de um lado para o outro, totalmente perdido.
- Rachel! Ainda bem que você chegou. - ele solta um longo suspiro. - Preciso da sua ajuda!
- Eu sei. - ela retira a bolsa e coloca sobre o sofá. - E é por isso que estou aqui.
- Como você sa...
- Jimin!
- Ah...- ele coça a cabeça.
- Vamos lá?
Rachel orientou que Ian fosse tomar um banho, que quando saísse de lá, sua roupa estaria pronta, e ele só precisaria vesti-la. E assim foi feito.
Enquanto os meninos se aprontavam, ela resolveu preparar algo para que eles comessem antes de sair e quando estava terminando, vê Jimin sair pronto do seu quarto.
- Uau! Acho que alguém não volta solteiro hoje. - comenta entanto ela põe os pratos na mesa.
- Ah, Rachel! - ele segue até ela, e a cumprimenta com um beijo no rosto. - Desculpe eu não a vi chegar.
- Não tem problema. Sei que está ocupado.
- E o Ian, conseguiu tudo o que precisava?
- Claro! Eu sou tudo o que ele precisa na vida dele. - sorri brincalhona.
- Nisso, eu devo concordar! - Jimin devolve a brincadeira. - Espero não ter te atrapalhado no trabalho.
- Não se preocupe. Eu já ia sair mais cedo mesmo. E não estava muito movimentado. As meninas dão conta. - ela volta até a cozinha, e pega os talheres.
- E como foi seu dia. - pergunta ajeitando os botões na manga do terno.
- Foi comum. - ela para pra pensar um pouco. - Porém...peculiar!
- Como essas duas palavras se encaixam tão fácil no seu dia? - quis saber.
- Ah, só foi muito do mesmo, e no final, bem diferente do que eu esperava. - ele arruma cuidadosamente os talheres sobre a mesa.
- E qual a peculiaridade?
- Conheci um cliente antigo.
- E isso é peculiar de que forma?
- Bom...- ela se aproxima dele, e arruma sua gravata borboleta. - Ele nunca vai lá. O pedido dele é sempre feito por uma secretária. E como o pedido dele é diferente do que estamos acostumados, o denominei como macchiato peculiar.
- Entendi.
- O Sr J, é um sujeito exigente. - ela finaliza passando a mão pela extensão dos braços do Jimin.
- Sr J?
- Sim. Pelo menos era assim que o café dele saía de lá. Agora já posso escrever Sr Jeon.
- Jeon? - Jimin pergunta surpreso.
- Sim. Pelo menos foi assim que ele disse que se chamava. - ela encara os olhos confusos dele. - Você conhece alguém com esse nome?
- Eu costumava achar que sim. Mas no fim das contas, eu não conhecia.
Ela o observa por alguns instantes, e podia jurar que havia um lampejo de tristeza em suas palavras.
- Você está bem? - pergunta preocupada.
- Estou sim! - ele abre um sorriso forçado.
- Tem certeza?
- Sim! Não se preocupe comigo. - ele a tranquiliza. - Deveria se preocupar com o Ian, que a essa altura já deveria estar pronto.
- Droga! Eu vou ver se ele não desceu pelo ralo. - segue até o quarto dele.
Enquanto Jimin fica ali na sala, pensando na probabilidade que tinha de poder ver o Jk novamente.
Parecia impossível, mas será que o destino seria tão ousado ao ponto de brincar assim com os seus sentimentos?
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